Maldito Ruivinho escrita por Ally


Capítulo 40
As vezes é melhor não saber de tudo.


Notas iniciais do capítulo

To postando outro capítulo porque o último era só um bonus ;-; adorei escrever esse capitulo *oo*



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Mari P.O.V -

Trezentos e quinze. Ótimo, eu estava na porta do apartamento de David. O edificio era lindo, as escadas impecáveis de limpas, o elevador com espelho, o piso branco que ofuscava até o sol. As vezes esquecia que o pai de David era quem fazia negócios com o Joe, eles eram realmente muito ricos. Isso era uma pena, nem David nem Debrah e nem Castiel, sabiam o quão duro era ter que se esforçar para ter o que queria. A satisfação de comprar com o próprio dinheiro conquistado era ótima. Lembro-me de quando queria algum brinquedo novo e meus pais se recusavam a me dar, eu ia para a porta de casa vender limonada. Assim como faziam nos desenhos animados. No final da tarde eu acabava chorando por não conseguir um tostão sequer, ai meu pai aparecia, fingia beber aquela suco verde horrível que eu fazia e por fim, me levava á loja de brinquedos. Que saudade eu sentia dele.

Bati na porta e demorou um pouco até que alguem atendesse. Era David, ele usava somente um daqueles shorts de jogar bola, seu cabelo estava bagunçado e ele sorria.

– Mari. - Pausa. - Desculpa, estava dormindo.

– Mas são três horas. - Eu ri constrangida e ele devolveu o riso.

– Vem, entra.

Segui David e assim que entramos vi a maravilhosa sala de seu apartamento. O piso era um branco ofuscante, o sofá único ficava no canto, na parede. Do outro lado havia uma chaise em tons claros, o mesmo do sofá. Um tapete felpudo bege cobria toda a sala, na parede á frente tinha a Tv que devia ter umas cinquenta polegadas. Ainda tinha uma laleira eletrônica e uma mesinha no centro. Tudo era iluminado pela luz da janela de vidro com cortinas brancas, que mostrava a incrível vista de Londres. Estava tudo impecavelmente brilhando, me surpreendi muito com o que vi, achei que ia encontrar um apartamento todo bagunçado com caixas de pizza e embalagens de salgadinhos por toda ela.

Murmurei um "uau" e David olhou para mim.

– Minha mãe foi quem arrumou tudo. - Ele riu. - Quando disse que queria morar sozinho, ela deu um chilique, mas por fim aceitou a ideia, com a condição de escolher o apartamento e decora-lo...

David se sentou na chaise.

– Bom, Verônica tem bom gosto, é tudo muito lindo. - Eu sorri.

– Ah sei lá, eu preferia algo menos chamativo. - Vou vestir uma roupa, me espera aqui?

– Claro.

Esperei alguns minutos, e fui até a janela, á vista de Londres era realmente maravilhosa. David não parecia ser uma má pessoa, mas era dificil saber suas intenções. Será que ele ia me contar tudo?

– Mari. - Escutei David gritar, me despertando de meus pensamentos. - Vem aqui, segunda porta a direita.

Passei por um corredor escuro com alguns quadros e avistei a porta. Abri devagar e não pude acreditar que aquele quarto fazia parte da mesma casa que eu vi no começo.

– Nossa...

– Tá meio bagunçado. - Ele sorriu se jogando na cama. - Não liga.

O quarto tinha ás paredes em vermelho, que eram cobertas por posterês de bandas e fotos. Um guarda roupa antigo ocupava a parede da direita. Sua cama era de casal, os lençois estavam bagunçados e o tapete estava coberto de embalagens de doces e salgadinhos, assim como imaginei. As cortinas estavam fechadas, o que deixava o local um pouco escuro. Apesar de tudo, o quarto tinha o cheiro de David, doce e amadeirado ao mesmo tempo.

Sentei no pufe perto de sua cama com uma expressão séria e ele pigarreou.

– Então... - Ele começou, seus cabelos loiros caiam nos olhos.

– Vai me contar? - Cortei sua frase que me olhou sério.

– Você sabe que minha irmã tinha uma banda com o Castiel antes de sair da escola, certo?

Assenti com a cabeça.

– Então, ela continuou cantando mesmo depois de mudar de País, só que sua carreira não foi muito longe sem o Castiel. Eles cantam bem, mas cantam melhor juntos.

