A Hospedeira - Coração Deserto escrita por Laís, Rain


Capítulo 29
Nervosa


Notas iniciais do capítulo

The broken locks were a warning
You got inside my head
I tried my best to be guarded
I'm an open book instead
And I still see your reflection
Inside my eyes
They're looking for purpose
They're still looking for life

(Broken - Lifehouse)



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POV – Águas Claras Sob a Lua

Aquilo me parecia errado. Por algum motivo que eu não sabia explicar, estar, àquela hora da noite, me dirigindo ao apartamento de Logan parecia... Inapropriado!

Talvez tivesse alguma coisa a ver com o quanto ele me deixa nervosa. Não sei por que, mas há algo inquietante nele. À primeira vista, ele é uma Alma como as outras, como eu, ordeira e cumpridora de seus deveres. À primeira vista.

Mas como é possível não o observar além disso? Não olhar para ele duas, três, infinitas vezes? Como não reparar na sua certeza invisível de que existe alguma razão que o faz diferente e especial?

Ele é tão bonito e seguro de si! Age como se o mundo fosse dele e como se soubesse que provoca certas reações nos outros, mas não se importasse. É irritante! Faz com que ele pareça tão... humano. Tenho medo disso, mas ao mesmo tempo, é algo que me impede de tirar os olhos dele. Ele me faz sentir boba, embora eu empregue todos os meus esforços para agir de forma indiferente, para tratá-lo com a normalidade necessária a duas Almas que se encontram apenas em situações de trabalho.

Humm, ótimo! Então o que eu estou fazendo aqui na porta do prédio dele?

Pensei em dar meia volta e voltar para casa, mas havia algo na urgência de sua voz que não me deixou negar seu pedido. Ele tinha me ligado poucos dias atrás, avisando que estava indo com Estrela para Atlanta. Eu tinha ficado apreensiva pelo estado de saúde dela e do bebê, mas havia uma missão a ser cumprida. Algo a ser feito pela nossa segurança e, embora eu me importasse mais com ela do que com encontrar os humanos, eu sabia que era necessário.

Mas, para minha surpresa, há meia hora, Logan tinha me ligado de novo dizendo que precisava da minha ajuda, de meus conselhos... Meus! Embora eu não soubesse como poderia ajudar, tampouco soube como negar seu pedido. Além disso, queria muito saber como estava Estrela e o que tinha acontecido com ela. Então deixei meus dedos inseguros tocarem o interfone no número 52.

— Sim? – disse uma voz cuja secura não podia ser completamente filtrada pelos barulhos metálicos do aparelho.

— Sou eu, Águas Claras Sob a Lua – respondi nervosa e sem saber o que dizer para a máquina com a voz de Logan.

— Oh, olá, Águas Claras! – disse ele de um jeito um pouco mais animado e menos frio agora que tinha me reconhecido. – Por favor, entre. Estou no quinto andar.

E a porta se abriu com um barulho rápido e estridente quando ele deu o comando lá de cima. Entrei e fechei-a atrás de mim enquanto meus olhos vasculhavam o prédio simples, mas aconchegante. O hall de entrada tinha uma aparência sóbria e harmoniosa com as paredes pintadas de um tom muito claro de marrom. Havia um vaso de flores numa mesa encostada na parede e sobre ela, um quadro com um desenho abstrato e elegantemente colorido. Um par de poltronas verde musgo de cada lado da mesa completavam a decoração do pequeno hall que recendia limpeza.

Tudo na mais perfeita ordem – pensei, embora uma sensação perigosamente incômoda, de que o caos procurava uma fresta para se instalar, persistisse me fazendo cócegas no estômago. – Não quero me meter com os problemas de Logan. Muito menos se forem do tipo que envolvem humanos. Eu devia ter dito “não”!

A porta do elevador estava à direita e eu me dirigi até ela.

Se ao menos a voz dele não tivesse soado tão perturbada!

