O Segredo. escrita por Jee kuran 95, DramioneFanClub, Jee kuran 95


Capítulo 24
Capítulo Vinte e Quatro: Me dê uma chance.




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/240392/chapter/24

Autora: Jee_kuran_95

Disclaimer: Harry Potter pertence exclusivamente a J.K.Rowling.

Classificação do Capítulo: +16 anos.

.

.

.

O Segredo

.

Harry Potter

Capítulo Vinte e Quatro: Me dê uma chance.

.

.

.

Os lábios se separaram a contra gosto. Hermione ainda podia sentir nos seus próprios o sabor do louro e o cheiro intoxicante de sua colônia cara pegando-se a suas roupas.

Suspirou sentindo a carícia que ele dirigiu a seus lábios com o polegar fazendo-os se separaram e ela abrir os olhos, nublados pelo desejo que aflorara em seu peito naquele momento.

A ponta dos dedos dele subiram pelo seu rosto contornando suas pálpebras suavemente, depois fizeram pequenos desenhos invisíveis nas maçãs de seu rosto coradas pelo contato terno do rapaz. Draco riu levemente encantado pelo rubor que tomou conta da pele clara da Gryffindor. Observou o contorno de seu rosto delicado e de expressões severas marcantes.

Respirou profundamente mantendo-se sério e tentando gravar em sua mente cada detalhe de seu rosto, de seu pescoço, de seus ombros desenhados de maneira graciosa e fazendo um belo conjunto com o contorno de seus seios mediados porém desejáveis demais aos olhos dele.

Hermione abriu os olhos encontrando-se com os orbes cor diamante e sorriu.

Não se arrependia de tê-lo beijado embora a parte racional de sua mente (in)felizmente em grande parte do tempo presente, gritava-lhe para empurrá-lo e expulsá-lo de seu quarto de monitora.

Sua parte racional queria que ela se esquecesse do... Beijo trocado entre eles? Do modo sôfrego, necessitado, quente com que eles se tocaram a poucos minutos?

Impossível, ela sabia disso muito bem.

E pois bem, como algo que havia feito-lhe tão bem, que havia feito com que ela esquecesse de si mesma por um instante, do sangue maldito que carregava em suas veias... Podia ser errado?

Além do mais, não era como se ela não quisesse beijá-lo. Ela queria e muito.

– Eu... – começou tentando tomar coragem para iniciar uma conversação. -... Não sei o que dizer sobre isso. – revelou corando ao máximo.

Draco apenas riu, deliciado com as palavras dela, com a indecisão nas palavras da Gryffindor, a hesitação nas palavras de Hermione Granger.

Pela primeira vez, Hermione mantinha-se calada pois realmente não sabia o que dizer.

– Então não diga nada. – murmurou ele e Mione sentiu quando o Malfoy, flho da má fé, tocou-lhe uma das mãos e enlaçou seus dedos com os seus. – Apenas... – começou aproximando-se novamente dela e, mais uma vez ela não se afastou afinal, ansiava ainda mais os lábios dele sobre os seus. Os sentimentos dele afogando a parte racional de sua mente. -... Sinta.

Os lábios dele tocaram suave os dela, uma carícia fria a primeiro momento sem aprofundar apenas deixando que ela sentisse seu hálito frio e delicioso adentrando a fenda de seus lábios abertos pela respiração ofegante que ela mantinha.

A mão livre dela subiu por seu tórax, mal tocando-o por cima da cabeça e subiram por seus ombros indo para sua nuca e fazendo círculos contínuos com os dedos brincalhões enquanto puxava os fios esbranquiçados.

Draco arquejou sentindo um arrepio subir por seu corpo e sorriu contra os lábios dela.

As mãos dela se aquietaram e ele afastou-se um pouco ouvindo uma pequena queixa dela. Riu de seu tom manhoso.

– Faça de novo – murmurou com seus lábios contra seu pescoço beijando-lhe e umedecendo a pele com a língua experiente. Os olhos claros fechados apenas sentindo.

– O que? – perguntou torpemente a morena tratando de manter a respiração ritmada.

– O que você fez antes em minha nuca, faça de novo – sussurrou ele beijando e mordiscando seus ombros de maneira sensual.

Ainda confusa Hermione fez o que ele pediu desta vez com mais precisão. Um suspirou e um fraco gemido escapou dos lábios do loiro fazendo a menina se surpreender. Um ponto fraco? Pensou consigo mesma imitando mais uma vez o gesto implicando certa pressão: um grunhido feroz fez-se presente desta vez e ela sorriu fascinada.

Então ele separou dela, rápido demais para seu gosto. Puxou o lábio inferior dela uma última vez e sorriu vendo os olhos fechados da menina.

Piscou uma, duas, três vezes e olhou-o novamente por baixo das pestanas, as bochechas coradas e os lábios inchados. Mais uma vez ele acariciou seus lábios vermelhos com o polegar.

– Se você soubesse o quão sexy está nesse momento – disse rouco e ela engoliu em seco. – Você não sabe o quão linda e desejável fica com esses lábios vermelhos tão... Beijáveis.

– E eu não fazia ideia que Draco Malfoy podia fazer aqueles sons tão eróticos com a boca – disse brincalhona.

Podia estar extremamente envergonhada e numa situação totalmente incomum, mas não demonstraria isso, não a ele pelo menos.

E então a tensão que havia restado ali se esvaiu com a risada cristalina do Slytherin.

– Ok... Isso foi totalmente inesperado. – concluiu ele ainda rindo meio confuso.