– E o que que tem?

– Não está claro? Debrah quer voltar com a banda, ela sabe que só assim terá sucesso.

– Que ridículo isso, Castiel nunca vai aceitar. - Revirei os olhos.

David fez uma careta. - Ele já aceitou.

– O que...?

– Você sabe que o show de talentos é esse fim de semana não é? Ele aceitou tocar com ela, e eles já estão até ensaiando.

– M-Mas...

– Se lembra da noite da festa de negócios que o Castiel não foi? Ele estava com ela planejando tudo, inclusive foi ele que teve a ideia para tirar Lauren da escola.

Só percebi que chorava quando senti a lagrima quente escorrer até meus lábios.

– Mari? - David parecia espantado com a minha reação. - Eu não queria te magoar, não sabia que gostava tanto dele, eu...

– Não é culpa sua. - Disse fungando.

David se aproximou, se ajoelhando á minha frente. - Eles só estão ensaiando, não tem nada além disso. Não chora.

– Não é isso David, ele me escondeu tudo. Poxa, e porque? - Limpei as lágrimas com a manga da blusa.

– Castiel não seria tonto de te trair, você é uma menina doce, gentil, mas ao mesmo tempo forte e confiante de si mesmo. Você é incrivel, e esses seus olhos azuis... - Ele se aproximou de novo, e dessa vez até mais do que devia.

– Meus olhos...? - Mordi o lábio, estava nervosa.

David P.O.V

Acordei com batidas na porta, eu dormia de bruços jogado no sofá. Antes de atender, fui até o banheiro lavar o rosto e escovar os dentes. Olhei meu reflexo no espelho, meu cabelo estava bagunçado e eu tinha parado a academia algum tempo, apesar de ainda ter a barriga definida e os braços musculosos não me agrava muito o que via. Nem me preocupei em vestir uma roupa, devia ser Debrah ou mamãe.

Abri a porta, e Mari estava lá, assim que me viu, ela corou. Usava uma blusa fina de mangas compridas, e um short desfiado. Seu cabelo estava solto até a cintura, sua franjinha já cobria um pouco de seus olhos azuis. Os olhos que eu tanto temia. Eram idênticos aos de Rosemary. Eu me perdia neles cada vez que ela me encarava.

A convidei para entrar, que ficou impressionada com o apartamento por dentro. Pedi para ela esperar e fui ao meu quarto me trocar, coloquei uma blusa branca gola V, e uma calça clara. Achei melhor chama-lá pra conversar no meu quarto, afinal Odete a empregada, podia chegar a qualquer hora. Ela entrou e se sentou no pufe ao lado da minha cama, comecei a contar pra ela sobre Debrah e Castiel quando parei, porque percebi que ela chorava.

– Mari? Eu não queria te magoar, não sabia que gostava tanto dele, eu...

– Não é culpa sua. - Ela fungou.

Me ajoelhei á sua frente. - Eles só estão ensaiando, não tem nada além disso. Não chora.

– Não é isso David, ele me escondeu tudo. Poxa, e porque? - Ela limpou suas lágrimas com a manga da blusa, aquilo era fofo e triste ao mesmo tempo.

Eu me sentia triste por ela, e pela Debrah também. Sentia como se estivesse traindo a confiança da minha irmã revelando todo seu plano a Mari, mas eu não tinha escolha. Eu via como Castiel á tratava, sempre grosso e a todo tempo dizendo o quanto amava Mari. Eu não entendia porque aquele cara fazia isso, mesmo não querendo ele estava iludindo a Debrah dando esperanças de que podiam ficar juntos, por ter aceitado voltar á banda. E magoando a Mari profundamente escondendo tudo dela. Ele era um canalha, não merecia nenhuma das duas.

Mari continuava derramando lágrimas e eu não suportava aquilo. Seus olhos estavam mais intensos do que nunca.

– Castiel não seria tonto de te trair, você é uma menina doce, gentil, mas ao mesmo tempo forte e confiante de si mesmo. Você é incrivel, e esses seus olhos azuis... - Aproximei-me mais de seu rosto, conseguia sentir sua respiração.

– Meus olhos...? - Ela mordeu o lábio e eu não consegui resistir.

A beijei.

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Notas finais do capítulo

Até o próximo. ^-^