Caliel. escrita por Wana


Capítulo 4
Strange!


Notas iniciais do capítulo

Eu disse que não sabia quando iria postar de novo, ontem né?
Mas olhe que legal, uma onda de ideias me atinguiu e só pararam de rodar pela minha mente quando eu as digitei.
Resultado?
Esse capitulo e vários outros capitulos que são para o meioda história.
Enfim, vamos ler?
Até as notas finais.



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Vince havia me deixado em casa, e veja que legal, ele tinha dirigido quilômetros abaixo do que poderia me causar o AVC.O rapaz teve que pedir mil vezes para que eu, por favor, me segura-se nas suas costas, no entanto não segui suas indicações, porque A) eu mal o conhecia e B) ao contrário do que ele pensava, eu era estupidamente tímida. Vincent era bonito e convidativo, sua risada parecia se perpetuar em meus ouvidos mesmo quando já havia ido embora.
Eu já estava no meu quarto deitada, na cama e pronta para dormir. A luz do abajur permanecia iluminava precariamente o quarto, enquanto eu permanecia olhando para o teto branco, absorvendo os fatos. Lucas estava de volta. No final das contas, ser quase morta por um motoqueiro louco (sente o drama) e ser enganada por Alice para comparecer a uma estupida e desnecessária festa de boas vindas pro estupido e idiota irmão dela, não foi tão ruim assim. Isso não significa que não foi cansativo. Eu tinha certeza que tinha isto tinha mais a ver com Vince, que estranhamente transformou as coisas mais fáceis, do que com autocontrole que eu nunca conquistei, e estava longe de conseguir. Eu daria um presente para Vince, assim que tivesse chance, por ele ter tornado esse dia suportável para mim.

[...]

Eu estava em um campo verde demais e tinha quase certeza de que estava sonhando, porque primeiramente, eu não conhecia nenhum lugar tão bonito como aquele, que eu poderia ter quase certeza que era a paisagem de uma revista de viagens que eu vi uma vez; segundo, porque eu estava vestida com um vestido rodado demais, de alças, todo florido e até um pouco acima do joelho, meigo demais eu deveria dizer, e é claro que eu nunca em sã consciência sairia parecendo uma daquelas mocinhas de filmes antigos, porque eu não queria ser a mocinha; e por ultimo, porque Vincent vinha de um lado ao meu encontro, com sua moto marcando a grama ferozmente, enquanto do outro, Lucas, sim o idiota Lucas, vinha vestido casualmente com roupas impecáveis, com as mãos no bolso da calça, sorrindo par mim amavelmente. Deus, em que estranha realidade paralela Lucas sorriria para mim amavelmente? A única coisa próxima de um sorriso que eu já havia visto no rosto dele foi um de zombaria, que ele sempre usava quando iria ou já tinha feito algo para me irritar, quase como uma mensagem oculta dizendo : Quebre minha cara de idiota. Ok, não tinha mensagem oculta, mas para mim era quase assim. Eu tinha quase certeza de que era um sonho e, no entanto não conseguia acordar. Que coisa mais estupida.

Eu tinha um espelho nas mãos e analisava minha face nele. Meus olhos estavam azuis de uma cor mais vivida do que nunca, minhas bochechas estavam coradas, meus lábios mais vermelhos que o normal e meus cabelos ruivos amarrado com um enorme laço de fita branco. Ugrh! Senhora meiguice em pessoa.

— Caliel. - uma voz aveludada saiu dos lábios de Lucas, me fazendo desviar os olhos do espelho e fita-lo duvidosamente. Eu não me lembrava da voz dele daquela forma. Quer dizer, não que ficasse reparando nos mínimos detalhes da voz dele... — Venha comigo... - ele sussurrou. Okay, essa realidade paralela estava estranha demais.

A moto de Vince parou ruidosamente a minha frente e ele tiro o capacete, seus olhos verdes me fitavam amigavelmente, seus cabelos ruivos bagunçados, seus lábios curvados em um sorriso fascinante, ele não estava vestido no mesmo estilo de Lucas, ele estava com jeans rasgados, camiseta branca e jaqueta de couro por cima. Ele não disse nada, apenas continuou me encarando, em um convite silencioso para que eu fosse com ele.

