Um Dia Qualquer. escrita por Hikari


Capítulo 12
A pizza mofada e constelação. - Parte IV


Notas iniciais do capítulo

Oooi gente ^^ Como vão?
Queria agradecer a todos vocês! Por ter 32 reviews! Muito obrigada, estou tão feliz. :'D
Desculpa postar tarde, e ter demorado.
Mas bem, vocês não querem desculpas e sim o capítulo, não é? hahahahaha
Espero que gostem.
Bem, lá vai:



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Pov. Katniss.

-Tem certeza que vocês não querem ajuda? –perguntei docilmente para Agatha que estava com um cobertor jogado nas costas e que sorria para mim.

-Não precisa, sério mesmo. Gale pode dirigir. –ela indicou Gale que estava abraçado ao seu lado. –E vocês não precisam de carona? A chance ainda está de pé.

Sacudi a cabeça e dei uma cotovelada na barriga de Peeta para que ele fechasse a boca ao ver que ele estava prestes a dizer algo.

-Não queremos atrapalhar vocês. Estamos bem.

Sorri deixando o assunto morrer e fingindo não notar Peeta com as feições contorcidas. Ops, não era para ser tão forte assim.

-Eu ainda acho que devíamos ficar aqui no hospital, Will sabe se cuidar sozinho. –Gale reclamou olhando-a com uma advertência, Will sempre havia morado com a irmã e quando ela se casou ele foi junto com eles morar no apartamento provisório, já como a casa onde moravam era alugada.

Agatha ignorou seu olhar.

-Mesmo assim, preciso saber se ele está bem.

Sorri, entendia como era isso, ter um irmão mais novo, sendo que em toda a minha vida eu só tive uma irmã que já havia partido dessa vida... Mas pensava que era a mesma coisa.

-Bem, temos que ir então. -Eles se despediram e Peeta me guiou de volta para a saída que ficava no lado contrário de onde o carro deles estava estacionado.

-Precisava mesmo de me bater? Quem disse que eu iria pedir carona? –ele sussurrou para mim assim que nós nos afastamos consideravelmente.

Olhei-o com um pedido de desculpa.

-Doeu muito?

Ele massageou o local onde eu havia dado meu cutucão.

-Não. –disse ironicamente, fazendo biquinho.

Ri, sabia que não havia doído de verdade. Desde quando minhas cotoveladas o machucavam? Geralmente era bem o contrário. Mesmo que não fosse a sua intenção.

-Chantagista. –bati em seu braço.

-Ai! –ele queixou-se e antes que eu tirasse minha mão de seu braço ele o segurou e me puxou para mais perto dele.

Antes que ele pudesse fazer algo escutamos uma buzina soar, o que me assustou e o carro de Gale passou ao nosso lado, com ele gritando:

-Ei, ei! Não exagerem, está bem?

-Olha quem fala... -eu contrariei, mas ele já estava longe e não pôde ouvir, bufei e puxei um Peeta sorridente para frente.

-Vamos, nós temos que ver se os nossos filhos estão bem. –disse sem olhar para ele.

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Logo estávamos no prédio.

-Fynn! Anny! –chamei, adentrando no pequeno aposento e largando minha blusa de frio no sofá que ali se encontrava. –Chegamos.

Ninguém respondeu, procurei Haymi, mas ele não estava por ali, eles poderiam o ter levado para passear?

Peeta fechou a porta atrás de mim e olhou o relógio.

-Será que chegamos muito tarde? –ele perguntou me mostrando o horário.

Eram onze horas. Certamente eles não estariam passeando com o Haymi.

-Que estranho... –murmurei comigo mesma, eles nunca dormiam cedo, e quando digo onze horas, sim, para eles significava cedo.

Mas talvez, quem sabe, eles tenham mudado de ideia?

Fui para o quarto deles com Peeta me seguindo.

-Anny? –perguntei, espiando seu quarto no qual estava vazio. Franzi o cenho.

Peeta ficou inquieto ao meu lado.

-Fynn!? –ele gritou. Ninguém falou nada de novo. Nem um único barulho foi feito.

Entreolhei-me com Peeta e nos separamos para tentar encontra-los.

Percorremos em todos os cantos que existiam por ali, nada, nada e nada.

Cheguei ofegante na sala onde esbarrei com Peeta que vinha na mesma direção com a expressão receosa.

-Onde você acha que eles estão? –ele perguntou para mim, me segurando quando tropecei nos seus pés.

-Não sei! –exclamei me virando para ele. –Eles não sairiam uma hora dessas, sairiam?

