Assim que o beijei na bochecha, tentei o beijar na boca. Ah, é o que eu mais quero!

Griffin virou o rosto.

-Sam, eu não posso fazer isso. Você tem namorado e...

-Mas então por que me trouxe aqui? Por que fez tudo isso?

-Eu não vou mentir. Eu sinto desejo por você, Sam. Eu te amo, e muito, e vim aqui sabendo que a gente ia ter a nossa primeira vez - engoli em seco - . Mas aí lembrei do seu namorado, e ele te ama como eu. Acho que não é justo isso. Você me entende?

-Cl-claro, Griff.

Me soltei dele envergonhada mas ele ficou com cara de "bosta, o que foi que eu fiz?" e mexeu em meus cabelos.

-Bem, não que eu tenha deixado de..sacomé, né. Se você quiser...

Uma lágrima desceu pelo meu rosto e atingiu sua mão.É o que eu mais queria na hora. Queria agarrá-lo e amá-lo. Mas e o Freddie? E tudo aquilo que eu fiz para conquistá-lo? Como ele fica?

Chorava mais ainda, e não aguentei. Peguei minha bolsa e saí de lá correndo. Griffin conseguiu entrar no elevador comigo, que coisa boa, né?

-Eu preciso pensar, Griffin. Acho que vou contar pra ele.

-Eu vou te ver de novo?

Aquela mesma pergunta. Dessa vez a resposta não estava na ponta da língua.

-Não sei, não sei mesmo.

-Tudo bem. - ele disse triste, quase chorando. - Mas se eu não te ver, guarde isso como lembrança.

Ele me conduziu a um beijo apaixonadamente bom, e eu me deixava levar pela situação. Até chegar no térreo, paramos em todos os andares mas não saímos do elevador. Eu já estava sem ar e a porta se abriu, revelando uma pessoa atrás do elevador. Vi de relance, não sabia quem era, pois meus olhos estavam entreabertos, mas a pessoa largou a bolsa e puxou Griffin para o chão, o socando e pisando em cima de seu ponto fraco.

Enquanto ouvia xingamentos, percebi que ele estava chorando.

-FREDDIE!

Ele não parava. Continuava a socar Griffin, este sem reação. Assim ele o mataria!

O empurrei com força e Freddie caiu no chão. Griffin também chorava muito, mas de dor. O ajudei a levantar mas ele não conseguiu.

Quando virei para Freddie, ele me olhava com os olhos esbugalhados de tristeza e raiva.

-COMO VOCÊ PODE FAZER ISSO COMIGO, SAMANTHA?! VOCÊ DISSE QUE IA PEGAR BACON, E QUANDO VOU TE FAZER UMA SURPRESA, QUEM FICA ESPANTADO SOU EU! EU NÃO ACREDITO NISSO! E AINDA O DEFENDE?

Freddie socava a parede e chorava muito! Eu não conseguia chorar, só de ver o garoto tão bravo, quase morri! Nunca tinhas visto Freddie assim!

Freddie pegou sua mochila do chão e foi em destino ao Bushwell. Saí atrás dele e quando puxei seu braço, ele me empurrou e eu caí na lama, batendo a cabeça num poste. Tudo ficou girando e girando, e vi a imagem dele indo embora.

Quando abri os olhos de novo, haviam muitas pessoas em volta me ajudando a levantar.

Agradeci e continuei correndo até chegar no Bushwell. Subi de escada e bati na porta dele. Batia e batia, e ele não atendia. Não desisti. Continuei batendo. Ele não atendia.

-Freddie, por favor, me desculpa! Eu não queria fazer isso, Freddie me perdoa, por favor!

Ele abriu a porta.

-Não bata mais na porta, e não olha mais na minha cara. Desiste de mim, eu peguei você quase comendo o seu "amiguinho"! Me diz: foi a primeira vez que vocês fizeram isso?

Não conseguiria mentir pra ele. Abaixei a cabeça e finalmente comecei a chorar.

