O Segredo. escrita por Jee kuran 95, DramioneFanClub, Jee kuran 95


Capítulo 25
Capítulo Vinte e Cinco: Insignificâncias.




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Autora: Jee_kuran_95

Disclaimer: Harry Potter pertence exclusivamente a J.K.Rowling.

Classificação do Capítulo: +16 anos.

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O Segredo

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ℋarry Potter

Capítulo Vinte e Cinco: Insignificâncias.

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*Cetus Black*

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- Onde está Bellatrix? – perguntou Voldemort, mantendo-se escondido pelas sombras do salão.

- Está em Gringots, meu senhor. – disse Narcisa curvando-se respeitosamente ao homem.

A mulher loura respirava descompassadamente, tentando controlar inutilmente os tremores que percorreram seu corpo ao ouvir a voz do Lorde. Engoliu em seco fechando os olhos e repetindo mentalmente que devia manter-se calma.

- Ótimo. – a voz dele soou sombria e fria. – Pode se retirar Narcisa, não é mais necessária.

Agradecendo mentalmente, a Malfoy levantou-se com a elegância dignada de uma aristocrata. Girou em seus próprios pés e andou em direção à porta sem olhar para trás. Abriu a porta rapidamente e saiu fechando-a. Encostou-se a parede e soltou a respiração que não fazia ideia de estar prendendo.

Mantenha a calma. Respire. Disse para si mesma em mente.

Arrumou a postura, fechando as mãos em punho e apertando suas unhas bem feitas em sua palma causando-lhe dor. Ignorou observando mais uma vez, enquanto passava os muitos retratos das gerações Malfoy dispostos na parede, olhando com orgulho.

Sentiu repugnância, o estômago revirando e a tão característica sensação de enjoo subindo por sua garganta. Sinceramente, odiava aquela família maldita, odiava ter nascido como uma Black e ter se transformado em uma Malfoy.

Dois nomes malditos que carregavam um peso nos ombros maior do que ela podia suportar.

Subiu a escadaria da Malfoy que levava a seu quarto e trancou-se lá desejando internamente que não fosse perturbada por mais ninguém daquela casa. Sentou-se em frente a sua penteadeira, olhando sua expressão e vendo no que ela havia se transformado.

Os cabelos louros pálidos continuavam bonitos como nunca, os olhos azuis cor de mar sempre seriam arrogantes, prepotentes... Seus lábios sempre estariam pintados, sua maquiagem sempre estaria intacta. Mas as marcas do tempo estavam lá e ela não podia apaga-las.

Sua pele não era mais tão macia quanto uma vez, quando sorria – ou as poucas vezes que o fazia – ela podia ver as rugas mais acentuadas do que já eram.

Estava ficando velha.

E o tempo havia passado tão depressa que ela não se dera conta.

Suspirou pegando sua escova de cabelo e passando-o pelos cabelos delicadamente, desembaraçando as pontas. Observou o quarto mais uma vez, até parar em uma pequena caixinha de música. Uma pequena caixinha de música trouxa.

Largou a escova, seus dedos hesitando em tocar o pequeno objeto. Delicadamente, a ponta dos dedos delineou a madeira, talhada especialmente para si com detalhes em outro e esmeraldas. Simples e insignificante em meio a todo esplendor que o dinheiro de seu marido poderia lhe dar, mas ela não se importava.

Lembrava-se de uma vez, logo no início de seu casamento quando Lúcius lhe perguntara o que era aquilo e ela dissera que era algo sem importância que seu pai havia lhe dado pouco antes de se casar com ele. O homem apenas dera de ombros e nunca mais lhe perguntou nada.

Ela sabia, Lúcius estranhava o fato de que, às vezes, Cissy ficava vários minutos, talvez horas observando aquela caixinha com uma expressão de tristeza, de saudade e talvez, uma mescla de arrependimento em seus olhos bonitos.

Aquilo era uma lembrança. Uma lembrança de uma época que ela ainda mantinha vívida em sua mente, mesmo depois de tantos anos.

Suspirou e pegou sua varinha. Abriu a caixinha e dela saiu uma suave melodia.

Narcisa fechou os olhos deleitando-se com a música. Um sorriso triste escapou de seus lábios antes que ela se desse conta e seus olhos começaram a umedecer-se ao olhar para os dois pequenos personagens, dois bailarinos, dançando magicamente enfeitiçados. Uma bailarina loura e seu companheiro que tinha belos cabelos negros como breu.

- Engorgio. – apontou para algo muito pequeno que estava ali dentro.

Um livro cresceu, pulando diante de seus olhos e parando a sua frente. Seu diário.

Acariciou com extrema devoção a capa de couro castanho-avermelhado com seu nome talhado em prata. Narcisa Black. Não, era não vira necessidade de acrescentar o sobrenome Malfoy a capa daquele diário afinal, o sangue que corria em sua veias era Black, nunca seria o dos Malfoy.

Abriu-o revelando as páginas impecavelmente brancas, escritas por uma letra que à medida que ela passava as folhas e pulava os anos, tornava-se mais elegante e bem moldada.

Parou em uma em especial. Meados de Novembro. 15 de Novembro de 1972.

Querido diário,

Desde que vim para Hogwarts não tive ânimos de escrever em você, me desculpe. Sinto-me sozinha e desolada, não sei o que fazer e, saber que este é o último ano em que vou vê-lo me angustia mais do que deveria.

Eu não quero me sentir assim. Eu não posso me sentir assim... Não por um nascido-trouxa – a palavra sangue-ruim me dá náuseas, me repugna até meu âmago -.

