Caliel. escrita por Wana


Capítulo 5
Simon


Notas iniciais do capítulo

Olá!
Bom, esse capitulo nãa ficou do jeito que eu queria, porque a inspiração resolveu viajar! Que pena :(
Mas tá ai.
Até as notas finais



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/245186/chapter/5

Eu estava deitada na minha cama, ouvindo uma música, o sol já havia ido se esconder em algum lugar.  Eu me sentia leve, isso porque depois de muito esforço eu consegui alcançar o idiota do Lucas, me sentia leve porque para eu alcançar ele, eu peguei uma latinha de refrigerante fechada da mão de um garoto que estava com a namorada no jardim da escola e joguei na cabeça dele e por sorte eu consegui derruba-lo.

Palmas para mim que fui extremamente competente. E eu me sentia leve porque eu havia aberto um pequeno buraco na cabeça dele, que jorrava um pouco de sangue e ele teve que ir para a enfermaria colocar um curativo ou coisa do tipo.

Ótimo dia não? Tudo bem que eu havia tido o maior trabalho em tirar aquele corretivo do meu cabelo, mas foi impagável ver os olhos de avelã dele faiscarem de raiva.

Minha mãe entrou no quarto, com Simon no colo. Eu arranquei os fones de ouvido.

— Querida, posso entrar?

— Você já está dentro. - eu disse o óbvio.

— Oh certo. - ela disse envergonhada. — Sabe, eu queria saber se você pode ficar com o Simon essa noite, eu tenho um compromisso.- ela completou. — Claro, se você não tiver planos, eu posso muito bem deixa ele com a Marie... - ela emendou rápido.

— Eu não tenho nenhum lugar para ir agora. - dei de ombros e minha mãe sorriu.

— Simon quer ir parquinho. - meu irmão em disse em sua típica voz de bebezinho e cruzou os braços.

— EU não sei se é uma boa ideia querido. - mamãe disse pensativa.

— Ah vamos lá mãe! Eu tenho 17 anos, você não acha que eu não sou capaz de cuidar de um bebê acha? - eu rolei os olhos.

— Não é isso, é que... - ela desconversou.

— Vamos lá, pelo menos eu já treino pra quando eu tiver o meu. - eu disse brincalhona, mas nem sempre minhas piadas são bem aceitas.

— Caliel Hale, você está grávida? - minha mãe me fuzilou com os olhos.

Isso era uma brincadeira mãe. - eu bufei.

— Você não me respondeu! - ela disse com as sobrancelhas unidas. Eu vi ela de relance olhar para minha barriga, procurando algum inchaço anormal.

— Eu não estou grávida. - eu rolei os olhos.

— Certeza? - agora ela estava suavizando seu rosto.

— Toda. - eu falei carrancuda.

— Ok então. Ah sim, se você quiser levar Simon no parquinho pode levar. - ela deu de ombros.

— Eu vou levar então. -eu afirmei. Eu odiava ficar em casa cuidando de Simon, porque ele simplesmente ficava hiperativo demais, correndo de um lado para o outro.

— Eu vou deixar dinheiro para vocês pegarem um táxi. - ela disse. — EU provavelmente tenho que colocar algo mais quentinho em você. - ela disse agora falando com Simon e saiu do quarto.

Eu me levantei da cama e fui tomar um banho, coloquei uma calça jeans e um All star vermelho, uma blusa preta e um cardigan de renda branco. Caso você não tenha notado, eu sou louca por Cardigans.

Às 7:30, eu já estava pronta, com Simon nome colo, minha mãe já havia ido para o tal “compromisso” e  eu  estava esperando o táxi chegar.

 O táxi buzinou lá fora e nós saímos rapidamente; meu pai estava na janela da casa dele e me interrogou para onde eu ia como ele sempre fazia, por sinal.

O caminho de casa até o parquinho que Simon costumava brincar, não era tão longe e se estivesse sozinha, eu iria a pé mesmo, mas eu estava com Simon, e as pernas dele eram muito curtas para andar na mesma velocidade que eu e não era uma alternativa ir carregando ele no colo até lá, seria cansativo e demorado demais.

— Seu filho é muito bonito. - o taxista falou olhando pelo retrovisor para mim. Simon estava ao meu lado, com as mãozinhas batendo nas minhas pernas, tentando falar algo que eu não estava entendendo.

