PARTE IV – Um Domingo Interessante.

A semana se passou mais rápida que a anterior. Quando Hinata abriu os olhos naquela manhã de domingo, mal pôde crer que já se passavam das oito da manhã!

Neji e Hiashi ainda não haviam voltado para a cidade, e para a felicidade de Hanabi, não pareciam voltar tão cedo.

Os olhos da Hyuuga mais velha seguiram até a cama da irmã caçula, que dormia de forma nada graciosa, com os braços e pernas abertas e esticados a mostra, já que os lençóis estavam caídos ao chão. Hinata abafou um riso e ao se levantar tratou de cobrir a caçula.

Após velar o sono da tão querida irmã por alguns minutos, ela seguiu para a suíte para o ritual matinal enquanto repassava todos os acontecimentos da semana mentalmente.

O tema para o festival cultural de sua turma era um café onde rapazes se vestiriam de mordomo e as moças, de maid. Ela não havia conseguido engolir aquela história de se vestir de empregada num uniforme que seria escolhido por dois garotos – e por mais que ela admirasse Sasuke e Naruto, eles ainda eram garotos. Por isso, se esforçou ao máximo para que conseguisse o cargo de cozinheira e não tivesse que atender aos clientes... Mas Sasuke era espero demais para deixar escapar uma maid que com certeza traria muito lucro para a sala, e como um bom gênio Uchiha, decidiu que Hinata ficaria com o turno da manhã, onde faria o máximo de petiscos possíveis, e a tarde, ao lado de Sakura, Kiba e Naruto – e mais alguns que não eram de seu círculo de amizades -, ela atenderia aos clientes enquanto Ino a substituiria na cozinha.

Sakura havia ficado muito sentida com o fato de sua comida – que por sinal era pior do que qualquer um imaginaria – não ser escolhida, mas não foi difícil para Sasuke convencê-la de que “a primeiríssima nas aulas de matemática não deveria perder tempo na cozinha enquanto poderia ficar de olho no caixa, que era o mais interessante de todo o festival”, frase que a propósito conseguiu arrancar mais suspiros do que – e Hinata estava quase certa disso – teria se ele tivesse elogiado algum de seus pratos.

Então, num súbito, ela se lembrou de que hoje era o tão esperado e planejado dia de ir atrás das fantasias.

Com uma velocidade anormal, ela terminou sua higiene matinal, vestiu roupas qualquer, fez uma ronda muito mal feita pelo clã, fez as panquecas para a irmã, que ela tinha certeza que reclamaria por acordar e não vê-la em casa, e após toda a maratona, correu para se vestir. Optou por um vestido branco e simples, que ia até três dedos acima dos seus joelhos, e colocou um casaco longo fino, de cor azul-clara e não teve tempo de decidir o que fazer no cabelo; deixou-os soltos, saiu da mansão e correu para o ponto de encontro.

Quando chegou ao ponto de ônibus, apenas Sasuke e Sakura já haviam chegado. A rosada usava uma saia vermelha xadreza, e um suéter fino e preto. Ela abriu um enorme sorriso ao ver a Hyuuga, e acenou assim que a viu virar a esquina.

Sasuke – pelo menos na humilde opinião de Hinata – não estava muito diferente do normal: uma calça preta e uma camisa social – a única coisa ali fora da rotina era a cor da camisa, que diferente das escolares, era preta.

Ela teve que correr para alcançá-los. – Desculpem... O atraso. – Falou ofegante.

- Não se preocupe! – Sakura ainda estava sorridente. – O Naruto também deve chegar logo, então não tem problema. – E foi só mencionar que o Uzumaki se aproximou do grupo, virando a esquina oposta a que a Hyuuga aparecido. Usava calças pretas e uma jaqueta nada discreta no tom laranja. Ele sorriu ao alcançar o grupo, e depois de uma bronca nada justa, pelo menos não na cabeça de Hina, e de cumprimentos alegres, eles seguiram para o centro da pequena vila.

Como o próprio Sasuke havia imaginado, não havia muitas opções de loja. De certa forma, ele sabia que aquilo diminuiria o trabalho e principalmente as duvidas femininas em questão às roupas, e foi exatamente por isso que sequer cogitou pesquisar fora da cidade.

