The Two Sides escrita por Lee Azuki


Capítulo 2
Capítulo II


Notas iniciais do capítulo

Olá~ me desculpem a demora ;-; é que eu fiz esse capitulo duas vezes, porque ele não tinha me agradado -q mas agora ai está ele yey~
Obrigada pelos reviews ^-^ meeeesmo~ vocês não tem noção do quanto me ajudou e mesmo aqueles que não deixaram, obrigada por ler.
Sem mais~ boa leitura ♥



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The Two Sides - Capitulo II - Sorrisos

Primavera de 2006

JongHyun

Estava tudo calmo e o dia parecia ter enfim terminado. A aparição de um garoto no dia anterior na mansão fez-me ficar mais tranquilo, tirando mais uma preocupação de minha mente. Ele procurava por um emprego, oferecendo-se como jardineiro. Eu somente pensei em como aquilo havia me poupado o trabalho de procurar por alguém.

Aceitei-o sem pensar duas vezes.

Há poucos minutos ele finalmente chegou com uma mala e já se encontrava em seu aposento – lugar que agora seria onde viveria por algum tempo.

No momento, eu só ansiava por minha cama e as cobertas quentes que me envolveriam e seriam capazes de proteger-me do frio, no entanto, que infelizmente nada fariam para cessar o gélido que se apossava do meu coração que sentia dificuldades em bombear sangue para o resto do corpo. Ao menos eu tinha aquela sensação. Estava sendo congelado, fazendo-me apenas ter sensações ruins. Recordações ruins.

O som dos grilos no jardim entrava pela mansão silenciosa e preenchia o espaço. Eram de um incômodo espantoso por serem tão incomuns, já que naquele horário era de costume se ouvir uma melodia doce se apropriar até mesmo das paredes, transpassando-as e deixando que todos ouvissem o ressoar das cordas do violino.

As últimas semanas estavam sendo realmente complicadas e corridas. Era impressionante que estivesse conseguindo administrar tudo aquilo com meu coração que ainda se matinha tão machucado.

E, se eu pensasse bem, aquilo não mudaria nunca.

Senti as lágrimas quererem aparecer novamente à medida que meus pés avançavam alguns degraus na escada e vi-me na necessidade de puxar o colar escondido por dentro de minha camiseta e agarrar o pingente. Era solitário.

Solidão. O quanto essa palavra pode ser perturbadora? Agora eu o entendia.

“Pegue Jong. É um presente e eu faço questão que você aceite.”

Apertei com tanta força aquela chave que chegou a machucar.

E lembrei-me de suas palavras.

“Eu quero que fique com ela. Consegue ver o fecho do meu pingente? A sua chave o abre...”

Era como se ele soubesse

“Pretendia dá-lo a alguém especial, alguém com que dividiria a minha vida e muito além dela. Como um laço que nos unisse, mas eu nunca a encontrei e estou com medo que nunca encontre... Acho melhor que fique com ele.”

Ele me olhava tão triste.

Era uma busca incessante.

“Faremos o seguinte: eu darei meu próprio colar e você dará o seu quando encontrarmos, certo?”

Nunca havia entendido o porquê daquilo. O porquê da necessidade que ele tinha em procurar alguém que o completasse. Sempre achei que esse tipo de coisa acontecesse naturalmente, não é algo que devêssemos procurar. No entanto, parecia que no fundo ele sabia e por esse motivo um desespero disfarçado se espalhava por dentro dele, fazendo com que não esperasse e sim corresse atrás.

E ele nunca encontrou.

Voltei a colocar o colar dentro da camiseta, deixando-o próximo ao meu peito.

Só pensava em dormir e quem sabe sonhar com algo impossível. Eu subiria para o meu quarto e descansaria se não fosse o som da campainha invadir meus ouvidos. Amaldiçoei brevemente quem quer que estivesse por trás daquela porta e fui abri-la.

A imagem do primo de MinHo foi como um choque de surpresa misturado com uma descrença que por pouco não levou-me a fechar a porta, impedindo que ele entrasse. Não nos dávamos bem, por um motivo que sinceramente era desconhecido por mim. Ele parecia não gostar de ninguém além dele mesmo, somente conversava normalmente com MinHo, incomodando-se sempre que via alguém que não fosse ele mesmo trocando palavras com o primo.

O estranho era que ele sorria de uma forma tão intensa e admirável na presença do outro que chegava a ser assustador, pois nunca o via curvar os lábios daquela forma com outra pessoa se não fosse para dar risadas debochadas e banhadas pelo sarcasmo.

E o que me irritava mais era por um sorriso tão belo ser privado dessa forma, entretanto era um pensamento que não me impedia de chegar a odiá-lo.

– Tirou a sorte grande não é, Jong? – disse sem demora entrando e eu não vi outra opção a não ser lhe conceder passagem, até mesmo porque por pouco ele não me empurrou como se estivesse em um desfile esbanjando suas roupas de grife.