Peeta pensou sobre o caso, podia ver seu rosto agoniado. Podia sentia a mesma coisa.

Ele resolveu partir para o telefone onde discou os números com tanta força que pensei que ele iria quebrar as teclas.

Fui ao seu lado e me sentei, encostei meu ouvido no telefone juntamente com ele e esperamos alguém atender, a perna de Peeta batia com tanta pressa que ao menos eu conseguiria acompanhar.

-Alô? –uma voz abafada atendeu, ele havia ligado para o Gale? Tínhamos acabado de sair de onde eles estavam no mesmo tempo que eles. Ele não teria como saber. O que ele esperava?

-Gale? Por acaso Will está aí? –ele disparou indo direto ao assunto.

Will? Refleti por um momento o que ele estava pensando e mexi a boca sem emitir palavra alguma.

“O que você pensa que aconteceu?”

Peeta olhou para mim sem responder, com a cara amarrada, ele esperava o telefone que havia ficado em súbito silêncio.

-Ele não está, na verdade iria ligar para você agora mesmo, por acaso ele não está aí, não?

A expressão de Peeta endureceu ainda mais, isto é, se isso fosse possível.

-Não, ele não tá...

Dessa vez, eu fiquei intrigada, Anny e Fynn não estavam ali, muito menos Haymitch ou Haymi. Onde raios eles haviam se metido?

E agora Will havia desaparecido também.

-Bom, talvez ele só esteja passeando por aí, obrigado, em todo caso. Se você quiser eu aviso para ele que você ligou quando ele chegar.

-Não é preciso, obrigado. –Peeta respondeu se despedindo e desligando o telefone.

Ele se levantou e foi direto para o nosso quarto sem comentar nada.

Suspirei, talvez eles estivessem dando uma volta também, quem sabe Anny e Fynn estivessem com Will? Ele não iria se perder por aqui, creio eu.

Pelo menos eu mantinha esperanças de que fosse isso mesmo que estivesse acontecendo.

Escutei um baque surdo vindo do quarto, levantei-me e fui para lá, Peeta estava caído no chão segurando a sua perna.

-Câimbra. –ele gemeu do chão.   

Respirei fundo e me ajoelhei na sua frente, massageando sua perna para ver se a câimbra passava.

Pov. Anny.

Pense Anny... Pense!

O que você pode fazer em uma floresta onde você não conhecia e nem sabia o que existia dentro dela, perdida junto com seu irmão e sem nenhum alimento ou material de sobrevivência?

Pense, pense, pense, pense...

O que meu irmão foi fazer? Ele não podia refletir no que fazia pelo menos uma única vez na vida?

Apenas uma coisa vinha na minha mente: estamos fritos, totalmente fritos.

Começava a esfriar mais do que já estava naturalmente, se continuarmos desse jeito não iríamos progredir em nada.

Resolvi tomar jeito e fazer alguma coisa. Qualquer coisa.

Ficar parada escutando os barulhos incompreensíveis da floresta estava me frustrando cada vez mais, eu decididamente não queria descobrir o que havia a minha volta.

-Fynn. –levantei minha cabeça repentinamente assustando meu irmão que me encarava no chão a minha frente. –Tente pegar o máximo de galhos que achar, de preferência secos.

-Sim. –ele respondeu prontamente recolhendo do chão os galhos que era o que não faltava por ali. Enquanto isso limpei uma área para fazer a minha fogueira.

Isso se a fogueira der certo, mas se não desse... Bem, iríamos passar frio. Muito frio.

-Isso aqui está bom? –Fynn perguntou com galhos o arranhando nos braços cheios.

-Ótimo, coloque-os ali, por favor. –pedi apontando para o meu lado, ele fez o que mandei.

Arrumei delicadamente os galhos, vi que meu irmão me observava impaciente.

-O que você tá fazendo? Não me diga que decidiu fazer uma casinha com isso?

Olhei-o incrédula.

-Lógico que não, estou tentando fazer uma fogueira. –e voltei para meu trabalho minucioso.

-Ah, entendi. –ele exclamou. –então por que tá demorando tanto?

E dizendo isso esparramou todos os galhos no meu campo limpo, desarrumando os galhos que eu havia colocado cuidadosamente no lugar.

-Fynn!

-O que? –ele disse pegando uma caixa de fósforos do bolso da calça e acendendo um, botando nos galhos que começaram a queimar de imediato.

Olhei para a caixa em suas mãos, abismada, e de volta a ele.

-Posso saber desde quando você guarda isso no seu bolso? E por que não fez isso antes?

