64 Hunger Games: Abatedouro escrita por Number Nine


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Ai pessoal mais um cap pra quem leu e gostou da fic



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O prefeito da cidade fez o tradicional discurso que dizia o quanto a Capital era generosa por ter nos absolvidos de nossos crimes e nos deu uma segunda chance, coisa que ocorreu de modo diferente para o Distrito 13 que foi completamente destruído. E que o preço que temos que pagar com dois tributos a cada ano era mais do que justo para pagarmos pelas mortes dos cidadãos da Capital que perderam as suas vidas na guerra. Em seguida o tradicional filme que dizia praticamente a mesma coisa que o prefeito fora obrigado a dizer, mas também vimos tudo, as imagens dos destroços do 13 que ainda ardia em chamas e menções de como a tínhamos sorte de sermos comandados pela Capital e sua grande generosidade. Sinceramente eu tinha vontade de vomitar sempre que tinha essa parte.

- Bom agora que fizemos toda a nossa introdução. Vamos começar o sorteio! - a mulher colorida dizia.

- Uhul... Mal posso esperar... - murmurei debochando dela.

Percebi que Clint,meu amigo não conseguiu resistir e começou a tentar controlar o riso.

- Ei calados! - Berrou o Pacificador que estava cuidado da fila onde estávamos.

A mulher colorida olhou com um ódio mortal para ele. Afinal ele é que interrompeu a cerimônia, mas eu sabia que essa humilhação dele não iria passar batida.

- Com licença. Podemos continuar? - disse a mulher colorida, ela sempre se apresenta, mas eu nunca prestei atenção no nome dela, então eu sempre a chamei de Íris, sei la, fica mais fácil de lembrar assim. - Como sempre, primeiro as damas.

Ela disse ajeitando o chapéu colorido na cabeça para voltar a cerimônia. Íris fica um bom tempo mexendo naquele globo onde estavam os nomes das garotas. Quando ela puxou o papel, um frio da barriga surgiu, por um estante eu pensei que ela fosse chamar a minha irmã,mas o nome chamado foi.

- Marion Correy! - ela disse em alto e bom som.

Por um momento todos ficaram calados,logo em seguida começaram a murmurar quem poderia ser essa garota. Foi ai que ela surgiu, num vestido verde que combinava com os olhos dela, seus cabelos eram loiros e estavam presos no... Qual é o nome desse penteado mesmo? Ah! Lembrei “coque”, bom eu acho que era isso pelo menos que a minha mãe falava. Quando ela chegou onde Íris estava pude reparar um pouco melhor nela, provavelmente era um ano mais nova que eu. Se ela fosse da mesma idade, eu saberia quem ela era, pois ali mesmo com uma expressão de medo posso dizer que ela é linda. Tinha um rosto um pouco salpicado perto do nariz, seus traços suaves no rosto faziam ele quase parecer uma pintura.

- Então você é a Marion? - Íris perguntou para a garota.

- S-sim. - ela respondeu assustada.

- Tão linda, aposto que irá fazer sucesso nesses jogos. - a mulher falava animada com aquilo.

Clara, até ela ser jogada numa cova cheio de crianças assassinas e matarem ela para divertir sua gente.

Respirei fundo. Bom Marry estava salva pelo menos por mais um ano, já que nem ela nem eu pegamos tesseras isso já é uma vantagem.

- Agora aos garotos, sei que vocês devem estar ansiosos para saber quem poderá lutar na arena. - Íris falava como se isso fosse a coisa mais incrível do mundo.

Ela começou a mexer no globo onde tinham os nomes dos garotos agora. Não se é porque era nesse que o meu nome estava escrito cinco vezes nele, mas para mim pareceu que ela demorou uma eternidade para escolher a droga do nome.

- Trevor Dawnson. - ela gritou o meu nome.

Por um momento pude sentir as minhas pupilas se dilatarem por causa do terror. Isso não podia estar acontecendo, no meu penúltimo ano, é muito azar. Estava assustado com isso, mas voltei ao mundo real quando ela me chamou uma segunda vez, eu sei que se eu não for agora as coisas não vão ficar legais.

