Jogos- A Minha Batalha Começa escrita por Fran Marques


Capítulo 33
8




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Meus dedos brancos tocavam o rosto sem cor do menino. Vi o aerodeslizador chegar e me afastei. Não queria ver aquelas garras pegarem o corpo de meu amigo. Corri para longe e parei abaixo de uma árvore, totalmente invisível para quem passasse ali.

Kahinan estava morto. Grande quantidade de tributos tinham morrido. Agora sobrava o Giulli, Renata, Zeileen, os carreiristas, a garota do 5, Nike e o menino de seu distrito e eu. Apenas 8 tributos.

Lágrimas começaram a cair em minhas bochechas. Eu estava desmoronando por dentro. Alguma coisa fizera questão que eu assistisse a morte de Kahinan, aquilo fazia parte do jogo. Sair viva ou morta não fazia diferença. Você acabava morrendo por dentro.

Caminhei e senti a solidão. Tudo estava quieto como se o mundo desejasse me observar. Renata podeia não ter o matado. Ela escolheu e agora quem escolhia era eu.

Corri, voltando para o cadáver que não se encontrava mais ali e segui pelo caminho de Renata e Zeileen. Sede. Sede de sangue se espalhava por meus dedos que seguravam, a raiva tentava abrir os portões de minha mente. Ela conseguiu.

Vi os cabelos cacheados de Renata caírem por suas costas, minha arma estava pronta e a vingança era a única que eu procurava além de minhas adversárias. Meu foco estava nelas até que uma pequena bolinha caiu no chão em frente ás duas.

Caminhei-corri para trás em busca de onde aquela bombinha de gás tinha caído. Um cheiro terrível se espalhava pelo ar e meus pulmões ficavam mais pesados. Meus olhos acharam a garotinha magra em cima das árvores. A garotinha magra do distrito 5. Seus olhos riam e sua boca estava aberta em um sorriso.

Renata e Zeileen despencaram no chão de gelo e permaneceram, ali, imóveis, enquanto a menininha descia da árvore com uma lança feita de madeira e uma ponta de pedra.

A última coisa que vi foi a lança atravessar o pescoço de Renata e Zeileen, virei meu corpo e corri para longe enquanto os canhões ecoavam em meus ouvidos.  

Tudo começou a ficar colorido, principalmente roxo. Meus pés formigavam e minhas ações ficavam mais lentas. As árvores se separavam umas das outras como se abrissem para mim.

-Que porcaria tinha dentro daquelas bombas? – falei alto e caí no chão. Me arrastei abaixo de uma sombra e vi as nuvens cobrirem o céu vagarosamente até a lua me iluminar.

O efeito passou e eu consegui me levantar. Era dia, mas eu tinha passado a noite acordada observando o movimento de tudo a minha volta.

Agora eram menos duas que abriam meu caminho para uma vitória não satisfatória.




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