O tempo já era maior. Duas semanas. Os dois ainda não se falavam, e queriam muito voltar a se falar. Mas Freddie não podia perdoá-la. Estava triste, e não conseguiria falar com ela.

Na escola, Carly havia chegado cedo e Freddie aproveitou para rever a amiga, já que não havia ficado com ela o fim de semana inteiro, devido à ela estar com a “namorada traidora”.

-E aí?

-Oi, Freddie. Tudo bem?

-Aham. E a Sam?

-Está mais cabisbaixa do que nunca.

-Ah – ele disse triste.

-Você ainda a ama?

-Muito, muito muito. Mas acho que ainda não estou pronto para...

-Tudo bem, Freddie – ela disse colocando a mão em seus ombros, prevendo um choro. – Eu não quero pressionar você, nem ela quer.

-Entendo – saiu de lá ainda triste. Quando estava a caminho da aula de Inglês, esbarrou em Sam. Os dois se olharam assustados e envergonhados.

-Foi mal – disse saindo bravo.

-Ei – Sam pegou em seu braço fazendo-o parar de andar.

-Que é?

-A gente pode conversar?

-Não tenho nada pra conversar com você. Talvez Griffin tenha, vai perguntar pra ele!

-Pára, Freddie! Por favor, não acaba comigo mais do que eu já estou!

Ele pensou e viu que estava mesmo sendo extremo, apesar de tudo.

-Tá. Quando?

-Hoje à noite naquele lugar do nosso...

Ele não precisou ouvir o resto da frase. Sabia que era o lugar do primeiro beijo.

-Tá, às 9.

-Obrigada mesmo, Freddie. – Sam parou um pouco de falar e o olhou – Será que eu posso te... dar um abraço?

Freddie não sabia se deveria mas assentiu. Sam pulou em cima dele o abraçando.

Sem hesitar, os dois já estavam chorando outra vez, mas quando perceberam tal ato, se separaram no instante. Sam tentou se desculpar, mas Freddie nem ouviu e correu para o banheiro, então ela fez o mesmo.

Depois de lavar seu rosto, Freddie respirou fundo e foi à sua aula de Inglês. Sam não havia chegado ainda. “Vai cabular.” pensou. Mas em dois segundos, a garota apareceu se desculpando pelo atraso, que era raro. Ele a olhou e o único lugar vazio era em sua frente. Sam ficou em pé um momento e o professor pediu para que ela se apressasse em sentar. Sam voltou ao mundo real e se sentou. A aula inteira, Freddie se pegou quase acariciando os cabelos sedosos dela, mas não pôde, e nem prestou atenção na aula.

Ao bater o sinal da troca de aula, Sam se levantou rapidamente e saiu da classe. Freddie sentiu como se uma parte dele partisse, mas sabia que isso ela não demoraria a voltar, pois tinha que pegar suas coisas para a aula de Biologia, e ele ia para a de Matemática. Enrolou o máximo com a ideia de pegá-la antes de sair em vez de só vê-la à noite, mas não deu. Já havia começado a aula de Matemática, teve que ir para a outra sala.

Foi andando calmamente até a porta e enfim viu Sam. Chorava de novo. Não, não podia abraçá-la. Virou o rosto e seguiu para a álgebra entediante.

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