— Você é meu inferno na terra lembra? Você não deve me deixar nunca, porque eu simplesmente não posso viver sem meu inferno. - Lucas falou com a mesma voz aveludada. Eu riria, se os músculos do meu corpo estivessem respondendo meus comandos, coisa que não estavam. Quem em sã consciência implora que o inferno fique ou diz que não pode viver sem o seu inferno pessoa? Lucas era meu inferno pessoal e eu desde que o conheci nunca havia passado um dia sem pedir que ele fosse embora logo, quando ele estava por perto, e quando ele estava longe, eu pedia que ele continuasse longe. — Você se lembra de como sempre me irritava quando dizia isso? Da primeira vez que disse isso? - ele emendou rapidamente com a voz um pouco mais normal e sorriu zombeteiramente, agora mais parecido como o Lucas idiota que eu conhecia, se eu saísse correndo agora e lhe desse um belo chute, eu teria certeza que estava acordada, porque isso seria muito eu, mas as minhas drogas de pernas não responderam quando eu as mandei correr.

Eu apenas fiquei calada, com as mãos ao lado do corpo, olhando para ele e depois para Vincent apenas analisando-os. Havia algo de muito estranho com aquele Lucas, ele parecia extremamente bonito e sedutor, quero dizer, a despeito de minha mente, que o odiava com toda ferocidade, meus olhos sabiam que ele era bonito, sim ele era extremamente bonito, seja por aqueles olhos de avelã, ou pelos traços bem feitos, ele com toda a certeza havia ficado mais bonito ainda durante os anos que eu não o vi, mas naquele estupido (e agora eu tinha certeza) sonho, ele me parecia quase como um imã, me atraindo para si. Eu balançava a cabeça, nervosamente, resmungava e esperneava tentando segurar minha droga de corpo no lugar, mas nem um musculo sequer meu obedecia meus comandos. Eu ia avançando e avançando pelo longo gramado, as mãos de Lucas estendiam-se a minha frente e eu já estava a poucos passos de sua mão, em um movimento involuntário, minha mão se levantou e repousou sobre a dele. Ah vamos lá, isso deixou de ser um sonho! Que pesadelo mais estupido é esse? Por que diabos eu estava sonhando com aquilo? Eu queria vomitar em cima de mim mesma quando senti meus lábios se curvando em um sorriso. Ah não! Que pesadelo mais vergonhoso!

Houve um longo ruído de algo acelerando e de repente Vincent estava lá ao meu lado, me puxando do lado de Lucas, mas ele simplesmente não queria me deixar ir. Eu queria gritar algo como: HÁ! Vamos lá Vincent me puxe com mais força e me tire dessa hipnose estupida; mas meus lábios ainda não respondiam a droga dos meus comandos. Que coisa mais frustrante.

— Meu inferno na terra lembra? - ele sussurrava.

Vincent me puxava com força para si, até que Lucas me largava com lágrimas caindo pelo seu rosto. Uh, a droga do sonho estava ficando cada vez mais estranhos!

Eu me sentia agradecida por Vincent me colocar na garupa da moto, me levando o mais rápido possível para longe do imã que não me deixava fazer escolhas. Eu entrelaçava com força meus braços ao redor de Vincent, agradecida por ele ter me salvado e quebrado o que quer que seja que estava me controlando. Vincent gargalhava alto demais, como se estivesse feliz de ter deixado o melhor amigo para trás.

Eu abri os olhos rapidamente, finalmente conseguindo acordar.

Estranho, sonho muito estranho, eu pensava ainda meio desnorteada. Eu já estava quase pensando em procurar um psicólogo, psiquiatra ou coisa do tipo para me diagnosticar com algum transtorno estranho ou que colocasse em duvida minha sanidade, mas ai eu olhei para meu relógio, em cima do criado mudo, que marcava 7H da manhã em um vermelho vivido... Isso deveria significar que eu estava atrasada pra caramba!

— Oh droga, o colégio. - me levantei em um pulo da cama, batendo o dedinho do pé no criado mudo. — Droga! Mil vezes drogas!

Eu corri desnorteada para o banheiro e me tomei banho e arrumei a uma velocidade espantosa, vestindo a primeira roupa que vi e desci as escadas correndo, meu pai não demorou a buzinar do lado de fora, então eu nem sequer tomei café, por mais que meu estomago estivesse gritando ao como: Ei sua idiota, me alimente.

— Atrasada de novo senhorita Hale? - A professora nojenta de matemática falou sem olhar para mim, sentada em sua mesa corrigindo alguma coisa, enquanto eu tentava passar despercebida. Por Deus, aquela mulher tinha um terceiro olho ou coisa do tipo? Ela nem tinha levantado o rosto para saber que era eu!

