Que Chegue Até Você. escrita por L-chan_C-chan


Capítulo 8
Parte VIII - Pós-Festival.


Notas iniciais do capítulo

Yo Minna! o/
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De boa na lagoa? Suave na nave? Como foi a semana de vocês?!
A minha foi bem legal... Eu tava com um bloqueio básico, mas graças aos seus comentários, consegui terminar o capítulo a tempo! E acho que ficou bem legal. :3
-
Espero que eu esteja certa e que vocês curtam. q



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PARTE VIII – Pós-Festival.

Neji se levantou com uma dor de cabeça torturante, e ficaria deitado o dia inteiro se assim pudesse. Infelizmente, tinha que ir para a aula. Não havia ajudado em nada no festival, e se perdesse a limpeza poderia perder uma das notas mais simples do ano. E claro, como o futuro administrador das terras dos Hyuuga, não poderia permitir sujar seu histórico.

Então, como o bom e disciplinado garoto que era se levantou, mesmo contra sua vontade, e seguiu até o banheiro para a higiene pessoal. Tomou uma ducha relaxante e rápida, e vestiu o uniforme. Não foi surpresa ver Hinata em pé, com uma mesa quase pronta de café da manhã. Ela sorria enquanto terminava o café que apenas ele bebia, o que o fez sorrir. – Neji nii-san! – Ela exclamou ao notá-lo, e prontamente serviu uma xícara de café preto com pouco açúcar, do jeito que o rapaz gostava. – Pensei que ficaria em casa hoje! – Comentou enquanto secava as mãos. O moreno deu os ombros.

- Eu ficaria se pudesse, mas tem uma nota em jogo. – Ele murmurou por trás da porcelana, e a moça compreendeu.

Sentou-se no seu lugar e passou margarina num pedaço de torrada, servindo-se posteriormente.

Os primos passaram minutos em silêncio, e o rapaz matutava internamente como falar sobre o dia anterior sem que ela ficasse irritada ou constrangida. – Hinata... – Ele tentou começar, mas perdeu a coragem ao ouvir os passos rápidos de Hanabi no corredor.

Hina riu ao ver a irmã, descabelada, passar pela porta da cozinha. – Onee-chan! Por que não me acordou?! – A caçula brigou.

- Eu tentei. – A outra se defendeu. – Mas você disse que acordaria sozinha em cinco minutos, lembra? – Um biquinho surgiu nos lábios róseos da mais jovem. Ela cruzou os braços e deu passos pesados até seu lugar, sentando-se e se servindo de qualquer coisa doce que estivesse sobre a mesa.

A partir de então, as coisas pareceram ficar mais animadas. Depois das últimas conversas com o primo, Hanabi não se sentia mais tão desconfortável e conseguia agir de maneira habitual. – Ontem eu fui até o festival. – Ela contou enquanto mastigava um pedaço de bolo de laranja.

- Hanabi... – Hinata disse com censura, mas foi simplesmente ignorada.

- Eu fui até a sua sala, mas a onee-chan estava cozinhando... Naruto-nii que me atendeu! Acredita que ele roubou um cupcake para mim, e outro pra Mayu?! Naruto-nii é tão corajoso! – E suspirou apaixonadamente, o que fez veias pulsar na testa de Neji.

Como se não bastasse uma apaixonada, a outra também estava encantada. – Eu não chamaria isso de coragem. – Ele comentou quando não mais conseguiu se segurar. – Chamaria de inconsequência. Todos sabem que Naruto Uzumaki é um completo idiota e que nunca tem noção do que faz ou deixa de fazer, então... – Ele preferiu parar de falar ao sentir o clima tenso e olhares irritados de ambas as primas. Pigarreou e olhou para o relógio. – Já está tarde, vamos nos atrasar. – Avisou enquanto se levantava.

As garotas concordaram, e após pegarem as maletas, saíram. Como rotineiramente, Neji e Hinata levaram Hanabi até a escola e seguiram juntos até o colégio. Além do tempo, eles não comentaram nada no caminho, e depois de reverências educadas na entrada, seguiram para suas respectivas salas.