Uma vez o garoto que eu vi ser chamado saiu correndo tentando fugir. Bom ele conseguiu não ir para os jogos, já que um dos Pacificadores acabou dando um tiro nele para que o garoto parasse de correr. Isso gerou muita confusão, mas escolheram um outro nome rapidamente como se nada daquilo tivesse acontecido, e o Pacificador, eu acho que ele foi transferido de distrito, porque eu nunca mais o vi.

Fui caminhando lentamente até o palco improvisado em frente ao Prédio da Justiça. Agora pude sentir o que a Marion estava sentindo no momento em que foi chada. O sentimento de medo, o desespero, a raiva, são tantos sentimentos diferente que é difícil descrever.

- Malditos! Já levaram o meu irmão! - eu ouvia o meu pai berrar. - Meu filho não! Chamem outro, minha família não merece isso!

Não pude resistir e me virei para olhar. Os Pacificadores fizeram um paredão na frente dele para que não passasse, enquanto alguns de seus amigos tentavam segurá-lo tirarem dali.

- Vamos querido! Não temos o dia todo. - Íris disse rindo, mas ao mesmo tempo num tom autoritário.

Eu subi o palco e tentei olhar para qualquer direção, menos para onde meu pai estava. Já era difícil de mais estar ali. Queira gritar com ele para que parasse de histeria e se controlasse, afinal se eu morrer ele terá que sustentar minha mãe e irmã sozinho.

Finalmente as coisas pareceram que foram contidas, pois eu não via mais a confusão e o muro de Pacificadores. Suponho que o meu pai foi retirado da praça por seus amigos.

- Então Trevor, aquele senhor era o seu pai? - Íris perguntou para mim.

- Era. - eu respondi.

- Ele deve estar muito orgulhoso de você. - ela falou forçando um sorriso para mim.

Foi ai que a minha boca foi mais rápida que a minha mente.

- Com certeza... - eu disse num tom sarcástico. - Você não viu que ele estava desesperado para vir me dar um abraço?

Algumas pessoas da cidade riram. Outras que já me conheciam ficaram caladas preocupadas.

- Ok. - Íris disse meio sem graça e tentou mudar de assunto. - Bom comprimente a sua companheira . - ela disse apontando para Marion.

Eu andei até o centro do palco onde ela estava e a cumprimentei com um aperto de mão.

Meus pêsames.

Era isso que o meu olhar estava dizendo ao fitar os lindos olhos dela.

-Muito bem! Agora que os tributos foram escolhidos, vocês podem ir para casa, exceto os familiares e amigos que quiserem se despedir deles.

Eu fui conduzido para um quarto pequeno que tinha no prédio. Não era muita coisa, mas pelo que sei, não é preciso ser muito grande nem confortável, já que eu devo ficar aqui no máximo uma hora.

As primeiras pessoas a entrarem são minha mãe e irmã. Quando as duas me olham correm e me abraçam. Me esforcei para não fazer o mesmo.

- E o papai? - perguntei ao ver que ele não estava ali.

- Ele vai vir, mas... - minha mãe tentava se controlar para não entrar em desespero. - Seu pai irá te visitar com um Pacificador na sala. Você sabe, depois daquilo na praça...

- Sim. Mãe cuide da Marry por favor. - eu disse abraçando ela.

- Não precisa nem se preocupar com isso querido, mas... - eu pude perceber que ela pensava no que poderia me dizer. - Tome muito cuidado. Por favor, me prometa que não irá dizer besteiras e vai se controlar. Você sabe como aqueles monstros são vingativos.

Uma vida inteira assistindo os Jogos Vorazes você aprende que misteriosamente um ou outro tributo que começa a fazer alguma coisa muito difamatória contra a Capital acaba morrendo misteriosamente na arena.

- Pode deixar. - eu disse forçando o máximo um sorriso. - Vou guardar o sarcasmo e as piadas para quando eu voltar.

Minha irmã me abraçou e colocou sua cabeça sobre meu peito para que eu não visse suas lágrimas caindo.

- Por favor não morra. - ela disse soluçando.