Ele pareceu perceber a caixa em sua mão só agora, arregalou os olhos e abriu um enorme sorriso para mim.

-Eu esqueci. –soltou um risinho e eu olhei-o de testa franzida.

-Você esqueceu?

Ele anuiu e começou a fazer desenhos no chão.

Está bem, se acalme Anny. Você não pode matar seu irmão, isso é proibido. Respire. Isso mesmo, agora, se controle e tome controle da situação novamente.

-Está certo. Tem mais alguma coisa aí que “esqueceu” de mostrar? –perguntei fazendo aspas com as mãos.

Ele enterrou as mãos no bolso e começou a procurar e depois de um tempo ele torceu a boca em uma cara de repulsa retirando dali um pedaço de pizza, que não estava de boa aparência.

Na verdade, estava de péssima aparência, e quando digo isso, é a pior aparência que se pode imaginar, ela estava de uma coloração um tanto diferente e mole. Muito mole e nojenta.

-De onde isso saiu? –ele indagou para si mesmo jogando o pedaço para longe, aquilo caiu perto da moita ao nosso lado com um barulho de coisa mofada (se é que isso dê para entender).

-E você acha que eu sei? –falei olhando com aversão para aquela coisa, imaginando se ainda estava comestível.

-O que eu sei é que não, aquilo não dá para comer. –ele afirmou olhando para mim como se soubesse o que eu pensava.

Desviei meu olhar daquela coisa e me dirigi a ele.

-E por que você está olhando para mim desse jeito? –me defendi. –Eu não estava pensando em nada disso do que você acha.

-Aham. Ok. Se você diz... –ele disse rindo de mim que estava revirando os galhos da fogueira desconcertada.

-Só foi um pensamento passageiro, ok?

Meu irmão levantou a mão.

-Eu não disse nada.

Pov. Peeta.

Troquei-me rapidamente depois de minha câimbra ter passado, fui direto para a porta da frente.

-Aonde você vai? –Katniss me deteve, ela estava tão inquieta quanto eu.

-Uai, procurar Anny e Fynn. O que mais faria?

-Então eu vou junto. –ela se prontificou indo a minha frente, mas eu a impedi.

-Não, você tem que ficar aqui.

Ela olhou para mim atônita.

-E por quê?

Respirei e olhei para trás dela.

-Caso eles resolvam voltar, assim alguém vai estar aqui.

Katniss olhou para baixo.

-Você tem razão.

Eu me aproximei e a abracei, enterrando meu rosto em seus cabelos.

-Não volte muito tarde, está bem? –ela me preveniu, ri diante da frase.

-Mais do que já está?

Ela se separou e segurou meu rosto, olhando para os meus olhos, séria.

-Você entendeu o que eu quis dizer.

Sorri calmamente.

-Eu sei, querida. Pode deixar. –beijei sua testa e fui para as escadas descendo velozmente.

-Peeta! –Katniss me fez virar-se de volta para ela. –Eu te amo, está bem?

Sorri ainda mais.

-Eu também te amo, Katniss. Não se preocupe, não vou demorar, sim? Volto em um piscar de olhos.

Pisquei para ela e a escutei sussurrar antes de terminar de descer:

-Assim eu espero...

Pov. Fynn.

Minha irmã mexia na fogueira a frente, parecia abatida.

Mas o que eu esperava, também? Estávamos sem nenhuma alternativa se não esperar para o dia chegar e clarear a floresta escura para podermos procurar a saída daquele labirinto sem fim.

Ainda bem que eu havia comido antes de sair.

O crepitar do fogo estava enchendo nossos ouvidos, o silêncio tomava conta de tudo e eu estava deitado de costas, com as mãos apoiando minha cabeça como um travesseiro.

Consegui achar um lugar onde era possível ver uma parte do céu no qual estava estrelada aquela noite.

Nunca havia pensado em fazer aquilo antes, digo, deitar por um momento e observar o céu calmamente.

O vento da floresta trazia um ar etéreo e refrescante.

-Ei, Anny. –chamei-a, ela não respondeu, decidi continuar mesmo assim. –Lembra-se de quando o papai e a mamãe contavam para nós sobre quando eles ficavam em florestas como essa?  Será que era assim que eles se sentiam?

Ela virou-se para mim.

-O que você quer dizer?

-Bem, eu não digo dos jogos, mas de quando eles mesmos saiam para a floresta e de quando nossa mãe levou o papai para passar uma semana ali com ela... Mamãe disse que foi lá onde papai a pediu em casamento, e ela nos disse uma vez também, que nos levou para lá, mas éramos muito pequenos...