Às vezes eu penso que, se eu não tivesse nascido uma Black eu não teria tantas obrigações, tantos deveres para com essa linhagem sangue-puro maldita que tanto detesto. Não teria o peso de meu nome para segurar em minhas costas. Não teria que me casar com Lúcius de todas as formas.

Hoje é meu aniversário você sabia diário? Meu aniversário de 17 anos.

Recebi muitos presentes hoje. Os mais inimagináveis de meus pais. Os mais caros e ostentosos todos tão refinados... Inúteis, desnecessários. Eu não os quero. Não preciso deles, não pedi por eles. Todos vindos de pessoas falsas e arrogantes a quem simplesmente detesto.

Apenas um deles é de meu agrado.

Uma pequena caixinha de música trouxa que recebi esta manhã.

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- ℋarry Potter –

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Tom fechou os olhos perdendo-se em pensamentos. Nagini sibilou algo que ele não fez questão de entender o que era e saiu pela fenda da porta, desaparecendo rapidamente pelos corredores de Malfoy Manor.

Sua respiração tornou-se regular, baixinha e pouco audível até mesmo na silenciosa sala onde se encontrava. Sua mente viajou, desprendendo-se de seu corpo e flutuando para memórias antigas que permaneciam quentes em seus pensamentos.

:::

Nevava.

Embora as pessoas a seu redor adorassem a neve e, simplesmente por este fato (como se ele fosse igual a qualquer outro ser humano) julgavam que ele também tivesse certa adoração e devoção por aqueles pequenos pedaços de flocos brancos e desiguais que caiam do céu.

Estavam equivocados. Ele os odiava.

Tom simplesmente detestava o inverno.

Naquela estranha época do ano ele sentia como se as coisas, as paisagens e as cores vibrantes a seu redor rapidamente morressem tomando a forma do branco. Uma cor tão apagada e melancólica em sua opinião, mas que, em contrapartida, nesta época do ano as pessoas se tornavam mais amistosas, acolhedoras e amorosas.

E isso mostrava a chegada do Natal, época festiva que todos adoravam e outra coisa que para ele, era algo inútil e sem sentido em sua concepção. Afinal de contas, ele nunca tivera um Natal feliz, nunca ganhara presentes e não sabia o que era estar junto de sua família em um momento como este.

Naquele dia, poucas pessoas estavam no castelo. Muitas estavam com suas famílias, em suas casas e, embora sempre fosse uma pessoa solitária, esse sentimento se intensificava no dia de Natal e ele sentia como algo lhe oprimindo o peito, algo frio subindo por sua barriga e penetrando sua mente criando pensamentos perturbadores em sua cabeça e maculando seus pensamentos.

Ele, Tom Riddle de certa forma sentia pânico da solidão.

Obviamente não deixava transparecer isto em seu exterior.

- Aqui. – disse uma voz a seu lado e ao virar-se, Tom pode ver uma garota sentada a seu lado.

Longos cabelos negros extremamente lisos, olhos azuis claros. Era a prima de Black, se não lhe falhava a memória, a menina a sua frente, dois anos mais nova que ele, chamava-se Gemini. Gemini Eleanor Black.

Olhou para a mão estendida sobre a mesa e para o embrulho nas mãos da garota de maneira enigmática perguntando-se o que era aquilo e o porquê de sua aproximação repentina.

- Tome – disse a garota estendendo-lhe o pacote de maneira firme e decidida.

Sem hesitar, Tom pega-o, olhando sombriamente para a garota que não se abala. Gemini sorri para o moreno tocando com a ponta de seus dedos a mão gélida do rapaz que, por um momento pensa em repelir o toque, mas não o fez.

- Tenha um bom Natal, Sr. Riddle. – disse suave e amavelmente e saiu deixando-o sozinho na mesa de Slytherin.

:::

Aquele fora o seu primeiro contato com a menina Black.

Um contato forçado que ele não desejava ter.

Um contato que ele não fazia ideia de que aconteceria, ele lembrava-se bem daquele dia e também sabia que, mesmo que seu cavalheirismo lhe dissesse para agradecê-la não o fez.

A segunda vez que falou com ela, foi no ano seguinte no Expresso de Hogwarts. Ele preparava-se para ir a seu 4º e ela, para seu 2º. Outra vez um contato forçado que ele mais uma vez não repeliu, pois Tom sentia curiosidade. Curiosidade por sentir do que ela era capaz, pois sim, ele sentia, sentia a magia dela fluindo pelo corpo pequeno da menina de 12 anos. Ele podia sentir a magia de Gemini chocando-se com a sua e estranhamente... Mesclando-se.

- Tom? – disse Avery apontando diretamente para a entrada da cabine.

Os outros se viraram no mesmo instante que o Riddle vendo Black e sua prima mais nova a porta.

Ele apenas arqueou uma sobrancelha, uma pergunta muda em seu gesto.

O outro moreno suspirou, passando as mãos pelo cabelo nervosamente enquanto olhando de canto irritadamente para a prima.

- Eu virei babá agora. – sibilou entredentes olhando para Gemini. A morena olhava para fora da cabine distraidamente ignorando-o com veemência fingindo que não era com ela a história. – Não posso dar as costas por um segundo que você já está metida em confusões com Gryffindor’s Gemini, por Merlin! – reclamou o mais velho. – Honre a velha casa de Salazar e ignore esses imundos que nem ao menos mereciam estar pisando em Hogwarts.

- Brigando de novo, Gemini? – perguntou Abráxas com um sorriso maroto nos lábios.

