Um Dia Qualquer. escrita por Hikari


Capítulo 11
Bem vindos de volta e não se percam... - Parte III


Notas iniciais do capítulo

Oooooi, tudo bem? ^^
Sabe que dia é hoje? Sim? Não? Não?
Hoje é aniversário do meu irmãaao!! Palmas para ele o/ Ah sim, e dia das crianças, por isso, feliz dia das crianças! *^*
Bom, mais um! Espero que gostem. (:



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Pov. Anny.

–Acorda, princesinha. –alguém me cutucou delicadamente no braço, com a voz suave, mas parecendo que quisesse que eu voltasse a dormir do que a acordar.

Remexi-me na cama e puxei o cobertor para cima da minha cabeça resmungando. Eu estava com sono. E tudo por causa de certos irmãozinhos que não me deixara dormir.

Uma buzinada longa e estridente ressoou pela vizinhança inteira, acho que acordou até o pessoal do distrito 1.

Escutei alguém tombar e cair.

Tirei o cobertor do meu rosto para ver o acontecimento inesperado, lá estava meu pai derramado pelo chão, acabei acordando totalmente.

–Acho que sua mãe não está nada feliz comigo.

Ri da cara dele. É, parecia que ele queria enrolar ainda mais para poder não ir.

Outra buzinada encheu nossos ouvidos e dessa vez foi minha vez de escorregar em uma meia do chão e cair com tudo do chão duro e frio.

E agora meu pai que riu de mim.

–Pode parar já, Sr. Risinho. Isso não foi nada engraçado.

Meu pai levantou-se e estendeu a mão para mim.

–E quem começou, heim? –disse arqueando as sobrancelhas.

Bufei e aceitei sua ajuda. Meu joelho estava com um notável hematoma roxo. Mas que lindo.

Escondi para que meu pai não começasse o escândalo. Se eu ou meu irmão fosse ferido de alguma forma, mesmo da forma mais medíocre possível, ele começava a gritar, desesperado como se nós estivéssemos com braço cortado.

Peguei minha roupa que eu já havia arrumado noite passada (ou devo dizer nessa madrugada?) e fui para o banheiro correndo e meio mancando, não querendo escutar mais um das insistências da minha mãe nos deixando quase surdos.

–Anny? Você está bem? –meu pai se preocupou me vendo mancar.

Virei minha cabeça para ele e tentei andar mais normal.

–Estou sim, pai.

Ele andou um passo a frente em minha direção, mas antes que ele chegasse perto eu fechei a porta, trancando-a.

–Ufa. –respirei fundo.

Troquei-me o mais rápido possível, quer dizer, eu mais que enfiei as roupas em mim de qualquer jeito, sem me importar em colocar direito minhas botas marrons que estava usando ou pentear meus cabelos desarrumados e deixando-os parecendo uma juba.

Fui até a porta e antes de abri-la me lembrei dos meus joelhos, curvei-me e olhei para ele.

Não era tão feio assim... já havia tido ferimentos piores. Toquei com o dedo a parte roxa e ela ardeu, estremeci.

–Está pronta, raio de sol? –meu pai bateu na porta insistentemente.

Revirei os olhos.

–Pensei que não estivesse tão apressado assim.

–E eu não estou... mas alguém aqui sim...

As batidas foram substituídas por outra buzinada, dessa vez muito mais forte.

Respirei fundo e olhei para meu relógio de pulso. Atrasados. Pelo que eu me lembrava íamos pegar o trem das nove e já eram... não pude acreditar no que via, eram oito e cinquenta!

–Ai não. –escancarei a porta, não sabia que eram tão tarde assim.

–Por que você me deixou dormir tanto? –perguntei para o meu pai procurando a minha mala que eu havia posto do lado da porta.

–Ah, você estava tão bonitinha dormindo. –meu pai explicou com um sorriso constrangido.

Rodopiei no mesmo lugar e então parei na sua frente.

–Pai, eu tenho quinze anos.

Ele riu.

–Mas você vai ser sempre a minha princesinha.

A raiva me invadiu novamente, não gostava de ser tratada como criança, mas antes que eu pudesse revidar um pequeno pensamento incômodo resolveu aparecer, eu estava atrasada para alguma coisa...

Ah é, o trem.