Durante a curta viagem até o quinto andar, lutei contra o impulso de ir embora diversas vezes, embora eu soubesse que agora já era tarde. Fiquei tentando me convencer de que Logan jamais me pediria para fazer algo errado. Mais do que isso, procurei me convencer de que eu não o faria se ele me pedisse. Pensamentos estranhos!

Toda a minha hesitação, entretanto, acabou quando as portas do elevador deslizaram e, encostado displicentemente contra a parede, com os braços cruzados sobre o peito, estava um Logan que eu nunca tinha visto.

Aquele não era o Buscador de expressão rígida e gestos mecânicos a que eu me acostumara. Não enquanto vestia uma calça jeans justa e uma camisa xadrez aberta sobre uma camiseta branca colada no corpo, as mangas da camisa dobradas de qualquer jeito no meio do antebraço com músculos definidos.

Tão lindo!

— Como vai? – disse ele educadamente enquanto descruzava os braços para abrir a porta de seu apartamento para mim e indicava, com um gesto cortês, para que eu entrasse.

— Bem – respondi, enquanto tentava entender o porquê da súbita aceleração de meus batimentos cardíacos. – Você? – perguntei, envergonhada por só conseguir proferir pouco mais que simples monossílabos.

— Já estive melhor. – E por um segundo, sua angústia estava de volta e eu pude me lembrar por que mesmo estava ali.

— Onde está Estrela? Está tudo bem com ela?

— Por favor, sente-se e eu vou lhe explicar. Infelizmente, não tenho boas notícias.

— O que houve?

— Eu não imaginava... Não pude prever...

— O que você está dizendo?

— Nunca chegamos a pegar o avião para Atlanta, Águas Claras. Estrela fugiu de mim no aeroporto.

— Mas como foi que isso aconteceu?

— Eu devia ter seguido meus instintos, mas procurei me convencer de que ela não mentiria. Ela é uma Alma como nós, não teria por que mentir. Estávamos esperando a entrada para a sala de embarque. Ela parecia tranquila e eu achei que depois de passarmos tanto tempo juntos, confiasse realmente em mim.

— E ela confiava. Era óbvio! – atestei, lembrando-me de uma vez, há poucas semanas, em que os dois se abraçaram calorosamente quando descobriram o sexo do bebê. Eu estranhei no início, mas depois me convenci que era porque ela o via como um verdadeiro amigo. Sempre tão próximos!

— Foi o que pensei, mas não. Ela me avisou que precisava ir até o toalete. Eu não me importei, mas quando ela começou a demorar, pedi a uma senhora que a procurasse lá dentro. Ela não estava. Então eu verifiquei meus bolsos e descobri que a chave do carro não estava comigo. Foi só então que eu uni os pontos.

— Minha nossa! Mas por que você não pediu ajuda? Ela certamente está em perigo!

— Eu sei, foi estúpido da minha parte, mas fiquei surpreso demais com a atitude dela. E preocupado. Eu só pensava em ir atrás dela, porque comecei a imaginar que estava tentando voltar para os humanos. O problema é que ela me garantiu que não se lembrava onde era o esconderijo, que tinha apenas flashes vagos em sua memória. Talvez ela tenha mentido também sobre isso. Não sei mais...

Ele apoiou os cotovelos nos joelhos e segurou a cabeça com ambas as mãos, os dedos massageando a testa como se sua cabeça doesse. Eu quis ajudá-lo, mas não sabia como, não sabia o que dizer. Ele levantou o olhar pra mim novamente e continuou:

— Eu aluguei um carro e corri até o ponto da estrada onde capturamos a hospedeira, ela tinha pouco tempo de vantagem sobre mim, mas ainda assim, decidi que não era conveniente perder nenhum minuto chamando ajuda, nem mesmo pelo telefone. Você sabe, não se pode dirigir e falar ao celular ao mesmo tempo – ele me explicou, como se eu não conhecesse nossas regras.

— Claro! Você agiu corretamente. – Acho.

— Sim. – Ele suspirou aliviado pelo meu reconhecimento, mas não muito. – Eu fiz o que achei certo, fiz o que podia, mas...

