PDV Samantha Puckett

-Bacon. Bacon. Bacon. Freddie. Bacon. Bacon. Freddie. Fredward. Bebê. Meu perfeito.

Repeti para mim mesma, assim que acordei, na frente do espelho. Carly me olhava estranho, como se eu fosse louca. Mas eu não sou. Só sou louca por ele.

-Amiga, vou te levar para um manicômio. Já esteve lá antes?

-Não, e nem vou estar. Preciso fazer uma ligação. Posso usar seu telefone? – perguntei, saindo do quarto.

-E desde quando precisa pedir? Não, desculpa, eu errei a frase. E desde quando você pede? – falou com risadinhas. A Carly estava bobinha hoje... Parece que alguém a convidou pra sair na noite passada. Geralmente é assim que ela fica.

Desci correndo e pulei no sofá, pegando o telefone fixo sem fio. Que estranho é falar isso. Fixo sem fio. Mas tudo bem, isso não vem ao caso agora. Ou vem? Sei lá.

-Alô? – falou com aquela voz de taquara rachada.

-Ah, você me irrita profundamente.

-Sam! Que bom que ligou! Estou com suadades, mana!

-Ah, e eu também estou, Melanie! Muitas muitas muitas saudades mesmo,queridinha! – falei em tom irônico. Ela riu.

-Você e suas piadas hilárias... Mas como vai a vida?

-Terrível como sempre.

-Ah, que triste... E o que aconteceu pra você me ligar?

-O mundo precisa ter caído para eu querer falar com a minha irmãzinha querida?

-Geralmente sim. Ou acabou o bacon. Quer de novo o canadense?

-Não, sua idiota. Eu tenho muito bacon. Só quero saber sua senha do banco.

-Me desculpa, mas acho que eu não posso te ajudar, Sammy. Não acho que é legal você acabar com a minha poupança. Sabe, eu demorei cinco anos para conseguir... – Ela falou mas eu a interrompi .

-Ah, como você é irritante! Me fala logo não!

-Tá bom então... Não.

-Como é que é? Como assim não?!

-Mas você...

-Ah, por favor, Mel... Eu te devolvo...

-Mas... Hãam... E se eu te fizer uma visita? Aí nós vamos juntas ao shopping. Que tal?

-Aaaaaaah Melaniee!

-Só vou te emprestar dinheiro se você fizer isso por mim. Vamos, por favor... Eu estou esperando isso desde a quinta série e...

-Tá, chata! Tanto faz!

-Aaai! Que bom, que bom, que bom! – ela gritava e eu sabia que ela estava dançando do outro lado da linha, como normalmente fazia. – Será inesquecível, mana! Estou indo praí agora!

-Tá bom, eu tô na Carls.

-Tá. Beijinhos...

-Te odeio, tchau.

Apertei o botão vermelho de desligar e me espreguicei pela terceira vez em meia hora. Estava tão cansada! Carly desceu pulando as escadas e foi tomar café.

-Quer pão de leite com ovo?

-Ah, o que é isso? A Srta. Perfeição vai comer uma gordurinha!

-Há. Ha. Que engraçado, Puckett. Quer ou não?

De repente, um “Bazinga!” mega alto soou. Carly me olhou desconfiada e saiu correndo para o quarto. Gritava “Carly Shay, não se atreva” repetidamente mas mesmo assim ela não parou de correr. Chegou ao quarto e pulou em cima da cama para ver a mensagem. Não sabia de quem era, mas talvez poderia ser de Freddie, me pedindo para voltar. Sabia que ele não aguentaria uma noite sequer.

Carly pegou e começou a ler em voz alta enquanto eu tentava tirá-lo de sua mão.

-Hmmmmm.... Olha só quem lembrou de tu de novoo! “Oi loirinha, há quanto tempo, né?...

Ah, não! Loirinha de novo, não!

-PÁRA AGORA, SHAY!

Pulei de novo em cima dela e resgatei meu precioso antes de ela continuar a ler. Saí da cama e corri para o banheiro, me trancando lá.

-Abre aqui, eu quero saber, amiga! – ela falava e batia na porta.

-Já, já. Guenta aí.

Me sentei na privada e continuei a ler.

 “Oi loirinha, há quanto tempo, né? Sei que eu não fui muito legal com você sobre “aquilo”. A gente ainda não conversou sobre isso. Tem como ser hj? Dessa vez eu prometo q não vou tentar absolutamente nds. Pode trazer seu bf tbm. “

De: Griff (09:32)

Não acreditei que mesmo depois de tudo isso ele continuava a insistir e insistir e bater na mesma tecla! O que aquele moleque descarado espera? Que eu volte pra ele? Sendo que a gente nem teve nada! Ah, que raiva!

