A Vida Secreta Dos Imeros escrita por Kalyla Morat


Capítulo 19
CETI


Notas iniciais do capítulo

Capítulo novo finalmente! Meus agradecimentos a Jessie leevin e Keyssiany Costa por "favoritarem" essa história, obrigada! Espero que todos gostem do capítulo. Bem vindos a CETI!!



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CASA-ESCOLA DE TELECINESE PARA INICIANTES é o que estava escrito na grande placa posicionada acima das portas azuis de uma pequena casa amarela. Bastante diferente das outras, ela não tinha nenhuma rachadura e não estava deteriorada pelo tempo, ao contrario, parecia ter sido construída há poucos meses. Apesar de muito pequena, o interior era parecido com o de uma escola comum: uma sala para o diretor, uma para a biblioteca, banheiros e... Onde estavam as salas de aula? Não existia nenhuma sala de aula. A última sala era a secretaria onde me informaram que eu poderia encontrar Marco no centro de treinamento.

Quando entrei no centro de treinamento, finalmente entendi a ausência de salas de aula: o que era ensinado aqui não necessitava de uma. Não sei se o que vi era mágico, maravilhoso ou assustador, mas com certeza era algo que eu jamais imaginaria. As dezenas de alunos estavam divididas em quatro grupos e cada grupo estava em uma determinada área que parecia formar um enorme círculo. Ao todo, seis círculos formavam um campo que lembrava a aparência de uma flor, cinco eram as pétalas e uma o miolo. Na área de cada círculo, coisas voavam para todos os lados. Antes que eu pudesse reparar o que exatamente estava pelos ares, um garoto médio de cabelos castanhos veio ate mim.

                - Oi! Meu nome é Alex e você deve ser a Luiza. Antes que você me pergunte como sei seu nome, saiba que é difícil não conhecê-la já que você é idêntica a sua irmã e ela acabou de sair daqui usando outras roupas, então, a menos que ela tenha telecinese avançada- o que ela não tem – seria impossível ela ter trocado de roupa tão rápido. Afinal, é ótimo finalmente conhecê-la pessoalmente.

                - hmm praz... – tentei responder.

                - Ah, vamos lá, diga alguma coisa!

                - Então eu v...

                - Você não fala muito não é?

                - Você n...

                - É a primeira vez que você vem aqui não é? Eu espero que você goste daqui!

                - Mas eu...

                - Ah saquei, você é tímida, por isso é tão quieta.

                - EU NÂO SOU TÍMIDA E EU NÂO SOU QUIETA, VOCÊ QUE NÂO ME DEIXA FALAR – gritei procurando por espaço no monólogo. Foi só quando notei que todos nos olhavam que me arrependi amargamente disso. Como alguém podia ser tão irritante assim?

                - Alex! Deixe a garota em paz, assim você espanta a menina! Deixe eu te mostrar como faz – disse um garoto forte, loiro de olhos castanhos, já se juntando a nós.

                - Junior, prazer! O que te traz aqui bela garota de olhos acinzentados? – Ok. Esse conseguia ser mais irritante. Muito mais irritante. Imediatamente me solidarizei com o primeiro.

                - Eu estava dizendo ao meu amigo Alex, que eu só vim procurar por Marco. Chang precisa vê-lo imediatamente. Agora com licença que Alex vai me levar até ele, não é ALEX?

                - Mas eu também posso leva-la até Marco. Minha companhia será muito mais prazerosa.

                - Obrigada, mas Alex se ofereceu primeiro, e ele é muito menos irritante.

Duas garotas que tinham se juntado a nós começaram a rir, assim como Alex.

                - Jennifer e Maria não tem nada engraçado aqui. E você pirralho, não ache que vai se livrar dessa.

                - E você Junior, não ache que é o todo poderoso, mecha com meus amigos que eu posso dar um jeitinho nisso, vamos Alex! – defendi.

Não importa aonde você vá, sempre terão os machões, os fracos e oprimidos. Algumas coisas nunca mudam. Assim que ficamos longe o bastante, Alex me agradeceu:

                - Obrigada Luiza.

                - Pelo que?

                - Por ter me defendido, não sei como sua irmã namora ele. O Junior sempre se achou o melhor de todos. Ele é irritante.

                - Ele é um idiota. Eles se merecem.

Então, minha irmã tinha um namorado, mas estava dando em cima do meu? Mas Victor não é seu namorado- me corrigi. Tudo bem, sendo meu namorado ou não, isso não é algo legal a se fazer.

                - Como assim? – perguntou-me Alex.

                - Nada. Você tem que me levar até Marco logo, Chang está precisando dele. – desconversei.

                - Claro, vamos lá.

