Xeque-Mate! escrita por Queen of Hearts


Capítulo 8
Os Potters e o jogo


Notas iniciais do capítulo

Demorou, mas chegou! Desculpem por isso gente, mas tive uma séria crise de bloqueio de inspiração e tive que reescrever esse capítulo pelo menos cinco vezes. Apesar de ainda achar que não saiu como o esperado.
Mas bem, essa é a minha opinião e gostaria de saber o que acharam do capítulo nos comentários. Espero que gostem e leiam as notas finais.



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Pov Rose Weasley

Estávamos agora no inverno e por conta disso, era interessante observar as imagens que passavam através das janelas. Contudo, não tinha muito tempo para ficar ali e me vi apressando o passo em direção ao terceiro andar. A direção que eu tomava era a do clube de xadrez e de acordo com o relógio, provavelmente Jason já estaria lá. Mas antes que pudesse se quer chegar até o quadro de Isobel, alguém se pôs a minha frente e com certo calafrio, soube quem era.

Naquela hora da tarde não havia grande movimento de alunos nos corredores, isso era devido à organização da carga horária de Hogwarts, na qual, todas as aulas pausavam e aonde os alunos iriam se reunir logo mais a noite, no Salão Principal. Havia recebido um pergaminho na aula de feitiços então estava indo em direção ao terceiro andar, mas isso foi antes de ele aparecer.

Bennett estava parado na minha frente e parecia estar de mau humor. Um frio percorreu minha espinha ao olhá-lo e percebi naquele momento, que teria que retardar meu caminho até o clube. Sabia o que ele estava procurando ou quem ele estava, mas não poderia por em risco a localização do lugar que estava indo e por isso, teria que fingir não saber.

Elliot Bennett ou o rei negro era aluno de grifinória e suas ações eram extremamente rudes e egoístas. Mas ainda havia garotas que fantasiavam com o modelo perfeito de um delinquente e isso parecia reverberar em seus corpos, me causando certa repugnância.

Há algum tempo atrás, eu havia salvo um primeiranista de sua gangue e tenho certeza que brincadeiras como aquelas não se faziam à crianças. Ele também era o líder de um dos clubes clandestinos e quando o vi, acabei agarrando o ombro de uma velha estátua por precaução, onde sabia ser uma passagem secreta. Agora vendo-o ali, acabei considerando fugir por essa mesma passagem.

— Weasley! — chamou e me agarrei mais ao ombro da velha estátua.

— Que?

— Onde está Morgan?

Como pensei.

— Não sei.

— Como não sabe?

— Não a vi hoje.

— Não minta, você está a caminho do mesmo lugar que ela, não é? — perguntou e sua expressão era aborrecida.

— Já disse que não a vi — rebati e recuei um passo.

Ele me olhou desconfiado e baixou os olhos para minha mão, no ombro da estátua. Um sorriso terrível apareceu em seus lábios e não tive muito tempo para pensar no que fazer, pois um minuto depois e minhas costas estavam batendo contra a parede fria. Aquele idiota! Ele havia passado a analisar a imagem de pedra e pouco se importava com a tontura que havia me causado ao me empurrar com força contra a parede. O ouvi perguntar um tempo depois:

— Então é aqui que vocês se escondem? Morgan está lá, não é?

Sentindo a coluna doer por conta do impacto, me aproximei e bati em sua mão. Ele olhou irritado para mim.

— Já disse que não sei — respondi impaciente. — E se estiver pensando que essa simples estátua é a passagem para o clube de xadrez, vai perder seu tempo.

— Quero saber onde está Morgan! — disse e eu segurei a varinha por debaixo da capa.

— Se ela não disse onde estava para o próprio namorado, muito menos eu é quem vou dizer! — rebati e ele me observou por um momento.

Mas diferente do que pensei, Elliot simplesmente se afastou e andou para o outro lado. Suas palavras chegaram até mim.

— Diga a ela que estarei esperando, próximo a ponte.

— Ok.

— A propósito Weasley, espero que o filhote de Potter não esteja lá ou não medirei esforços para arrancar algumas informações de você.

Senti meu coração acelerar com a ameaça e o vi dobrar o corredor a minha esquerda. Ainda não entendia como Morgan poderia ter trocado meu primo por aquele cara, mas sabia que precisava chegar logo ao clube.

~~XXX~~

A primeira coisa que notei quando pus o pé para dentro daquele cômodo foi as expressões dos que estavam ali. Jason parecia animado a um canto enquanto assistia à partida de Louis e Megan do outro lado. Parecia que o cavalo de meu primo estava prestes a ser derrubado pela a rainha da loira, mas todos fingiam não notar.

Alex parecia tão animado quanto o outro, sentado em um dos pufes da sala e tinha nas mãos um pergaminho e uma pena, possivelmente anotando os movimentos. Seu sonho sempre foi participar do torneio mundial de xadrez.