“Me esquece, Griffin.”

Para: Griffin (09:35)

Abri a porta com tudo e ignorei aquela doida varrida atrás de mim.Joguei meu shorts (http://www.polyvore.com/cgi/set?.locale=pt-br&id=58250430 ) em cima do sofá e pus uma calça jeans qualquer, saindo bufando para minha casa. No meio do caminho, discuti com ele por mensagem, mas isso nem vale a pena ser mencionado.

Quando virei a esquina quase chegando no meu prédio, alguém me puxou pra trás. Era ele.

-Me escuta.

-Você?! Nunca mais.

Tirei sua mão e continuei a andar para meu prédio, muito nervosa. Griffin ainda insistia me chamando com uma voz comovente, mas não me fez parar. Entrei no elevador e hoje o porteiro não trabalhava. Aquele dorminhoco de uma figa.

Griffin segurou a porta do elevador.

-Só solto se você me deixar conversar.

-Não, prefiro ir de escadas.

O empurrei com o ombro e segui para as escadas. Era o terceiro andar, muuito para subir. Tá, nem tanto, mas a preguiça me dominava, né?

-Sam, Sam, Sam. Nunca muda. – e o traste continuava me seguindo.

-Me deixa em paz, carrapato.

-Você sabe que eu nunca deixo. Até em seus sonhos eu te atormento que eu sei. - falou com voz de convencido.

-Tá, já chega. – parei de subir e fiquei um degrau acima dele. Agora sim estava do seu tamanho, pois Griffin era mais alto que eu. – Cansei desse seu joguinho de gato e rato. Cai fora!

-Eu só quero falar com você, criatura! Por quê não? Não vejo nada de errado.

Fiquei sem resposta e permaneci um tempinho em silêncio procurando uma. Ele riu.

-Uma vez chata, sempre chata, né?

-Ah, calaboca. Vai, me fala logo para eu ir embora de uma vez.

Cruzei os braços e ele os descruzou pegando em minha mão.

-Por que você não senta?

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PDV Freddie

Levantei calmamente e olhei no relógio em cima da mesinha. Já era quase uma da tarde. Nossa! Eu dormi como uma pedra essa noite!

Mas não importa. Eu passei uma noite incrível com a Sam ontem. A gente nem se beijou, mas não é isso que faz os momentos com ela serem especiais. Só de estar perto dessa garota me sinto mais feliz. Mais completo.

Sorri sozinho e passei a mão no rosto. A paixão dentro de mim ia explodir nas paredes. Resolvi aliviar isso no chuveiro. Entrei no banheiro e tomei um banho quente transparecendo todo o amor cantando a música 'We Found Love' da Rihanna. Os vizinhos devem ter morrido com essa voz que o gatão aqui tem.

É sério, eu canto terrivelmente péssimo. Mas nem me importei.

Saí de toalha do banheiro e ainda molhado, com o cabelo do jeito que minha garota gostava. Com a franja para frente. Fui até a cama, me sequei e coloquei uma camiseta azul e calça jeans, com Nike amarelo. É, eu até gosto de misturar cores e sabores.

Abri a porta do apartamento e vi a Sam entrando na Carls, com uma roupa bem diferente das quais ela sempre usava.

-Ah, oi Freddie! Como está hoje?

-Me sentindo maravilhoso! E você?

-Nossa! De bem com a vida! Faz tempo que eu não te vejo assim!

Ela pulou em meus braços me abraçando forte. Senti um perfume diferente em seu pescoço, acho que o nome é floratta, não sei muito de perfumes de mulher.

-Que cheiro bom...

-Meu cheiro, nunca percebeu isso, bobinho? – ela disse sorrindo. Parecia diferente. Mais feminina, sei lá. Sam me soltou e deu um beijo extremamente delicado em minha bochecha, apoiando minha cabeça em suas mãos.

-O que deu em você? Achei que... Deixa pra lá.

-Nada, só saudades de você. Tá mais bonito, hein? Faz academia?

Carly abriu a porta e viu a garota, e as duas deram um grito, se abraçando loucamente, e falando de um jeito estranho, como se fossem bebês. Era até que bonitinho, mas me dava medo. Loucas.

-Podem voltar a serem normais já, tá bom? – falei brincando. – Carls, vou subir e atualizar umas coisas pro iCarly.

Ela nem me ouviu. Continuavam a se abraçar e gritar.

Subi as escadas cantarolando e liguei o notebook, esperando aquele troço carregar.