Era a primeira vez que chegava atrasada na aula, então se surpreendeu ao dar de cara com aquela bagunça: mesas desmontadas de um lado, cortinas de outro, placas que ela nem sabia para quê foram usadas durante o festival... Estava uma perfeita bagunça! – Hinata! – Sasuke parecia estar furioso, e ela corou ao ouvi-lo falar de maneira tão ríspida. – O que está fazendo?! Deveria ter vindo mais cedo hoje! – Ela enrubesceu com a bronca, curvou a fronte e desculpou-se mais de uma vez.

- Ei, Teme! – Naruto fechou a cara ao notar o que estava acontecendo, e se aproximou no mesmo instante irritado ao ouvir o tom da voz do Uchiha. – Foi o primeiro festival dela, dá um desconto! – Ele pediu de maneira educada, mas tinhas as sobrancelhas juntas e estava claro que dependendo da resposta do moreno, ele provavelmente o espancaria.

- Tanto faz. Ajude as garotas. – Ele murmurou e se afastou, fazendo Hina respirar aliviada. Naruto cruzou os braços, ainda parecia chateado.

- Não ligue para esse idiota.

- N-Não... Fui eu quem chegou atrasada, então é minha culpa... – Ela ainda estava constrangida. Naruto a olhou de lado, desta vez com uma expressão mais suave.

- De verdade, ele não falaria contigo desse jeito normalmente... Mas parece que aconteceu algo entre ele e a Sakura-chan ontem. – E apontou com a cabeça para a colega rosada. Hinata seguiu o olhar e se surpreendeu com a Haruno jogando os arranjos num saco grande e preto; ela estava com a cabeça baixa e usava seus óculos de armação vermelha, úteis apenas para a leitura. – Os olhos dela estão inchados. – Ele comentou, fazendo Hina se sentir péssima por não ter notado nada no dia anterior. Afinal... Sakura era uma de suas poucas amigas.

- Sakura-san... – Ela murmurou com pesar, mas Naruto deu os ombros.

- Eles precisam passar por isso para que possam se acertar então não se preocupe. – E sorriu na direção dela. – E você, dormiu bem? – Ela corou no mesmo instante, ao se lembrar de que havia sonhado com a dança. – Eu sonhei com a Hinata-chan. – Ela arregalou os olhos, e vermelha como um tomate olhou no rosto dele como se tivesse com um bigode feito de caneta.

Ele riu com a expressão dela, e deu um peteleco leve na testa pálida. – Vamos trabalhar antes que o Sasuke volte. – E se afastou com dois sacos de lixo.

- Hinata, me ajude a desfazer essas costuras! – Ouviu Ino chamar e foi acudir prontamente.

Quando Ino dispensou Hinata para que pudesse almoçar, ela não pôde evitar mais um olhar na direção da Haruno.

Sakura parecia não estar naquele mundo... Ela não conversava, apenas respondia, e estava terminando de arrumar algumas carteiras quando o professor Kakashi se aproximou para dizer algo. Hina não sabia o que fazer. Não sabia se devia se aproximar e confortá-la ou perguntar o que havia acontecido... Afinal, amigos gostam de compartilhar as coisas não é? Mas tinha medo que a atitude fosse indiscreta demais. Porque Sak podia ser muito gentil e alegre, mas a Hyuuga havia notado mais de uma vez quão cautelosa era quando o assunto era Sasuke.

O Uchiha tinha gritado com os colegas o dia inteiro, ninguém ali jamais o tinha visto daquele jeito, tão explosivo, mas ele não se aproximou de Sakura nem por cinco minutos durante todo o dia. Ela era a mais lenta nos afazeres, e a com menos atividades, mas ele fingia não notar.

Mesmo pedindo para que o amigo o dispensasse junto de Hinata, Naruto só recebeu berros em resposta. – Sakura. – O professor chamou-a mais uma vez, trazendo-a de volta para o mundo real. – Vá lanchar com a Hinata-san. Vocês são amigas não é? – A rosada concordou com a cabeça, lentamente.

