Across The Ocean escrita por Annie Chase


Capítulo 45
Um novo pedido


Notas iniciais do capítulo

Não vou dizer muita coisa.
Apenas quero agradecer a todos aqueles que me deixam reviews e me fazem querer continuar escrevendo, mesmo quando as coisas estão complicadas!
Boa leitura!



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Pov: Annabeth.

Estava errado, não estava? Eu e ele aqui novamente, tão perto, mas ao mesmo tempo tão longe. A história estava toda errada, em algum lugar de minha mente, ainda acho que deveria ser a Princesa de meu reino e Percy deveria ser meu pirata malvado que deveria ter dado fim em minha vida desde a primeira vez. Ele queria vingança, só isso. Eu estraguei tudo. Mas e se eu pudesse voltar no tempo? O que aconteceria? Resistiria ao ataque? Teria me escondido no lugar de Silena? Teria feito das tripas coração para viver minha linda e bem trabalhada mentira com Luke? Não... nada disso daria certo, mesmo que eu tivesse a oportunidade de fazer tudo novamente, não mudaria nada. Nunca! Todos os meus erros me levaram  exatamente até onde deveria estar e eu gostava disso. Tudo o que estava acontecendo comigo era necessário, mesmo que as coisas não me agradem (e muitas delas não me agradam mesmo) se aconteceram mesmo é por algum motivo. Minhas escolhas me trouxeram até aqui, eu decidi fazer tudo isso, eu decidi chegar até aqui... e quando decido alguma coisa não volto atrás de minhas escolhas... Sendo assim, tenho que me manter mais forte do que nunca e seguir o esse caminho.

Percy estava lá, muito perto... mas ao mesmo tempo tão longe... (eu sei que já disse isso antes), é um fato. Mas não quero liar com esse fato. Aceitamos todos os tipos fatos que são impostos em nossas vidas até o momento que decidimos mudá-los para que se adequem às nossas necessidades, nesse momento tudo o que necessito é de Percy do meu lado. Preciso encontrar uma forma de resolver tudo e não deixar mais as dúvidas que Thalia levantou ficar no ar. Por que ele me mandou embora? Gostara, mesmo que por um segundo, realmente de mim? E se realmente gostara, o que tinha feito mudar de ideia? Perseu estava em sua típica pose de capitão, guiando o navio de volta para a aldeia conde a mãe de Luke vivera. Eu sabia muito bem que ele não precisava guiar o navio, era filho de Poseidon, não precisava de muito para fazer com que tudo funcionasse da mais perfeita forma, bastava que se concentrasse um pouco. O que logo me dizia que ele só estava lá para não ter de estar perto de mim. Rachel estava ao seu lado, pareciam estar discutindo alguma coisa em um tom mais baixo. Rachel estava zangada e não parecia estar concordando com o que ele dizia.

Acho que é hora de acabar com a "distância" que nos separa.

Caminhei até Percy, tentei parecer o mais confiante possível, mas minhas mãos tremiam e meu coração palpitava rapidamente. Ele estava de costas e só notou minha presença quando parei bem ao seu lado. Ele mudou a postura rapidamente, recuou dois passos e me olhou um pouco surpreso.

-Oi. -eu disse um pouco tímida.

-Annabeth! -disse Rachel um pouco animada, aproximou-se lentamente para um abraço e eu correspondi. Era bom saber que as coisas não estavam mais tão estranhas entre nós. Ela olhou para mim e depois para Percy, parecendo entender tudo o que estava acontecendo. -Acho que vocês tem alguns assuntos pendentes, resolvam-se. - Deu um sorrisinho e depois se despediu, deixando-nos sozinhos. -É bom ver você de novo! - ela disse por cima do ombro, antes de se à Thalia e Nico.

-Annabeth... -ele parecia não esperar que eu estivesse disposta a falar com ele depois de tudo.

-Precisamos conversar. -eu disse. -E tem que ser logo.

-Tudo bem. -ele estava mexendo em seus cabelos pretos bagunçados, enquanto tentava não me olhar nos olhos. 

-Tem que ser em um lugar mais reservado. -eu disse, minha coragem estava em sua porção final, agora nem mesmo conseguia olhar diretamente para ele.

-Vamos para a área das cabines. -ele disse apontando o caminho, eu o segui. Nossos ombros estavam quase colados, fazendo com que os pelos de meu braço se arrepiassem.

Lembrei da época em que era uma garotinha e ainda acreditava em contos de fadas. Em nenhum dos meus sonhos o príncipe encantado parecia com um pirata musculoso e lindo. Eu deitava toda a noite e fechava os olhos para imaginar qual seria o próximo capítulo de meu conto de fadas. O príncipe encantado já existia e estava apenas esperando por mim. Só que um dia eu cresci e o conto de fadas foi para os ares! O príncipe encantado era um sádico assassino e era bem mais perigoso que qualquer bruxa ou feiticeiro do mal. O pirata que me sequestrou, que tinha tudo para ser o vilão do meu quase conto de fadas acabou se mostrando meu herói tão esperado... Era engraçado pensar na forma como as coisas aconteceram. Mas ainda pensar que elas podem acabar antes mesmo de começar do jeito certo.