- Faço o que posso. – disse a garota com um sorriso também, dando os ombros com descanso. – Mas não tenho culpa se eles ficam me provocando.

- Então simplesmente ignore-os. – falou Tom pela primeira vez, surpreendendo a todos. – São pessoas inferiores a nós, não merecem o mínimo de nossa atenção. Está sendo burra e tola ao dedicar uma parte de seu tempo a discussões sem sentido e imaturas com esses Gryffindor’s.

Os olhos azuis de Gemini se estreitaram em sua direção e ele sentiu um pequeno (e imperceptível) sorriso se desenhar em seus lábios. Ela era a segunda pessoa que o encarava sem medos nem restrições. Isso atiçou mais ainda sua curiosidade sobre a menor.

Além do que, ele podia sentir como sua magia tornava-se hostil.

- Creio que sei o melhor para mim Sr.Riddle – disse polidamente com toda a educação que a situação e seus nervos lhe permitiam. -, mas obrigada por sua, hum, preocupação – disse com uma nota de ironia. – Primo acho que já sou grandinha o suficiente para ficar em uma cabine com meus amigos, não preciso ser cuidada por você como uma pirralha de 5 anos. – debochou fazendo os outros do compartimento rirem.

- Não confio em você Gemini. – confessou irritado.

- Sábio modo de pensar priminho. – garantiu a menina com um sorriso falsamente angelical. – Mas posso garantir que nada mais acontecerá por hoje, prometo. – terminou em tom solene.

O rapaz suspirou balançando a cabeça negativamente.

- Tudo bem Gemini, vá de uma vez – murmurou. – Mas – levantou um dedo em advertência. – se eu souber de alguma coisa não hesitarei em mandar uma carta a meus tios avisando de seu comportamento.

A menina revirou os olhos e Tom quase riu. Ela não estava saindo do compartimento, da cabine deles apenas para se livrar do primo e sim para se livrar dele. Ela queria ver-se longe de Tom, ela estava com medo dele.

Por um instante, quando ela passou ele tocou discretamente com a ponta de seus dedos os dela e viu como a moça pareceu sentir um choque e pulou no mesma instante para fora do alcance dele. Não precisou olhar para ela para saber que seus olhos azuis estavam cravados em seu rosto.

Gemini abriu a porta do compartimento nervosa e saiu correndo.

Tom riu levemente. E precisara apenas de alguns poucos segundos na mente da menina para saber que ela o temia. Agora, só tinha que saber o motivo.

:::

Mais uma vez lá estava ele em pleno Domingo na Seção Reservada da Biblioteca. O céu ainda mantinha-se escuro mostrando que a madrugada ainda se estenderia por longas horas.

Fechou o livro de Artes das Trevas que tinha em mãos e deixou-o sobre uma das estantes. Lentamente, jogando um feitiço de desilusão sobre si mesmo começou a andar pelos corredores em direção à saída da Biblioteca. Parou por um instante, prendendo a respiração e virando-se lentamente para trás.

Havia alguém ali.

Ele não estava sozinho naquela biblioteca. Começou a andar em direção a um fraco arfar que podia ouvir e escondeu-se nas sombras, misturando-se com a escuridão para que, quem quer que fosse que ali estivesse não pudesse vê-lo.

Qual não foi sua surpresa ao ver a garota de cabelos negros longos, intitulada Gemini Black? Nessa época, já havia se passado alguns anos desde a última vez que vira a menina ter alguma reação com seu corpo. Ele estava em seu sexto ano enquanto ela, consequentemente, estava em seu quarto.

Parecia dormida, inconsciente de sua presença o que deu passe livre para que Tom se aproximasse dela sorrateiramente, olhando por cima de seu ombro e vendo que, entre seus braços cruzados sobre a mesa havia um livro aberto... Um livro muito parecido com um que ele mantinha como Diário e Horcrux, escondido de tudo e de todos.  As mesmas páginas amareladas e vazias.

O tinteiro sobre a mesa vazava, tingindo a ponta de seus dedos de negro sem que ela se desse conta, a pena branca com rasgos em marrom estava esquecida a um canto junto a um pedaço de pergaminho novo ainda enrolado em uma fita de cetim.

Cuidadosamente, jogou um feitiço do sono na menina para que de forma alguma ela acordasse e o pegasse no flagra, pegou o livro tirando-o delicadamente de seus braços e pegou a pena molhando a ponta na tinta e escrevendo sobre o papel de aparência antiga. Ele sabia como aquele diário funcionava afinal, Tom Riddle tinha um igual a ele.

Com o mesmo – coincidentemente – feitiço de proteção.

Meu nome é Tom Marvolo Riddle

As palavras logo desapareceram. Não mais que alguns segundos foram necessários para que ele obtivesse uma resposta mais que satisfatória.

Olá, Sr. Tom Riddle. Meu nome é Gemini Black.

Sorriu satisfeito, mordendo o lábio inferior em apreensão.

Tom precisava saber qual era o segredo que envolvia a menina Black. Sim, ele sabia (tinha quase certeza) de que ela escondia alguma coisa de todos e isso envolvia sua família... E sua forma de magia.

Voltou a escrever.

Você sabe algo sobre o segredo de Gemini.

Não, aquilo não fora uma pergunta senão uma afirmação arrogante.

Mas ele queria uma resposta, precisava de uma resposta urgentemente.

Sim.

Sorriu novamente, sabendo o que se seguiria a seguir.

Então, você pode me contar?

Espera. Uma espera silenciosa e torturante.

O diário parecia hesitar temendo contar algo a ele como se sua própria dona estivesse sob efeito de um Imperius lutando firmemente contra a maldição da morte a fim de não lhe dizer o que ele desejava ardentemente.