Levantou-se, pegou o bento na bolsa e saiu da sala sem se despedir de ninguém. Na realidade, ela não estava com nenhuma fome, nem sede, nem vontade de fazer nada. Preferia ficar na sala, sossegada fazendo coisas que nem ela sabia o que eram, mas o olhar preocupado de Kakashi a fez concordar.

O tio era um bom homem, afinal. Meio desligado e despreocupado, mas sempre fazia de tudo para estar presente na vida da sobrinha, tentando ao máximo cobrir a lacuna deixada pela morte dos seus pais. Claro que isso era impossível, mas o que valia, no fim das contas, era a intenção. Então, como uma boa garota, Sak o obedeceu, e subiu até o terraço do colégio, surpreendendo-se ao encontrar a menina Hyuuga já ocupando o lugar.

Hina mordia uma omelete que parecia deliciosa, e esbugalhou tanto os olhos ao vê-la sair de trás da porta que a Haruno não pôde evitar uma gargalhada, fazendo a morena engolir a comida. – Sakura-san! – Ela exclamou, e a rosada acenou com um sorriso. Aproximou-se e se sentou ao lado da de olhos perolados.

- Posso? – Pediu, e assim como esperava, Hinata concordou apressada. Elas almoçaram em silêncio absoluto embora a de cabelos azulados estivesse tensa e ansiosa, e se perguntasse mentalmente o que deveria fazer naquela situação.

Estava num dilema interno quando olhou escondido para a amiga, e pôde notar que os orbes verdes estavam perdidos no horizonte e a comida no bento, intocada. – Sakura-san... Você está bem? – Ela questionou hesitante, e a Haruno pareceu despertar, olhando-a com uma expressão confusa.

- E- Eu estou bem... – Gaguejou em resposta. Os olhos perolados, decepcionados, caíram ao chão, o que fez a outra suspirar. – Tudo bem, talvez eu não esteja tão bem assim. – Murmurou, tomando mais uma vez a atenção da colega. Ela deu um sorriso forçado e suspirou longamente, tomando coragem para o que estava prestes a fazer. – Sabe... Eu me confessei para o Sasuke-kun. – Começou. – Ele me rejeitou. – Hinata abriu a boca para dizer algo, mas não conseguiu pensar em nada. Sentia os olhos se encherem d’água, e ao perceber que ela logo choraria a rosada se apressou em continuar. – MAS... – Falou alto para que a outra se controlasse. – Alguns dias depois ele me chamou para sair. Tudo ia certo... Ele até me chamou para dançar... Eu me irritei, porque ele disse coisas idiotas, e então ele acabou falando que eu tinha entendido tudo errado! – As sobrancelhas róseas se juntaram, irritadas, e os olhos esverdeados furiosos fitaram o rosto pálido da moça. – Pode acreditar nesse absurdo? Ele não é um completo idiota?! – Hina se apressou em concordar. – Qualquer um teria pensado que ele estava interessado!

- S- Sim! – E com mais um suspiro pesado, Sak puxou um tomate pequeno e mastigou-o raivosa. Por que ela estava triste? Devia estar com raiva, isso sim!

Ino não queria reatar a amizade? Não tinha porque ficar triste por isso, já que no fim das contas, a loira sempre agia como sua melhor amiga, mesmo que negasse aquilo.

E Sasuke? Sasuke Uchiha... Não passava de um desprezível filhinho de papai com um sério complexo de irmão, isso sim! Deveria agradecer aos céus que ele havia a rejeitado. O que diabos ela tinha na cabeça quando decidiu se apaixonar por aquele projeto defeituoso de Itachi?!

Ela era bonita, inteligente e corajosa! Não tinha porque ficar depressiva!

Pensando assim, levantou-se num súbito, e puxando a colega menor pelo pulso, a arrastou para a sala onde todos trabalhavam.

Elas fizeram tanto barulho na entrada que assustou alguns. Sasuke estava pronto para berrar uma bronca, quando sua ação foi interrompida pelos olhos verdes irritados. – Garotas! – Ela berrou, estendendo a mão esquerda para o ar. – Como trabalhamos muito mais que os garotos, merecemos uma comemoração! Então vamos todas para o karaokê depois da aula, certo?! – Aplausos soaram das moças da sala, e Ino não pôde deixar de gargalhar da atitude da Haruno, que estava claramente tentando infernizar a vida do amado. O moreno, por sua vez, deu uma cotovelada discreta no braço de Kakashi, pedindo para que ele a fizesse parar, mas o de cabelos brancos não o fez. E assim, para o desespero dos garotos, a festa feminina pós-Festival começou a ser planejada.