-O que queria falar comigo? -perguntou ele quando chegamos ao lugar programado. Ele encostou-se na parede e esperou que eu falasse.

-Bem... é que eu não quero que fiquem dúvidas no ar. -eu disse e ele me encarou confuso.

-Que dúvidas? -ele perguntou me olhando.

-Sobre nós. Se é que existiu um "nós" algum dia. -eu expliquei.

-Annabeth... eu não...

-Eu sei que está prestes a repetir todo o discurso que fez no dia em que me mandou embora, mas... eu não acredito em você. Não tem como ser verdade, ainda mais depois de tudo o que passamos. -eu disse parando bem na frente dele. Notei que estávamos em um corredor um tanto quanto estreito.

-Annabeth você tem que entender que... -ele parecia estar prestes a falar alguma coisa, mas de deteve no meio da frase olhando para o nada confuso e um pouco assustado, não entendi nada do que estava acontecendo, mas podia ver na expressão dele que era algo fora do comum.

Pov: Percy.

-Conte para ela. Esqueça tudo o que eu disse e siga seu coração. -Ouvi a voz de Atena dizer em minha mente. Além de me surpreender em ouvir a voz da deusa da sabedoria depois do que ela me pedira para fazer através daquela coruja de ouro, ainda havia o fato da deusa da razão estar me me pedindo para seguir meu coração, mais que ironia. O que ela tinha na cabeça? Como podia me manipular tanto? Aquilo poderia ser um blefe, poderia ser uma ilusão ou mesmo a personificação do que eu queria que tivesse acontecido para que pudesse finalmente ficar com Annabeth.

-Prometo explicar tudo para você, mas antes você precisa resolver as coisas com minha filha. -Tudo bem, ela não estava brincando. Me senti feliz em saber que poderia resolver as coisas com Annabeth, era tudo o que eu mais queria. O que não me deixava menos preocupado com o fato de, fazendo o que queria fazer, acabaria deixando-a em perigo... O que fazer? Primeiro Atena envia uma mensagem me mandando ficar longe de sua filha e agora pede para que eu conserte tudo! O que ela ganharia com isso?

-Você está bem? -Annabeth perguntou-me preocupada, lembrei que estávamos no meio de uma conversa e que eu continuava em silêncio.

-Estou. -respondi rapidamente. -Desculpe, eu estava apenas pensando um pouco. -tentei me explicar, mas ela continuava a me encarar.

-O que eu tenho que entender? -ela insistiu na resposta que eu havia deixado no ar.

-Bem, eu... estava tentando protegê-la. -confessei abaixando a cabeça, não conseguindo encarar os olhos cinzas de Annabeth me fitando com intensidade. 

-Me proteger de quê? -ela perguntou chegando mais perto. Estávamos em um corredor apertado e eu já não conseguia pensar direito com a proximidade entre nós. -Percy... -ela disse meu nome com a voz doce. -responda, por favor. 

-Do que ainda está por vir, Annabeth. -falei finalmente encontrando as palavras perdidas em minha garganta. -Estamos prestes a enfrentar um perigo que você não faz ideia do quanto é mortal... Eu não podia submeter você a esse perigo... Não podia arriscar sua segurança. Se alguma coisa acontecer a você... eu nunca me perdoaria. -eu disse enquanto Annabeth permanecia calada e me encarando surpresa.

-Você acha que eu não sei onde estou me metendo? -ela perguntou indignada. -Acha mesmo que eu não sei que posso morrer? -ela me olhou com raiva. 

-Você não entende! -eu repeti aumentando meu tom de voz.

-Não, você não entende! Eu sie muito bem o que estou fazendo e no que estou me metendo... Não teria escolhido estar do seu lado se não estivesse disposta a me meter em encrenca. Você é a unica pessoa que precisa entender alguma coisa aqui. -ela disse cruzando os braços e se encostando na parede oposta.

-Você deve ter algum problema filha de Atena. -eu disse não escondendo o sorriso que se formou em meu rosto.

-Você deve ter um problema. -ela rebateu com a voz áspera. Devia estar muito chateada com nossa "conversa".

-Eu sinto muito. Sei que fiz algo horrível para fazer você se afastar, mas eu juro que só estava tentando manter você viva, Annie. Você tem tanta coisa para fazer e eu só estava atrapalhando tudo. Você é uma Princesa, não pode passar a vida trancafiada em um navio fugindo com um pirata procurado nos quatro cantos do mundo. -eu disse tentando explicar tudo o que estava pensando no momento em que a fiz ir embora.

-Não me venha com essas desculpas! Você não confia em mim e acha que eu não aguento o "cargo" de "mulher do capitão". Você nem ao menos me perguntou o que achava disso, nem mesmo levou em consideração as minhas escolhas!

-Annabeth...

-Cala a boca e me deixa falar! -ela disse e eu, estranhamente, obedeci. -Você está enganado Perseu Jackson! Muito enganado, aliás. Devia confiar mais em mim, se eu realmente estivesse temendo por minha vida ou coisa parecida teria ido embora, mas eu não fui... eu estou aqui agora, de novo tentando entender o que se passa nessa sua... Cabeça de algas! -ela disse me dando um leve tapa no ombro. -Eu não sou mais a princesa em perigo, para de se fazer de herói e me deixe viver minha própria história! -ela pediu deixando que sua voz falhasse um pouco na última palavra.