Lee JinKi era uma incógnita indecifrável. Ao menos para mim.

– Ficou com a mansão toda pra você...

Como era de se esperar ele não amadureceu com os recentes acontecimentos.

– Você sabe que não é bem assim, só estou tomando conta dela enquanto não acham um comprador.

– E em troca a nossa preciosa e tão bondosa família paga a sua faculdade de medicina. Eu sei, não precisa se explicar. – abandonou a mala no meio do cômodo e largou-se sobre o sofá que havia ali.

– Ei, não é b-

– Resolvi lhe fazer companhia mais cedo. Importa-se?

E o que você acha? Que sua presença me agrada?

Contudo sem dizer o que tinha em mente, eu subi as escadas, deixando-o sozinho. JinKi sabia muito bem o caminho do próprio quarto.


MinHo

– Jong, ás vezes, a sua inocência me assusta. – murmurei sorrindo ao me lembrar do moreno quando bati os olhos no novo morador do lugar. Afinal JongHyun havia contribuído muito para aquilo com sua falta de atenção ou melhor, como já disse, extrema inocência. Via do alto das escadas o garoto loiro subir carregando com certo esforço uma mala que não me espantaria se tivesse o dobro do seu peso. Conti os risos com tal pensamento – Precisa de ajuda? – aumentei o tom de voz

– Não é necessário. – ele disse distraído, parando logo em seguida. O menor olhou em minha direção espantando-se – Você aqui? Trabalha aqui?

Desci rapidamente tomando a mala de suas mãos, ficando ao seu lado – Não. – respondi simples. Ele passou a encarar a mim e a sua mala repetidas vezes. Não me espantaria se ele estivesse pensando que eu era algum tipo de invasor, portanto tratei logo de esclarecer a situação – Eu moro aqui TaeMin.

– Co-como? – minhas palavras pareceram confundi-lo ainda mais.

– Eu moro aqui. – repeti.

– Não, não. – o menor balançou a cabeça – O que você disse depois. Como sabe o meu nome?

– Ah – sorri ainda mais largo, era impossível não fazê-lo na presença daquela criatura tão amável. Seu corpo possuía uma espécie de imã que impedia meus olhos de desgrudar um segundo sequer dele. Encostei o dedo indicador em seu cenho, empurrando sua cabeça levemente para trás – Esta escrito na sua testa.

Uma criança era o que eu via a minha frente. Cheio de inocência ele passou a esfregar a testa, mirando seus dedos logo em seguida e percebendo a minha brincadeira tão óbvia e voltando a me fitar.

– Não ria. – fingiu estar com raiva, formando um pequeno bico em seus lábios – Estou falando sério.

– Você está certo. – fiz uma reverencia, tentando de alguma forma mudar de assunto – Estou sendo mal educado. – ergui a cabeça e com a minha mão que estava desocupada segurei a sua afagando-a rapidamente, a levando até meus lábios – Choi MinHo, muito prazer. – disse logo após o toque de minha boca com sua tez pálida.

O nervosismo crescente do mais novo era evidente e eu me divertia com aquilo.

– O que você está fazendo?! – por pouco não gritou, afastando-se – Espera... Choi?!

– Sim. Vamos. Eu levo você até seu quarto.

– Mas...

– E nem pense em me tratar cordialmente só por causa disso.

Ele apenas me seguiu sem proferir uma palavra. Dizendo apenas um tímido “Boa noite” antes de fechar a porta de seu quarto e me impedir de continuar a olhá-lo.

O som da porta batendo contra a madeira foi como o estrondo daquele dia.

Devastou uma parte de mim.

Entretanto diferente do som que agora ecoou pelos meus ouvidos, aquele outro por mais que tenha causado uma dor sem volta, uma consequência tremenda, ele havia permitido brotar em meu coração um novo sentimento, o que eu tanto havia procurado.

E aquele simples fechar de porta levou meu espírito a agonizar naquele corredor escuro e vazio, onde apenas eu me encontrava novamente sem chão. Não podia tocá-lo, não podia ver seu peito subir e descer conforme o ar entrava em seus pulmões, nem ao menos podia enxergá-lo ao meu alcance. Ao percebê-lo distante o medo se alastrava e me desesperava à medida que tornava a realidade tão concreta, uma realidade obscura como aquele corredor sem um resquício de luz.

Sem sinal do garoto de cabelos loiros com aparência de anjo.

Um garoto que possuía um buque de jasmim em seus braços quando o vi pela primeira vez. Em uma situação em que todos choravam... Ele sorria.

Um sorriso singelo e verdadeiro ao longe enquanto soluços e murmúrios de dor eram escutados ao meu redor.

Ele sorria enquanto traços úmidos escorriam pelo rosto pálido. Lágrimas que brilhavam sob o sol forte e incomum no primeiro dia daquela estação. Lágrimas quase imperceptíveis em meio aquele semblante tão confortante.

