Pequena Travessa escrita por Arline


Capítulo 11
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

Hey! Voltei!
Pessoas lindas, muito obrigada pelos comentários do capítulo anterior. Fiquei muito feliz. :)
Sejam bem vindas as leitoras novas!
Primeiro "bônus"... E leiam as notas finais, sim? Tem uma perguntinha lá e eu quero mesmo saber a opinião de vocês.
Ah! O Ed passou aqui em casa e disse que queria uma recomendação, sabe? Ele disse que rasteja no chão por vocês... kkkk



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BÔNUS

Tentei me mexer, mas não consegui; tinha um peso morto sobre mim, me prendendo na cama. Não precisava ser um gênio pra adivinhar de quem se tratava... Além de dormir feito pedra, Bella tinha a estranha mania de jogar o braço e a perna sobre mim, impossibilitando que eu me movesse. E me babava. Se ela soubesse como aquilo me dava nojo... Quer dizer... Ela sabia. E fazia de propósito!


Aquela condição era recente, admito. Afinal, a gente coloca a boca em cada coisa e ainda diz que é uma delícia... Enfim! Meu nojo veio depois que o lindo Jaspenildo me fez o favor de jogar uma boa quantidade de baba dentro da minha boca. Ok, a culpa também foi minha, confesso! Minha mãe me avisou que ele estava na fase das coisas nojentas mesmo, como por exemplo, enfiar a mão em nossa boca, lamber nossa cara... E eu virei a criança meio de cabeça pra baixo e esqueci de sair da frente. Poderia ser pior, acredite! O menino era lindo, com seus olhos verdes e as bochechonas rosadas, mas era uma máquina de coisas estranhas e fedidas.



Bella gostava de cuidar dele, mimar, levar pra passear... Eu também o amava, claro, mas amava mais ainda quando ele começava a chorar e eu tinha pra quem devolver. Como diz a minha mãe: toma que o barulho é teu! E dona Esme não dava mole não! Nada de cuidar do moleque pra Alice sair e se divertir... Eu bem gostava disso. Sem tempo, ela não conseguiria fazer outro. Mania desse povo de colocar criança no mundo!



E meu estômago roncou, me lembrando de que eu era mesmo humano e precisava comer. Chamei por Bella uma, duas, três vezes e ela nem se mexeu, só aumentando o ronco. Bem, depois ela que não reclamasse... Empurrei seu corpo um pouco para o lado e ela se virou, caindo de bunda no chão. Ops! Foi mal calculado.



— Porra, Edward! Bom dia pra você também, filho da mãe.



Sentindo-me extremamente culpado, logo me levantei e a ajudei, pegando seu corpo pequeno e pesado no colo. A bunda branquinha ficaria com uma bela marca!



— Amor, me desculpe, ok? — falei, enquanto enchia seu rosto de beijos. Nem morto que rolava beijo na boca sem dentes escovados... — Eu estava tentando te chamar faz tempo!



Ela sorriu e bocejou, quase engolindo minha cara. Aquilo não era uma boca...



— Tudo bem. — ela sorriu novamente e deitou a cabeça em meu ombro — Mais tarde você me faz uma massagem e isso passa.



Beijei seus cabelos, escondendo minha risada. Bella estava estranha novamente; andava muito faminta e achava que eu e meu amigo servíamos bem como refeição... Uma hora estava carinhosa ao extremo, já na outra... Se eu não me cuidasse, em breve eu seria o mais novo impotente da área...



— Que tal um banho, hein? Depois a gente come alguma coisa e vamos ver a sua mãe.



Esse era nosso programa de domingo nos últimos tempos. Apesar de estar muito melhor do que quando o tratamento começou, Renée ainda não se sentia preparada pra enfrentar a vida do lado de fora dos muros da clinica, e a visitávamos regularmente. Era muito bom saber que eu fazia parte de sua melhora, saber que me matar de trabalhar serviu pra ajudar a alguém.



Bom também foi ver o quanto ela ficou feliz quando Bella contou que estávamos juntos. Obviamente as gargalhadas foram muitas, ainda mais por conta de toda a confusão causada, mas no geral, tudo estava correndo muito melhor do que eu poderia querer. Ter Bella ao meu lado era incrível; nos tornamos amigos, parceiros de filme pornô — e sempre colocávamos algumas coisas em prática —, ela me ajudava com as mínimas questões e era inteligente. Com certeza ela era a parte inteligente de nossa relação.



— Amor, vamos logo pra esse banho, sim? — ela interrompeu minha linha de raciocínio — Aquela parte do “comer alguma coisa” está me interessando muito, sabe?



Claro que eu sabia... Ela não estava se remexendo no meu colo porque estava com o bumbum coçando...



— Vamos lá, princesa da idiotalândia.



