Jogos- A Minha Batalha Começa escrita por Fran Marques


Capítulo 11
Outros tributos




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Sentei na mesma mesa de Kahinan, a garota do 5 e Adam. Começamos a conversar abertamente sobre nossos distritos, trabalhos e vidas. Giulli tentou sentar conosco, mas Adam automaticamente se levantou e peitou o outro garoto, fazendo com que ele recuasse. Um murmurinho pairava sobre a mesa dos carreiristas, que era extremamente bizarra. Ali se juntavam o pessoal do 6, 2, 1. Eles não davam a menos importância se estávamos nos ofendendo ou qualquer coisa, porque falavam abertamente como se quisessem que todo o salão escutasse suas implicações.

Meu coração pulou quando meu mentor apareceu em nossa mesa, ele não parecia ser cego, definitivamente.

–Vocês estão se saindo muito bem. Só tente parar de implicar com a garota do 1, Florence. Não era você que não queria virar alvo de ninguém?

– Queria, pena que esse pensamento já passou.

Piscki sorriu mas logo sua alegria se desmanchou e me avisou para ser mais discreta. Assim ele saiu com sua vara tamborilando no chão sem bater em nada, como se tivesse feito aquele trajeto milhares de vezes.

–Ah, ele é cego??!!

A garota do Distrito 2 tinha se levantado, com suas sobrancelhas juntas formando uma onda sobre os olhos, enquanto retirava rapidamente o miolo do pão.

–Coitadinhos de vocês!! Tome aqui um pouco de comida!! Pelo menos recompense a dor de saber que vão morrer no primeiro dia da arena. – terminando a frase ela jogou o miolo de pão em meus cabelos, mas eu não liguei, apenas respondi.

–É mesmo, melhor me dar comida, afinal, não queremos que você fique mais gorda, não éh? Vai ter que ser bem ágil e rápida na arena.

Ela não era gorda e todos nós sabíamos, mas quando eu falei aquelas palavras ela virou a cabeleira escura e encolheu a barriga, pondo-se a examiná-la para se garantir que não era de fato gorda. Seu corpo era musculoso e eu não duvidava que ela poderia jogar uma pedra em minha cabeça e com um toque eu estaria mortinha.

Voltamos ao treino e eu permaneci quieta até ele terminar. Treinei com o machado, e acabei descobrindo que era espantosamente boa com ele. As facas não eram meu forte e o mais longe que eu consegui jogar uma flecha foi a menos de um metro de distância. A lança era mais fácil de manusear, mas não era a arma mais eficiente, afinal, se eu jogasse em um tributo e não o matasse, eu ficaria sem arma, que no caso não era muito prudente quando sua vida estava em jogo.

Acabamos e eu estava extremamente cansada, subimos com os tributos do 10, 11 e 12. Não trocamos olhares e Giulli não tentou aproximações novamente. Chegando lá em cima encontramos Piscki batendo palmas enquanto Horquídia reclamava que não era aquele o respeito que queria que tivéssemos com os outros tributos e mais algumas baboseiras.

–MUITO BOM!! MUITO BOM!! – nosso mentor batia palmas e rodopiava de um pé ao outro tentando chegar no sofá- Eu estava vendo as cenas dessa garota implicando com as criaturas dos outros distritos!!! EU ACHO QUE NUNCA RI TANTO!!!

–Ele está sobre efeito de alguma bebida? – perguntei, mas aquilo só fez Piscki rir mais-

–Tomou um remédio para dor de cabeça. Acabou dando nisso.

Horquídia o levou para seu quarto e fez deu um sonífero para ele tombar na casa de uma vez. Eu segui para meu quarto e Adam para o seu.

Três da manhã e eu ainda não tinha dormido. Três da manhã e nada de sono. Três da manhã e “me treino individual seria amanhã, esteja pronta e descansada ou morra na arena.” Comecei a ver alguns vídeos sobre tributos e suas entrevistas até chegar em Katniss e Peeta. Eles realmente formavam um casal adorável. Vi sua entrevista e vi como ela encantou o público sendo ela mesma. Provavelmente qualquer um me perguntaria como eu sabia que ela estava sendo verdadeira, mas ou ela mentia perfeitamente bem ou o brilho que eu via em seus olhos quando ela sorria, a surpresa quando seu vestido pegou chamas, a tristeza que tomou conta dela quando mencionaram a irmã eram verdadeiros.

Eu me enroscava nos cobertores, perguntando se seria terrível de minha parte ir até Adam e dormir junto com ele, mas sem pensar muito, segui pelo corredor até encarar a porta de seu quarto.


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