–Pai, cadê minha mala? –perguntei, mais como o interrogando.

–Eu já deixei no carro.

Olhei para ele incrédula.

–ENTÃO POR QUE AINDA ESTAMOS AQUI?

Agarrei a mão do meu pai e corri para fora.

Meu pai se atrapalhou com as chaves e então eu tomei controle delas, fechei a porta.

Ele deu um sorriso desajeitado e desculpou-se falando que era por causa do frio.

Eu já falei sobre o clima? Sim, hoje o dia estava estranhamente gelado, nunca pensei que julho faria frio, mas hoje estava fazendo. Mesmo em minhas roupas eu estava congelando.

Disparei para o carro e me apertei entre Fynn que segurava Haymi no colo, o que ocupava praticamente o banco de trás inteiro, além de Haymitch esparramado do outro lado.

–Finalmente! –Fynn exclamou. –O que você estava fazendo lá? Se arrumando que não, né?

Olhei para mim mesma estava com uma calça jeans escura e uma blusa de frio de cor vinho longa, um cachecol cinza claro estava no meu pescoço enrolado de qualquer jeito e uma boina escura jogada em minha cabeça tentando esconder meu cabelo despenteado.

–Acho melhor abaixar isso aqui. –ele disse tirando minha boina e passando a mão nos meus cabelos rebeldes tentando arruma-lo, não deu muito certo.

Meu pai entrou no carro apressado e minha mãe virou-se para ele, nervosa.

–Por que demorou tanto? Vamos perder o trem!

E começou a socar o ombro do meu pai que apenas riu e disse.

–Não se você correr.

Ela torceu o nariz e segurou o volante, correndo o máximo que o carro permitia.

Quando chegamos e o carro parou, ele deu um tranco que quase me jogou para frente se eu não estivesse me segurando na porta ao lado.

Fynn estava ofegante do meu lado, Haymitch parecia que não tinha percebido nada e Haymi aparentava estar se divertindo.

–Mas o que foi isso? –ele surpreendeu-se, mas não deu tempo de ninguém responder.

Minha mãe saiu do carro batendo a porta com força, meu pai olhou para nós e suspirou antes de sair e ajudar a mamãe a pegar as malas.

Abri a porta e sai do carro respirando o fresco ar puro da manhã, ali no carro estava tão abafado que pensava que iria morrer sufocada.

Penteei meus cabelos com os dedos e quando eu fiquei satisfeita com o resultado coloquei a boina por cima, para amenizar a aparência e não deixar de mostrar que eu havia acabado de acordar.

Olhei para o relógio, faltava um minuto para o trem partir. Parece que minha mãe conseguiu.

–ANNY, FYNN, HAYMITCH, POR QUE VOCÊS ESTÃO PARADOS AÍ? –ela berrou com quatro malas ao mesmo tempo na mão enquanto meu pai tentava ajuda-la em vão, porque ela só o empurrava de volta.

O trem apitou e começou a andar, minha mãe havia acabado de dar os passaportes e ter entregado as malas, ela pulou para dentro dele, assim como meu pai.

Tivemos que correr para alcança-los, Haymitch por ser o mais velho e caduco conseguiu nos passar e ser o primeiro a chegar lá, ajudei Fynn a pular no trem junto com o cachorro que latia feliz da vida e eu quase não consegui entrar, pulei no último momento.

Ficamos por um tempo imóveis no mesmo lugar.

Estávamos abarrotados no canto do trem, o vento passava gritando pelos nossos ouvidos e a gente respirava com dificuldade pelo que acabara de acontecer.

–Peeta, você trancou o carro? –minha mãe perguntou tentando recuperar o fôlego.

–Hãm... Trancar o carro? –meu pai desviou o olhar e enrubesceu.

–Uru, lá se foi o carro. –Haymitch debochou se levantando e estralando as costas. –Vocês vão ter que pagar por isso, já estou velho e a cada vez mais que passo com vocês eu me convenço de que vocês querem me matar.

–Quem sabe? –retruquei e ele não respondeu, entrando direto para dentro do trem, juntamente quando um guarda saiu e nos olhou, repreensivo.

Papai se levantou calmamente e foi até o guarda de testa franzida, tentando explicar o ocorrido a ele.