De fato, os preços das fantasias eram um pouco mais altos do que ele imaginava, mas mesmo assim pediu para que as meninas provassem alguns modelos escolhidos por ele e Naruto.

Hinata ficou muito constrangida por provar o modelito; o primeiro que vestiram – ela e Sakura – foi o escolhido por Naruto.

Ele era quase um lingerie! Um vestido muito curto na cor preta, que tinha frufrus brancos nas pontas e um corselete feito de pano; também tinham as famosas meias 7/8º que eram ainda mais constrangedoras com aquelas saias tão curtas, e como se não bastasse, uma gargantilha de laço!

As meninas se trocaram no mesmo boxe, e mesmo que estivessem estupidamente constrangidas por usar algo idiota como aquilo, elas saíram juntas detrás da cortina, fazendo os garotos não só recuarem como Naruto Sasuke... Justo Sasuke, terem uma hemorragia nasal leve, mas muito suspeita. E foi só ver a cara de babão de Naruto e o rosto vermelho surpreso de Sasuke que Sakura, sem nem pensar duas vezes, puxou a amiga de volta, fechando as cortinas sem nem questionar a opinião masculina.

O modelo que Sasuke escolheu era bem mais discreto, como era de se esperar de um rapaz conservador – ou, pelo que a rosada tinha visto há segundos atrás, supostamente conservador -, era muito mais aceitável.

Ele era negro, a saia quase chegava aos joelhos, e era rodada por um tule branco que era escondido pelo tecido; possuía mangas longas de princesa, suas costas eram estilo espartilho e tinha um avental fofo, que dava um laço grosso atrás, sem falar que era todo cheio de laços e fitas, que encantaram as garotas. Após colocarem as tiaras, amarrarem a fita negra – muito mais discreta que os laços da anterior – no pescoço e colocar as meias, brancas com laços negros, típicas de maid, elas tornaram a abrir as cortinas.

Os rapazes ainda estavam constrangidos; Sasuke estava encostado no balcão com o rosto vermelho e mãos na frente do nariz, mas voltou sua atenção a elas após ouvi-las. Ele ainda estava corado, mas afastou as mãos do rosto e colocou-as no bolso, fechou os olhos e deu um sorriso triunfante à Naruto, que parecia só ter olhos para a sua empregada dos sonhos – que a propósito fitava o chão como se quisesse se enfiar debaixo do carpete de madeira da loja. – Eu disse que esse ficaria melhor. – O Uchiha se exibiu enquanto tornava a olhar para sua vice. – O que você achou Sakura? – A rosada corou, e desviou os olhos.

- Eu gostei. – Ela admitiu. – Se for para usar algo, quero algo assim... 

- E- Eu concordo! – Hinata disse prontamente, em pânico só de imaginar vestir aquela coisa constrangedora mais uma vez.

- Já somos três contra um Naruto. – Mas o loiro não respondeu. Estava literalmente boquiaberto com a visão encantadora que Hinata emanava. – Meninas, vão se trocar e vamos comer alguma coisa. – Sasuke mandou antes que uma delas comentasse algo do silêncio do Uzumaki, e tratou de bater na cabeça dele para acordá-lo, assim que elas voltaram para dentro do trocador. – Dá pra você prestar atenção? – Ele falou com a voz irritada, e o loiro assentiu suspirando.

- Desculpe. – Pediu sincero.

- Tudo bem, tudo bem. Já escolhemos as roupas das meninas, então vamos comer alguma coisa. – E assim como o Uchiha decretou, após comprarem os dois vestidos eles seguiram até uma lanchonete não muito longe da loja, onde enquanto comiam, comentavam sobre os detalhes do café, sobre a decoração da sala e o cardápio; Sakura e Sasuke chegavam ainda mais longe, comentando como deveriam divulgar e decidiram que deveriam elegeriam duas garotas e dois garotos para ficarem do lado de fora chamando clientes, e para a surpresa da rosada, foi ele mesmo quem sugeriu que eles fossem juntos no turno da manhã, que seria menos movimentado. Naruto também se expôs, dizendo que ele e Hinata poderiam ficar no turno da tarde, mas a ideia foi imediatamente vetada pelo Uchiha, que sabia que faturaria muito mais com um loiro popular e uma morena peituda servindo do que anunciando. E após mais alguns minutos de conversa decidiram que fariam uma eleição na manhã seguinte para decidir o par da tarde.