- Não vou. - prometi. - Marry, por favor conte ao Clint sobre o Zip, ele irá lhe ajudar a alimentá-lo.

- V-você tem certeza? - ela perguntou

Bom Clint era meu amigo de infância e eu acho que podia confiar isso a ele.

- Sim, fica tranquila se ele fizer besteira, quando eu voltar acabo com ele. - disse contraindo o músculo do meu bíceps e mostrando para ela. - Ou você duvida da força do seu irmão?

Marry começou a rir e até minha mãe esboçou um sorriso, mas nesse momento o guarda apareceu para anunciar que o tempo delas havia acabado. Minha irmã gritou um pouco para mais um pouco, mas minha mãe acatou a ordem do guarda e pegou a mão dela para saírem juntas.

- Eu amo vocês! - eu disse.

Minha mãe se voltou para mim com os lacrimejando sem parar enquanto minha irmã gritava e chorava.

- Nós também querido. - ela disse sorrindo e em seguida o guarda fechou a porta.

Depois de uns cinco minutos outra pessoa entrou. Dessa vez era o meu pai.

- Meu filho! - ele veio correndo e me abraçou.

- Pai... - eu só consegui dizer isso.

Meu pai logo em seguida me segurou com suas mão no meu rosto.

- Escuta você não pode morrer, ouviu? - ele dizia de um modo quase insano.

- Eh. Vou tentar. - eu murmurei meio assustado.

- Vai tentar? Você vai entendeu? - meu pai já estava quase gritando. - Não importa os meio, vença!

Não sabia o que dizer, já era horrível isso tudo sem ter nenhuma pressão, mas meu pai estava praticamente me impondo que o meu único caminho e a vitória. Isso era loucura.

- Ok, mas vê se não pira e toma conta da mamãe e da Marry! - eu estava começando a berrar também.

Ouvir aquilo o fez se acalmar um pouco, agora parecia que ele estava recobrando a razão finalmente.

- Me desculpe... Não quero te perder como perdi o meu irmão. - meu velho agora estava chorando. - Por que? Porque minha família tem que ser amaldiçoada com esses jogos infernais!

Pousei a minha mão suavemente em seu ombro.

- Pai... Vou fazer o impossível para sair com vida de lá. - eu prometi.

O modo como eu havia falado, tão cheio de convicção fez meu pai acreditar em mim. Pois ele parou de berrar e começou a respirar normalmente. Para falar a verdade eu convenci até a mim mesmo naquele momento.

Os guardas retiram o meu pai do quarto. Ele até que nem resistiu ou reclamou muito sobre isso. Parece que acreditou nas minhas palavras, ou pelo menos, queria acreditar.

Depois de mais um tempo lá na sala e de me despediu de alguns amigos meus, e fui encaminhado pelos guardas até onde a mulher da Capital estava nos esperando em frente há um carro. Marion já estava lá também esperando a minha chegada. Fomos encaminhados agora até a estação de trem que ficava mais ao norte do distrito. A viagem foi meio demorada, principalmente porque eu estava nervoso de mais e sem paciência para prestar atenção no que Íris falava para mim.

Quando chegamos na estação saímos do veículo e fomos escoltados por um grupo de Pacificadores até chegarmos dentro dela. O trem já estava lá parado a nossa espera para partir em rumo ao nosso destino. Íris nos leva até o vagão que deveríamos ficar esperando para conhecermos os nossos mentores. Era estranho pensar que eu não conhecia nenhum deles pessoalmente, provavelmente deveria ser pelo fato de que eles vivam na Aldeia dos Vitoriosos e não devem ser muito de sair pelo distrito.

Marion estava sentada do meu lado,eu pude ver pela o modo que ela olhava para o nada o quanto estava com medo. Durante a viagem toda até aqui não ouvi a garota falar uma vez se quer.

- Ei, até que aqui é bem legal. - eu tentei puxar assunto.

Ela me olhou assustada.

- Acho que sim, se ele não tivesse nos levando para a morte... - ela respondeu.

