Um Dia Qualquer. escrita por Hikari


Capítulo 18
Surpresa!


Notas iniciais do capítulo

Quase fiquei cega hoje, povo. É, eu enfiei o dedo no olho (não de propósito, lógico, foi mais um surto) quando vi um vídeo de uma música que a Jennifer Lawrence aparece. /o/
Bom, mas vocês não querem saber disso. Vamos pro capítulo! 0u0
Ah, sim. ANTES DE TUDO: Essa é uma mini-história dentro da história que havia dito a vocês. Por isso eu aviso quando terminar, porque eu não quero ficar colocando Parte I, etc. nos títulos do capítulo.
Agora sim, espero que gostem! Will/Annie para vocês que gostam deles. (:



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Às vezes fico indignada pelo Will ser mais velho do que eu. Mesmo que seja de alguns poucos meses.

Quer dizer, ele ia fazer 16 enquanto eu ainda teria 15 por mais algum tempo.

Se bem que, olhando por outro lado, o problema é dele. Ele iria envelhecer mais rápido também e eu nem tanto.

–Ele gosta de laranja, assim como o papai. -avisei minha mãe enquanto ela me mostrava duas fitas para amarrar o presente: uma azul e outra laranja.

–Eu também gosto de maçã. -meu pai de repente aparece na soleira da porta do meu quarto, já vestido para a comemoração e com um sorriso travesso no rosto.

–Ai, pai. -rolei os olhos, rindo baixinho.

Ele sorriu e abraçou minha mãe pela cintura.

–Por que a demora, meninas? Já são quase uma hora.

Pulei da cama, pasma. Já tinha passado tanto tempo assim?

–Você não pode estar falando sério! -exclamei e peguei meu relógio que deixava no criado-mudo do meu quarto, eram meio-dia e quarenta e cinco, suspirei, ainda faltavam quinze minutos.

Íamos dar uma "festa surpresa" pra ele, e para isso, tínhamos que chegar algum tempo mais cedo. Como ele havia saído com sua irmã e o tio Gale, ele só voltaria às oito e meia da noite.

Ah, eu já havia dito que a festa seria no Distrito 4?

É, mais uma viagem. E por isso teríamos que ir mais cedo.

De tanto que estávamos viajando no trem, daqui a pouco viríamos a morar por lá, não estou brincando.

Juntei minhas coisas que eram apenas o presente de Will e um livro, como sempre, e passei pelos meus pais que nem me perceberam, basicamente. Isso sempre acontecia quando os dois ficavam juntos.

Suspirei e rolei os olhos, rindo baixinho. Fui para a sala e deixei as coisas lá, escutei um barulho vindo do quarto do meu irmão. Espero que ele já esteja pronto.

Dei meia volta e subi as escadas, pensando como que seria quando chegássemos ao Distrito 4.

Fazia tempo desde que estive lá pela última vez, o que não era novidade, obviamente. Ficava enfurnada aqui no 12 e poderia continuar assim até morrer, se duvidar dos meus pais. Eles nunca me deixavam viajar sozinha e também era raramente que se convenciam de tirar os pés daqui.

Bati na porta e entrei no quarto de Fynn. Olhei para a criatura deitada na cama, só de pijamas, era provável que nem havia saído dali desde que acordou, o que eu não duvidava nada.

É, ele não estava pronto. Nem perto de estar, na verdade.

–Fynn... –disse tentando me acalmar. –O que você está fazendo?

Meu irmão estava jogado na cama, com o tablet dele na mão, parecia concentrado no que fazia, com os lábios cerrados em uma expressão séria e a testa franzida. Nunca havia o visto assim.

–Eu tô... –ele parou e então pulou da cama, com uma expressão aterrorizada no rosto. –Não acredito que fiz isso!

Entrei no quarto e me sentei na cama dele, pegando o tablet de sua mão e olhando a tela.

–Fez o que...? –fiquei quieta, estava abismada pelo que eu estava vendo. –Fynn... Você está jogando Angry Birds? Por favor, não me diga que ficou jogando essa coisa o dia inteiro! –sacudi o aparelho eletrônico na frente do rosto do meu irmão boquiaberta e sem acreditar. Meu irmão era um caso perdido, e eu tinha que o aturar.