Eu sorri envergonhada e segui de cabeça baixa para o meu canto da sala. Eu joguei minha mochila na cadeira que eu sempre costumava sentar, sem nem ao menos olhar para ela; alguma coisa amorteceu-a e eu me perguntei se o diretor finalmente havia trocado as cadeiras por algo mais confortável, com uma poltrona talvez, sim uma daquelas poltronas reclináveis bem confortáveis e caras! Eu levantei meus olhos, feliz com a ideia e levei um susto.

A droga da cadeira ainda era a mesma desconfortável e sem graça, o que me deu uma pequena onda de decepção, Okay nada de poltronas caras e confortáveis então...Ei mas tinha algo a mais lá. Minha mochila estava jogada em cima de um Lucas idiota que sorria zombateiramente para mim.
Certo, ele havia pegado meu lugar na frente de Alice, tudo bem, não é nada além de uma cadeira. Mas porque diabos ele tinha que ficar na mesma droga de sala que eu? Eu queria levantar as mãos aos céus e gritar: Senhor, isso é um teste? É pra saber o quão longe eu vou antes de matar aquele garoto ou a mim mesma?

Mas eu não podia fazer isso, minha querida professora nojenta não acharia isso muito normal, então, ao invés disso, eu apenas bufei alto e sentei na cadeira a frente dele, que era a única que estava vazia, infelizmente claro.

Ele jogou a minha mochila na minha cabeça quando eu sentei e eu serrei os punhos.

Eu me virei e lancei um olhar mortal para ele.

— Só devolveu a bagagem nanica. - ele disse sorrindo. Sério, qual o problema dele com a minha altura? Para mim 1,56 é uma altura normal, pelo menos eu quero achar que sim. Tudo bem que eu fico parecendo ridiculamente baixa perto de todo mundo, mas é só porque todo mundo está ficando estupidamente alto hoje em dia.

Eu fitei Alice por cima do ombro dele e ela estava sorrindo, com as mãos para cima, em sinal de rendimento, mas que nesse caso tinha algo haver com “A culpa não foi minha, eu não consegui expulsa-lo dai”.

Eu me virei bufando e resolvi prestar atenção na aula. No entanto parecia que Lucas havia acordado com a corda toda e pronto para me encher o droga da paciência inexistente então depois de um tempo eu já tinha até desistido de entender o que a vaca vestida de professora explicava no quadro, porque o idiota atrás de mim tinha cismado em brincar de puxar meus cabelos, eu fiquei impressionada por ele não ter perdido essa droga de costume de criança.

— Você quer morrer Luke? - eu me virei nervosa. Ele sorriu zombateiramente. — Por favor, me diga se você está procurando a morte. - eu falei com raiva. Ele apenas riu debochadamente. Olhei para Alice por cima do ombro dele e ela encontrou meu olhar sorrindo calidamente. Oh, pelo menos alguém estava calmo e feliz por ali.

Eu tentei me acalmar e me virei novamente para frente. Eu poderia suportar um dia aquele ser idiota. Sim eu podia! Ai amanhã eu simplesmente chegaria cedo e faria de tudo para sentar atrás de Alice ou em qualquer lugar que ficasse a no mínimo três cadeiras longe do idiota.

Senti algo molhado pingar em minha costa, me tirando de meus planos para dias mais felizes, e institivamente puxei meu cabelo para frente.

Oh não! Ele não tinha feito isso! Ele não tinha simplesmente pingado corretivo por todas as pontas do meu cabelo. Sim, ele tinha feito!

Eu cerrei os punhos, fervendo de raiva.

Peguei meu corretivo e abri com uma força desnecessária, me virei e encarei-o, escondendo o corretivo.

— Mechas bonitas. - ele falou zombateiramente.

— É não é? - eu falei. — Talvez você também queira uma pouco delas. - eu falei alto e tentei jogar o corretivo no cabelo dele, no começo pegou, seus olhos faiscaram de raiva e ele deu um tapa que mandou o vidrinho aberto para longe.

Ambos olhamos alarmados para ver onde tinha parado. Eu vasculhei a sala toda, até que encontrei alguém com o rosto completamente branco. Oh certo, quão sortuda eu sou afinal? Por que entre uns 40 anos, a droga do vidrinho tinha que simplesmente cair na cara da professora nojenta? Oh certo, eu não tinha mesmo nenhuma sorte.