Próximo a eles, Malfoy se encontrava segurando um livro preto. No entanto, o que me chamou a atenção não foi o livro, mas seu olho direto, no qual estava exposto um inchaço que deveria causar certo incômodo. Aquilo me surpreendeu um pouco e por impulso passei a procurar por uma poção curativa, mesmo sabendo que não havia nada assim ali.

Ao fundo, se encontrava o restante do clube e as duas pessoas que andavam me preocupando nos últimos dias. Morgan estava ao lado de Henry e parecia uma pilha de nervos, mas sua expressão ainda se constituía em arrogância e ela fingia não notar a existência de Alvo. Henry, seu irmão, possuía uma expressão semelhante a da irmã, mas notei que ele parecia querer sair o mais rápido que pudesse dali. Por conta disso, cada som do relógio lhe sobressaltava. Alvo sentado na última poltrona também os ignorava, mas seu rosto possuía certo ressentimento em relação a Morgan.

Ainda parada na porta tomei a consciência do que estava fazendo e me dirigi até Alvo. Toquei levemente em seu braço e o vi se virar para mim, seu sorriso era fraco. Sentindo certa pena, aproximei-me dele e sussurrei algumas palavras em seu ouvido, mesmo sabendo que Morgan e Malfoy nos olhavam.

— Ei, Sr. Sparrow, não ficaria para baixo tão fácil assim, ainda tem gente que acha você uma ameaça.

— Sparrow? — perguntou e percebi que ele ria.

— Achei que era seu personagem fictício favorito — respondi e ele fez um sinal positivo com a mão.

— Obrigada Rosinha — o ouvir dizer e lhe dei um beijo no rosto.

Me levantei em seguida e fui em direção a Jason, dessa vez para falá-lo a sério.

O objetivo de cada clube clandestino era conseguir o maior número de integrantes e nós treinávamos para participar dos diversos torneios de xadrez, não como uma profissão, mas como um hobbie. Nesses torneios não jogávamos com peças simples, mas com peças em tamanho humano e tão rudes quanto as que quase mataram meu pai há anos atrás. A localização de cada clube cabia aos membros de cada um deles e se fossemos descobertos, o lugar seria fechado. Elliot, líder do clube de delinquentes, estava disposto a acabar com qualquer alegria vinda do xadrez. Entretanto, seu maior motivo, era sua namorada estar na companhia de Alvo.

Ao caminhar para o grupo perto da passagem, vi Jason se levantar e olhar para mim. Puxei a manga de sua camisa e o arrastei para perto da lareira onde lhe contei o que havia se passado entre mim e Bennett.

Percebi que sua expressão não foi nem um pouco acolhedora.

~~XXX~~

— Não se esqueçam, a poção deve se apresentar na cor violeta ou não terá o efeito esperado — ouvia Slughorn dizer enquanto alisava seu bigode de morsa. — Sr. Wood, por favor, mexa a poção apenas sete vezes ou causará na pessoa que a tomar uma morte imediata. — continuou.

Olhei para Hans e o vi totalmente desajeitado, tentando acertar numa poção cor de cera. Observei o restante da sala e percebi que a situação com os outros alunos não era diferente. Tanto esforço era devido aos N.I.E.Ms do próximo ano e era interessante saber que até os mais relaxados da sala se esforçavam para fazer uma boa poção. Porém, logo foi dado o horário de saída e Jimmy parecia extremamente irritante àquela hora da manhã.

Cada sala de aula possuía uma cabeça falante, presa a um relógio antigo. Elas eram semelhantes as do nôitibus andante e funcionavam como término para as aulas. Jimmy era uma dessas cabeças e parecia estar tendo uma longa conversa com Slughorn sobre os horários dos terceiranistas. Saí de lá enquanto ainda se podia ouvir os rangidos dos bancos sendo arrastados.

Pensei em ir atrás de Lílian depois disso, ainda possuía algum tempo livre. Contudo, a cena que encontrei não foi das melhores.

— Você é um idiota, Weasley! — falava Lílian e notei que seus olhos estavam vermelhos.

— Não tem motivo para me chamar assim, só disse que aquela roupa não ficava bem em você — respondeu meu irmão e percebi que estava nervoso.

— Se não queria que eu fosse com você a Hogsmeade, teria sido melhor não ter me convidado!

— Mas foi você quem me convenceu a ir.

— Era porque eu queria ir com você, idiota!

Um livro atingiu em cheio meu irmão e pensei em parar a discussão dos dois. Afinal, estavam de frente a entrada da corvinal e poderiam alarmar todos da casa Ravenclaw daquela maneira, mas as palavras seguintes de Hugo me fizeram parar.