Aquilo me fez perceber que ela tinha razão. Esse trem ultra moderno, não é algo muito animador quando você sabe que ele está te levando para um lugar onde você vai morrer. Antes que eu pudesse tentar dizer algo, para a minha sorte chega a nossa acompanhante.

- Meninos, esses são os seus mentores. - ela disse entusiasmada enquanto o homem de meia idade e a mulher de 30 anos que foi a nossa última vencedora Selina Dincker.

- São esses aí? - o homem aponta para nós com descrença. - Tem certeza que vou ser obrigado a tentar ensinar para essas crianças que não tem a mínima chance de vencer algo?

- Gregory, por favor. - Selina o repreendeu. Era estranho ver que ela agora tentava demonstrar mais confiança do que quando estava sentada na colheita. - Temos que fazer o nosso máximo para que eles fiquem vivos.

Gregory jogou as mãos para trás e ficou murmurando algo enquanto saia do vagão e ia embora para sei lá aonde.Provavelmente para o quarto dele.

- E então? Meu nome é Seilina Dincker, fui a última vencedora do nosso distrito. - ela se apresentava. - E vocês são?

- Marion Correy. - Marion se esforçava para falar. - Eu sou da Média. Meu pai é dono de uma butique no centro comercial.

Ela também era da Média? Aquilo me pegou de surpresa, quer dizer nós provavelmente devíamos ter nos esbarrado alguma vez na vida, mas eu não me lembro dela.

- Ok, e você é? - Selina disse se voltando para mim.

- Trevor Dawnson, eu sou da Média também e meu pai é dono do açougue no centro comercial. - eu respondi.

Selina sorriu quando eu falei isso.

- Ah sim, uma das minhas acompanhantes sempre traz pedaços de carne de lá. - ela diz. - Tenho que admitir que o seu pai é excelente no que faz.

Eu comecei rir.

- Na verdade, sou eu que fatio os pedaços, meu pai só os vende.

- Sério? - Selina dizia, mas eu pude perceber que pelo seu olhar para ela eu tinha dado uma alguma espécie de ideia, ou talvez ela só tinha algum tipo de sequela na cabeça por causa de alguma pancada que ela tomou nos seus Jogos. - Meninos foi ótimo conhecer vocês, mas eu tenho agora um compromisso, então... Até mais tarde.

Ela disse e saiu para outro dos vagões.

- Entendeu alguma coisa? - perguntei para Marion.

- Nadinha... - ela respondeu e começou a rir um pouco. - Acho que estamos ferrados, uma maluca e o cara que está pouco se importando conosco.

Comecei a rir também, realmente nossas chances eram péssimas.

- Bom, mas nós só dependemos deles para nos arranjar patrocinadores, certo? Uma vez na arena a gente pode tentar se virar com as nossas habilidades. - eu tentei elevar a nossa moral, mas comparado aos distritos Carreiristas nossas habilidades não deviam ser muito coisa.

Depois de das apresentações fui encaminhado para o meu vagão quarto. Pode-se dizer que eu aproveitei bastante toda a mordomia que tinha ali. A viagem não seria muito longa, mas os momentos que tivemos reunidos me fez ver que Gregory tinha mudado o seu jeito “dane-se, vocês vão morrer, opa alguém viu o gelo?” e começou a nos ensinar algumas estratégias para que tentássemos sobreviver, auxiliado sempre por Selina

- Bom você tem qualidades que os últimos do nosso distrito não tinham. - Eles falavam se referindo a minha habilidade de usar facas para fatiar carne que de algum modo bizarro poderia ser útil na hora de cortar meus inimigos na arena e nas habilidades de conhecimento de plantas medicinais de Marion que poderiam ser muito bem aproveitadas caso tivéssemos uma arena na floresta esse ano.

Quando terminamos de conversar nisso começo a vislumbrar pela janela uma cidade, gigantesca cheia de arranha-céus. Parecia que eu estava chegando em outro mundo, pois não tinha como algo tão grandioso coexistir ao mesmo tempo com o lugar que eu vivia.

- Meninos, bem vindos a Capital! - Íris anunciou.


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Notas finais do capítulo

E ai? gostaram? algum comentário ou sugestão?