Bella gargalhou com aquilo e acertou meu ombro com aquela mão pesada. Por mais que fosse bem ridículo, ela não poderia reclamar do nobre título que lhe foi concedido... Ela mesma disse que eu era um príncipe idiota, logo, meu reino se chamaria idiotalândia e minha namorada era a princesa do lugar. Não? Pois é... Eu teria bastante coisa pra conversar com meu sobrinho... Teríamos a mesma idade mental dali a pouco tempo.



Quase duas horas depois, quando chegamos à sala, todos nos olharam com aquele sorrisinho ridículo de quem sabia o que havia acontecido. Qual era a droga do problema em se transar naquela casa? Eles não faziam aquilo não? Bella praticamente morava comigo, Alice tinha o marido dela, meus pais... Bem, eu desconfiava que eles não se divertissem há tempos! Eu não estava escutando barulhos estranhos vindo do quarto deles...



— Vocês parecem bem felizes... Pra um domingo, isso é bem estranho. — Alice queria mesmo mexer comigo?


— Não é não, irmã querida. Quando se tem tempo e uma mulher que sabe usar bem a imaginação, coisas incríveis acontecem dentro de um quarto.


Jasper alto me olhou como se quisesse me matar, mas quem disse que ele poderia dizer alguma coisa? O amiguinho dele conheceu a amiguinha da minha irmã antes de eu ter qualquer coisa com Bella... Quer dizer... Eu tive enquanto ela ainda era o meu Jasper...



— Edward, você esqueceu o banheiro, o closet, o carro, o elevador, o...


— Ok! — meu pai gritou — Muita informação pra uma manhã de domingo.

— Foi mal, pai.

— Eu acho melhor nós irmos, Edward... Vai ficar tarde...


Bella estava com vergonha agora... Se ele soubesse que aquela mesa já havia sido útil, eu acho que Bella nunca mais colocaria os pés em casa.



— Lembre-se que estarão em um hospital! Nada de safadeza por lá! — Alice gritou, me deixando irritado.


— Cuide do Jaspenildo, Alice! Minha vida sexual está muito bem, obrigado.

— Jaspenildo é a puta que te pariu, Edward! Meu filho tem nome!

— E o que eu tenho a ver com essa merda dessa briga de vocês? Sempre sobra pra mãe! Sempre! E puta, Alice, deve ter sido a mulher que te deixou aqui na porta de casa!


Eu comecei a rir do surto da minha mãe. Quando queria irritar Alice, ela dizia que a baixinha era adotada. Choros e gritos garantidos! Puxei Bella pela mão e corri com ela dali, antes que os pratos voassem em nossa direção.



O trajeto até a clínica foi longo... Port Angeles não ficava na esquina... E só piorou com Bella cantando desafinadamente no meu ouvido o caminho todo! Pedir que ela parasse não adiantou em nada, muito pelo contrário; ela aumentou o som e continuou cantando, se sentindo a Madona! Eu merecia aquilo... Bella tinha que ter uma bula: doses homeopáticas, a convivência pode tornar-se prejudicial aos ouvidos.



— Como será que ela está? — Bella estava apreensiva e nervosa, como em toda visita.


— Ela está ótima, amor. Você sabe que ela tem melhorado cada dia mais e já poderia estar em casa. — beijei seus cabelos, apertando seu corpo — Vamos lá, você verá como ela está bem.


Mesmo sem muito entusiasmo, Bella sorriu e seguimos para dentro. Aguardamos no jardim enquanto uma enfermeira foi chamar por Renée em algum outro canto dali, Bella olhava para os lados e apertava minha mão com uma força excessiva, tentando não demonstrar o medo que tinha daquele lugar. Na verdade, era medo de um dia, se encontrar na mesma situação que a mãe. Bella tinha pavor de ficar trancada em um lugar como aquele.



A clínica não era nada assustadora, não se parecia com aqueles lugares medonhos dos filmes. Muito pelo contrário; era bonito, pintado de rosa claro, possuía árvores, banquinhos... Mas eu entendia seu medo e até sugeri que ela ficasse um tempo ser ir, mas fui completamente ignorado.



— Amor, fala a verdade... Você tem medo que algum médico olhe pra sua cara de doida e te deixe aqui, não é? — perguntei apenas pra tentar fazê-la largar meus dedos.



Ela sorriu meio de lado e me olhou estranho...



— Não, querido... Eu tenho medo de ter que passar minha vida inteira tendo que te visitar...



Bella sabia ser cruel! Mulher má! E eu nem tive tempo de continuar com aquilo; Renée se aproximou de nós com um grande sorriso no rosto, porém, seus olhos estavam fixos em Bella.



— Olá. Estão felizes! Alguma novidade?


— Nenhuma. — respondi, dando um abraço nela — E a senhora? Tudo bem?


Ela teria dificuldades pra responder; Bella estava quase esmagando a pobre mulher... Um poço de delicadeza e amor que era minha pequena...