- Agora é a vez de eu e a Hina nos divertirmos. – Sakura disse enquanto bebia seu Milk-shake de cereja. – Afinal, é a vez de vocês passarem vergonha! – Ela comentou, embora soubesse que não seria vergonha nenhuma dois rapazes tão lindos vestirem ternos de tirarem o fôlego. Mas só de ver Sasuke todo social já valeria a pena.

Após terminarem de lanchar, eles voltaram ao trabalho e seguiram na busca de uma loja com fantasias interessantes, e depois de muito procurar, conseguiram encontrar uma loja de ternos que serviria muito melhor aos propósitos de Sasuke, que queria mostrar, acima de tudo, uma aura profissional para os clientes – mesmo que aquilo só fosse um festival cultural.

Sakura e Hinata rondaram por, no mínimo, uma hora e meia e para a surpresa de Naruto e desgosto de Sasuke, escolheram mais de cinco ternos para que eles provassem.

Eles provaram o terno cinza, o branco, o smoking... Mas no fim, as garotas escolheram o que mais se aproximava ao estilo do sedutor Sebastian Michaelis que puderam encontrar: um terno preto com seis botões que mostravam a gravata longa preta. Calças negras, colete cinza e uma camisa branca.

Após Sasuke e Naruto pagarem de seus bolsos, eles seguiram para as cidades atrás de correntes na ideia de personalizar o terno dos rapazes. No caminho eles acabaram comprando as luvas de mordomo, os sapatos de boneca, as correntes que tanto procuraram e até mesmo alguns tecidos, pretos e brancos para forrar o balcão.

Estavam atrás de arranjos quando Sakura tropeçou na calçada e quebrou o salto pequeno do all star, e quase caiu no chão, sendo salva por Hinata. – Você está bem?! – A Hyuuga perguntou, preocupada com a expressão de dor nos olhos esverdeados.

- Sim... – Ela garantiu, mas ainda não tinha desfeito a careta. – Só acho que torci meu tornozelo... – Sasuke e Naruto se aproximaram.

- Você consegue andar? – O Uchiha perguntou com um tom leve de preocupação na voz. Envergonhada, ela mentiu ao assentir. Com uma sobrancelha arqueada, Sasuke cruzou os braços e a encarou. – Então ande. – Ele mandou, fazendo-a corar ainda mais. Hinata não se afastou, e Sakura também não parecia querer se afastar da amiga.

Com um suspiro cansado, Sasuke se agachou de costas para ela. – Vem. – Ele pediu, paralisando as três almas dos três colegas. Ele corou com o silêncio e expressões de espanto, e suspirou mais uma vez, impaciente. – Nós vamos pro mesmo lugar. – Ele esclareceu. – Se você não pode andar, não faz sentido continuarmos.  Eu posso te carregar até em casa. – O rosto da Haruno enrubesceu.

- Mas... Como vai poder levar as compras...? – Ela bateria no próprio rosto se pudesse por perguntar algo tão idiota, mas apenas continuou a fitar as costas do Uchiha.

- Naruto vai levar pra casa e amanhã trás pra escola. A Mayu vai gostar de ver também. – A Haruno olhou para Hinata, hesitante, mas com o sorriso encorajador da amiga, decidiu que, se ele estava oferecendo, ela deveria aceitar de bom grado.

Então, com um pouco de dificuldade, ela tirou os sapatos, que Sasuke fez questão de pegar, e agarrou o pescoço do moreno, que se ergueu e puxou suas pernas, fazendo-as ficar envolta em sua cintura. Sakura agradeceu aos céus por sempre sair com shorts embaixo das saias, e se aconchegou nas costas do seu primeiro amor.

Hinata não conseguia conter a felicidade pela amiga, então sorria bobamente, desde que eles se despediram até ver eles se afastarem. Foi só após perder os representantes de vista que ela pôde se lembrar de que, mais uma vez... Sakura tinha milagrosamente conseguido deixá-la a sós com Naruto. – Por que está sorrindo desse jeito? – Naruto quis saber, e Hina deu os ombros.