E quando todos terminaram o que deviam fazer, e as salas de aula tornaram a se parecer salas de aula, as garotas se juntaram para sair em grupo, animadas em imaginar que tipo de rapazes estaria no centro num dia de semana. Mas mesmo que Sakura insistisse, Hina, após se desculpar muito, não as acompanhou, para a alegria de Naruto, que a acompanhou até a escola secundária sem se importar com a presença de Neji.

Eles estavam alegres, conversando sobre os últimos dias, rindo de memórias que seriam eternas quando o pequeno furacão Uzumaki pulou na cintura do irmão mais velho. – Onii-chan não está atrasado! – Ela exclamou com um tom espantado.

- O que quer dizer com isso?! – Reclamou ele. – Eu nunca chego atrasado! – Mentiu, e como sempre fazia a rodopiou no ar arrancando gargalhadas deliciosas.

- Mentiroso! – A loirinha acusou, e puxou os cabelos do irmão assim que foi posta em suas costas. E só então percebeu as presenças dos Hyuuga. Ela se curvou nas costas do irmão e murmurou uma “Boa tarde” muito constrangida, graças à Neji.  Hanabi só os alcançou algum tempo depois, sabia que por mais que Neji fosse divertido dentro do clã, não aprovaria ela ficar pulando e correndo publicamente.

Ainda assim, ela sorriu para Naruto. – Naruto nii-chan! Há quanto tempo! – Ele concordou com um assentir.

- Como vai, Hanabi? – Ela ergueu dois dedinhos em forma de “V”, sorridente.

- Nós temos que ir. – O primo apressou impaciente, começando a andar na frente para que as primas o seguissem. As irmãs suspiraram e reverenciaram os Uzumaki.

- Até amanhã, Mayu! – A de cabelos castanhos acenou.

- Até amanhã, Hana-chan. – A outra respondeu com um bico.

- Desculpe. – Hina sussurrou tímida, e Naruto piscou em resposta, arrancando-lhe um sorriso envergonhado. E depois de mais uma reverência, ela se apressou em alcançar a família.

- Onii-chan, você está mesmo namorando a Hina-nee? – Mayuki perguntou enquanto deitava o rosto sobre a cabeça do mais velho.

- Ainda não. – E ela riu.

- Mas você vai namorar de verdade verdadeira, ou só de brincadeirinha? Como fez com a prima? – Naruto deu os ombros.

- Acho que vamos namorar de verdade verdadeira. O que acha disso? – Ela não respondeu, apenas beijou a cabeleira loira de Naruto, que entendeu perfeitamente que receberia o consentimento da mais nova.

Do colégio para o centro de Konoha levavam pelo menos vinte minutos de caminhada, e as mocinhas nem sentiram isso! Estavam tão animadas, e falavam tanto que os garotos provavelmente se assustariam se estivessem presentes.

Quando entraram num dos mais famosos karaokês – na verdade, o único karaokê da cidade, o que já era uma vitória adolescente se considerasse o tamanho de Konoha e sua população – deram pulinhos ao saber que a única sala disponível era uma em que um conveniente grupo masculino. E após a permissão dos rapazes de Suna – uma vila ainda menor que Konoha – elas entraram.

Os garotos eram beldades puras! Tinham apenas quatro, mas bonitos o suficiente para proporcionar alegria às doze garotas presentes.