Não.

Uma negação. Tom sorriu.

Mas eu posso lhe mostrar.

O sorriso se alargou e ele pode claramente ver quando as páginas do diário começaram a passar rapidamente brilhando em uma luz dourada envelhecida que iluminou todo o local.

Num piscar de olhos havia apenas a escuridão, no outro lá estava ele parado em um local que seria supostamente uma Biblioteca muito antiga, porém bastante conservada. Embora soubesse de fato como o diário agia ainda se surpreendia com a complexidade do feitiço.

Era como tirar um fragmento de memória de sua mente e depositá-lo numa penseira. Simples assim, fácil e rápido. O diário agia de mesma forma, porém, utilizava uma magia mais voltada para as artes das Trevas. Você podia escrever o que acontecia, conectando sua mente ao pedaço de papel, dando vida aos pensamentos ali escritos do seu ponto de vista.

Olhou ao redor com curiosidade vendo, finalmente a seu lado direito uma porta aberta.

Caminhou até lá e saiu andando pelos corredores. Logo avistou outra porta mais a frente, uma luz prateada piscando de tempos em tempos. Ansiosa andou até lá, parando na soleira da porta e paralisando-se ali olhando interessado para a garota a sua frente.

Era a primeira vez em sua vida que via Gemini Black, a Slytherin perfeccionista, orgulhosa e indomável nada estado tão... Deplorável.

Os cabelos negros estavam completamente desalinhados, soltos por suas costas. As roupas estavam amassadas e, o quarto a seu redor estava um completo caos. Roupas jogadas, livros caídos, cinzas e cacos de vidro no chão.

E o que mais o intrigou foi que, a menina a sua frente... Devia ter no máximo, 12 anos.

Ou seja, aquela era uma lembrança de pouco antes da primeira ver que a vira.

- Eu tenho que achar uma forma... Um modo de parar com isso... – murmurava a menina para si mesma em voz baixa, quase enlouquecida.

Seus olhos pareciam opacos, enlouquecidos.

- Eu não posso aceitar, não posso aceitar – sussurrava e floreava um livro em suas mãos. Pela capa e as poucas palavras que via escritas de onde estava, eram de magia negra. Magia Negra Antiga. As palavras até mesmo estavam escritas em Runas. – Tenho que achar uma forma de anular esta maldição...

“Criança tola”

Era como se outra pessoa estivesse no aposento com eles. A Gemini mais nova arregalou os olhos, de repente olhando para o espelho que tomava parte da parede de seu quarto. Tom virou-se para lá no mesmo instante.

A figura ao espelho era o que ele via em Gemini agora. Morena, cabelos longos e lisos caindo por suas costas, pele levemente morena.

O único diferencial marcante... Eram os olhos negros e sombrios que observavam a garota de 12 anos do outro lado do espelho. Além de, é claro, a expressão maldosa em seus olhos escuros como mogno.

Não pode se livrar de mim. Afinal de contas eu sou você. Eu sou parte da sua escuridão, sou sua sombra, sua maldição.”

Os olhos de Gemini se fecharam por um instante, como se a garota estivesse tomando uma importante decisão. Seu corpo tremia consideravelmente e ela se abraçava, parecendo encolher-se em si mesma mais e mais. Abriu os olhos, olhando para a figura no espelho.

:::

- Milorde.

Os olhos de Lorde Voldemort abriram-se vagarosamente, sua mirada gélida cruzando o salão e parando na mulher parada a entrada do mesma. Allegra mostrava-se impassível, altiva em sua postura arrogante não tremeu ante a mirada do Bruxo das Trevas. Tom sorriu parecendo, por um momento ver outra pessoa ali.

Gemini Black.

- O que deseja Sra. Black? – perguntou com a voz aveludada sentindo que as lembranças se desvaneciam aos poucos de sua mente, voltando para as profundezas de sua memória.

- Vim informar-lhe que Bellatrix já está de volta e que Lúcius acaba de chegar a Malfoy Manor com informações do Ministério Francês. – sua voz saiu fria junto a uma expressão apática.

Voldemort incorporou-se sentando de forma mais relaxada na poltrona onde se encontrava e suspirou.

- Pois bem – disse com voz cansada. – Diga a Lúcius que falarei com ele mais tarde. Tem alguma notícia de seu sobrinho ou de Theodore Nott? – perguntou.

- Não senhor, nenhuma por enquanto.

- Então pode se retirar e voltar as suas atividades, Allegra.

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- ℋarry Potter –

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- Pensei que ficaria com ela esta noite – disse Galatea poucos segundos depois de ver Draco entrando no Salão Comunal de Slytherin. Sorri para ele analisando sua expressão corporal. – Parece que algo finalmente deu certo entre você e ela. – disse fingindo inocência e voltando os olhos rapidamente para o livro que tinha no colo.

Draco olhou para o salão agradecendo a Morgana por ser tarde a ponto de mais ninguém encontrar-se no salão comunal apenas os dois. Deixou-se jogar no sofá a seu lado e suspirou passando a mão por entre os fios dourados enquanto um sorriso satisfeito e de puro deleite desenhava-se em seus lábios perfeitos e aristocráticos.

Ouviu a risada cristalina de Galatea e olhou-a, admirando a beleza da menina. Levantou uma de suas mãos pegando uma mecha loura e colocou atrás de sua orelha de maneira delicada e gentil.

Surpresa Galatea olhou-o com os olhos confusos, porém cheios de ternura.

- Vocês fazem um belo casal – comentou como se falasse do tempo.