Logan tornou a enterrar o rosto nas mãos, deixando os dedos correrem pelos cabelos de forma tensa. Enrubesci quando percebi que aquilo me fez esquecer de Estrela por um segundo enquanto constatava que ele ficava ainda mais bonito com os cabelos revoltos. Forcei-me a retomar o foco.

— Mas o quê? O que aconteceu com ela? Ela está bem?

— Não.

A resposta veio seca e afiada como uma faca e eu não pude conter um arquejo de pavor.

— Como você sabe? Você a encontrou?

— Eu encontrei o carro abandonado no deserto, num local próximo de onde capturamos Peregrina. Eu ia chamar os Buscadores de lá pra me ajudarem, mas não foi preciso. Cheguei a ligar pra eles, mas cancelei o chamado enquanto eles ainda estavam a caminho, porque eu a encontrei.

— Ah! — exclamei aliviada. – Isso é bom – afirmei. Mas alguma coisa em sua expressão me dizia que aquele não era o final da história. – Onde ela está agora? – perguntei então.

Logan tinha uma expressão indecifrável no rosto e os olhos carregados de pesar.

— Já era tarde demais, Águas Claras – ele respondeu.

— O quê? – a pergunta saiu num impulso, feita para ganhar tempo, pois eu sabia o que ele diria a seguir. Tinha a exata noção do estado frágil da saúde dela pra saber o que ele me diria. Eu só não achava que estivesse pronta para escutar a notícia. Mas, bem, quando é que eu estaria? – Era tarde demais para quê, Logan?

— Para ela – ele disse, e sua voz afundou num abismo de dor. Eu nunca o tinha visto tão transtornado. Eu nunca o tinha visto esboçar qualquer emoção, na verdade. A não ser por Estrela. – Eu não consegui chegar a tempo. Acho que ela não se lembrava mesmo onde era o esconderijo. Talvez nem fosse perto dali. Acho que ela andou em círculos por um bom tempo e acabou sucumbindo à exaustão e ao sol. Ela deve ter morrido de insolação, sua pele estava bem queimada. Eu a enterrei ali mesmo, no deserto.

— Oh, não! Não! – Era a única coisa que eu conseguia pronunciar.

Lágrimas começaram a descer copiosamente por meu rosto, uma sensação quase nova, exceto pelo fato de que meu corpo se lembrava dela. Eu nunca tinha conhecido alguém que morreu, a morte era uma coisa que, em geral, apenas nossas mães tinham que enfrentar, mas nunca seus bebês sucumbiam junto com elas. Era infinitamente triste pensar naquela Alma que desaparecera levando consigo um pequeno humano que não tinha sequer tido a chance de viver.

Olhei para Logan e ele estava estarrecido e sem ação. Como conseguia manter-se coerente e inteiro diante de tanta dor? Ele parecia assustado com minha reação. De repente, ele se levantou da poltrona onde estava e se sentou ao meu lado no sofá, passando o braço sobre meus ombros. Aquele contato tão íntimo me desmontou. Subitamente, eu estava soluçando. Então ele me apertou contra si e passou a mão por meu rosto secando as lágrimas que foram logo seguidas por outras.

— Sinto muito – ele disse, e sua voz era macia e delicada como sua carícia, ambas vindas de um lugar de dentro dele cuja existência eu desconhecia. – Não tinha ideia de que você ficaria assim. É minha culpa.

Por que seria sua culpa? Ele também estava sofrendo e, no entanto, estava aqui, me consolando. Eu quis muito abraçá-lo e me entregar ao carinho daquele homem tão familiar e mesmo assim desconhecido que estava ao meu lado. Mas não, eu não faria isso. Desde que cheguei a este planeta e fui exposta às emoções tão intensas e violentas destes hospedeiros, tinha estado determinada a não me permitir nada desse tipo.