-Sim, eu me lembro desse dia. Ela havia me ensinado a manejar um arco e flecha pela primeira vez... e quando nós voltamos para o lugar onde acampávamos você havia se lambuzado todo com a lama perto do riacho e quando papai tentou pega-lo você o empurrou para dentro da lama, saímos de lá todos sujos.

Eu ri, minha irmã saiu finalmente de perto da fogueira e decidiu deitar ao meu lado, começou a observar o céu também.

-O que você acha? Era assim que eles se sentiam?

-Assim como, Fynn? –ela questionou para mim, virei o rosto e vi que ela estava de olhos semicerrados, estava quase caindo no sono.

-Assim. –olhei para as estrelas, lembrava-me de quando meu pai havia me ensinado sobre a constelação, se bem que não me lembrava muito bem dos nomes que ele havia dito para mim. –Como se tudo estivesse bem.

Minha irmã ficou em silêncio por um momento.

-Olhando desse jeito... Sim, eu acho que sim, Fynn. Acho que foi exatamente assim que papai e mamãe se sentiram.

Sorri e imaginei como era o momento, e ali em meio das estrelas pude ver o contorno de um cavalo.

-Olha ali, Anny. –cutuquei-a até abrir os olhos. –Um cavalo.

Apontei e ela que olhou na direção indicada.

-Para mim parece mais um carneiro. –ela disse estreitando os olhos.

-Como você pode ver um carneiro nisso? –inclinei a cabeça para o lado, tentando ver melhor.

-Na verdade parece um cavalo com um arco e flecha.

Cavalo com arco e flecha? Meu pai havia me ensinado algo sobre isso, mas não era um cavalo... Não era um centauro? Sim, um centauro com arco e flecha.

Ficamos um tempo observando as estrelas, conseguimos ver um tigre, um dragão, uma carinha sorridente e até mesmo conseguimos ver Haymitch ali (não me perguntem como).

Vi uma estrela cadente passar.

-Anny! Uma estrela cadente! Faça um pedido! –falei fechando os olhos.

-Eu desejo poder sair dessa floresta. –ela resmungou ainda emburrada, então quando eu a olhei esbravecido ela riu e corrigiu fechando os olhos também. –Não, eu não desejo isso mesmo, mas não posso falar o que eu quero se não isso não se realiza...

Eu desejo... Hum, que possamos ter mais noites assim. Isso. Era isso o que eu queria.

Olhei para o lado e vi que minha irmã havia adormecido.

Então fechei os olhos e dormi.

Bom, ou ao menos, por um momento.

Pov. Peeta.

Perguntava para todas as casas se eles haviam visto um menino de cabelos loiros iguais os meus e olhos cinzentos ou uma menina de cabelos escuros e olhos azuis, ninguém sabia onde eles foram.

E para me animar ainda mais havia ganhado dois baldes de água fria por ter acordado duas vezes uma senhora, sem querer.

Como eu iria saber se já havia passado por ali? Estava escuro e ela ficava bem no canto, a casa nem dava para diferenciar das outras e eu não tinha como marcar quais eu já havia passado ou não.

Mas eu não ligava. Tudo o que eu queria era encontrar meus filhos logo.

Olhei para o relógio: meia-noite.

De acordo com Katniss eles ainda não haviam chegado em casa, o que a deixou ainda mais preocupada. Nós sabíamos que eles não ficariam fora até tão tarde da noite.

Talvez eles só houvessem se perdido.

Havia passado por todo o distrito 13 sem encontrar nem um vestígio deles. Onde será que eles haviam ido?

Então pareceu um vulto bamboleando por uma parte mais afastada, onde não havia casas mais.

Decidi ir até ele e perguntar, ele devia ser a única pessoa que ainda não havia ido consultar.

-Com licença... –pedi ao chegar mais perto, não dava para ver seu rosto direito, porém ele parecia estar todo sujo e falava coisas sem nenhum nexo.

-Senhor. –chamei. –Por acaso você conhece um-

Parei no meio da frase, aquele não era uma pessoa qualquer andando sem rumo por ali, era Haymitch.

-Haymitch? –agarrei seus ombros conseguindo finalmente o ver. Era ele mesmo. –O que você está fazendo aqui?

Haymitch titubeou por um momento até se firmar e me encarou.

-Eu tava andando floresta. –ele disse arrastado e pulando as palavras, estava completamente bêbado, seu hálito o denunciava assim como todo o resto. Como sempre.

