Depois de dias de uma massa de ar quente cobrir toda a Seattle, finalmente gotas bateram a na janela de Freddie. O garoto olhou depois de ter tomado um susto com o trovão e suspirou pela chuva, uma coisa que ele odiava.

-Tudo que é bom dura pouco - resmungou sozinho. Já estava anoitecendo e, com um barulho, chega uma nova mensagem. O toque de galo cantando já irritara.

Largou a caneta e pegou o PeraPhone em cima do cobertor. "Claro q sou..." a loira respondeu.

No fundo do fundo, tinha muita vontade de continuar falando com ela, mas quase nunca havia assunto. Não que sentia algo por Sam, com certeza não. Quer dizer, era o que achava. Sam era bonita, engraçada e fazia o jovem se sentir bem, Freddie não podia negar. Mas a ideia de namorar não estava em seus planos. Ainda e por enquanto, só queria garantir sua prova de Literatura, que era na semana que vem.

Voltou ao seu livro e, repetindo os termos que já sabia de cor e salteado, recebeu uma ligação.

-Oi Carls.

-Oi Freddie, tudo bem?

-Tudo e você?

-Tudo sim. Quer vir na minha casa a amanhã? A gente tem que planejar o trabalho.

-Tá bom, claro que vou. Mas nós somos do mesmo grupo? Achei que eu faria com Brad, que voltará daqui a alguns dias.

-O Brad? Ah, claro... Eu havia me esquecido que nós não éramos do mesmo grupo, quer dizer... Bem, não importa. Pensei em fazer alguns testes com o Gibby sobre nosso trabalho e você com a Sam.

-A Sam? E desde quando ela faz algo nos trabalhos?

-Mas eu pensei em..

-Tá, eu coloco o nome dela. Sempre coloquei mesmo.

-Não é isso...

-Te vejo amanhã?

-Cl-claro. Boa noite 'Frednerd' - e ela desligou.

Frednerd? Ele achou meio esquisito e ficou alguns segundos com o telefone na orelha analisando aquela ligação. Era meio estranha. Aliás, tudo estava meio estranho já há alguns dias. Decidiu ignorar e continuar estudando, mas aquilo não saía de sua cabeça. O que restava era dormir.

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Sam acordou com uma dor de cabeça, não estava muito bem. Se espreguiçou na cama e olhou no celular, onze horas e um convite do Jeff para um almoço no shopping. Decidiu se arrumar bem rápido e correr para lá e filar um almocinho grátis.

Pode se dizer que o apartamento das Puckett não é lá muito grande, mas haviam quatro quartos, sala-cozinha e uma lavanderia com teias. Já estava na hora de arranjar uma empregada, senão cogumelos nasceriam naquela casa. Tratou de parar de pensar alto e ir procurar algo para vestir. Abre seu guarda-roupa e vê uma cena que já estava habituada a ver, não havia sequer uma peça, a não ser um par de meias sujas e uma calça embolorada por conta de um pedaço da pizza.

Resolveu ir fuçar no guarda-roupa de Melanie, e estava em perfeito estado. Sentiu ânsia ao ver tanto cor de rosa mas elas não tinha chance.

-Ah Meu Deus! Como pude ser tão diferente dela? Só vejo vestidos, poxa!

Sam fechou seus olhos e pegou peças aleatórias. Quando abriu, suspirou, deu um grito e jogou as roupas na cama.

-Vai essa droga mesmo, tomara que ninguém me veja.

( http://www.polyvore.com/cgi/set?.locale=pt-br&id=55694889 ).

Já no shopping, Sam decide tomar um shake na espera de Jeff. Depois de alguns minutos, ele chega com cara de bravo.

-Hey, o que foi?

-Nada, eu só... não importa agora. Gostei da roupa, hein?

Ao ouvir aquilo, Sam mudou de expressão, devido à última vez que ouvira essas palavras.

-O que foi? Eu falo sério.

-Até parece.

-Pra mim você fica linda de qualquer jeito - Jeff pegou na mão da garota e ela se sentiu muito nervosa.

Como de costume, se levantou tentando deixar o local mas o garoto a segurou pedindo desculpas. De nada adiantou, Sam se soltou facilmente e desceu de elevador até o segundo andar, quando um estrondo a assustou.

-Ai meu Deus, o que foi isso?! Foi um trovão?!

As luzes se apagaram e o elevador desceu alguns centímetros. Na hora do pânico, ela não conseguia pensar em nada mas respirou fundo e olhou em volta. Estava meio escuro mas ainda assim iluminou os botões do elevador e havia um com a palavra "emergência" cravada. Apertou rápido e, lhe dando outro susto, uma portinha se abriu na parte superior do elevador. Tratou de tentar subir lá em cima escalando, o que não era tão difícil. Jogou a bolsa e subiu em seguida.

-E agora, como eu desço?

Olhou, olhou e não achou nada, quando pensou em uma abertura do segundo andar logo em cima de sua cabeça. Facilmente, se esgueirou para fora do labirinto. Outro trovão a assustou, e a chuva estava forte lá fora. Não poderia esperar, pois o shopping estava cheio e não gostaria de ver Jeff de novo. E, aliás, nem sabia seu nome verdadeiro, pois nunca foi preciso saber. Mas ela não gostaria de pensar nisso.

Já na saída, Sam colocou a bolsa na cabeça e tentou encarar a tempestade. Atravessou três ruas e uma "onda" levou um de seus sapatos.

-AAAH, QUE ÓTIMO! DAVA PRA FICAR PIOR?!?!

Ao terminar a frase, ouviu alguém chamando "Sam!" e virou para trás procurando a pessoa.