Ah, meu Deus! Meu coração parou de ver aquele garoto que eu dispensei há anos atrás de novo na minha frente, e "todo todo" com a Sam! Ela não pode... eu não sei, preciso reorganizar meus pensamentos. Peguei a chave e saí correndo para o elevador, mas nem o vi e esbarrei nele.

–Hey, olha por onde... Ah, é você, Carly.

–Quê? Oi, Griff.

–Perdeu o direito de me chamar assim quando terminou comigo, lembra?

–Aaah, claro que sim. Como vão seus bichinhos preciosos?

–Melhores agora que estão sem seu olhar assustador - ele disse me olhando feio e indo em direção à escada.

–Ei, espera.

Griffin se virou e parou de andar.

–Que é?

–Preciso falar com você, Griffin!

–Vai me xingar de novo?

–Nãao, não vou. Vamos pra sua casa.

Grifin estranhou mas entrou comigo no elevador descendo dois andares. Eu queria matar ele!

Quando a gente entrou, revi aquela magnífica casa. Tudo brilhando como se estivesse novinho, mas nada mudara desde minha últimaa visita. O sofá, branco, com uma camisa azul xadrez em cima. Estranhei, pois ele odiava xadrez.

Cheirei a camisa e ela estava muito perfumada. Pelo visto ia fazer alguma coisa.

–Está limpa, tá?

Eu ri e me sentei. Fazia tempo que não falava com ele, mas parecia que a gente já era melhor amigo que nem eu e Sam.

–O que você quer falar comigo? - ele perguntou, ainda de pé como se quisesse que eu saísse logo.

–Escuta, é muito importante. Você sabe agora que a Sam e o Freddie estão...

Ele fez uma careta de nojo. - Blergh, namorando. E daí? Eu a amo e vou conquistá-la que nem fiz com você.

Aquelas palavas me afetaram profundamente, não sei porquê.

–Bem, eu sei, eu já previa isso.

–E...?

Engoli seco. Não sabia o que falar, de novo. Aliás, por quê diachos estava ali em sua frente? Ah, meu Deus, o que estou fazendo?

–Olha, Griff. Fazem tantos anos que esses dois se odeiam e xingam um ao outro e só agora descobriram que se amam! Sam teve a iniciativa de dizer a ele, ela não te ama. Eu sei que é difícil aceitar isso, mas você não pode forçar a barra. Já acabou tudo, você não tem mais chance.

–Eu não vou desistir e deixar a Sam ser levada para longe dos meus braços por aquele nerdzinho de uma figa! Você me conhece, eu odeio perder! Odeio mesmo!

Griffin arregalou seus olhos e isso o tornou mais bonito.

–Griffin, isso só vai te machucar ainda mais... - cheguei mais perto dele e o fiz sentar ao meu lado. Percebi que ele me olhava meio estranho, como se eu tivesse feito algo errado.

–Que foi?

–N-nada não.

Griffin olhou para meu decote em V, que favorecia meu busto. Levantei uma sombrancelha só e ele voltou ao mundo real. Resolveu mudar de assunto.

–Carly, você sabe se eles já fizeram... aquilo?

–O que você queria fazer comigo aos 15?

Ri da minha pergunta mas ele não gostou muito e ficou sem graça de novo. Limpei a garganta. Que fora que eu dei..

–Bem, eu acho que não. Ela teria me contado. - fiz uma pausa e ele ficou com o pensamento distante. - Por que? Você quer fazer?

–Eu? C-com quem?

–Com ela, lógico!

"Será que ele tinha achado que era comigo?" pensei.

–Sacomé, né.

–Não, não sei comé.

Nós rimos juntos e ele finalmente olhou em meus olhos. Ele estava tão lindo naquele dia, tão... Tão... me dava vontade de... Sei lá. Mas ele não era pra mim.

–Carly, você me esqueceu?

Mordi meu lábio inferior e não sabia o que responder. Sim, claro que sim, vai caçar outra. Não, eu ainda te amo. Ah, o que eu falo? Já sei!

–Ah, sacomé, né...- ri mas ele não achou graça.- Bem, acho melhor eu ir.

Me levantei e peguei minha bolsa. Griffin se levntou comigo e percebi que ele me seguia com os olhos. Não lhe dei tchau, só disse:

–Só toma cuidado pra não pegar pesado com a Sam. Ela pode sair machucada. Ou você.

Vi que ele pegou na malícia e expliquei que era sobre "tentar conquistá-la". Esse Griff parece que só cresceu no tamanho.

No elevador, fiquei pensando nele. Não acredito que ele ia tentar ficar com a Sam! Primeiro que ela tem namorado, e segundo que é a Sam! Nada contra ela mas, e eu? Eu sou bonita também!

Tá, eu que terminei com ele, mas foi tão besta meu motivo! Não deveria ter terminado! E bem no dia que eu ia perder a virgindade!

Coloquei minhas mãos no rosto e abri a porta do apartamento devagar. Os namorados estavam de beijando loucamente, deitados no sofá. Freddie ia descendo sua mãozinha boba, mas eu pigarreei e os dois se soltaram. Fui limpar minha baguncinha e vi que já eram quase dez.

–Já tá tarde, vou dormir.

–Tá, a gente vai ficar aqui hoje. Bora assistir um filme, princesa?

–Claro. Coloca Atividade Paranormal aí.

–Tá bom.

Subi as escadas e tirei meu salto preto, me atirado na cama. Precisava fazer alguma coisa para fazer o Griffin me amar de novo e esquecer essa Sam. Não sentia raiva dela, mas acho que ele não tem que interferir em seu lance com o Freddie. Sei lá. Amanhã eu vejo.