Damon no País dos Sem Whisky escrita por Mereço Um Castelo, Luiza Holdford 2


Capítulo 4
Capítulo 4 - Perdido


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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Passei um tempinho andando, pensando sobre aquele lugar. Aquelas caminhadas estavam me fazendo mal. Ou eram elas, ou era aquele ambiente louco, que me influenciavam. O irônico de tudo isso era que sou EU que influencio as coisas, e não as coisas a mim.

Continuando, passei um tempinho andando, até ouvir um grande barulho. Parecia um trovão, mas o céu estava tão limpo... A pessoa tinha que ser uma baleia para ter passos assim, que Deus me proteja disso!

Depois, vieram uns latidos... Caramba, devia ser um lobisomem! Era o meu fim! Gostaria de agradecer a Katherine por me transformar, essa vida se mostrou até bem legal, aos meus pais por me fazerem, ao Stefan por me aturar, até que você era legal irmãozinho, e a academia.

E, Jesus, eu sei que eu não fui à missa nenhuma e não paguei o dízimo, mas eu juro que ia! Me leva para um lugar legal, por favor, de preferência com mulheres e whisky! Ai, Alá, por que eu não me converti mais cedo ao islamismo? Eu iria passar pelo rio de leite e mel até a terra das 72 virgens! Seria um paraíso... Ou somente heróis podem ir? Bem, eu sou um herói, não? Ai, forças divinas, me salvem! Zeus, Odin, Brahma, não sei mais nomes de deuses, me salvem!



Então eu o vi. Ou melhor, vi seu vulto. Um grande cachorro, provavelmente babão, pronto para me morder e me fazer sofrer!

Quando ele se aproximou, eu me surpreendi. Era só um cachorrinho. Ok, o “inho” foi um eufemismo, era um cachorrão, mas tão ameaçador quando um cachorrinho. Foi quando eu me toquei que não era lua cheia. Não era nem mesmo noite. Como pude ser tão burro?

Desculpe Jesus, mas ainda não vou pagar o dízimo. Fica para a próxima.

Ele se aproximou de mim, babando para caramba, meio que pedindo carinho. Own, que coisa mais fofinha. Era grande o suficiente para me dar uma carona, será que se eu o agradasse eu conseguia? Eu precisava parar de andar e refletir, andar e refletir...

Fiz um carinho embaixo de uma das orelhas dele, que ficava na altura do meu rosto, e falei com uma voz mansinha: - Ei, amiguinho, você não dava um carona pro Damon aqui não? Sou da família, colega. – gente, por que eu não me lembrei que voava mesmo?

Ele meio que abaixou, me deixando subir. Oh, que cãozinho inteligente! Bem mais do que o último que tratei! Pena que morreu... Ou não, já que fui eu que matei. Mas Mason merecia.

Vou chamar esse de Tyler, só em nível de homenagem. Esse é o nome do sobrinho dele, não?

O Tyler disparou pela floresta, desviando perfeitamente das árvores. Sentia-me quase a Bella nas costas do Edward, e eu realmente não deveria ter lido aqueles livros da Caroline. Mas eu me sentia assim mesmo, era de enjoar correr nessa velocidade nas costas de alguém. Bella, se você um dia ler isso, saiba que eu te entendo.

Corremos vários quilômetros, e eu já sentia o meu estômago torcer, até finalmente Tyler começar a reduzir. Obrigado Jesus, talvez eu reconsidere o dízimo. Mais um pouco e eu vomitava.

Desci das costas dele, estávamos na fronteira de uma parte mais densa, e mais assustadora, da floresta. Tyler ganiu baixinho ao encarar a escuridão, e correu na outra direção.

Tomei uma pequena trilha em meio à escuridão, reparando que a luz passava muito levemente por entre as árvores ali e haviam setinhas pregadas a árvore indicando o caminho. Talvez Tyler não fosse inteligente o suficiente para segui-las, mas isso já era de se esperar, tratando-se de um cão. Vampiros são infinitamente mais inteligente, bonitos e legais. Até Stefan é, e olhem, isso já é muita coisa.