- Eu sei – disse acariciando o rosto da mais jovem. – E será apenas uma questão de tempo até que ela se dê conta disso também.

- São perfeitos um para o outro? – ironizou. Draco podia ser tão egocêntrico às vezes...

- Exatamente. – disse com um sorriso lindamente esculpido.

- Seu ego é inacreditável. – disse.

- Eu sei – contestou fechando os olhos e aproveitando o momento de paz entre eles.

A loura deu outra risadinha, ele sempre conseguia surpreendê-la de alguma forma. Seja em suas palavras ou em seus gestos.

E uma prova disso era o fato de ele estar acariciando-a de maneira tão terna e suave que podia comparar ao toque da mais fina pluma que existi. Suave, gentil e carinhosa.

Pois ela sabia, seu irmão não era bom em lidar com seus sentimentos, mas parecia que aquela garota, Hermione Granger, não, Hermione Black despertava a parte gentil e menos sombria de seu irmão e isso era algo que nem ela mesma lograva na maioria das vezes.

A filha de Allegra – sua prima e sim, ela ainda tinha arrepios ao lembrar-se disso tinha o dom de acalmar seu irmão de maneira inacreditável.

- Vocês ficaram. – afirmou.

- Sim.

- E ela o que disse depois? Como reagiu? – ela perguntou. Tinha que admitir estava realmente curiosa.

Para Granger – Black corrigiu-se mentalmente – ninguém mais sabia de sua atual situação como prima dos Malfoy’s e filha de Allegra Black a esposa perfeita de Régulos Black patriarca da Mui Antiga Mansão na qual viviam.

E devia ser algo extremamente difícil de aceitar que Draco Malfoy, um Slytherin sangue-puro quisesse algo com ela na situação de nascida-trouxa. Afinal, o Draco Malfoy que toda Hogwarts conhecia desprezava ou ignorava os nascidos-trouxas que vagavam pelo castelo e seria certamente muita coragem – e grande mudança de conceitos por parte do loiro – envolver-se com uma sangue-sujo.

- Ficou hesitante no começo. Fez questão de ficar repetindo que não me amava e que aquilo que havia acontecido entre nós não mudaria muita coisa por enquanto. – disse suspirando. – Por enquanto ela sente apenas atração por mim, isso já basta. – disse com um tom distante olhando para a lareira apagada do salão.

A menina suspira também entristecida. Seu irmão ainda teria muitas coisas que enfrentar se quisesse ficar mesmo com Hermione Black. Primeiramente um preconceito infundado mas que seria justificado pelo fato de o sangue da garota ser desconhecido e depois quando Granger – Black – descobrisse que ele sabia quem ela era.

Pois Galatea tinha certeza, de uma forma ou de outra a garota acabaria juntando as pontas soltas e descobrindo tudo.

Temia por seu irmão. E pelo futuro relacionamento entre ele e sua prima mais velha.

- Bom, vamos. Está tarde temos que dormir não se esqueça que, infelizmente nós ainda temos aula pela manhã. – grunhiu insatisfeita ao lembrar-se desse fato e deu as costas para o irmão subindo a escadaria das masmorras em direção a seu quarto. – Boa noite Draco.

- Boa noite Galatea.

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- ℋarry Potter –

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- Theodore acorde! – gritava-lhe Blásio sacudindo-o pelos ombros desesperadamente vendo como o moreno de olhos claros convulsionava entre seus lençóis. – Vamos Nott, reaja! – sussurrou desesperado.

Num instante Nott parou pulando da cama assustado e arfante. Theodore olhou de um lado parecendo procurar algo e relaxou, suspirando com alivio ao notar que se encontrava em sua cama em Slytherin e deixou-se cair novamente por entre os lençóis de seda passando a mão pelo rosto.

- Que merda de sonhos... – murmurou raivoso.

- O que aconteceu? – perguntou o negro com uma expressão pasma nos olhos. Zabinni encontrava-se sentado ao borde da cama olhando para o amigo.

- Milorde – zombou azedamente – quer que eu vá até Malfoy Manor ao que parece, tenho que buscar algo lá e esconder em Hogwarts.

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- ℋarry Potter –

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Hermione abriu os olhos sentindo que todos os músculos de seu corpo estavam tensos e doíam. Suspirou embora seu corpo não parecesse estar nos melhores estados tinha que admitir que estava com um bom humor pouco característico e o pior ela sabia o motivo.

Certo louro de cabelos platinado e incrivelmente bonito. Mas obviamente ela nunca diria isso a ninguém e tinha de alguma forma, certa dificuldade de admitir isso para si mesma também.

Sentou-se na cama sentindo mais dor do que imaginava ser possível e notou que ser empapada em suor. Estranhou, havia ela sonhado com alguma coisa? Não se lembrava realmente.

Jogou os lençóis e as cobertas para o lado colocando seus pés quentes no chão frio e foi em direção ao banheiro já com uma muda de roupas. Olhou para as colegas de quarto constatando que ainda se encontravam dormidas e olhou para as horas bufando: não era nem mesmo 7 da manhã.

Fechou a porta após entrar no banheiro e tirou as roupas entrando no chuveiro rapidamente e deixando que a agua morna limpasse seu corpo retirando o suor e a estranha sensação de inquietude que aparecera. Fechou os olhos, a água caindo em seu rosto jovial.

- Você é minha. – sussurrou uma voz e logo Hermione sentiu braços envolvendo-a por trás. Ela podia sentir muito bem o corpo de um homem colado a suas costas.