Minha mãe, Fynn, o cachorro e eu entramos sorrateiramente para dentro do trem, sentamos no primeiro vagão livre que encontramos e esperamos por meu pai, como se nada houvesse acontecido.

Fiquei observando Fynn abraçando o cachorro fortemente, que choramingava querendo sair, tive pena dele.

Depois de um tempo papai chegou desanimado, sentou-se do lado de minha mãe e balançou um papel na nossa frente.

–Multa. Tudo que precisava. Não sabia que entrar no trem desse jeito era proibido. -reclamou.

–Pelo menos estamos todos aqui. –minha mãe assegurou-o, pegando sua mão.

Procurei por Haymitch e o vi jogado contra uma parede, sorrindo tentando dar uma de galante para uma senhora que acabou jogando um copo de água na sua cabeça. Ri com a cena.

Virei a cabeça para a janela e estudei a paisagem, aquela iria ser uma viagem tranquila. Creio eu.

Fechei os olhos e acabei dormindo.


Pov. Peeta.

Chegamos ao distrito 13, o trem parou e Katniss foi acordar Anny que havia acabado dormindo na viagem.

Apalpei o papel amassado que estava na minha mão fechada, abri-a e vi o que há alguns minutos antes era uma multa, uma bolinha de papel.

Fynn bocejou, ele também tinha dormindo, estava deitado no colo de Anny e Haymi tinha sido obrigado a ficar com ele, já como ele não o soltava de jeito nenhum.

–Já chegamos?

–Sim, garotão. –afirmei para ele.

Anny levantou-se e se espreguiçou, Katniss foi pegar as malas e eu fui chamar Haymitch que ficou a viagem inteira no corredor.

Depois de ter tentado acordar Haymitch e acabar tendo que o levar nos ombros fui ajudar Katniss com as malas, Fynn já havia prendido a coleira a Haymi que estava agitado e não parava de dar voltas nas pernas de Anny que tentava se equilibrar na parede do corredor.

Assim que saímos fomos procurar Gale e Agatha que falaram que estariam ali, mas não o achávamos.

–Anny! –escutamos uma voz conhecida. –Você chegou!

Aquela voz... Virei-me e vi Will, o irmão de Agatha, ele estava resfolegante, curvado diante de si mesmo, apoiado nos joelhos.

Ele sempre perguntava de Anny quando visitava nossa casa, junto com Gale e Agatha, estava atento quanto a isso.

Ele então se levantou e pudemos o ver melhor, ele estava com um casaco de couro e um jeans simples, tênis escuros e os cabelos ruivos bagunçados, como sempre estavam, mesmo no frio ele parecia suar.

–Vim aqui para dá-los as boas vindas, acho que vocês já sabem onde que é o apartamento de vocês, mas minha irmã e o Gale não puderam vir e então eles decidiram me enviar.

Pude ver Anny rolar os olhos e fitar ao longe, corando ao ver que ele sorria gentilmente para ela. Uma onda de ciúmes chegou até mim, como sempre acontecia quando chegavam perto da minha menininha.

–Por que eles não puderam vir? –Katniss resolveu perguntar e me tirar dos meus pensamentos.

Will voltou a olhar para nós e respondeu com a expressão séria:

–Agatha teve que ir para o hospital.

–PARA O HOSPITAL? O QUE ACONTECEU? –Fynn sobressaltou-se.

Will sorriu tranquilizador e riu. Aquele menino estava rindo mesmo que a própria irmã estava no hospital?

–Não foi nada, eu só estou brincando, não aconteceu nada de grave, eles só foram ver como que está o bebê. Já falando disso, eles pediram para ir visita-los lá depois.

–E você brinca com isso? Sabia que poderia ser algo sério?! –Anny brigou com ele.

–Calma, desculpa, não queria os assustar. Bom, vamos indo?

Eu e Katniss seguimos Will que andava do lado de Anny tentando puxar assunto. Fynn era puxado pela coleira por Haymi e o Haymitch resmungava de tudo que se encontrava por ali.

Eu quase fui para frente a fim de separar Will da minha filha, mas Katniss me impediu e segurou minha mão firme para eu não sair do lugar. Tudo o que me restou foi ficar observando minunciosamente o que ele fazia perto dela.

Chegando ao mesmo prédio em que nós nos hospedamos daquela outra visita que fizemos, Will se despediu.