Meu irmão arrancou seu aparelho da minha mão violentamente e o abraçou, parecendo ofendido.

–Ei! Não fale assim! Vai ferir a Stacey!

Enruguei a testa, Stacey?

Observei enquanto Fynn passava a mão pela tela do aparelho que havia ganhado da tia Agatha. Balancei a cabeça, ah, não me diga que...

–Stacey é esse tablet estúpido? –disse, mais afirmando do que perguntando.

–Stacey não é estúpida! E ela é uma menina, está bem?! –Fynn levantou-se da cama e foi ao banheiro, dizendo palavras baixinhas para sua... hãm... “Stacey”.

Respirei fundo e contei até cem. Porque se contasse até dez sabia que não iria dar muito certo.

–Irmão querido... –comecei, indo até o armário e catando a primeira roupa que vi, segui para onde Fynn estava e estendi a roupa para ele. –Por favor, será que poderia largar sua amada por um momento e se vestir? Vamos sair daqui... –olhei o relógio e meus olhos quase saíram das órbitas, tínhamos que nos apressar. –Daqui agora! Vai logo!

Tirei aquele maldito eletrônico das mãos do meu irmão que começou a reclamar e protestar e fechei a porta, segurando a maçaneta para não o deixar sair até que ele estivesse pronto, ele tentava de todos os jeitos puxar a porta e eu tinha que me esforçar para mantê-la fechada. Tinha que admitir, quando meu irmão crescesse ele poderia se dar bem como o próximo Huck da vida.

–Annie! Devolva a Stacey! –ele berrou, zangado.

–Não, não! Só depois de você se trocar! –disse calmamente para ele que estava quase arrancando a porta das dobradiças.

–E se eu disser que não vou? –ele finalmente para e posso imagina-lo sentando-se no canto do banheiro com os braços cruzados e o rosto determinado a conseguir o que quer não importa a maneira de como.

Penso um pouco antes de informar.

–Então sua amada Stacey vai aprender a voar. –falo presunçosa e com o nariz empinado.

Imediatamente escuto meu irmão agitando-se do outro lado da porta e um barulho estridente de alguém batendo no encosto do Box.

–Não! Stacey é sensível! –escuto e começo a rir baixinho.

–É sim, sensível ao toque. –murmuro comigo mesma deslizando o dedo pela tela e vendo o joguinho, olho para a porta e colo o ouvido nela, quando escuto que meu irmão está ainda se virando para colocar uma calça (eu sei disso por ele estar praguejando toda a hora e por ele ficar resmungando consigo mesmo de como deviam inventar uma calça menos complicada de colocar) eu tiro lentamente minha mão da maçaneta e me apoio da parede, seguro com as duas mãos aquele aparelho e começo o jogo.

Devo me repreender. Fynn não é totalmente culpado por ter se viciado naquilo.

–TOMA ISSO, SEU PORCO MISERÁVEL! –grito, sem perceber meu irmão que me olhava com uma expressão cética no rosto.

Caham. –escuto-o pigarrear, mas finjo que não ouvi e volto ao jogo. Já estava na fase oitenta. É, não me pergunte como eu avancei tudo isso só naquele meio tempo.

Caham! –ele tenta pigarrear de novo, porém acaba se engasgando e tossindo, parecia quase estar morrendo sufocado. Não fiz nada. Podia ajuda-lo depois, mas agora tinha que passar daquela fase ridícula que eu não sabia como vencer.

Depois de ter se recuperado da experiência quase morte ele vira-se para mim e me olha espantado.

–Annie! Como pôde ficar aí parada e deixar seu irmão quase falecer na sua frente?

–Mas não faleceu, não é? –digo ainda hipnotizado por aquele treco.

Posso ver meu irmão de boca aberta me encarando, incrédulo.

–Eu não estou escutando isso... –ele diz para si mesmo e toma de mim o tablet, colocando-o debaixo dos braços e ignorando minhas reclamações. –Não mesmo.

E depois de arrumar o tênis nos pés, sai me deixando ali sozinha.

Suspiro e coço minha nuca, desorientada. Eu fiz alguma coisa?

–Annie! Estamos esperando você no carro! Estou levando suas coisas, está bem? –o berro da minha mãe me tira da minha paralisia momentânea e me faz dar um pulo lembrando-se da festa.

