Xeque-Mate! escrita por Queen of Hearts


Capítulo 9
Peças perigosas.


Notas iniciais do capítulo

Aproveitem o capítulo =)



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Pov Scorpius Malfoy

Amarelo. Tenho certeza que aquele vaso perto de um dos quadros era dessa cor. Mas minha visão não permitia que eu pudesse me prender aos detalhes e por mais que meu olho esquerdo estivesse bom, meu olho direito não parecia captar a cor das coisas. Aquele maldito bispo! Fazia mais ou menos dois dias desde a última vez que o encontrei, fazendo com que meu estado só piorasse. Potter havia me aconselhado a ir até a enfermaria, mas precisava pesquisar sobre algo que encontrei no álbum da minha família.

Contudo, sabia que não era o único a andar no corredor e quase pude adivinhar quem era a pessoa escondida atrás da pilastra quando me virei pela terceira vez. Fingir que não tinha visto-a. Queria ver até onde ela chegaria com isso. Pensei ainda que seria ótimo se Brandom desse as caras, não me importaria de levar mais um soco se Weasley descobrisse a verdade sobre ele.

Já estava começando a me aproxima da biblioteca quando ouvi os passos dela atrás de mim. Estávamos ao lado de uma sala de aula vazia. Entretanto, vi algo inusitado dentro da sala e sem que desse tempo para que alguém me seguisse, me dirigi até a sala vizinha e entrei, fazendo um barulho proposital. Ouvi a porta vizinha ser aberta.

— O que foi isso, Brandom? — ouvi uma voz conhecida perguntar.

— Não sei, mas vou descobrir.

Escutei seus passos indo para a esquerda e tinha quase certeza de que Weasley estava se escondendo em algum lugar por lá, mas não demorou muito para ouvir sua voz. Logo escutei seus passos, seguidos pela irritação da terceira pessoa ali presente: Zoe.

— O que ela faz aqui?

— E-eu vim... — ouvi Weasley gaguejar.

— Se tem algo para tratar conosco pode dizer, Rose. — respondeu Brandom e senti vontade de vomitar. Qual era a daquela voz dócil?

Outra pessoa parecia está sentindo o mesmo que eu.

— Então vamos, Weasley — falou Zoe e percebi a exasperação em sua voz.

— Por que estava se escondendo?

— Eu não estava me escondendo — respondeu a cabeça de fósforo e percebi que parecia ofendida.

— Até parece!

— Silêncio, Black! — interpôs Brandom.

Escutei o barulho de passos novamente e pensei que talvez ele pudesse ter se aproximado da Weasley. Segurei a maçaneta por impulso.

— Conte-me Rose. O que fazia ali? — o ouvi perguntar e quase podia vê-la corando com o pronunciamento de seu nome. Aquela idiota!

— Eu me perdi de uma pessoa e pensei em voltar para o salão principal.

— O salão principal é para o outro lado, Weasley — respondeu Zoe e sua irritação parecia ter aumentado com o tratamento que Brandom a estava dando.

— Já disse para ficar quieta, Zoe.

Ouvi-a bufar.

— Bem, se esse é o problema, eu posso lhe levar lá.

— Não tem problema. Eu consigo sozinha — respondeu a ruiva.

Escutei em seguida o ranger de uma porta e a voz de Zoe. Seu tom parecia mais ameaçador do que nunca.

— Vai ficar aí por quanto tempo, Brandom? Ainda não terminamos.

— Já estou indo — respondeu rude. — Até mais.

— T-Tchau.

E a porta foi fechada. Quando finalmente saí dali, percebi que talvez tivesse sido um pouco rude com ela, mas ela precisava vê-los juntos e perder um pouco dessa obsessão que tinha por aquele cara. Observei-a em pé, encostada a uma parede com os dois braços entrelaçadas sobre o peito e resolvi assustá-la. Ela ainda me devia explicações do porquê estar me seguindo. Sua reação foi como eu esperava e sem nem mais nem menos a puxei para uma sala longe dali.