–Nos vemos mais tarde. –ele acenou para Anny e para nós antes de seguir para o outro lado.

Fynn deu um cutuque na barriga dela.

–Hum, você e Will, heim?

–Credo! Não! Por favor. –ela grunhiu e entrou no prédio sem olhar para nós.

Katniss olhou para mim e sorriu radiante, sentindo-se alegre ao contrário de mim.

Pov. Fynn.

–Mana, você viu onde o Haymi tá? –andava pela casa inteira a procura dele, mamãe e papai haviam saído para visitar Agatha no hospital (um pouco a contragosto por parte do meu pai) e me deixara para cuidar dele, como eu havia prometido.

Anny estava sentada no chão com as costas na parede, abraçando as pernas e lendo um livro no qual eu não estava nem um pouco interessado.

Ela levantou os olhos e me encarou.

–Não. –e voltou para o livro. –Não me diga que o perdeu de vista de novo?

–É-e... –gaguejei, não poderia falar que sim, eu havia prometido que cuidaria dele.

Dei as costas para ela sem responder e voltei a minha procura com o cachorro, revirei todos os cômodos, mas ele não se encontrava em lugar algum.

Onde raios aquele cachorro teria ido?

Percebi que Haymitch não estava lá também.

Ai não. Minha vida já era.

Estava a ponto de ter que sair de casa, só que como eu encontraria Haymi em um lugar tão grande como o distrito 13?

Quer dizer, eu nunca iria conseguir.

–Precisa de ajuda? –minha irmã perguntou serenamente do canto dela onde ela havia deixado o livro de lado para ver eu me matando de procurar Haymi.

Tudo bem, eu confesso que eu precisaria de alguma ajuda. Mas não queria falar isso para ela.

–Não precisa. –peguei uma blusa de frio do meu pai que ficou larga em meu corpo como eu gostava e abri a porta deixando que um vento gelado batesse no meu rosto.

Congelei no mesmo momento. Tanto de frio quanto de medo.

Escutei um suspiro profundo atrás de mim.

–Eu vou com você.

Virei para minha irmã e a abracei com força.

–Obrigado, obrigado, obrigado, obrigado...


–Tudo bem, já me acostumei a isso também. –ela respondeu simplesmente, saindo e fechando a porta atrás de si. –Além do mais, Haymitch também desapareceu da face da terra, tenho que ir procura-lo mesmo.


Andamos o distrito inteiro e nada deles.

A noite já havia caído há um tempo deixando o tempo mais frio do que já estava antes, apertei o casaco do meu pai mais perto de mim.

Aquilo estava muito chato.

Olhei para minha irmã que procurava aflita os dois.

Resolvi animar um pouco o tempo.

–Ei, Anny, acha que eles foram comidos pelas bestantes?

Pude ver a expressão de Anny mudar e ela parar no mesmo lugar.

–Pode parar, Fynn. Aqui não existe nenhuma bestante. Você sabe disso.

Ri silenciosamente.

–Ahh, quem sabe não tenha alguma por aí? –falei baixinho me aproximando dela com as mãos na boca. –Eles podem estar bem atrás de você.

Minha irmã odiava quando eu falava das bestantes e o por quê?

Ela se borrava de medo delas.

Não que eu queria que ela ficasse com medo ou coisa assim... Mas era tão legal ver a cara dela quando eu falava disso.

Quando meus pais contavam para nós sobre como eles eram Anny começava a tremer compulsivamente, sendo que a parte das bestantes era a minha favorita.

E era como ela estava agora, tremendo.

Não era como eu estava planejando que acontecesse.

–Acho melhor voltarmos, está ficando muito tarde. –ela disse com os músculos enrijecidos.

Opa... Eu acho que era melhor eu não ter começado.

–Calma Anny, eu só estou de brincadeira. –impedi-a de continuar andando, segurando seu braço, mas ela me puxou e me arrastou com ela. –Anny! Ainda não achamos Haymi e Haymitch!

–Tentamos amanhã de manhã. Temos um mês para achá-los, lembra?

–Anny!!! –lamentava-se, olhava para os lados desesperado, queria continuar a procura, não podia voltar e encarar meus pais sem o Haymi comigo, eles nunca mais iriam me deixar trazê-lo de novo.