— Você mudou, Lílian — o ouvir dizer. — Quando apareceu na porta do pub, fiquei tão impressionado que qualquer imagem que eu encontrasse não seria melhor que a sua. O cabelo perfeito, as bochechas coradas e a pele limpa. Mas por algum motivo não conseguir me convencer somente com isso e pensei... — pigarreou — Pensei que talvez aquela não fosse você.

— Como assim não fosse eu? — ouvi a voz de Lílian e percebi que seus lábios tremiam.

— A Lílian que eu conheço não chegaria daquele jeito, nem falaria tão elegante. O máximo que faria, era jogar a bolsa em cima da mesa com o maior barulho que conseguisse e beijaria minha bochecha. Sem falar, que rosa definitivamente não é sua cor. — ele riu. — Mas isso não quer dizer que eu não gostei, só que... Prefiro a Lílian antiga.

Olhei para Lílian e tentei ver sua expressão, seu rosto estava tão vermelho que lembrei do meu tio por um momento. Então ela não falou nem fez nada, simplesmente ficou observando Hugo e analisando sua expressão. Até que ouvi as palavras que sabia ser um ponto de partida para me interpor entre eles.

— Você é um egoísta — sussurrou a ruiva.

— Já chega, Lílian! — briguei e sair do lugar em que estava.

— Rose?

— Olá, Hugo! Será que poderíamos conversar em outra hora? — perguntei e apontei com a cabeça para a ruiva do meu lado.

— Ok.

O vi se afastar e quando já estava longe o suficiente, me virei para Lílian.

— Quer conversar? — perguntei.

Vi-a balançar a cabeça e fui em direção ao jardim, podia ouvir seus passos logo atrás. Pensei que Lílian tinha muito o que falar e desconfiava de quem teria criado essa versão extravagante da prima que conhecia. Ao chegarmos no jardim, percebi de imediato seu abatimento. Então apenas me sentei ao seu lado e esperei. Não demorou tanto tempo quanto eu imaginava.

— Foi Zoe — começou. — Pedi a ela para que me deixasse participar do clube.

— Então agora você faz parte da irmandade? E preferiu não me contar porque sabia que eu não vou com a cara dela? — perguntei.

Ela ficou calada, mas eu não estava irritada com ela, só um pouco chateada por não ter me contado, apesar de que desde que Lílian começou a agir igual a ela, passei a desconfiar.

— Foi pelo o Hugo que fez isso?

— Sim — respondeu.

— Escute Lílian, Hugo só não sabe como agir perto das pessoas, a culpa não é sua — tentei dizer.

— Mas ele sequer me ver como uma garota! Acho que sou só uma amiga que pode tomar o lugar dos amigos dele quando não estiverem por perto.

— Não exagere, Lílian. — respondi.

Hugo jamais a veria assim.

— Mas é verdade! — brigou.

Vi que ela parecia estar se esforçando para me convencer e acabei sorrindo com isso. A família Potter possuía um sério problema quando o assunto era se relacionar com outras pessoas e meu irmão parecia sempre fazer merda quando o assunto era Lílian. Talvez eu não fosse tão diferente deles, mas pelo menos eu e James continuávamos ilesos.

Despedi-me de Lílian algum tempo depois e voltei para o castelo. Mas antes que pudesse fazer qualquer coisa, alguém chamou-me a atenção perto dos archotes, e notei que o livro ainda permanecia em suas mãos. No entanto, ele parecia estar em um estado pior do que da última vez e desde o nosso último diálogo comecei a ficar preocupada com os hematomas que andavam aparecendo. Pensando nisso, percebi que precisava fazer alguma coisa e se ele não fosse me contar, descobriria por conta própria.

Comecei a segui-lo.


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Notas finais do capítulo

Reviews?
Espero que sim. Agora gostaria de falar sobre um pequeno erro que achei na fanfic por esses dias, mas não se preocupem, não vai em mudar nada na história. É somente a repetição do nome de um personagem, talvez alguns de vocês tenham notado ou não, pois é realmente algo irrelevante.
Existe na fanfic dois "Thomas", o professor e o membro do clube de xadrez. Mas eu mudei e passará a existir somente o professor de defesa contra as artes das trevas. Esse Thomas como professor é o Dino Thomas, personagem da nossa J.K, havia me esquecido do outro Thomas quando o coloquei na fanfic. Agora em relação ao membro do clube, eu já mudei seu nome como podem ver no capítulo. Me desculpem pelo erro, mas acho que isso não afetará em nada na história, pois ele apareceu apenas uma vez e em uma cena sem grande significado.
Agora gostaria de agradecer aos reviews de Maria Weasley e Mrs. Morgan no último capítulo e ainda estou a espera daqueles que ainda não comentaram.
Feliz ano novo a todos e até a próxima.
Beijos#



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