A razão de eu estar ali agora era somente ele.


TaeMin

Ao fechar a porta, encostei-me nela com minhas forças esgotadas, escorregando até o chão. Da mesma forma que podia ouvir claramente a minha respiração, o choque do meu corpo contra o piso de madeira ecoou pelo quarto.

– Mas o que foi isso?

Sussurrei em meio aos milhares de pensamentos que percorriam minha cabeça de uma só vez.

Sentimentos, sensações... Eram boas ou ruins?

– E aquele cheiro...

Uma fragrância doce e protetora que me era tão familiar.

Apertei meus dedos contra o peito, ansiando tocar meu próprio coração que gritava. Desejava afagá-lo para aliviar a dor insuportável que vinha tardia. Eu sentia falta dele e a cada dia era mais claro que nunca mais o veria.

Naquele momento eu achei que era apenas o desconforto da perda de meu pai corroendo meu interior e se intensificando por aquele cheiro que me lembrava tanto ele.

Levantei depressa e respirei fundo. Avistei a cama e me joguei sobre o colchão macio, meus músculos relaxaram e eu logo tratei de colocar um sorriso em meus lábios ao fechar meus olhos. Dormindo logo em seguida.

Inverno de 2012

JongHyun

Eu lhe contava o ocorrido naqueles anos sem especificar nomes, nem ao menos o meu no meio daquilo tudo. Não era como se eu soubesse de todos os detalhes, no entanto sabia exatamente o que dizer nos fatos presenciados por mim ou apenas ao lembrar-me das palavras de TaeMin, JinKi e até mesmo de MinHo.

Percebi que KiBum se esforçava ao máximo pra se manter escutando com atenção, pois eu via um certo desconforto em seu rosto. Pensei ser melhor não perguntar e muito menos dizer que eu poderia contar-lhe depois porque seria desprezar a determinação dele para ignorar suas dores, contudo confesso que era difícil vê-lo naquele estado.

No entanto, quando o desconforto passou a ser de fato uma dor forte que fez o corpo esguio se encolher e deixar escapar um gemido de seus lábios, instintivamente segurei-o em meus braços, esforçando-me para não intensificar o contato e não abraçar o mais novo.

– Desculpe JongHyun.

Sem sucesso algum.

O ressoar de sua voz sofrida foi o bastante para deixar que os sentimentos escapassem e fossem revelados com o ato que tanto lutei durante todo aquele ano para não concretizar. O apertei contra meu peito. Key mantinha ambas as mãos encolhidas em meio a meus braços, agarrando a minha camiseta com força.

– Você está bem? Não seria melhor você descansar? – mantive meu timbre calmo por mais que minhas atitudes mostrassem o contrário.

Um vacilo.

Não podia mostrar o quão preocupado estava com seu estado. Foi um vacilo que no primeiro momento pensei ter sido um descuido impensado da minha parte que acarretaria uma insegurança maior para o mais novo.

– Estou bem. – ele disse – Não é como se eu não estivesse acostumado.

Porém, eu estava errado.

– Sabe de uma coisa? – disse alto o suficiente para que ele escutasse daquela distancia.

O estranho que durante aquele abraço não era somente meu coração que estava acelerado.

O dele também.

Prossegui – Tem uma coisa que queria muito dar a você e não me importa mais. Farei isso hoje – me afastei a contra gosto para poder vê-lo melhor – Acha que consegue me escutar até o fim?

– Não se preocupe. – pude ver o rubor de suas bochechas quando passou a encarar as próprias mãos - Escutarei muito além do...

Ele parou parecendo inseguro.

– Além do? – insisti.

Receou por mais alguns instantes, olhando-me em seguida com um breve sorriso - Do fim desta história.

Há muito tempo eu ansiava por uma resposta como aquela. Não só como um médico que deseja ver seu paciente mais confiante e determinado em vencer sua doença. Não era só isso.

Eu podia ver claramente as páginas que compunham o livro da vida de KiBum. Era como se pudesse vê-las naquele sorriso em seu rosto que surgiu depois de tempos. Por mais que tivesse sido uma aparição rápida, ela quis me dizer muita coisa.

Eu já não podia ver a ultima folha daquele, que antes, era um tão pequeno volume de palavras.

Palavras que compunham a vida de Kim KiBum.

Agora haviam inúmeras delas.

 -~~~~-

“O amor é uma flor delicada, mas é preciso ter coragem de ir colhê-la à beira de um precipício.”

Sthendal



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Notas finais do capítulo

Então? °u° reviews? Mereço? Mereço? Por favor deixem ok? D: nem que seja uma ou duas palavras /implora... Opinião de vocês é importante ;^;
Parei u.u -q Se não puder deixar review por algum motivo ou não quiser mesmo (._.) deixem algo no meu twitter: @BigodedoTaemini ("fanbase") ou @LeeAzuuki (pessoal) é melhor deixar na FB -q
Até o próximo capitulo~~~ chu ♥



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