O calor desprendendo do corpo dele e indo até o seu em ondas sensuais. Hermione entrou em pânico, os olhos arregalados e o corpo petrificado sem saber o que fazer com relação aquilo.

Era impossível. Não tinha como... Tom Riddle estar em Hogwarts...!

- Você é minha – disse novamente o homem respirando em seu pescoço. Tom riu e mordiscou seu ombro beijando em seguido. – E em breve estará ao meu lado por que eu sei... Você sucumbirá... Sucumbirá ao poder.

- Não! – gritou Hermione empurrando-o temerosa e ela se virou o mais rápido que pode, uma risada ecoando em seus ouvidos.

Não havia mais ninguém ali além dela, a água e o vapor que desprendia da mesma.

:::

- Você tem muito que nos contar Hermione Granger. – disse uma voz atrás de si cheia de subentendidos.

A morena mordeu o lábio inferior. Revirou os olhos e virou-se para Ginny colocando as mãos na cintura de maneira arrogante.

- Eu? – disse de maneira inocente mexendo nos cabelos. Era sabia que Ginny ficaria sabendo da sua... “Conversa” com Draco Malfoy. – Não sei do que está falando – deu de ombros. – E primeiramente bom dia para você Ginny, bom dia Luna – disse com um sorriso dirigido à última.

- Bom dia Hermione, dormiu bem? – perguntou à loura.

- Sim... – disse a menina hesitando por um momento.

- Não parece muito certa disso. Algum problema? – perguntou gentilmente notando a pequena (porém existente) hesitação de sua amiga. As duas ignoraram Ginny veementemente.

- Não sei bem – continuou com uma careta. – Acordei repleta de dores e encharcada de suor, não sei se devia ficar preocupada por conta disso, é a primeira vez que me acontece.

- Você teve um pesadelo? – perguntou a ruiva deixando o outro assunto de lado. Por hora.

- Acho que não.

- Você acha? – ironizou Ginny. – Não tem por que se preocupar Mione, acredite sonhos assim são extremamente normais, me surpreende que você não tenha tido nenhum até hoje.

- Ginny tem razão – concordou a loura enlaçando o braço de suas amigas. – Mas esqueça isso Hermione, vamos tomar café temos um longo dia pela frente. – terminou a sentença e começou a arrastá-las em direção ao Grande Salão.

Entraram e, por um momento, as duas Gryffindorianas olharam para a mesa de Slytherin discretamente.

- Malfoy e Nott não estão aqui – disse Luna marotamente.

Hermione soltou um suspiro aliviado. Embora Gryffindor fosse a casa daqueles que tem a coragem não se sentia muito corajosa no momento. Não sabia como seria sua relação com o loiro agora e, mesmo que tenha dito que aquele beijo – aquele incrível beijo – não mudaria nada entre eles, algo mudara sim e ela sabia disso.

Mesmo sem transparecer, Hermione sentia-se envergonhada em apenas pensar como seria quando ela o encontrasse novamente. Suas bochechas adquiriam uma leve coloração rosada e algo quente subia pela boca de seu estômago.

Nervosismo, incerteza, medo.

Mas o sangue Black falava mais alto e ela não era conhecida por se acovardar por coisas tão fúteis como aquela.

Ginny e Hermione sentaram-se de frente para Harry e Ronald enquanto Luna lhes dirigia desculpas dizendo que iria sentar-se por alguns momentos com as garotas de Ravenclaw, sua casa.

- Bom dia Harry, bom dia Ronald – disse a morena de bom humor dirigindo-lhes um sorriso amável.

- Bom dia Hermione. – disse Harry dando-lhe um sorriso luminoso. Arrumou os óculos em seu nariz. – Pelo jeito dormiu bem. Onde estava ontem a noite? Não a vimos no jantar e nem no Salão Comunal... – disse relembrando que não a vira em lugar nenhum ontem.

- Fiquei na biblioteca – mentiu com facilidade mostrando-se indiferente. Podia sentir a mirada cravada de Ginny em seu rosto. Sabia que a ruiva estava se divertindo com a situação afinal de contas ela também queria saber o que ela ficara fazendo. – Perdi a hora e quando vi, já era muito tarde. – disse em tom de desculpas. – Apenas me dei conta da hora quando Madame Pince me colocou ara fora dizendo que já era muito tarde e que eu deveria já estar dormindo. – deu de ombros.

- Ah, entendo. – disse acenando afirmativamente. O tom de voz imperativo de Hermione não deixava dúvidas de que ela estava (supostamente) dizendo a verdade. Afinal... Hermione nunca lhe mentiria, não é mesmo? – Você devia se cuidar mais Mione – disse terno. O tom que ele usou com a amiga fez algo dentro de Ginny se revirar enciumada, mas ela não demonstrou. Não valia a pena. – você pode acabar ficando doente, não é muito saudável ficar enfurnada em um lugar dessa forma.

- Eu sei Harry, eu sei. Vou me cuidar mais prometo. – disse com um aceno de mão sem dar importância.

- Bom dia pessoas! – cantarolou Perséfone. – Dormiram bem? – perguntou alegre sentando-se ao lado de Ginny. Olhou para todos ao redor da mesa e parou seus olhos na morena. – Hermione! Merlin, estávamos preocupadas com você não a vejo há dois dias!

- Estou bem – disse quase friamente. As perguntas estavam começando a irritá-la e uma pequena dor de cabeça começava a se formar. – Não se preocupe. – completou mais suave vendo que fora muito rude.

- Oh.