Eu queria uma vida tranquila e, sinceramente, Logan tinha o potencial de retirar os eixos de quaisquer que fossem as “engrenagens” que me mantinham sã e em paz. Afastei-me dele bruscamente e enxuguei as lágrimas. Não havia motivo pra me lamentar pelo destino de Estrela. Ela o tinha escolhido. Justamente porque se entregou às emoções de sua hospedeira. Era uma pena, mas não havia nada que eu pudesse fazer por ela agora.

— Eu queria ter podido ajudá-la – falei, porque era verdade. Ela tinha sido imprudente e desleixada com a própria vida e com a do bebê que carregava e que era sua responsabilidade, ainda que não tivesse pedido por isso. Mas mesmo assim, eu gostaria de ter evitado seu destino infeliz. Com toda certeza, eu gostaria.

— Se você pudesse ajudá-la a continuar vivendo aqui, você o faria?

— Sim, é claro!

— Você é muito generosa. Pena que não seja mais possível para nenhum de nós ajudar Estrela e o pequeno. Talvez seja melhor esquecer esses humanos por enquanto. Eles vão aparecer novamente em algum momento, principalmente agora que não têm nenhuma Alma que eles possam manipular para ajudá-los. Aí teremos outra chance de pegá-los.

— Sim, acho que você tem razão. É melhor ficar longe deles. Essa é, com certeza, a espécie mais violenta e selvagem que já tivemos que assimilar. Assim que terminar o ciclo de vida desta hospedeira, gostaria de ir embora daqui e conhecer o mundo dos Golfinhos. Dizem que lá há laços familiares como aqui, mas os sentimentos são bem menos intensos e complexos.

— Hum, laços familiares... — assentiu. — Isso também é algo que me atrai.

— Você tem família, Logan? Isto é, você manteve os laços de seu hospedeiro?

— Oh, não – ele respondeu como uma pontada de uma emoção que eu não soube identificar. – Meu hospedeiro era sozinho no mundo desde criança. – A imagem de um garotinho de olhos verdes e brilhantes como os de um gato, completamente desamparado neste mundo terrível, fez coisas estranhas com meu coração. – E você? — ele continuou. – Manteve algum laço?

— Não. Vivian, minha hospedeira, tinha uma família em Washington, mas nunca tive vontade de procurá-los.

— Por que ela vivia aqui?

— Na verdade ela estava em Houston. Estava estudando para ser médica e fazia residência em um hospital de lá. Depois da inserção eu me mudei para cá, porque estavam precisando de Curandeiros aqui.

— É uma grande coincidência, não? Você se tornou Curandeira tendo uma médica como hospedeira e o meu era policial, o que é uma das coisas mais próximas que eles tinham de um Buscador.

— Sim, é interessante. Mas talvez não seja uma coincidência. Ouvi dizer que isso é bastante comum.

— Interessante, de fato. Você quer beber alguma coisa?

— Sim, por favor. Se você tiver um refrigerante, estou com um pouco de calor.

Nada a ver com os braços dele em torno de mim há poucos minutos! – tentei convencer a mim mesma.

Ele se levantou e foi até a cozinha e eu observei mais uma vez a naturalidade com que ele se mexia naquele corpo, como se sempre tivesse sido dele. A segurança e precisão de seus movimentos eram desconcertantes e sua beleza ainda mais.

Não, o calor não tem nada a ver com ele! – repeti, tentando tranquilizar minha respiração.

Logan voltou com um copo cheio de refrigerante e pedras de gelo no fundo. Eu pensei que ele fosse se sentar na poltrona onde tinha estado antes de meu pequeno “colapso de humanidade súbita”, mas sentou-se ao meu lado novamente.

Ufa! Está ficando quente demais aqui. Acho melhor eu ir embora.

Dei um grande gole no refrigerante, que estava muito gelado e isso me ajudou a me focar novamente.

— Mas você estava me contando sobre como é normal nos deixarmos influenciar pelas preferências de nossos hospedeiros – disse ele, mostrando-se interessado.

— Sim, algumas vezes, com algumas coisas.

— Isso aconteceu comigo. Eu gosto de tudo o que ele gostava. Acho que se ele tivesse tido uma família ou amigos muito queridos, eu provavelmente teria me apegado a eles. Não aconteceu mesmo com você?