— Ele não é. - eu disse e percebi que ele entenderia errado. — Digo, ele não é meu filho, é meu irmão.

É claro que Simon era lindo, ele tinha os olhos verdes do pai dele, cabelos ruivos como os meus, e covinhas simplesmente adoráveis, a pele dele era tão macia quanto o de qualquer bebê e a face dele tinha contornos suaves. Simon sempre foi uma criança adorável, ele só chorava por um motivo concreto e sempre fazia coisas muito engraçada, o que nos gerou bastantes vídeos cômicos dele.

— Oh desculpe. - o taxista disse envergonhado.

Ele não fez mais nenhum comentário durante o resto do caminho. Nós chegamos ao parquinho e ele estava cheio, muitas mães ou babás estavam com bebes e crianças de todas as idades lá, o parque era todo enchido de risadas contentes e satisfeitas, um ambiente único, cheio de felicidade.

— Balanço Caliel!- Simon disse apontado para onde estava uma cadeira pendurada em uma estrutura de ferro.

— Certo, certo vamos lá então. - eu disse rindo e me dirigindo para lá.

Eu coloquei Simon na cadeirinha, e conferi pelo menos umas cinco vezes se aquele sinto de segurança seguraria ele bem, então comecei a embalar, para lá e para cá o balanço; Simon ria alto e gritava uns uhu sempre que o balanço chegava no ponto mais alto e descia, eu o acompanhava nas suas risadas, me deliciando com o fato de que sua risada era tão pura e sem preocupações. Eu me peguei imaginando o quão legal seria ter um filho como Simon, eu me imaginei levando-o para o parquinho assim como eu estava fazendo com Simon e me imaginei colocando meu bebê para dormir, contando uma historinha para ele, não que eu não fizesse esse tipo de coisa com Simon, claro que eu fazia, mas seria diferente se fosse meu, algo mais mágico, eu acho.

— Você não me contou que era mãe. - Alguém falou no meu ouvido e dei um pulo do lugar.

— Você definitivamente tem que parar de me assusta, Vince. - eu falei carrancuda.

— Ah certo. - ele gargalhou.

— Ele não é meu filho. -eu afirmei.

— Oh, não me diga que você sequestrou esse menino. - ele disse arregalando os olhos de brincadeira.

Eu gargalhei alto e continuei balançando Simon. — Ele é meu irmão. - eu falei ainda rindo.

— Ah menos mal. - ele disse rindo também.

— E então, onde está seu filho? - eu fingi procurar alguma criança pelo parque.

— Mas eu não tenho...

— Não me diga que você sempre vem aqui brincar? - eu o interrompi.

— Claro que não! - ele disse surpreso. — Eu te vi aqui e resolvi parar para falar com você. - ele pareceu ficar constrangido. — Eu estava ali. - ele apontou para um bar com uma placa em neon do outro lado da rua.

— Ah certo. - eu dei de ombros.

Falar com Vince foi tão fácil como da primeira vez, ele era brincalhão, descontraído, falava besteiras demais e por vezes eu tive que tampar os ouvidos do pobre Simon, quando Vince se lançava em um discurso com palavras profanas, e Deus, ele tinha sabia uma boa lista de palavrões.

Eu ria sobre o que ele dizia e depois ria sobre como ele gargalhava e eu ri quando ele tentou ensinar Simon a dar socos e o garotinho deu um soco no rosto dele. “Belo soco rapazinho, quando você crescer, procure ser um boxeador” ele disse brincalhão. Eu me diverti, Simon se divertiu e, bem, eu não sei se Vince se divertiu, mas o fato foi que ele ficou todo o tempo lá conosco, falando besteiras e rindo atoa, até que Simon adormeceu no meu colo e eu resolvi que era hora de ir embora.

— Eu preciso ir. - eu disse me levantando e acomodando Simon no meu colo, e puxa como aquele garotinho estava ficando pesado.

— Eu posso te levar em casa. - ele sugeriu.

— Moto não é uma boa ideia para levar uma criança.

— Eu não disse que estava de moto. - ele rolou os olhos e tirou uma chave do bolso, destravando o alarme de um carro que estava do outro lado da rua.

— Isso foi muito exibicionista. - eu falei rindo.

— Eu sei. - ele riu e me acompanhou até o carro.

Vince começou a dirigir, quando todos estavam acomodados dentro do carro.