Perséfone franziu o cenho, os olhos obscurecendo alguns tons. Por um momento ela viu Hermione olhar discretamente para trás e seguiu seu olhar com o canto dos olhos: ela olhava para a mesa de Slytherin no lugar onde Draco Malfoy havia acabado de sentar-se. O loiro aristocrata, parecendo sentir isso se virou diretamente para a morena sorrindo-lhe sensualmente e piscando um dos olhos com discrição e charme.

Hermione enrijeceu e ganhou um tom rosado nas maças do rosto. Virou-se para frente e ignorou o rapaz. Ainda assim, Perséfone pode ver – e escutar – a risada cristalina de Draco.

O que está acontecendo aqui? Perguntou-se a si mesma sentindo que algo em seu peito se enraivecia. O ciúme tocando seu coração. O que foi isso que acabei de presenciar?

- Oe – pronunciou-se Anelise sentando ao lado de Ronald frente à Perséfone.

Todos ao redor da mesa se olharam. Anelise encontrava-se horrível.

Os cabelos negros dela encontravam-se presos em um coque, emaranhados. Os olhos negros inchados e extremamente avermelhados como se tivesse chorado por toda a noite.

- O que aconteceu Anne? – perguntou assustada Ginny.

O lábio inferior da garota tremeu e um soluço saiu de sua garganta. Um grunhido agoniado que alertou toda a mesa de Gryffindor. As lágrimas começaram a sair novamente de seus olhos e apoiou-se em Neville a seu lado que a segurou. Seu corpo todo tremia.

- Me-Meus pais eles... Eles... – não conseguiu terminar.

Harry tinha os olhos vidrados na mesa, um olhar perdido pouco característico. Olhou para Hermione, alarmado viu como a morena havia entendido também o que ela queria dizer.

Os pais de Anelise haviam sido assassinados.

Por comensais da morte.

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- ℋarry Potter –

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- Paul, pode atender a porta para mim? Estou com as mãos ocupadas. – gritou a mulher da cozinha cortando algumas cenouras para o ensopado que faria.

A campainha havia tocado à alguns segundos. Helena cantarolava uma música dos Beatles alegremente enquanto fazia passos improvisados em frente ao fogão, rindo consigo mesma e imaginando que, se Hermione estivesse ali estariam as duas na maior alegria cantando e dançando como duas loucas.

Entristeceu-se e um sorriso melancólico saiu de seus lábios enquanto deixava a faca de lado e limpava suas mãos no pano de cozinha. Apoiou-se na bancada e pode ouvir os passos rápidos de Paul seu marido descendo a escadaria da casa.

Suspirou sentindo uma pressão em seu peito, algo como a saudade da única filha que tivera.

Sabia que Hermione não era sangue de seu sangue e que, muitas vezes presenciara a inquietude de sua filha, a forma como ela ficava desconfortável na presente de Paul e dela como se soubesse que havia algo errado. Como se soubesse que ela não pertencia àquela família, que eles não tinham o mesmo sangue.

Ela via como Hermione ficava hesitante em lhes falar coisas sobre magia sabendo que eles não entenderiam aquilo.

Que eles não entenderiam seu mundo.

- Paul, está tudo bem? Não ouvi a porta bater – disse dirigindo-se a sala de estar. – Paul? – disse arregalando os olhos e pegando a faca em cima da bancada escondendo-a na manga de sua blusa.

- Helena, fique onde está. – avisou o homem de cabelos castanhos e olhos azuis olhando brevemente para a mulher, alarmado.

- O que está acontecendo? – perguntou em um fio de voz, apavorada com a situação.

Em sua sala de estar havia três pessoas encapuzadas, vestidas totalmente de negro com os rostos cobertos por máscaras.

- Helena e Paul Granger?

O homem que fez a pergunta não esperou uma constatação. Apenas levantou em suas mãos algo do que Helena se lembrava muito bem: uma varinha. Uma varinha como a de sua filha.

- Avada Kedavra.

Um raio de luz verde saiu da ponta da varinha e Helena gritou horrorizada quando Paul caiu no chão em um baque surdo, seus olhos claros abertos e uma pequena e quase inexistente  lágrima.

Estava morto. Disso ela tinha certeza.

Helena saiu correndo indo em direção há um pequeno cômodo escondido da casa e abriu a porta em um chute, adentrando no pequeno ambiente aos tropeços e empurrões. Abriu uma das gavetas desesperadamente a procura de um pequeno objeto. Em suas mãos uma bota velha.

O local foi invadido e, enquanto Helena sentia a sensação de estar girando. Algo rasgou o ar.

E ela desapareceu da casa por meio da chave de um portal.

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- ℋarry Potter -

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- Que porcaria de aula. – resmungou Daphne pegando os livros e saindo o mais rapidamente possível daquele lugar junto de Pansy e suas outras colegas.

- Concordo. Por que mesmo que temos que fazer Trato das Criaturas Mágicas? Uma aula inútil com um professor mais inútil ainda – grunhiu a morena de olhos claros, claramente irritada.

Provavelmente a menina deveria estar com uma dor de cabeça dos infernos.

- Nós não somos obrigados a fazer – Theodore revirou os olhos bufando. – Mas fomos estúpidos o suficiente para querer fazer a assinatura dessa matéria por que achávamos que ia ser fácil.

- Não, não achávamos que ia ser fácil Nott – intrometeu-se Daphne – achávamos que teríamos aula com Gryffindor como em todos os outros anos e seria imensamente prazeroso se pudéssemos nos burlar deles, só por isso quisemos fazer esta matéria estúpida.

Draco revirou os olhos colocando as mãos no bolso e seguindo seu caminho em silêncio ao lado dos companheiros. Pansy suspirou olhando de soslaio para o loiro e se aproximou discretamente tentando não chamar a atenção das outras pessoas.