-Desculpe-me. -eu disse a única coisa que poderia dizer naquele momento.

-Suas desculpas não bastam. -ela disse depois de soltar o ar pesadamente. -Você me fez te odiar e tudo por... nada! -ela disse levando as mãos a cabeça. -Qual o seu problema?

-Meu problema maior foi achar que proteger você valia alguma coisa! Achar que o fato de abdicar de sua companhia só para te dar a oportunidade de viver uma vida normal fosse te comover em algum momento.

-Em que momento? -ela perguntou indignada. -Somos meio-sangues! Nunca teremos vidas normais e, mesmo sabendo de tudo que pode me acontecer, eu decidi estar com você! -ela disse quase sem forças para continuar com aquela discussão.

-Você tem certeza de suas escolhas? -foi a última coisa que decidi perguntar. Ela levantou a cabeça para que meus olhos pudessem encontrar os dela.

-Sim. Não posso negar que tive minhas dúvidas, mas... eu te amo. E eu não faço ideia de como lidar com isso, mas é verdade. Uma verdade que não posso negar e nem esconder. -ela confessou encostando a cabeça na parede. -Por que você simplesmente não entende que não quero ir embora?

-Porque todo mundo vai embora. Acho que é novidade para mim poder realmente acreditar que você quer ficar. -eu confessei sentindo que um peso saída de meus ombros. -Eu sinto muito... por tudo que lhe fiz e por todas as mentiras que lhe contei naquele dia.

-Você não pode duvidar de mim. -ela disse. -Nunca mais.

Aproximei-me dela, acabando com a pequena distância que tinha entre nós naquele corredor, ela ainda estava encostada na parede na minha frente, não se mexeu nem por um segundo. Nossos olhos estavam conectados e eu podia sentir que a respiração dela estava tão pesada quanto a minha. Meu coração batia mais forte, por algum motivo me lembrei da primeira vez que quase a beijei. Minhas mãos a cercaram, uma de cada lado, ela sorriu por um momento, provavelmente havia lembrado-se da mesma coisa. Meu coração estava disparado, ela poderia até mesmo ouvi-lo se estivesse com os ouvidos apurados. Uma de suas mãos macias pousou em meu rosto, suas mãos eram tão macias que o simples toque em minha pele fazia com que todos os pelos de meu braço arrepiassem. Ela acariciou meu rosto por alguns segundos, até começar a baixar a mão, assim como na primeira vez, impedi que sua mão caísse e a pousei em meu peito. Ela deu uma risadinha enquanto meus olhos encontravam os dela. Formos nos aproximando sem pressa, como se aquele momento devesse der aproveitado e saboreado sem pressa. Ela fechou seus olhos, assim como eu, quase simultaneamente. Meus lábios encostaram lentamente nos dela (dessa vez ninguém iria atrapalhar). Nosso beijo começou lentamente, pude sentir que ela sorria enquanto nos beijávamos aproveitando cada toque. Minhas mãos foram para sua cintura, enquanto as mãos dela se prendiam em meus cabelos. Aprofundei nosso beijo, estávamos deixando nosso beijo calmo um pouco mais feroz. Era a saudade falando mais alto.

Em um momento, o ar acabou se tornando necessário. Nos desfizemos o beijo, mas sem nos separarmos. Peguei suas mãos e a olhei nos olhos, ela continuava sorrindo.

-Relembrando nosso quase primeiro beijo? -ela perguntou.

-Achei interessante relembrar os bons momentos. -eu disse brincando com seus cachos loiros.

-Quer casar comigo? -ela perguntou me deixando confuso.

-Não era eu que deveria fazer essa pergunta?

-Você já fez e eu já aceitei, porém... deu tudo errado depois. 

-Bom, eu aceito casar com você. -eu respondi ainda estranhando a situação.

-Você faria isso... tipo... agora? -ela perguntou enquanto se desvencilhava da parede.

-Agora? -repeti a pergunta me sentindo idiota.

-Sim. Aqui mesmo no navio, todos os nossos amigos estão aqui... e é só o que importa.

-Não temos que ter alguém para celebrar e abençoar a cerimônia? -eu perguntei.

-Bom...

Uma luz muito forte deu-se ao nosso lado, Percy e eu cobrimos nossos olhos rapidamente. Assim que a luz se fez mais fraca, vimos nossos pais parados ao nosso lado, encarando-nos com um sorriso calmo.

-Vocês têm a minha benção. -disse Atena.

-A minha também. -disse meu Pai. Eu não costumava vê-lo com muita frequência, mas sempre que ele aparecia, alguma coisa importante acontecia. Dessa vez, seria meu casamento.

-Parece que vamos nos casar hoje, Annabeth. -eu disse enquanto abraçava minha futura esposa.


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Notas finais do capítulo

Vocês sabem o que fazer!
Então façam!
E deixem uma autora feliz!