Marco era um rapaz que aparentava ter por volta dos 35 anos. O cabelo raspado formava padrões tribais em seu coro cabeludo. Alex explicou que por ele ser instrutor de fogo, teríamos que esperar que a aula chegasse ao fim se não quiséssemos terminar com os cabelos chamuscados, uma vez que os acidentes eram bastante comuns. Sentamo-nos no circulo do meio, aquele que fazia a vez do miolo da flor, e esperamos enquanto ele me explicava tudo o que estava acontecendo ao nosso redor.

Cada grande círculo formava uma área de treinamento para uma determinada especialidade. Eram quatro as especialidades: Água, Terra, Fogo e Ar. Perguntei-me porque então, existiam seis círculos ao invés de apenas quatro, mas a resposta veio logo em seguida: o círculo central era a zona de segurança e o círculo mais distante era um campo de batalha. Ele me explicou que, vez ou outra, disputas de honra eram realizadas com o intuito de promover diversão e incentivo aos mais novos. Os vencedores ganhavam medalhas e títulos. Era no campo de batalha que os estudantes passavam de “série” também.

Quando a aula terminou, eu já conhecia praticamente a escola toda e minha cabeça estava um pouco tonta com tanta informação. Alex era o tipo de garoto que não deixava você falar, exageradamente irritante de primeira impressão, mas um garoto adorável no final. Ele fazia você se sentir à vontade em qualquer lugar. Antes que Marco e eu saíssemos, logo após lhe dar o recado de Chang, Alex me fez prometer que viria assistir um torneio que aconteceria em duas semanas, no qual ele iria participar. Antes que eu percebesse, ele já tinha aceitado o convite por mim mesmo e eu não o recusei, por que ele me lembrava de Caio, meu único amigo na Fortaleza. Amigo que nem sequer se preocupa em saber como eu estava. Há quanto tempo eu estava na Iméria afinal? Só agora eu tinha me dado conta que eu perdera a contagem dos dias.

Quando passamos pela secretária, Cássia me esperava na entrada da casa-escola. Eu não tinha a mínima intenção de lhe falar, mas como ela insistiu muito, eu a acompanhei até a Casa Principal. Dessa vez, não ficamos no mesmo local de nossa última conversa. Ela me levou por um corredor até uma escadaria, onde subimos três lances de escada e entramos em um cômodo, um singelo e delicado quarto. Uma cama em um dossel, um delicado abajur e as paredes de um salmão bem clarinho, formavam um quarto adorável.

                - Esse é o seu quarto desde que você nasceu. Acho que está na hora de ele ter sua dona de volta – falou Cássia enquanto eu observava o antigo guarda roupa branco. Antes que eu pudesse protestar, ela continuou:

                - Eu sei que nós não começamos bem, Luiza. Sei que você deve estar confusa... assustada até, mas eu só estou pedindo uma chance. Venha morar conosco.

                - Eu não acho que seja uma boa ideia Cassia.

                - Só por um tempo, uma experiência. Prometo que se você quiser partir depois, eu não a impedirei.

                - Não acho que Laura vá me querer por perto.

                - Você tem que dar um tempo a ela Luiza, eu sei que tudo parece ser pior pra você, por que você não conhecia nossa existência, mas, ela só está com ciúmes por que você voltou.

                - Eu não sei.

                - Por favor, Luiza. Eu esperei tanto tempo por você.

                - Exatamente. Esta aí um ponto, uma mãe que se preze não esperaria 17 anos para recuperar sua filha.

                - Você não entende pelo o que eu passei, não entende que eu não podia simplesmente invadir a fortaleza e tirar você de lá. Eu estava fraca e a vida do meu povo dependia de mim, já que meu pai morreu naquela invasão. Nós seriamos massacrados, Luiza. Há momentos na vida, em que você tem que deixar de lado o que você quer em detrimento de uma força maior. Um dia você vai entender isso. Por favor, não me julgue ainda. Me dê uma chance pra eu provar que sou sua mãe e sempre fui.

                - Eu não acho que...

                - Por favor – implorou ela.

                - Há quanto tempo eu estou na Iméria?

                - Cinco semanas. – ela respondeu.

                Cinco semanas e eu não havia tido nenhuma notícia da Fortaleza. Como se nem tivessem notado minha ausência.   

                - Duas semanas, e depois eu vou embora. – sugeri.

                - Um mês, Luiza. Duas semanas é muito pouco.

                - Duas semanas.

                - Nem pra mim, nem pra você. Três semanas e não se fala mais nisso. – propôs ela.

                - Quem está ganhando, de toda forma é você, eu nunca quis estar aqui. Eu não pedi pra vir pra Iméria, eu sempre estive bem na Fortaleza.

                - Vivendo em uma mentira?

Uma mentira. Nesse ponto ela tinha razão, minha vida toda foi uma mentira. Agora era hora de viver um pouco a verdade.

                - Três semanas é tudo que você tem – concordei.


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Notas finais do capítulo

Até o próximo capítulo! O que acharam desse? Alguém gostaria de estudar na CETI? E Alex? E Junior? Nilkity Abraços!!



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