-Eu sabia! Quer dizer, como eu não percebi antes?! Você é uma vadia mesmo! Samantha, eu tô fora do iCarly e da sua vida! Se não quiser perder seu tempo, pára de me procurar! Volta pro seu namoradinho traidor, vocês se merecem!

-Freddie, por favor...

-NÃO ME VENHA COM SUA LÁBIA, SAMANTHA! EU NUNCA VOU TE PERDOAR!!

Ele bateu a porta e gritou de raiva lá dentro.

Minha vida acabou.

Meu mundo desmoronou.

Tudo que eu mais prezava era o amor daquele que eu sempre desejei, e não sabia. E o pior, ele tinha me visto traí-lo. Levei minha mão até a boca e continuei a chorar desesperadamente.

Me ajoelhei no chão e continuava a chorar. Como eu pude fazer isso? Como eu pude ser tão fria e dura com ele? Bem ele, o nerd dos meus sonhos! Aquele que sempre esteve ao meu lado e nunca ia me abandonar! E agora, eu não o tinha mais!

Eu o traí! E quase transei com outro, mesmo sabendo que Freddie tinha me pedido várias vezes para fazer isso!

Estava mais tonta que antes. Abri a porta da Carly, e antes que pudesse me sentar, desmaiei de novo. Tudo estava tão preto, não me lembro mais de nada.

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Três ou quatro horas depois

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PDV Carly.

Não vi Sam ou Freddie na escola. O que tinha acontecido?

No mínimo, mataram aula e eles fizeram o tcheco tcheco no butchaco. Ai ai, fui a última, que triste.

Subi o elevador cantando um funk que não saía da minha cabeça, e abri a porta. Estranho, eu esqueci de trancar?

Olhei para o chão, e Sam estava lá caída.

-PELO AMOR DE DEUS, SAM! O QUE FOI?

A balancei e a balancei de novo. O que tinha acontecido?

Ligo para uma ambulância mas meu celular pifa de novo. A balancei mais uma vez e ela suspira.

-Sam? Você tá bem??

Sam abre seus olhos e pergunta se o que acontecera foi um pesadelo. Pergunto: o quê?

Ela olha ao redor, olha sua roupa e começa a chorar. Fico perguntando o que foi e o que foi mas ela não me responde e fica falando o nome do Freddie.

Vou super nervosa e arrombo a porta dele. Freddie estava no sofá chorando num travesseiro. Me sento ao seu lado e passo a mão em suas costas.

-O que aconteceu, Freddie?

Entre soluços e choros, consigo entender mais ou menos o que havia acontecido.

-Ela me traiu, Carly. Ela fingiu que me amava e eu jurei que sempre ia amá-la. Ela me traiu com aquele filho da puta. Eu peguei eles dois no elevador se beijando intensamente. Como ela pôde, Carly? Como? Eu não fiz nada pra merecer isso!

Ah, não! Sam... Por quê?

-Olha, calma. Eu entendi agora. Mas ela está mal...

-QUE ELA SE EXPLODA! EU NÃO QUERO NEM SABER!

-Freddie, calma! Ela estava desmaiada na minha casa até agora!

Freddie me olhou com raiva mas no fundo estava preocupado que eu sabia.

-Eu não ligo. Ela merece tudo isso, pelo menos por agora.

-Você está sendo muito egoísta, Freddie! Pensa um pouco, clareia a cabeça.

-Não quero! Eu só quero...

Ele hesitou por um momento. Limpou suas lágrimas e foi para seu quarto.

-Não vou vê-la por um tempo. Por favor, não venha me procurar, também. Me deixa em paz!

Freddie bateu a porta do quarto e eu voltei ao meu apartamento. Não vi Sam.

Fui à cozinha. Nada. Fui ao meu quarto. Nada. Quando fui ao banheiro, Sam estava com um caco de vidro no meio do braço e com a cabeça ensanguentada. Atirada no chão.