Até que eu vi um movimento familiar na floresta ao lado de nós.

–Espera, acho que eu o vi.

Minha irmã parou de andar e se virou para mim, com curiosidade e um brilho nos olhos.

–Achou?

Assenti, acabei de vê-lo de novo, o rabo peludo de Haymi balançando na borda da floresta, apontei para a direção que eu havia acabado de o ver.

Estávamos em uma parte do distrito onde em nossa volta não havia nenhuma casa, só a floresta, e ela estava escura e dava para se escutar vários ruídos. Mas eu tinha certeza que ele estava ali.

–Você não está falando sério, não é? –Anny perguntou boquiaberta olhando para a floresta.

–Claro que estou. Tenho certeza que o Haymi está dentro na floresta.

Ela me encarou novamente, receosa a minha teoria, acabei tendo que leva-la para lá.

–Dentro da floresta? Você não viu um bicho qualquer, não? Quer dizer, têm vários aí dentro... –ela tentou se soltar, mas dessa vez eu não deixei.

–Eu o vi, Anny.

Entramos na densa cobertura de árvores, minha irmã relutava em seguir adiante e segurava minha mão firmemente.

Olhava para todos os cantos, tinha absoluta certeza que era ele. Afinal, de quem mais seria aquele rabo? Era igualzinho.

Continuava andando para frente, de vez em quando podia ver o rabo de novo e eu o segui até chegarmos a uma parte da floresta cheia de cipós e troncos mais grossos, com variações de árvores grandes e pequenas delineadas igualmente em nossa volta onde eu o perdi de vista.

–Hum, Fynn... Já o achou?

–Espera. –finquei meu pé na terra, vi um movimento do meu lado.

O rabo apareceu de novo! Tentei me soltar da minha irmã, só que já como ela insistia em não permitir que nos separássemos acabei indo com ela até a direção do rabo peludo.

–Haymi! Até que enfim te achei. –quando estendi a mão para tocar o rabo ele se moveu e subiu na árvore.

Franzi a testa, cachorros podiam subir em árvores?

Então eu vi. Não era Haymitch. Era um esquilo.

Eu não acredito que eu fui enganado por um esquilo.

Mas como? Aquele rabo era tão parecido com o de Haymitch...

–Fynn? –minha irmã me chamou.

Olhei para ela e agradeci por ela não estar vendo o que eu via, recuei alguns passos e ri nervosamente.

–Ér-... Hum. –falei hesitante.

Tombei com uma árvore e gemi.

–Fynn!

–O que? –perguntei tentando achar o lugar de onde viemos, mas por onde nós havíamos chegados? Todas as árvores pareciam idênticas.

–Fynn... Me diga que você achou o Haymi, sim?

–Bom... Quando a isso...

–Você não o achou?!?!?! –ela gritou comigo.

–Eu pensava que eu o tinha achado! Mas...

–Mas o quê?

–Era um esquilo.

Ela não respondeu para mim, ficou apenas me encarando.

–Eu não acredito que você fez isso, Fynn. –ela murmurou e bateu a cabeça no tronco da árvore, eu sei, eu sou um bobalhão, ou na verdade, pior ainda.

–Era um esquilo... Está bem, você cometeu um engano, agora me diz, por favor, que você sabe o caminho por onde que a gente entrou para voltarmos? –ela perguntou para mim lentamente, sem ao menos olhar para os meus olhos.

–Hum... não.

–Eu não acredito nisso. –ela repetiu consigo mesma, andou de um lado para o outro e me puxou para uma parte da floresta, seguimos adiante e em todos os lugares em que parávamos não achávamos nada de que nos lembrava de onde era a saída.

Eu não acho que melhorou muito a nossa situação.

–Eu não acredito nisso! –ela falou finalmente se rendendo e caindo no chão.

–Nem eu.

Ela me lançou um olhar fulminante e levou as pernas até o queixo onde ficou com as mãos apoiadas no joelho e apertando a testa. Conhecia o que ela estava fazendo, ela estava tentando pensar em algo.

Bom, tomara que ela pense logo.

Estávamos perdidos dentro da floresta, onde nós nunca havíamos estado antes.

E tudo por minha culpa.




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Notas finais do capítulo

O que me dizem??? Gostaram? Não gostaram? Comentem!!