Um Dia Qualquer. escrita por Hikari


Capítulo 13
Sem rumo. - Parte V


Notas iniciais do capítulo

Oooi, desculpa a demora de novo hahaha
Sabe quando você sabe o que quer escrever mas simplesmente não vai? Tipo aconteceu isso comigo...
Bom, espero que gostem mesmo assim, esse é meio que uma enrolação para o outro capítulo hahaha.
Aqui está:



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Pov. Anny.

Dois olhos verde-mar estavam me olhando, assim como um sorriso torto e os cabelos ruivos bagunçados.

Will.

O que ele estava fazendo por ali?

Mas que momento perfeito de aparecer.

Sempre fazia isso, sempre chegava nos momentos inapropriados.

–Anny! –ele exclamou me vendo com o sorriso se alargando, então quando foi se aproximar avistou meu irmão com Haymitch. –Fynn?

Fynn pareceu notar sua presença apenas agora, como estava entretido demais fazendo a festa para o Haymi, ele assustou-se e caiu de costas quando escutou sua voz.

–Will? –ele levantou-se. –Ah! Estamos salvos!

Fynn correu e foi abraça-lo.

Will riu e deu um tapinha de leve em sua cabeça.

Ainda não havia entendido como ele estava ali. Ele não podia simplesmente ter aparecido.

–Will? –chamei-o e ele me encarou. –O que você tá fazendo aqui? Como você chegou aqui?

Fynn voltou-se para Haymi que estava devorando a pizza podre.

–Isso não importa! Ele vai nos salvar! Vamos poder sair daqui. –ele pegou a coleira de Haymi e tentou o arrastar para longe da pizza, no qual ele parecia grudado do tanto que lutava para não ser separado dela.

Cruzei os braços e fui à frente de Will.

–Você sabe o caminho?

Ele não respondeu por um momento, ele ficou apenas ali, me encarando.

–Will? –sacudi-o pelo braço e então ele pareceu acordar.

–Ah sim, eu sei. –ele sacudiu a cabeça. –eu vim por ali...

Ele apontou para a trás e então franziu a testa.

–Ou foi por ali? –ele falou em um tom quase inaudível, olhando para o outro lado.

–Não me diga que você também não sabe?! –gritei, transtornada.

Isso era absolutamente tudo o que eu queria. Ficar presa na floresta não só com o meu irmão, mas agora com Will. Com o Will.

–Desculpa... Eu me confundi... –ele respondeu de cabeça baixa, suspirei.

–Tudo bem, Will, não foi sua culpa. –coloquei minha mão em seu braço e ele levantou a cabeça, sorridente, como se tudo houvesse passado.

–E o que a gente vai fazer, então? –Fynn retomou a conversa, apoiando-se no Haymi. –Vamos ficar esperando aqui até alguém resolver passear pela floresta? Talvez a chapeuzinho vermelho apareça, vou pedir um autógrafo dela.

Retorci a boca.

–Não... Vamos ter que procurar as cegas mesmo. Will? Tem alguma ideia de onde começar? –perguntei, virando-me para ele.

Will sempre era bom em pensar em algo de última hora, talvez ele tivesse alguma ideia de que lado ir.

Ele passou os olhos em volta.

–Eu tenho quase certeza que estava vindo por aqui, então... Que tal tentarmos nesse caminho?

Ele apontou para trás, adiante se abria um longo corredor escuro no qual teríamos que seguir.

–Vamos? –ele perguntou e eu e Fynn concordamos com a cabeça.

Lá vamos nós...

O que temos a perder?

Mais perdido do que estamos não vamos ficar.


Pov. Peeta.

Maldita prótese de perna...

Sabe aquela perna que perdi nos jogos e tive que colocar prótese?

Pois é, era ela que estava me retardando.

Eu desviava das árvores e corria de encontro àquela parte da floresta onde havia visto a fumaça.

O único problema era aquela maldita prótese que ficava enroscando-se na vegetação do solo e me fazia tropeçar toda hora. Toda santa hora que eu podia estar com os meus filhos, salvos.

–Maldita... –praguejei arrancando outro pedaço de planta de minha perna e me desequilibrando, caindo de cara no chão a minha frente.

Cuspi um bocado de gramado que havia acabado engolindo e me apoiei no cotovelo olhando para trás furioso.

Respirando fundo me levantei, tentando não ser tão desastrado e cuidando para que não enrodilhasse mais nada em minha perna.

Quando ergui o olhar fiquei paralisado, túrbido.

Diante de mim havia dois caminhos, para onde eu iria seguir?

Tentei achar alguma parte onde dava para ver o céu, mas estava tudo bloqueado, parecia que eu teria que fazer pela a minha própria intuição.

Parei no meio dos dois caminhos, vendei meus olhos com uma mão e com a outra apontei para um dos caminhos, limpei minha garganta e comecei a cantarolar apontando cada vez em um caminho diferente conforme eu falava as palavras:

–Minha mãe me mandou escolher esse daqui, mas como eu sou teimoso vou escolher esse daqui! –tirei minha mão dos olhos e vi o que havia saído.

Meu dedo estava apontando para o lado direito.

Vacilei, olhei para o lado esquerdo e segui para o direito.