Só que, em algum momento da caminhada (eu voo, caramba, por que fico andando?), as plaquinhas sumiram, e eu era um corvinho perdido.

Sentei-me numa pedra que ficava bem no centro de uma pequena clareira semi iluminada, e encarei as árvores. Tive alucinações com pequenos sorrisos irônicos e afetados até ouvir uma voz atrás de mim.

 - Perdido, corvinho? – a voz era bonita, porém carregada de malicia. Que maconha é essa que eu usei e não sabia?

 - Não sei, o que me diz?

 - Definitivamente. – uma figura começou a surgir em cima de um galho na minha frente. Primeiro um pequeno sorriso afetado, igual aos que eu tinha alucinado a pouco, depois grandes olhos e logo após, um pequeno corpinho perfeitamente branco. Uma gatinha. – Sorte que você me tem para te ajudar, meu doce e gentil Damon.

Ela sorri que nem a Katherine, fala que nem a Katherine e me chama de “meu doce e gentil Damon” igual a Katherine, além de virar uma gatinha branca. Se ela se chamar Katherine, está tudo explicado.

 - Me chamo Katherine – ela sorriu ainda mais, parecendo saber do que eu pensava. Talvez soubesse mesmo.

 - Só estou aceitando a sua ajuda porque estou desesperado!

 - Oh, claro. – ela revirou os olhos – E quem disse que vou te ajudar? - ela estreitou os olhos

 - Você mesma! Não foi o que você disse “Sorte que você me tem para te ajudar, meu doce e gentil Damon?”

 - Não me lembro... – ela acariciou a longa e felpuda cauda – Mas me sinto generosa, vou sim te ajudar... – ela apontou para o tronco da árvore que se sentava – É só passar por aqui. É um portal.

Katherine generosa é algo para se desconfiar, mas eu estava não desesperado que decidi acreditar. Erro meu. Dei de cara na árvore, e isso não faria bem a minha incrível beleza. Se ela fosse prejudicada, eu culparia só e somente Katherine. Ela, inclusive, explodiu numa gargalhada.

 - Pensava que estava aonde? – ela perguntou quando conseguiu parar de rir, ainda ofegante – Em Harry Potter? Isso não vai te levar para Hogwarts não, meu querido. Ou melhor, não vai te levar para a plataforma 93/4.

Claro que eu ia ser ridicularizado. É o passatempo americano.

 - Dá para colaborar, por favor? – explodi

 - Muito sem graça você – ela me olhou tediosamente – é só seguir por ali... – ela apontou para uma extremidade da floresta onde, olhem, já dava para ver alguma luminosidade extra. Como eu não tinha reparado naquilo.

Me virei de volta para a árvore, pois sou um vampirinho muito educado e iria agradecer, mas ela já tinha sumido. Acho que não ensinam boas maneiras na Bulgária de mil anos atrás, ou sei lá há quanto tempo.

Cobri rapidamente a distância de onde eu estava até a luz, e sim, a pé. Quando finalmente sai da floresta, eu estava no início de um grande labirinto natural. Sabem quando plantam aquelas árvores que eu não sei quais são, e depois as cortam para formar paredes, e elas são plantadas em tal disposição que formam um labirinto? Pois então...

Logo no início, havia uma série de roseiras brancas, e mais atrás, um pequeno exército de cartas de baralho as pintava de vermelho. Por que não plantá-las logo vermelhas é a dúvida de todos.

Junto às cartas, havia uma mocinha... E ela igual a Elena! Mais uma doppelgänger, e dessa vez numa realidade alternativa? Não sei, mas quem sabe com essa eu tinha uma chance?

Então eu me toquei. Essa devia ser a tal Elena, prometida do príncipe Klaus, a qual eu prometi ao Stefan transmitir seus sentimentos... Mas é muita sacanagem...

Jesus, esqueça de vez o dízimo, certo?


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Notas finais do capítulo

Desculpe a demora queridos leitores. A última semana foi corrida mesmo, não pude entrar para postar.
Obrigada a Feeh Somerhalder pelo melhor comentário no capítulo anterior, logo eles serão respondidos.
E comentem nesse, claro.