- Algum problema, Draco? – perguntou suavemente tocando seu braço no dele e extinguindo a pouca proximidade entre os dois.

O Malfoy olhou-a com olhos entrecerrados e uma linha fina formou-se em seus lábios.

- Nenhum Pansy, mas eu agradeceria se você respeitasse meu espaço pessoal, muito obrigada – sorriu gélido.

A menina engoliu em seco, doía com o fora que levara do louro. Mas ela gostava dele e nunca desistiria. Jamais. O que ela não viu era que, pelo canto dos olhos Blásio olhava-a com veneno destilando de seus olhos negros.

- Vai passar o Natal em casa este ano? – perguntou amável querendo recomeçar a conversa (mais bem monologo por parte do outro) e sorriu.

- Eu sempre passo em casa Pansy, não seria este ano que eu não o faria. – murmurou sem dar importância e nem dignar-se a olhar para ela. – E se a sua intenção com essa pergunta era auto convidar-se para ir para lá, esqueça.

A morena mordeu a língua. Era exatamente isso o que pretendia fazer. Olhou para Daphne e viu como a mesma olhava divertidamente para ela. Rosnou irritada vendo que o Malfoy realmente era um homem impenetrável quando queria.

- Pensei que você fosse querer companhia. – sussurrou perto dele numa última tentativa de chamar-lhe a atenção.

Roçou seus seios no braço dele e inclinou-se um pouco lhe deixando uma agradável visão de seu decote e do começo de seu sutiã roxo rendado extremamente convidativo para qualquer homem.

Qualquer homem que não fosse Draco Malfoy.

- E eu quero, mas acredite, a última que eu gostaria de ter é a sua – disse com sarcasmo. Os outros o ouviram e começaram a debochar de Pansy fazendo a garota ficar vermelha pela humilhação pública. – Feche os botões da sua camisa Parkinson, está parecendo uma puta oferecida deste jeito.

E acelerou o passo livrando-se do agarre da morena.

- Você quer dizer mais puta do que ela já não é Draco? – debochou uma loura de olhos verdes com um sorriso venenoso nos lábios.

- E você não pode falar muita coisa não é Georgiana? Pra quem já deu para metade de Hogwarts você fala como se fosse uma santa. – ironizou Emília enlaçando seu braço no de Pansy defendendo a amiga.

A loura bufou saindo indignada enquanto os outros riam.

- Você está bem? – sussurrou Emília para Pansy.

- Sim, sim eu estou – murmurou com a cabeça baixa.

- Patética. – e ao levantar os olhos Pansy arrependeu-se de tê-lo feito. Ali a sua frente Blásio olhava-a. – Você nunca vai mudar... Não sei por que eu ainda tenho esperanças.

E o coração da outra parou dando um solavanco e começou a bombear sangue mais rapidamente. Tensa, ela continuou a andar ignorando-o. Mas, no fundo de sua mente ela sabia... Aquelas palavras do negro havia doido fundo em sua alma.

:::

- Hermione, oi! – ela escutou uma voz chamando-a pelo corredor e se virou vendo Galatea Tonks correndo em sua direção com um pequeno sorriso nos lábios. Sorriso esse que tanto lhe lembrava de Malfoy.

- Hey, olá pra você também Galatea como você vai?

- Bem – disse e viu que todos os companheiros de Gryffindor dela a olhavam. Ignorou-os. – eu só vim saber como você estava. – perguntou. Vendo o olhar alarmado de Hermione a loura se deu conta que os amigos dela de nada sabiam. Oh, interessante pensou. – eu queria saber se as poções funcionaram, se ainda está sentindo dor – sussurrou para que só ela ouvisse deixando atrás de si, um grupo curioso.

- Ah! Sim, claro. Vou bem.

- Hun, ok... Bom, eu tenho uma coisa para lhe entregar. Pegue. – e estendeu um pequeno pergaminho. Seu coração deu um salto ao ver a letra, porém seu rosto continuou inexpressivo. Galatea sorriu ante isso. – Tenho que ir estou atrasada para a minha aula. – deu um saltinho de bailarina e beijou-lhe a bochecha deixando a outra surpreendida. – até. – e saiu correndo, os movimentos parecidos ao de um guepardo.

Hermione abriu discretamente o papel e leu com um sorriso nos lábios. Fechou-o e guardou na túnica seguindo seus amigos.

- Algum problema Hermione? – perguntou Neville.

- Não, nenhum Neville. – e sorriu.

:::

“Espero que não fuja de mim a partir de hoje, não lido muito bem com pessoas que me ignoram”. Eu quero você. E não se esqueça: Vou fazer você se apaixonar por mim.

Quero beijar você, mas fico me perguntando se você corresponderá ou me baterá.

“Creio que a primeira opção é mais válida depois de ontem.”

D.M

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Continua no próximo capítulo...


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Notas finais do capítulo

Oiie.
Capítulo super grande pra vocês, espero que gostem! *r*
Hun, surpresos com as ocorrências do cap. não é?
Vish, tem muita coisa pra acontecer ainda.
Bueno, não respondi os reviews ainda, não tenho tempo, mas acreditem, leio-os com todo o carinho do mundo.
EBAAAAAA estamos quase chegando aos 300 reviews, que emoção! E bom, adorei as recomendações, já estamos em 4 e agradeço por isso.
E não Ana, eu não me quebrei no futsal de novo, nem te preocupa. Eu me bati sim mas nada de grave.
E sim, eu tenho uma tendência enorme a me machucar --'
Hun, bjos, até, J.



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