Ao entrarmos, soltei-a e procurei um lugar para sentar. Não tinha percebido, mas meu olho não era o único a me incomodar, um outro hematoma parecia fazer o mesmo. Contudo, aquela sala era uma das que estavam abandonadas e percebi que muitos móveis que estavam ali eram velhos e decaídos, me fazendo sentar em uma velha caixa de livros. Senti Weasley se aproximar e se ajoelhar a minha frente, não conseguia enxergar seu rosto direito, mas sabia que ela estava preocupada.

— Está doendo em algum lugar? — a ouvi perguntar.

Não respondi, mas a vi puxar a varinha e apontar para o meu rosto. Sussurrou algumas palavras e pensei ter ficado cego por um momento, mas a luz foi diminuindo e senti um formigamento em meu olho direito. Minha visão parecia melhor do que antes. Olhei para ela agradecido e a vi se levantar, percebi que parecia extremamente vermelha.

— Me diga, sabia que eu estava seguindo você? — perguntou.

— Sim. Você não é a pessoa mais discreta do mundo, Weasley — dei um sorriso e pensei em me mover, porém não sabia que estava em um estado tão terrível.

— Por que fez isso? — a ouvi perguntar novamente e fiquei calado, esperado que continuasse. — Brandom estava lá, Brandom e... Ela.

— Pensei que talvez você devesse ficar sabendo sobre eles, antes de guardar falsas esperanças.

— E como você sabia sobre eles?

— Ouvi os rumores de algumas garotas do sétimo ano — respondi.

Ela ficou calada por um momento e senti minha dor aumentar. Observei-a se virar para rebater algo, mas acho que meu estado lhe chamou atenção. Talvez eu estivesse realmente péssimo e precisasse ir até Madame Pomfrey, como Potter havia dito.

— Quem fez isso com você? — a ouvi perguntar.

O babaca por quem você é apaixonada.

— Não sei.

Fiquei tonto por um momento e senti suas mãos em meu rosto. Aqueles olhos profundamente castanhos me olhavam agora. Virei o rosto para o outro lado e retirei suas mãos, ela voltou a me segurar. Vi suas mãos ir até a barra da minha camisa e a levantar. Não sabia o que ela estava fazendo, mas não era como se eu conseguisse parar de olhá-la.

Seu rosto estava vermelho e após se dirigir até um dos armários velhos que estavam ali, vi-a trazer uma poção que reconheci como Wiggenweld. Essa era um tipo restaurador de forças para alguém que estivesse doente, machucado ou simplesmente cansado. Foi então que percebi o lugar em que estava.

— Essa era a antiga sala de Slughorn — disse. —, mas muitas poções que estão aqui são apenas um estoque extra, para o caso de que algumas acabem e seja necessária a demanda de outras.

Ela abriu o vidrinho e levou até minha boca.

— Beba — pediu.

Obedeci. O gosto não era ruim e faziam meus olhos lacrimejarem. Porém me sentir melhor. Observei-a sorrir e me aproximei um pouco dela, mesmo que estivesse colocando todos os meus esforços nisso. Notei que seus cabelos não eram os únicos que possuíam a tonalidade vermelha, seus cílios eram claros também. Ela piscou atônita e vi seu sorriso ir sumindo aos poucos, seus olhos olhavam para a minha boca.

Levantei seu queixo e sorri fraquinho, um minuto depois e eu a beijava. Ela colocou os braços timidamente ao redor do meu pescoço e segurei sua nuca. Um flash passou por minha cabeça e me lembrei da primeira vez que a vi, a caminho de Hogwarts. Puxei-a mais para cima e deixei uma marca em seu pescoço, ela fechou os olhos, extremamente corada. Soltei-a devagar e notei que ela ainda permanecia ajoelhada no chão, me olhando de cima.

— Linda — murmurei.

Observei-a baixar os olhos para o chão e morder os lábios ainda corada. Me levantei um tempo depois e ela fez o mesmo, vesti-me e saímos dali em seguida. Talvez eu já não precisasse mais ir até Madame Pomfrey.

~~XXX~~

Pov Zoe Black

— Brandom... — gemi, enquanto sentia suas mãos por dentro da minha blusa.