— Não. Não mantenho nenhum laço com as Almas que assimilaram os corpos da família de Vivian. Acho que ela estava acostumada a viver longe deles, então não tive aquela sensação de dependência que alguns sentem. E ela também não tinha nenhum amigo ou amiga a quem fosse especialmente apegada, então...

— Nem mesmo um namorado?

Puxa! Por que ele quer saber isso? E por que faz essas perguntas com olhos tão ávidos?

Tomei mais um grande gole de meu refrigerante, até para ter uma desculpa para desviar meus olhos dos dele.

— Não. Ela era como eu, muito focada. Queria ser cirurgiã, então dedicava tempo demais aos estudos e ao hospital. Ela tinha alguns relacionamentos, mas nada significativo. Acho que é outra coisa que herdei dela, não quero complicações para minha vida.

— Você acha que o amor é uma complicação? – ele me perguntou, os olhos contendo uma angústia indecifrável para mim.

— Acho que sim – disse eu, pensando que talvez houvesse uma razão para a maneira diferente com que ele se comportava com Estrela quando achava que eu não estava olhando. Eu o tinha visto ser até mesmo terno com ela! Quase como tinha sido há pouco comigo. Achei que fosse porque eles eram amigos, mas pensando bem agora... – Você gostava de Estrela? – animei-me a perguntar, já que estávamos embalados nas confissões sobre o passado irrecuperável.

— Sim – ele respondeu simplesmente. – Eu estou apaixonado por ela. – E o verbo no presente me espantou tanto quanto a confissão.

Coitadinho! Teve que enterrar a pobre Estrela no deserto e ainda se comportava como se ela estivesse viva. Ele devia estar tão confuso! E, na realidade, eu também. Confusa e tonta.

— Eu estou ficando tonta!

— Deve ser o calor – disse ele, tirando a camisa xadrez e deixando expostos os músculos dos braços bronzeados e o contorno de seu torso sob a camiseta branca.

— Você é bonito. Eu podia me apaixonar por você se eu quisesse.

Mas o que é que eu estava falando?

Minha cabeça girava mais e mais. Logan deu uma risada amarga e havia culpa e despedida em seus olhos:

— Mas só se você quisesse, não é? Você também gosta de estar no controle. – Pensei tê-lo visto abrir um grande sorriso para mim. — Eu também poderia me apaixonar por você se Estrela não existisse – ele disse, e seu sorriso era deslumbrante.

— Sinto muito por ela – murmurei, minha cabeça ficando pesada enquanto meu corpo desfalecia sobre o sofá.

Logan me amparou e pousou minha cabeça em seu colo.

— Não, eu é que sinto muito, Águas Claras. Espero que um dia você me perdoe. Acho que você precisa saber de algo antes de partir. — Partir? – Estrela está bem. E o bebê também. Sei que se importava com ele. Você vai nos ajudar a ficar juntos. E eu vou mandar você para onde você quer ir. Espero que seja tão feliz lá quanto eu serei aqui. – E então ele me deu um beijo suave nos lábios. — Obrigado.

— O quê? – As imagens se misturavam em minha cabeça, embora eu ainda entendesse vagamente que Estrela e o bebê estavam vivos!

— Você pode ir agora, não precisa mais resistir.

Uma paz foi tomando conta do meu corpo e minha mente foi se apagando bem devagar. Eu olhei nos olhos dele, que me observavam de cima, e percebi que estavam cheios de gratidão. Ele estava feliz e acariciava meu rosto com suas mãos quentes e fortes. Eu sentia mesmo que podia ir. Então confiei nele.

— Tudo bem – sussurrei. – Acho que vou dormir um pouquinho.

E a escuridão me embalou através dos braços de Logan e dos murmúrios macios de sua canção de ninar que ficavam cada vez mais longínquos.


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Notas finais do capítulo

Dedicado a Bethinha, por ter nos escolhido para a sua primeira recomendação. Obrigada por todo o apoio que você sempre deu à nossa fic.