— Eu fiquei sabendo do pequeno buraco que você fez a cabeça do Lucas. - Ele falou com os olhos na estrada.

— Você viu? Eu fui demais não fui? - eu falei e sorri vitoriosa.

— Ah, você deixou ele bem irritado. - ele riu balançando a cabeça.

— Sabe, você é um cara bem legal, considerando as amizades podres que você tem. - eu fui sincera.

— Qual o problema com os meus amigos? - ele disse confuso.

— Contra todos os seus amigos, nenhum; é mais contra um em especial. - eu dei de ombros e ele gargalhou alto.

— Ah claro. O Lucas é bem legal, quando você se permite conhece-lo. - ele falou persuasivo.

— Sei. - falei rolando os olhos.

— Sabe, ele está tentando me convencer a trocar de colégio. - ele mudou de assunto.

— Mesmo? - eu disse animada. — Sim! Mude de colégio. - Eu não podia esconder o quão fascinante seria se ele fosse estudar lá, porque ele era algo como um analgésico para a minha dor de cabeça, que era Lucas, claro; e se eu tinha que aguentar o idiota na sala de aula, seria ótimo rir com Vincent nas horas vagas.

— Eu vou tentar fazer isso amanhã então. - ele disse sorrindo.

— Ótimo! - eu disse animada.

O carro parou em frente a minha casa e eu me despedi de Vince, mas não sem antes fazê-lo prometer que iria pedir transferência para minha escola, tirei Simon do carro, que ainda estava adormecido e vi o carro distanciando-se pela rua escura, que se iluminava momentaneamente apenas onde os faróis do carro iluminavam.

Eu dormi tranquila, uma noite sem sonhos estranhos; na verdade, uma noite sem nenhum sonho de que eu me recordasse.

Eu finalmente acordei no horário certo dessa vez e consegui cheguei à escola 15 minutos antes do normal para pegar um lugar bom, do tipo que não me mande para fora da sala por exemplo.

Eu estava feliz enquanto ia para sala de aula, estava de bom humor, enquanto sussurrava partes de uma música qualquer e animada.

Eu parei na porta da sala e vi que ainda não tinha ninguém lá dentro, não no meu canto de visão.

Mas quando eu entrei completamente na sala, eu percebi que tinha alguém lá. Alguém idiota, alguém irritante, alguém que eu não me importaria de matar.

— Alguém ai viu um passarinho azul? - Luke disse sorrindo torto, sentado na minha antiga cadeira.

Eu fiz uma careta. Será que há chances de ele ter acordado mais cedo só para me encher mais tempo?  Sim, há chances!

Eu não respondi, apenas continuei andando, pretendendo sentar na ultima cadeira da fileira que eu sentava, assim ele não poderia sentar atrás de mim novamente. Eu passei ao seu lado, com o rosto para cima, ignorando o fato de ele estar ali, mas senti algo puxando minha mochila.

— Você vai sentar aqui! - ele disse sorrindo zombateiramente, quando me fez cair sentada em uma cadeira na frente dele.

— Não mesmo. - eu disse e tentei me levantar, mas ele impulsionou meu ombro para baixo.

—Tá carente colega? - eu falei irritada.

Ele gargalhou alto. — Sabe, Alice não vem hoje, está doente. Portanto, você será minha vitima hoje. - ele sorriu.

— Alice está doente? - eu perguntei subitamente interessada.

— Yeah. - ele disse e eu fiz uma careta. Eu não estava acreditando que ele estava feliz por sua irmã estar doente. Que idiota! — Um resfriado ou coisa do tipo... Ei você ouviu que disse que você é minha vitima hoje? - ele falou confuso.

Eu debochadamente. — Vai sonhando amigão. - eu falei ainda meio virada de frente para ele na cadeira.

Ele foi aproximando seu rosto estranhamente do meu, nossas respirações se cruzaram, ele me olhou nos olhos e um calafrio subiu pelo meu corpo, calafrio de medo, nojo ou qualquer sentimento desprezível que vocês preferirem, claro. Ele foi se aproximando mais e mais do meu rosto, sua boca se abrindo lentamente, ele diminuindo mais e mais o espaço até que......

Eu dei eu soco com toda a minha força no rosto dele!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Vale um review?
Vamos lá, me incentivem a continuar.
E leitores fantasmas APAREÇAM.
Até o próximo capitulo.