O mais velho era um ruivo não muito alto, de pele clara levemente bronzeada e olhos castanhos que não paravam de analisar Sakura, que tinha a leve impressão de conhecê-lo de algum lugar que não se lembrava. O outro era alto, de cabelos castanhos; tinha um porte físico agradável e olhos negros de gato. – Eu sou Kankuro, de Suna. – Foi o primeiro a se apresentar, seguido por um moreno que lembrava Sasuke estupidamente, tirando o fato dos cabelos serem lisos ao invés de arrepiados. – Eu sou Sai.- Ele se apresentou sorridente. – Esse é Gaara. – Apontou para o que parecia ser o mais jovem do grupo. Também era ruivo, mas muito pálido e com olheiras básicas. Seus olhos conseguiam ser ainda mais esverdeados que os de Sakura e a pele ainda mais pálida que o último. Ele balançou a cabeça de maneira tímida, seduzindo todas as garotas no local. – E o outro é o Sasori. – Ino fez questão de se sentar ao lado do sósia Uchiha, e com um olhar de óbvio interesse, começou o assunto.

- Então vocês são todos de Suna? – Ela perguntou curiosa, mas Sai negou.

- Eles são de Suna. Eu só os estou guiando por Konoha. – Explicou, e ela suspirou como se aquilo fosse a melhor notícia da semana. – Você é...?

- Ino. Ino Yamanaka. – Se apresentou com uma piscadela. – Quantos anos têm, Sai-kun? – “Kun?”, Sakura pensou. Ino era mesmo muito corajosa.

- Eu? Sou uma criança de dezenove. – Os braços do rapaz se estenderam sobre o sofá, na direção dela, e Sakura imaginou onde aquilo poderia acabar.

O resto das garotas estava sobre Kankuro e Gaara, e ela não podia culpá-las. Kankuro parecia muito másculo e maduro para sua idade, e Gaara... Com aquela aparência, ele nem precisava ter tanta lábia. Até a tímida Matsuri estava no círculo do ruivo!

Enquanto isso, o mais velho do grupo se aproximou; tinha uma expressão tão pensativa e curiosa que fez a rosada enrubescer. – Ah, me lembrei! – Ele disse de repente. – Você é a maid daquela vez! – E num supetão, Sakura se lembrou de onde o conhecia.

Ele era o mesmo rapaz que abordara no segundo dia do festival, enquanto tentava provocar Sasuke. Corou imediatamente ao lembrar-se. – E vocês também estavam lá, não é? Ou ao menos a maioria... No tal café da sala do irmão do Itachi! – As garotas riram e confirmaram, e a partir daí, o festival foi a conversa principal do grupo.

- Quem vai ser o primeiro a cantar? – Alguém perguntou depois de um tempo, muito tempo na opinião de Sak, que se levantou imediatamente e correu para pegar o microfone.

Se ela tinha um motivo para ter organizado a bendita festa era para esquecer Sasuke, mas todos faziam questão de lembrar como tinha sido engraçado vê-lo servir as pessoas, e etc.

Ela escolheu a musica mais barulhenta da lista, e como uma desesperada, começou a cantar, aos berros, “Meikyuu Butterfly”, Nana Mizuki.

Ino tinha certeza que ela estava berrando daquele jeito porque não podia se embebedar como qualquer mulher adulta com o coração partido faria, e só conseguiu rir com a conclusão de que, mesmo com toda aquela inteligência, Sakura tinha mesmo um lado tão infantil quanto o de Naruto.

Mas, para a surpresa de todos, Sasori pegou o segundo microfone, e ao lado da rosada, começou a berrar as letras da musica de um jeito ainda pior que ela própria. E eles riram, enlaçaram o ombro um do outro, como se fossem uma dupla sertaneja e pediram bis.

Hinata estava compenetrada no jantar. No dia seguinte prepararia algo mais sofisticado, um prato ocidental ensinado pela mãe, Coq Au Vin, ou galo ao vinho. Levaria no bento no dia seguinte e pediria para que o seu amado Naruto provasse. Podia até imaginar a cara feliz dele... E estava sonhando tão alto que não notou quando Neji entrou na cozinha, sentou-se à mesa e esperou até que ela o percebesse.

Enquanto guardava as coxas de frango na geladeira mergulhadas no vinho dentro de uma vasilha de plástico, o primo pigarreou para ser notado. A moça o olhou de lado, e sorriu ao vê-lo. – Coq Au Vin, o que acha? – Ele deu os ombros.