-Certo, Haymitch. –isso era um avanço, lembro-me de quando Fynn queria ir procura-lo em uma época, às vezes ele havia ido dessa vez. –Você. Viu. a. Anny. ou. O. Fynn? –perguntei devagar para ele entender.

Ele me encarou por um momento e me abraçou.

-Docinho, você não sabe pelo que eu passei. –ele falou ignorando minha pergunta. –Foi uma catástrofe. –cuspiu no meu rosto.

-E o que é? –perguntei sem me interessar, mas querendo acabar logo com aquele papo furado.

-Eu estava ali ó - ele apontou dentro da floresta. –e eu vi uma fogueira enorme, e tinha um pedaço gosmento de uma coisa gosmenta no chão... parecia ter queijo ali, mas era gosmento...

Queijo? Fogueira? Coisa gosmenta?

Só podia ser o Fynn. Era ele. Tinha que ser ele.

Na calça que ele havia colocado antes de ir para a viagem era velha e lembro-me de ter encontrado uma pizza vencida jogada em um dos bolsos, mas havia resolvido deixar ali para ele tirar. E era uma pizza de queijo. De queijo!

E parecia que ele havia tirado.

E afinal, quem mais poderia ter feito uma fogueira ali? Ou estar por ali? Não que houvessem restado muitas pessoas que gostavam de ficar escondidos pela floresta.

Comecei a ter mais esperanças de encontra-los.

-Obrigado, Haymitch! –de tão feliz que estava eu peguei sua cabeça e beijei sua careca. –Volte para onde nós estamos hospedados e avise a Katniss que eu os encontrei!

Disparei floresta adentro sem me importar com o Haymitch berrando para mim. Eu os havia achado.

As árvores escondiam o céu acima de mim, mas ao chegar a uma clareira aberta pude visualizar uma fumaça, comecei a seguir para lá.

Havia por fim os achado!

Pov. Anny.

Quando eu tinha enfim conseguido dormir eu fui obrigada a acordar novamente.

E adivinha por quem?

É. Pelo Fynn.

-Anny! Anny! Que barulho é esse? –ele estava abraçado comigo e tremendo de medo. Fynn tremendo de medo? Isso era uma coisa rara.

Mas assim que ele disse isso eu pude escutar também.

Algo se movia pelas folhagens da floresta, e a moita a nossa frente se remexia, bem na moita onde a pizza estragada de Fynn estava.

Viu só? Sabia que aquilo nos traria problemas. Aquela pizza havia atraído animais. Animais nada amigáveis.

-Será... Será que são bestantes?! –Fynn exclamou e pude ver o porquê dele estar com medo. Ele não estava. Ele só queria me assustar.

Comecei a duvidar dos barulhos. Não devia ser ninguém.

-Ah, fica quieto Fynn. E pare de fazer gracinhas, sendo que isso não tem graça nenhuma. –voltei a me acomodar no chão, meio hesitante. Se bem que... Como que Fynn iria fazer algo tão bem feito assim?

Mas havia aprendido a nunca subestimar meu irmãozinho.

-Eu não estou fazendo gracinha! Não sou eu!

Entreabri um olho e encarei-o.

-E como posso saber se isso é verdade?

-Como que eu iria fazer aquilo? –ele gesticulou para que eu olhasse para a moita, e eu vi.

Dois olhos brilhantes amarelos. O que era aquilo? Um rosnado profundo pôde ser ouvido.

Comecei a ter minhas suspeitas se eram bestantes mesmo, talvez Fynn esteja certo.

Pulei na hora e comecei a me afastar, com Fynn grudado no meu braço.

Depois ele diz não ter medo de bestantes ou animais selvagens da floresta.

Então algo muito estranho aconteceu. O rosnado cessou e foi trocado por algo parecido com algum animal farejar.

Um latido bem conhecido apareceu e saltou para a parte iluminada pela fogueira, que havia percebido que já estava se abaixando.

-Haymi! –Fynn gritou correndo para o cachorro que lambia aquela pizza mofada.

O que Haymi estava fazendo ali? Como ele havia encontrado a gente?

Comecei a lentamente a me levantar.

Ergui meu olhar da visão do meu irmão com o cachorro e eu vi o que eu nunca, jamais, queria visualizar. Principalmente nesse tipo de situação em que havia me metido...


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Notas finais do capítulo

E então? Gostaram? Sim? Não? Talvez? Comentem e me digam o que acharam!!!! :DD
Vou tentar postar o próximo capítulo mais cedo. ^^