Saio correndo do quarto bagunçado do meu irmão e antes de chegar à porta tropeço em um sapato que estava jogado ali. Caio de cara no chão.

Respiro fundo com os punhos fechados e me levantando, dando um chute no sapato.

Não sabia como que ainda não havia surtado.

De algum jeito meio que psicótico, senti que hoje seria um longo dia. Um dia que não seria nada normal.

–Já vai, docinho? –escutei a voz irritante de Haymitch. Havia me esquecido de dizer, ele tinha convencido minha mãe de não ir e por isso ela o fez cuidar de Haymi na sua estádia ali.

Olhei-o rapidamente com a porta aberta.

–Já sim, queridinho. Tenha um ótimo dia. –digo irônica.

Fui direto para o carro, já como minha mãe havia dito que tinha pegado minhas coisas, nem fui conferir. Confiei na palavra dela.

Chegando ao carro, arrancamos na estrada.

Íamos ficar três dias por lá.

Se eu estava feliz com isso? Bom... Eu não sei.


************************


A viagem passou como sempre passa: entediante.

Novidade, não? Não.

Meu irmão ficava escutando suas músicas no Ipod dele e balançando a cabeça no ritmo da música, ou seja, ele ficava parecendo um louco alucinado na minha frente imitando solos de guitarra e sacudindo a cabeça tão brutalmente que parecia que ela ia cair do pescoço, ficava encarando ele pasma.

Mas depois disso, eu dormi.

Outra novidade? É. Não.

Havia sonhado que um carneiro saltitante havia sido pego por um pássaro e colocado em uma catapulta gigantesca e lançado pelo espaço até ser atingido em um bando de porcos lunáticos que ficavam grunhindo, e adivinha quem estava no meio? É sim, eu. Euzinha.

Acordei atordoada e resfolegante, como se havia mesmo sido massacrada por um carneiro.

Mas na verdade, era só meu irmão que havia dado uma cotovelada na minha cara. O que, segundo ele, foi sem querer quando ele estava em uma de suas apresentações imaginárias.

Finalmente, depois de ter demorado um século e meio, chegamos ao distrito 4. O que me animou um bocado, e considerando minha situação depois de ter praticamente passado a tarde inteira ali naquele trem claustrofóbico (ok, nem tanto assim), era muito.

Saí do meu assento endireitando as costas, ela deu um estralo e suspirei aliviada depois disso.

Meu irmão continuava com aqueles fones barulhentos no ouvido e era possível ouvir a música mesmo de longe, não sabia como Fynn ainda não ficara surdo.

Minha mãe havia pegado a única mala de mão que havia arrumado. Tinha o mínimo de roupa que poderíamos juntar, já como ficaríamos pouco tempo por aqui.

Saímos do trem e respirei o ar tão relaxante do distrito 4.

O cheiro de praia impregnava tudo por lá, e o vento que batia no nosso rosto trazia o barulho do mar e seu gosto salgado. Aquilo era tão... bom.

Olhei para o céu, o sol já estava baixo e eu não conseguia acreditar que já havia passado a tarde inteira. Bom, acreditava sim. Ainda sentia as provas de meu corpo dolorido por ter ficado horas nas mesmas posições. É, não era muito difícil de acreditar que já estava ficando noite.

Até mesmo Fynn havia tirado os fones do ouvido para conseguir desfrutar aquele momento.

–Vamos ver... Temos que chegar a esse endereço. –minha mãe murmura ao meu lado pegando um pedaço de papel do bolso e o desdobrando, olhando para as palavras com a testa franzida, pensativa.

–Deixe-me ver. –meu pai tira o papel da mãe de minha mãe e os dois olham para o endereço em profunda concentração.

–Sabem onde fica? –pergunto, agora interessada em saber se estávamos perdidos ou não, sendo que nem havíamos saído do lugar.

Minha mãe estala a língua e se empertiga, olhando para frente.

–Lembrei. Sei onde é.

Meu pai olha temeroso para ela e eu troco olhares com ele.

–Tem certeza? –dizemos ao mesmo tempo e minha mãe nos olha espantada por nós duvidarmos de sua capacidade em saber exatamente onde o lugar se encontra, me senti um pouco culpada por ter feito isso.

–O quê? Por quê? Não acreditam em mim?

–Não! É só que...