— Eu acho que vou sair na semana que vem. Vocês precisarão de ajuda.



Eu não gostei daquele tom e acho que Bella também não... Quando me virei pra falar com ela, seu corpo desabava no chão igual fruta podre. Renée ainda não estava boa pra sair não... Estava doida!



E foi um desespero dentro daquela clínica... Pega Bella, leva pra dentro, coloca num quarto, chama médico, aperta, apalpa, faz pergunta... E eu não estava gostando da cara do doidinho que estava atendendo minha mulher não... Precisava sorrir pra dizer que alguém estava doente?



Ele nos deixou ali, sem dizer nada. Quer dizer, ele disse para que o procurássemos assim que Bella acordasse.



Renée ficou sentada ao lado da filha, alisando seus cabelos e sorrindo enormemente. Oh, merda! O que estava acontecendo ali?



— Será que é grave? — perguntei, roendo o resto de unha que me restava.


— Claro que não, querido. Não fique preocupado.


Bella acordou cinco minutos depois, e Renée foi atrás do médico. Ela não parecia que estava doente nem nada assim, mas não deixei de ficar preocupado. Claro que não.



— O que houve? Por que estou aqui, Edward? Quero ir pra casa.


— Calma doidinha. Você não está internada aqui, não. Se acalme, ok?

— Ok. Mas o que houve, merda? Tem uma agulha no meu braço e eu estou meio tonta.

— Amor, você desmaiou e deve ter batido com a cabeça, mas tonta... Isso você sempre foi, né?


Seu dedo do meio se ergueu pra mim, me fazendo rir um pouco. Ela já estava mais corada e falando palavrão... Minha coisinha estranha estava ótima.



O médico entrou no quarto sendo seguido por uma Renée sorridente e feliz demais pro meu gosto. Inúmeras perguntas foram feitas e Bella respondia a todas com muita má vontade e olhares feios.



— Sua menstruação está atrasada, a senhora anda com muito sono e fome, o humor está alterado... É isso? — o médico perguntava e marcava alguma coisa em um cartão.


— E eu quero atacar meu namorado a cada meio segundo... E tem dias que nem quero olhar pra cara dele...


Eu não sabia daquela parte não! Ah, por isso tinha dias que ela inventava que estava arrumando a casa, o quarto, o quinto dos infernos! Ela não queria me ver!



— Você podia ter dito, ok? Eu não vou me matar porque você não quer olhar pra minha cara! — eu quase gritei e me encostei contra a parede, me sentindo magoado.



Porra, bem quando eu consigo deixar meu lado emo de lado, vem a Bella e ferra com tudo!



— Querido, acostume-se...



E aquela coisa de Renée falar por meias palavras já estava me deixando puto.



— Pessoal, vamos com calma aqui, sim? Isabella não pode passar por aborrecimentos, estresse, nada disso.


— Eu vou morrer! Eu sabia que era grave! Eu sabia! — Bella começou a chorar — Ah, que merda! Que droga! Só porque eu arrumei um doidinho pra mim! Deus é ruim, é sim!


O médico tentou acalmá-la, mas não estava adiantando não... Se ela não estivesse com aquele soro, teria levantado e corrido dali.



— Senhora, tem um bebê na sua barriga! A senhora não vai morrer!



Uou! Ele sabia gritar! E que história era aquela de bebê? Não... Não mesmo!



E tudo caiu num profundo silêncio. Bella me olhava espantada, Renée sorria e o médico estava com uma seringa na mão, pronto pra colocar alguém pra dormir. Aquilo não estava sendo legal...



— Bem, como todos estão calmos, eu posso continuar. — novamente o homem de branco falou — Depois do desmaio, eu fiz um exame simples na senhora e fiquei desconfiado. Quando eu fiz as perguntas, só confirmei minha suspeita. Agora, só resta procurar um médico e fazer o acompanhamento da gravidez; saber o tempo certo e tudo mais.


— Doutor, o senhor tem certeza? O senhor cuida de doido... Pode estar errado, sabe?

— Edward! Não fale assim...

— Querida, deixe o pobre Edward, sim? É muita coisa pra cabeça dele. Mas, o importante mesmo é que tem um bebezinho vindo e vamos amá-lo e cuidar dele.


Um bebê. Uma coisa que fazia barulho, babava, fazia coisas fedidas... E era meu. E de Bella.



Me fodi!



E desmaiei.



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Notas finais do capítulo

Leram o cap? Gostaram? Espero que sim!
Bem, a gigicullen sugeriu uma segunda temporada da fic. O que vocês acham? Querem segunda temporada ou eu paro com o segundo bônus?
Se quiserem segunda temporada, ela será postada aqui mesmo e não teremos o bônus, postarei o primeiro capítulo. Qualquer dúvida, mandem uma MP.
bjus e até!