Weasley já havia ido embora há algum tempo e percebi que o cara que estava beijando meu pescoço agora era um ótimo mentiroso. Entrelacei minhas pernas em sua cintura e o senti beijar a curva dos meus seios, me fazendo curvar as costas. Porém, ele retirou minhas pernas da sua cintura e saiu do lugar onde estávamos. Levantei-me em seguida e o observei pegar uma garrafa de bebida próxima a uma cadeira. Beber era proibido ali, mas ele fazia escondido.

— O que foi? — perguntei e me aproximei dele curiosa.

— Percebi que essa bebida tem um gosto melhor que você.

— Mas é sempre a mim que você recorre não é? — respondi cínica e aborrecida com o péssimo tratamento dele.

— Isso é porque temos um trato e também... Porque não apareceu nada melhor por aqui — disse e o vi beber o último gole da bebida.

Senti meus olhos marejarem e tentei lhe dar uma tapa, mas ele segurou meu braço e me colou a ele. Senti o gosto de bebida da sua boca, mas já não me importava com isso. Escutei a garrafa se quebrar em algum lugar do chão e beijei seu pescoço, ouvindo-o suspirar. Sabia onde iríamos chegar, mas ainda havia algumas coisas que precisava esclarecer. Abrir sua blusa e passei meus lábios por sua pele, perguntei em seguida:

— Aquela garota, você prefere ela ou a mim, Brandom?

— Isso é ciúmes, Black? — rebateu, agarrando meus cabelos.

— Talvez.

— Então acho que terei de dizer que é você — o ouvir dizer e sorri com suas palavras.

Deslizei minhas mãos por seu troco e me aproximei de seu rosto. No entanto, ele se afastou novamente. Irritei-me com sua atitude.

— O que foi dessa vez? — perguntei impaciente.

— Só me escute.

— É a respeito dele?

— Sabe que sim — respondeu rude e suspirei entediada.

Observei-o arrastar uma cadeira e a colocar em minha frente. Vi que sua expressão havia se tornado grave e não me esforcei para persuadi-lo a voltar para o que estávamos fazendo. Apenas me dei ao trabalho de responder as suas perguntas e sentar na cadeira que ele havia colocado em minha frente.
Não demorou muito para que essas perguntas viessem.

— Como anda com Malfoy?

— Ele não gosta de mim — respondi calmamente. — Tivemos uma rixa ainda quando crianças e acho que ele não me perdoou por isso.

— Então você não me serve para muita coisa.

— Não é tão simples assim, Brandom! — continuei impaciente — Mesmo que eu me esforce, ele me ignora tá legal?

— Então se esforce mais! — reclamou.

Irritei-me com suas palavras e andei em direção à porta, já estava cansada de tudo aquilo, mas a maçaneta havia sido trancada e bati os punhos na porta com força. Ouvi seus passos se aproximarem e suas mãos pousaram em minha cintura. Brandom além de mentiroso era um ótimo manipulador. Mas ao menos naquele momento, ele teria que fazer o que eu pedisse ou então, eu não lhe daria o que ele queria.


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Notas finais do capítulo

Em primeiro lugar, espero que tenham gostado do capítulo e que o POV da Zoe não tenha sido tão chocante kkkk... Escrever cenas de antagonistas é extremamente complicado.
Agora gostaria de falá-los a respeito dos reviews. Gente, venho recebendo uma pequena quantidade de comentários nos últimos capítulos, mas continuo me esforçando para escrever um bom capítulo para vocês. Até porque além de trabalhoso, escrever fanfics também é divertido. Porém, ter mais de 20 leitores e receber dois reviews é um desânimo para qualquer autor.
Agradeço de coração a essas pessoas que me mandaram os reviews no último capítulo e gostaria de dedicar este capítulo a vocês, mas também seria ótimo se as pessoas que ainda não comentaram ou como muitos autores chamam "os leitores fantasmas" (apesar de não gostar dessa denominação) também fizessem sua parte.
Boa noite a todos e até o próximo capítulo.



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