Comecei a andar mais devagar, será que eu escolhera o caminho certo?

Acho que sim, aquela tática nunca falhava.

Pelo menos, quase nunca.

Escutei um barulho de alguma coisa se movendo por entre as folhagens, virei-me de um pulo e fui em direção ao barulho.

Será que era Anny e Fynn?

–Anny? –tentei fazer o menor ruído possível. –Fynn?

Ninguém respondeu, levei minha mão nas folhas e as separei para os lados dando espaço para eu ver a última coisa que eu desejava.


Pov. Will.

Andávamos por entre as árvores a passadas largas.

Comecei a observar em volta, lembrava-me de ter passado por aqui, respirei, aliviado, ao ver que era familiar.

Parecia ter passado mais de uma hora desde que saímos de onde eles estavam de início.

Foi uma sorte encontra-los, mas tudo graças a Haymi.

Ainda bem que ele estava comigo.

–Ei, Will. –Anny me cutucou, apressada a me acompanhar. – Me diz, como você nos encontrou?

Reduzi minhas passadas que nem havia percebido que estavam apressadas, e andei ao lado de Anny que notei que estava ficando cansada.

–Haymi seguiu o faro de vocês.

Ela bufou.

–Acho mais que foi o faro daquela pizza estragada.

Ri, é verdade, era mais provável ser isso.

Notei que Anny estava começando a andar mais lentamente.

–Você quer parar um pouco? –perguntei a ela, que balançou a cabeça e fingiu respirar normalmente, o que só piorou depois quando ela começou a ficar sem fôlego.

–Vamos descansar. –decidi fincando os pés na terra, ela tentou me puxar.

–Não precisa. Vamos. Continuar.

Eu ri com o esforço dela, confesso que ela era bem forte, só que ela nunca iria conseguir me puxar.

–E eu digo: Vamos. Descansar.

Ela fechou a cara e se aproximou de mim.

–Vamos continuar! Temos que descobrir a saída. –ela cruzou os braços e fez uma cara de brava que eu achei engraçado.

Podia ver que ela estava cansada, estava notavelmente estampado em seu rosto, assim como Fynn que já havia desabado no chão e deitado a cabeça em Haymi que usou como travesseiro.

–Finalmente! –ele resmungou e caiu no sono.

Anny abriu os olhos e viu o irmão já dormindo, ela bocejou.

Dei um longo suspiro e me sentei espreguiçando-se.

–Vamos continuar amanhã.

Ela assentiu e sentou-se do outro lado, o lado oposto de onde estava, bem afastado.

Por que ela insistia tanto em ficar longe de mim?

Era assim desde quando tínhamos dez anos.

Deitei e cruzei meus braços atrás da cabeça, como apoio. Na verdade, eu não estava com sono, nem um pouco.

Nem precisei esperar muito para escutar a respiração contínua e suave dela. Sabia que ela estava dormindo.

Você pode me achar estranho, não é isso, se bem que eu não estou tão longe de ser estranho, de qualquer jeito.

Bem, desde quando nos conhecemos eu tenho a sensação de ter que a proteger, e desde então é o que eu venho fazendo.

Fechei os olhos e me lembrei de um dia em que eu havia a visitado quando tínhamos 13 anos, estávamos vendo um filme e ela estava morrendo de medo, Fynn debochava dela e eu estava quieto, quando ela pulou de susto e me abraçou, foi só por um momento, mas foi o suficiente, fiquei feliz pelo resto da semana.

Dormi com aquela lembrança.


Pov. Peeta.

Não via aquelas criatura há muito tempo.

O que elas estavam fazendo ali?

Uma enorme bestante me encarava, com aqueles olhos que eu nunca iria esquecer.

–Hãm... Ô-ou.

Ela rosnou para mim e eu comecei a correr para longe da criatura, como que podia ter uma bestante por aqui?

Escutei seu grito ecoar pela noite e seus passos pesados pelo chão.

O que eu faria? O que eu iria fazer agora?

A bestante me perseguia, como sabia que faria.

Olhei para todos os lados em busca de alguma árvore alta o bastante para eu escalar, ou qualquer coisa que eu pudesse me esconder.

Encontrei uma árvore razoavelmente grande, bem, aquilo estava ótimo.

Subi rapidamente nela e me segurei no tronco, a bestante tentou escalar, mas tudo o que conseguiu foi arranhar a árvore, sem sucesso.

Estava ofegando, não sabia que horas que eram, mas eu estava exausto e para não ajudar em nada a bestante continuava a cercar a árvore, rosnando esfomeada.

Talvez se eu dormisse ali só por um tempo não seria tão ruim assim... Pode ser que quando eu acordasse, ela já teria se cansado e ido embora.

Ajeitei-me no galho em que estava e quando vi que estava preso devidamente, tentei dormir.

No outro dia eu ia acha-los.

Mas então um pensamento me ocorreu e me deixou acordado a noite inteira.

Quem sabe quantas outras bestantes estariam por ali?

Será que havia outras perto de onde meus filhos estavam?



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Notas finais do capítulo

O que me dizem???? Não me matem... haha Comentem!!! Me falem se gostaram... ou não! :D
Ah o próximo vai explicar melhor como que o Will apareceu.