Enquanto eu dava minhas desculpas esfarrapadas ela sai pisando duro para a estrada à frente, Fynn a segue com o seu querido fone no ouvido enfiado de volta na sua orelha e fazendo seu ‘show’, as pessoas olhavam para ele, curiosas. Escutei meu pai dar um longo suspiro.

–Então... –ele começa, arrumando a mala nos ombros e me olhando com um sorriso no rosto. –Vamos?

Seguimos a minha mãe que nos servia de guia pelo distrito. Eu olhava para todos os cantos para não me esquecer de onde havíamos partido, caso ela não soubesse o caminho e tivéssemos que voltar.

Mas não é que ela nos levou no local certinho?

Olhei para a casa a minha frente, realmente impressionada.

Era uma casa simples, de madeira e com algumas janelas que tinham cortinas tampando a visão de dentro, dava para perceber que havia dois andares e para minha surpresa parecia que não havia ninguém por lá.

“Claro, Annie, o que você pensava? Vai ser uma festa surpresa, por isso tem que passar despercebido tudo o que tem escondido”. –pensei.

Minha mãe nos olhou com olhar vencedor e foi para perto da casa, bateu na porta e esperamos.

Uma mulher um pouco menor do que eu com os cabelos ruivos, como o de Agatha e Will, curtos na altura dos ombros e olhos espertos nos atendeu, ela parecia ser velha, mas também nem tanto, uns cinquenta ou quarenta e tantos, talvez?

–Oh, então chegaram mais gente! Quanto mais, melhor! Não é mesmo? -a senhora saudou-nos e nos fez entrar, fechando a porta atrás de nós.

Assim que entramos na casa que fomos informados a ir e de a senhora - que descobrimos que se chama Morgan e que na verdade é a tia de Will e de Agatha -, eu fiquei perplexa com o tanto de pessoas que se encontravam ali.

Está bem, não era tanta assim. Talvez umas 15 ou 20 - no máximo.

Mesmo assim... Ah, que seja. Nunca pensei que Will fosse tão popular assim.

Quer dizer, eu nem fazia festa já como sabia muito bem que as únicas pessoas que iriam seriam Alex e Melanie.

Alguém chegou para a gente e nos puxou para debaixo de uma poltrona, ela levou os dedos ao lábio avisando que eles estavam chegando.

Não sei o que aconteceu comigo, mas alguma coisa dentro de mim dançava com a expectativa de rever Will novamente e de olhar de novo nos seus olhos verdes e ver o sorriso torto... e a outra parte de mim me incriminava por estar pensando coisas tão absurdas assim.

Estava me convencendo cada vez mais de que estava começando a ficar louca.

Uma brecada foi escutada e seguido de um barulho de porta de carro batendo, olhei para a janela ali ao meu lado e pela brecha que havia entre a cortina para que eu consiga enxergar o quanto eles estavam pertos.

Status: Preparando-se para o inevitável. Daqui a poucos segundos ele estaria ali.

Ahhh, por que estava me sentindo tão ansiosa assim? Nunca tinha ficado desse jeito antes.

O que acontece depois disso foi como se estivesse ocorrendo em câmera lenta. Como aqueles filmes super dramáticos fazem, sabem?

A porta lentamente foi se abrindo e pude ver os cabelos ruivos começando a aparecer.

Droga, ele chegou... E parece que algum sentimento novo chegou junto com ele.

Respirei fundo e me preparei, e então todos da sala, juntos, entoamos o “Surpresa!” para um Will sorridente.



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Notas finais do capítulo

Então, então. Essa era para ser junto com os próximos capítulos, mas aí decidi deixar separado para deixa-los mais ansiosos! Muahawhahahaahahaha sou má -mentira.
E para todos que apoiam o casal Will e Annie, tcharans! A HISTÓRIA DOS DOIS VAI COMEÇAR )o) [foi só eu que lembrei da vozinha grave de "o filme vai começar"?? To ficando louca. '--']
Espero que tenham gostado, não esqueçam de comentar porque eu sou dependente de vocês para postar o próximo capítulo!
AH, estou começando uma nova fic! É de Percy Jackson, quem quiser dar uma olhada chama-se "O que é amar?" e esse é o link:
http://fanfiction.com.br/historia/292969/O_Que_E_Amar/
Beijos!