- Você entende melhor do que eu... – Ela riu, e assentiu. Serviu a mesa e estava indo chamar a irmã quando sentiu as mãos de Neji prenderem seu pulso. Ela o fitou de forma confusa, e ele suspirou. – Precisamos conversar. – Avisou por fim.

- Conversar? – Pôde notar como ela havia ficado tensa, mas não recuaria!

- Sim, precisamos ter uma conversa muito séria... Sobre o senhor Uzumaki. – E o rosto dela empalideceu.

Sasuke estava sentado sobre o muro baixo do clã Uchiha. Olhava para o relógio periodicamente e a cada hora passada, era um suspiro impaciente exalado. O que aquela idiota estava fazendo, ficando até depois das nove horas da noite na rua?!

Nenhuma das colegas vinha por aqueles lados, então ela provavelmente voltaria sozinha... Era mesmo uma idiota e inconsequente! Ela não pensava no quanto preocuparia Rin e Kakashi?! Embora os dois fossem cabeças-duras.

Fazia suas reclamações mentalmente quando enfim viu a sombra de alguém vindo não de muito longe. Pulou do muro, pôs as mãos no bolso da jaqueta e caminhou até o vulto... E se escondeu atrás de uma das cerejeiras no portão assim que percebeu que ela não estava sozinha.

Mas não era Ino quem a acompanhava... E sim um homem ruivo e alto que Sasuke conhecia de algum lugar... – Tudo bem, eu já cheguei. – Ele ouviu Sak falar num tom tímido demais, para seu desgosto.

- Eu conheço bem as bandas Uchiha, já vim algumas vezes com Itachi... E também, o hotel que estou ficando não é muito longe, então não se preocupe. – Cautelosamente, olhou pela fresta da árvore, e corou de raiva ao vê-la corar de vergonha.

- Já que é assim... – Ela sorriu e o reverenciou. – Obrigada.

- Foi muito divertido. Podíamos repetir qualquer dia desses. – Só por cima do meu cadáver, pensou Sasuke. Mas Sakura riu... Por que ela estava rindo? Ela não deveria estar rindo, deveria estar chutando aquele cara!

- Qualquer dia. – A rosada prometeu, e o Uchiha socou a árvore em resposta, logo se escondendo. – Ouviu isso?

- Deve ter sido um bicho... – O ruivo idiota comentou. – Bem, já está entregue. Até outro dia, então. – Sakura concordou. E após outra reverência, entrou no clã. Só depois de ficar fora de vista o desconhecido se afastou, com um sorriso encantado no rosto.

Um sorriso nojento, que fez Sasuke se lembrar das insuportáveis palavras de Naruto: “tomara que um cara a tome de você”, foi o que o amigo havia dito... Como se ele fosse permitir aquilo...

E de súbito, lembrou-se do dia anterior, e das lágrimas doloridas da rosada. E com um aperto no coração, se perguntou o que ele estava fazendo. 


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Notas finais do capítulo

Só revisei duas vezes, já que acabei há pouco tempo... Como eu disse, estava com um bloqueio irritante. u.u'
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Enfim. Ontem eu li uma one muito boa, recomendo para todos os autores que leem: [http://fanfiction.com.br/historia/71009/Como_Se_Tornar_Um_Bom_Escritor/]
É super divertida, e mesmo que você se sinta constrangido enquanto lê, por cometer gafes ali presentes, acho que vale muito a pena ler. xDv
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O que estão achando da história? Às vezes me pergunto se não estou sendo rápida demais com Naruto e Hinata... E lenta demais com Sasuke e Sakura. XD
Bem, o desenrolar da história está planejado, só falta passar pro papel... Mas mesmo assim não consigo deixar de sentir isso, sabe? Hesitação em relação aos desenvolvimentos. u.u'
De qualquer forma, eu estou me esforçando. :)
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O capítulo tá postado e o próximo deve sair domingo. Eu já comecei a escrever... Mas tenho seminário básico essa semana, então já podem imaginar o desespero dessa tão tímida escritora. XD
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Duvidas, críticas, sugestões? Leitores que comentam de verdade são muito sdç, então podem vir com tudo! XD
Nos vemos domingo que vem!