Damon no País dos Sem Whisky escrita por Mereço Um Castelo, Luiza Holdford 2


Capítulo 3
Capítulo 3 - Chá?


Notas iniciais do capítulo

Divirtam-se!



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Aquela caminhada tinha sim me dado uma sede, então me sentei com eles. Mas ainda achava muito intrigante Stefan estar ali, vestindo aquela estranha roupa do século XX, já muito surrada, e um longo chapéu muito bem posicionado no centro da sua cabeça.

- Eu sei que é proibido, mas... – sussurrei para o animal – Vocês não teriam whisky ai não?

- Não, não temos whisky – ela respondeu – Beba vinho.

Olhei ao redor da mesa, tendo o cuidado de checar até mesmo na chaleira.

- Não tem vinho aqui – constatei

- Não, não tem. – ela concordou. Franzi o cenho.



- Não é muito educado oferecer se não há para servir.

- Não é muito educado da sua parte sentar-se sem ser convidado – ela retrucou

Ok, ele venceu. Maldito coelho!

- Posso ao menos pegar o chá? - perguntei

- Claro. – Stefan, ou o sócia dele, finalmente se manifestou, pegando a chaleira e servindo o chá... Numa xícara quebrada, fazendo todo o chá cair na sua calça.

- Deixe comigo, não precisa se incomodar. – peguei delicadamente o bule dele, servindo-me em uma xícara inteira.

- Que dia é hoje? – o Stefan-Chapeleiro perguntou de repente.

- Dia quatro, acredito. – respondi, tentando checar no meu celular, que misteriosamente sumiu do meu bolso. Devo ter perdido naquela pequena aventura de aumentar e diminuir.

- Dois dias atrasado. – ele se virou para o coelho, que parecia muito interessado em um relógio de bolso igualzinho ao do coelho de coletinho. – A manteiga não funcionou.

- Mas era a minha melhor manteiga! – a lebre gemeu – Tentamos geléia?

- Passe a de morango... – Stefan-Chapeleiro se virou para mim – Não sei o seu nome.

- Damon Salvatore – me apresentei, pegando o frasco que continha uma geléia cor de rosa que eu supus ser de morango

- Chapeleiro – ele passou a geléia dentro do relógio, e o fechou – E ela é a Lebre de Março.

- Agora funciona? – a Lebre de... Maio? Enfim, o bichinho se debruçou contra o chapeleiro.

- Não, tente chá. – e entregou o relógio para ele, se virando para mim – Por que um corvo se parece com uma escrivaninha?

Como? Um corvo não se parece nada com uma escrivaninha. Experiência própria, de alguém que já foi um corvo. Só existiam pessoas malucas naquele lugar? Esse “País das Maluquices” quase faz Mystic Falls parecer pacata.

Tentei explicar delicadamente que não havia semelhança nenhuma entre os dois, mas o Chapeleiro já estava distraído, bebendo o seu chá. Notei que nem tinha tocado no meu, então decidir beber um gole. Que erro. Foi eu levar a xícara aos lábios que a minha boca ferveu, e eu tive que cuspir tudo.

- Dê que é esse chá? – praticamente gritei para a Lebre de Abril

- Verbena, oras – ela revirou os olhos como se fosse óbvio – O melhor chá da região.

Eu estou sentado com dois malucos que estão tentando consertar um relógio com geléia, e também um porco adormecido, em um lugar completamente estranho E EU AINDA TENHO QUE QUASE SER ENVENENADO?! Aff, vamos ao ponto.

- Olhe, eu não moro aqui – me virei para o Chapeleiro-Stefan, que era mais simpático que a Lebre – E um esquilo roubou o meu whisky. E sim, eu sei que é proibido. Mas poderia me dizer onde um esquilo poderia estar?

- Hoje todos os esquilos têm que comparecer ao castelo para a contagem das nozes recolhidas na semana. – a Lebre respondeu, já que o Chapeleiro estava estranhamente paralisado, com uma cara de idiota. (que me permito acrescentar, era bem comum ao meu irmãozinho)

- O que houve com ele? – perguntei a Lebre de Junho, me referindo ao seu amigo

- Ele é apaixonado pela prometida do príncipe Klaus, Elena. – ele revirou os olhos – Ela corresponde, mas é obrigada pela rainha continuar com o príncipe.

Mais uma vez essa rainha mal amada atrapalha a vida de alguém. Se eu tiver uma oportunidade, juro que ela aparece bonitinha descendo rio abaixo, sem uma gotinha sequer de sangue.

- Poderia me dizer para onde fica o castelo da rainha então? – pedi para a Lebre de Outubro, já que o nosso outro amigo estava incapacitado

- É só seguir pela trilha da floresta – a Lebrezinha apontou para uma densa floresta, dessa vez de árvores mesmo, e não flores.

Já estava me levantando e me despedindo quando o Chapeleiro me segurou pelo pulso:

- Faz um favor para mim? Se encontrar a princesa Elena fale que eu a amo e não desisti dela. – eu vi razão nos olhos daquele homem que eu julgava ser louco. E ele realmente era. Mas ele amava aquela garota, e com todas as suas forças.

- Claro – eu não poderia negar esse pedido desesperado – Se eu a encontrar, prometo que passo o seu recado.

Me despedi de ambos, caminhando até a densa floresta, e ponderando que talvez eles não sejam tão loucos assim. Principalmente Stefan. Como Friedrich Nietzsche disse uma vez, há sempre alguma loucura no amor. Mas há sempre um pouco de razão na loucura.


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Notas finais do capítulo

Gostaria de agradecer a anacecilia pelo melhor review do capítulo até agora.
Até sábado, ou mais cedo, só depende de vocês, e um capítulo novinho!
E não esqueçam de completar essa caixinha branca aí embaixo com o que achou do capítulo, sugestões e/ou dúvidas e clicar em enviar!