— Senhorita Hale e Senhor Lieske, para fora. -ela disse com os dentes trincados e apontou para a porta. — Para fora agora. - ela falou mais alto e eu levantei em um pulo. Será que ela tinha uma arma camuflada em forma de piloto? Melhor não ficar para ver. Eu segui para a porta de cabeça baixa, evitando os olhares dos alunos, com Lucas ao meu lado, com o cabelo quase todo branco.

A professora fechou a porta ruidosamente atrás de nó e eu puxei Lucas pela gola da camisa, para me afastar dos olhares da sala pela porta de vidro, assim não correria o risco de alguém me ver matando ele.

— Você é um estupido! - eu gritei soltando ele. — Você voltou simplesmente para tornar minha vida mais difícil não é? - eu coloquei um dedo bem perto do rosto dele. Ele se escorou na parede calmamente.

— Vai sonhando nanica. - ele falou relaxado, passando as mãos nos cabelos com corretivo.

— É incrível como você consegue ser tão irritante. Você não faz ideia do que eu daria para me ver livre de você!- eu gritei me afastando e me encostando-me a outra parede, porque eu simplesmente não tinha mais para onde ir. Eu odiava o modo como ele sempre falava relaxado, como se nada importasse. Eu me preocupei em tentar respirar fundo, porque o quanto longe estava de levar uma suspenção? Quantos dias será que eu ganharia se eu o matasse? Uma expulsão e alguns anos na cadeia, na certa. Fiz uma careta ao imaginar o sermão que minha mãe, meu pai e todo mundo que estivesse em casa, me dariam, claro isso se eles ainda quisessem falar comigo depois de eu me tornar uma assassina. Ele não respondeu e nem ao menos olhou para mim, apenas fazia careta para sua mão cheia de corretivo. Ele começou a se aproximar calmamente de mim e em um minuto, ele já estava em minha frente, bem mais perto que o necessário. Eu o fitei nervosa, por ter o inimigo tão perto claro, você não achou que eu iria ficar nervosa por ele estar ali a poucos centímetros do meu rosto, me olhando com uma expressão desafiadora e se aproximando cada vez mais de mim né? Claro que não!

Quando ele já havia eliminado todo o espaço que eu tinha, me imprensando na droga da parede, só me estou o observar sem entender o que ele pretendia fazer e me preparar para dar um belo chute no seu ponto fraco, caso ele tentasse fazer algo que eu não quisesse. Ele abaixou um pouco a cabeça para olhar para mim, e como eu já estava com a cabeça levantada, nossos rostos ficaram bem próximos. Okay, isso definitivamente estava ficando estranho; tão estranho quanto o sonho/pesadelo que eu tive. Ele levantou uma mão lentamente, sempre olhando nos meus olhos, e primeiro encostou de leve e depois pressionou contra a minha pele, ele primeiro sorrio um sorriso mais parecido com o do sonho, e então, seu rosto mudou para um sorriso vitorioso e ele gargalhou alto. Só ai que eu fui entender, ele simplesmente tinha passado a droga da sua mão suja de corretivo no meu rosto, sujando-me toda.

— A seu filho da... - eu rosnei e ele me interrompeu antes que eu pudesse terminar de xinga-lo.

— Isso não é uma coisa para uma mocinha dizer. - ele me repreendeu.

— Eu vou te mostrar o que a mocinha vai fazer com seu crânio. - eu gritei. Ele saiu correndo e gargalhando alto, com os cabelos sujos de tinta e eu tratei de correr atrás dele com toda a velocidade que eu podia. E então éramos duas crianças de novo, correndo um atrás do outro, com propósitos obscuros (lê-se: para matar um ao outro). Eu sorri quando coloquei mais velocidade sobre minhas pernas, nós já estávamos saindo para o jardim e ele não tinha parado de rir e correr (não necessariamente nessa ordem) e eu de persegui- lo. Ah como eu adoro quando minhas presas correm de mim, torna tudo tão mais divertido!


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Notas finais do capítulo

E ai o que acharam do capitulo?
Vamos lá, deixem uma review.
Eu gastei quase uma hora escrevendo e reescrevendo esse capitulo e você não pode dedicar um minuto do seu tempo para mandar um review para uma autora solitária? ( Sente o drama)
Qualquer erro gramatical em qualquer um dos capitulos me avisem ok?
Enfim,
Até o próximo capitulo, beijos.