- Estou feliz por ela. – Naruto assentiu, compreendendo, e tratou de pegar as sacolas que Sasuke tinha deixado para ele. Mesmo com Hinata se oferecendo para ajudá-lo, ele recusou.

- Posso deixá-la em casa? – Ele perguntou timidamente, e ela assentiu da mesma forma. E, assim, ambos seguiram a caminho da residência Hyuuga.

O rosto de Sakura estava confortavelmente descansado sobre o ombro do Uchiha mais jovem, que a segurava com a maior facilidade do mundo.

Sasuke se sentia profundamente constrangido ao sentir a respiração da rosada tão próxima ao seu pescoço, mas fez de tudo para não transparecer.

Ela estava com os olhos fechados e os lábios sorriam de pura felicidade, enquanto ela sentia cada respiração compassada do jovem Uchiha.

Eles seguiram parte do caminho em silêncio, mas em dada hora, Sasuke resolveu que conversar seria a maneira mais fácil de evitar constrangimentos. – Você poderia ter vindo com um sapato baixo igual ao da Hinata não é? Não precisava vir de salto se sabia que ia andar. – Ela fez uma careta, mas não abriu os olhos.

- Hina não precisa usar saltos para ficar bonita. Diferente de mim... – Comentou com desânimo, fazendo-o ficar em silêncio por alguns minutos.

- Eu acho que você fica bonita com sapatos baixos. – Ela sorriu.

- Tanto quanto fico com sapatos altos? – Ele deu os ombros.

- Você não precisava ficar bonita, nós só fomos escolher algumas coisas para o festival, lembra? – Ela abriu os olhos. Passou alguns segundos fitando a lateral do rosto de Sasuke, que como sempre, tinha os olhos à frente.

-... Eu queria ficar bonita... – Ela disse, fazendo o rosto avermelhar-se e o coração disparar. – Porque foi a primeira vez que sai com Sasuke-kun. – Ele não respondeu. E pelo que ela percebeu, não responderia, então optou por continuar. – Foi a primeira vez que eu saio com a pessoa que eu amo... – Ele parou de andar. Ele virou o rosto e a encarou com aqueles olhos ônix, como se tivesse a incrível capacidade de ler sua alma. E depois de alguns segundos de silêncio, ele deu um sorriso maldoso.

- Eu não sabia que gostava do Naruto. – Ela ficou tão frustrada, tão irritada com a brincadeira que bateu nas costas dele, pedindo para sair. – Calma! – Ele pediu.

- Não! Me solta! – Ela brigou, mas tudo o que ele fez foi aguentar, e segurar as pernas dela ainda mais firmes que antes.

- Sossegue! Eu não estava falando sério! – Ele pediu, tentando acalmá-la. Sakura parou de se sacudir, mas manteve a expressão fechada até notar o rosto pálido do Uchiha tomar um leve rubor enquanto olhava para o nada. – Desculpe. – Pediu, e ela também corou.

A cabeça baixou e demorou um minuto para decidir o que faria. Lembrou-se de todos os anos que passara venerando-o em silêncio, de todo o esforço que fez para ficar próxima dele, das palavras de Hinata e principalmente, da promessa com Ino de que um dia, ambas se declarariam e uma delas ficaria com ele.

A promessa era antiga, mas ainda possuía um significado muito forte na vida das duas, pois sabiam que até a decisão de Sasuke, não poderiam voltar a ser amigas de fato. Então, só Deus sabe de onde ela tirou aquela coragem, mas disse, com todas as letras, de forma rápida, clara e objetiva: - Eu gosto de você. – Mas ele não se moveu. – Eu sempre gostei e sempre gostarei. – Ela continuou. – Desde a morte dos meus pais, o único motivo de eu continuar firme é por querer que você me enxergue, porque sei que o Sasuke-kun não gosta de pessoas fracas... – Ele suspirou quando viu que ela não diria mais nada.

- Desculpe. – Foi apenas o que disse antes de voltar a caminhar. O coração dela não poderia doer tanto quanto naquele momento... Mesmo assim, ela tornou a enlaçar o pescoço do rapaz, e mais uma vez deitou seu rosto no ombro direito dele.

Ela não chorou... Não choraria na frente dele, porque Sasuke não gostava de gente fraca. Mesmo que seu nariz fungasse, que seus olhos contivessem lágrimas pesadas, que sua barriga estivesse gelada de nervosismo, e seu rosto quente de constrangimento, ela não chorou. Apenas permitiu que ele a levasse para casa... Enquanto ouvia a respiração descompassada pelas costas.

Era difícil saber quem estava mais constrangido ali. Hinata segurava apenas uma sacola, a dos tecidos enquanto Naruto era o responsável por todo o resto. Os olhos perolados da garota fitavam o chão; ela sentia seu coração bombear a cada passo dado e rezava internamente para que nunca chegassem em casa.

Os olhos de Naruto estavam no caminho, embora vez ou outra ele desviasse-os na direção da moça.

O silêncio perdurou por mais minutos, até que ele finalmente comentou: - Você acha que eles se acertam? – Hina ergueu os olhos até o rapaz, que tinha o rosto levemente corado.

- Ahn... Eu não sei... – Ela coçou o rosto.

- A Sakura-chan gosta do Sasuke desde que eu me conheço por gente. – O loiro coçou o queixo como se fuçasse as memórias dentro do cérebro. – Eu lembro que, da pré-escola ao primário, eu era apaixonado por ela. – E riu com a memória, mas Hinata não achou a menor graça. Na verdade, sentiu-se incomodada com aquilo, mas preferiu não comentar. – Por falar nisso Hinata... – Ele juntou as sobrancelhas como se forçasse muito as memórias. – Você morava em Konoha quando era pequena? – Ela assentiu. – E não estudou conosco? – Hinata riu, e negou com a cabeça.

- Eu estudava em casa. – Explicou. – Estava tentando se lembrar de mim nas salas de aula? – Ele corou, fez um beicinho revoltado e virou o rosto para o lado, fazendo-a gargalhar mais uma vez.

Naruto sorriu apenas de ouvir o som da voz divertida da moça, e teve que olhá-la de soslaio. Não queria perder um sorriso, uma expressão envergonhada... Não queria perder nada. Só de vê-la daquele jeito, tão feliz, ele se entristeceu por seus planos anteriores serem completamente frustrados pelo seu melhor amigo idiota. Agora mesmo ele poderia estar envolvendo a princesinha num clima e quem sabe até... – O que foi Naruto-kun? – Ela perguntou de repente, com uma expressão de inocência tão pura que ele sentiu o rosto queimar. Como poderia no mundo existir um ser tão lindo quanto aquela garota?!

- Hinata... Vamos sair semana que vem? – O convite saiu sem pensar.

Claro que ele se lembrava das advertências de Sasuke, e claro que ele sabia que Sasuke sempre tinha razão... Mas ele também sabia que, mesmo diante de todos os contras, ele queria mais do que qualquer coisa conhecê-la melhor. Queria saber seus gostos, desgostos, sua história... Queria saber quem realmente era Hyuuga Hinata, queria conhecer além da imagem de herdeira do clã, além da garota inteligente e além da garota tímida.

Talvez fosse besteira querer ficar próximo a alguém como ela, próximo a alguém que fora criada para ficar longe das outras pessoas por julgá-las inferior. Ele tinha certeza de que Neji havia sido criado assim, e que Neji havia levado a mesma criação que Hinata. Mas, por algum motivo... Por algum motivo, aquele garoto de cabelos loiros e coração cálido tinha certeza de que a sua princesinha não era como o esnobe primo. Ela era mais que isso... E depois de ouvir o tímido “Eu adoraria” que ela respondeu, decidiu com toda a convicção que um Uzumaki poderia ter que ele iria levar aquilo adiante. Ele iria continuar com aquele perigoso jogo de aproximação, mesmo sabendo os riscos de se apaixonar... Ou pior que isso, dos riscos de já estar apaixonado.

Mas como qualquer garoto inconsequente de dezesseis anos de idade, ele apagou aquelas conclusões de sua mente e jamais tornou a pensar nelas. De agora em diante, ele investiria pesado.