E era nestes momentos em que ele estava assim, tão solto, tão livre de suas expressões sempre séria demais, sombrias, quase macabras que ela entendia por que todas as garotas de Hogwarts queriam estar ao seu lado. Por que tantas garotas, assim como ela, achavam-no incrivelmente bonito e gostoso.

Os cabelos claros eram sedosos e brilhantes, quase prateados. A risada era cristalina, o sorriso de dentes branquíssimos era misterioso, sedutor e ele tinha um corpo atlético.

Draco Malfoy, seu primo – quando pensava nele assim sempre sentia um nó em sua garganta, um arrepio em sua espinha – era certamente um homem com sex appeal. Inegável, era só olhar para ele e rapidamente você podia constatar isso.

Era um fato e fatos não mudam.

– Malfoy – começou indecisa. – O que foi isso? – apontou para os dois referindo-se aos beijos que foram trocados segundos, minutos atrás.

– Isso – sinalizou os dois – foram duas pessoas que sentem atração uma pela outra se beijando. – e então ele olhou para os olhos castanho-claros vendo a preocupação estampada neles. – Granger – suspirou passando a mão nos cabelos. – eu já deixei bem claro o que sinto em relação a você senão com este beijo sim com palavras ditas em outrora, não vou repeti-las acho que não é necessário, não é mesmo? – arqueou uma sobrancelha.

– Não, não é – disse baixando os olhos e suspirando resignada. Olhou-o. – então espero que saiba que, este beijo, o fato que eu me deixei levar pela atração que sinto por você não muda em nada meus sentimentos para com você Malfoy. Eu não amo você – disse com voz firme, dura, impassível.

O Malfoy fez um gesto solene, como se compreendesse toda e cada uma das palavras ditas por ela.

– Não se preocupe, sei bem o que estou fazendo. – garantiu o louro mostrando a ela um sorriso esplendoroso que lhe tirou o fôlego.

– Espero mesmo. – disse altiva. – Que fique claro Draco: não gosto de você e nem ao menos somos amigos, não force a barra de agora em diante só por que acha que avançou comigo. Um beijo não muda nada e só mostra o que eu já sabia.

– Que seria? – perguntou ele indiferente olhando-a zombeteiro.

– Que eu sinto atração por você – deu de ombros olhando-o arrogante. Um sorriso brincou nos lábios de Hermione e ela enrolou uma mecha de cabelo nos dedos. – Você é um homem inteligente com um lindo corpo, totalmente desejável – disse como se falasse do tempo.

Draco abriu um pouco os olhos diamantes, surpreendido com suas palavras e soltou uma gostosa gargalhada.

– Uau, assim você fere meus sentimentos com palavras tão frias, querida. – zombou com um sorriso perfeito de canto de lábios.

– É assim que as coisas são Malfoy, estou apenas enumerando os fatos. – disse com fingida inocência, sorrindo. Suas mãos continuavam entrelaçadas.

– Certamente – concordou. – Assim como é fato que farei você se apaixonar por mim – deu de ombros.

Hermione engasgou-se com o ar e olhou para ele incrédula. Sorriu e deu uma risada divertindo-se com as palavras do louro. Algo dentro de si se revirou... Ela sabia que suas palavras, ditas de forma brincalhona, não seriam esquecidas pelo Slytherin e Hermione temeu que realmente... Fosse se apaixonar pelo rapaz.

– Oras Malfoy, não diga bobagens – abanou a mão com um claro sinal de descaso ante suas palavras. – Você sabe melhor do que eu que nós jamais poderíamos ficar junt... – mas se calou.

Quando tudo aquilo acabasse e a guerra estourasse, aquilo não seria mais verdade. Eles poderiam sim ficar juntos. Ela era tão sangue-puro quanto ele... Era sangue do mesmo sangue afinal de contas.

Aquele pensamento deixou-a tonta e fechou os olhos, contendo o enjoo.

Abriu os olhos e deparou-se com o Slytherin ainda próximo demais de si. Aquela bela expressão arrebatadora que ele tinha às vezes a atordoava e o pior: ele não fazia qualquer esforço mínimo para parecer desejável.

O sorriso cresceu em seus lábios e Draco parecia divertir-se com uma piada interna que só ele entendia.

– O que dizia? – perguntou com uma expressão inocente. – Nunca poderíamos ficar juntos, era isso que ia dizer? – ironizou.

Naqueles momentos ela tinha quase certeza de que o homem a sua frente sabia de seu parentesco com ele, mas então ela lembrava-se do quão impossível era essa possibilidade. Por que afinal... Era impossível que ele soubesse quem ela era não é mesmo?

– Talvez você tenha razão. – concordou ele. – Mas quem sabe o dia de amanhã... O destino nos revela grandes surpresas... Não é verdade? – murmurou intenso.

.

– Harry Potter -

.

Galatea sorriu ao fechar a porta atrás de si e se afastar do quarto de monitora-chefe de Granger, ela esperava, sinceramente que acontecesse algo – ela sabia muito bem o que era esse algo Draco pretendia com a Gryffindor – e o louro mais velho finalmente se acertasse com a menina ou, pelo menos desse um passo para mais perto dela.

Respirou fundo andando silenciosamente pelos corredores de Hogwarts com um único destino: a sala vem-e-vai ou, mais popularmente dita, a Sala Precisa.

Os alunos encontravam-se no grande salão, era hora do jantar e quase ninguém transitava nos corredores. Parou em frente a uma grande parede e visualizou-a. Fechou os olhos.

Desejo um lugar para qualquer coisa esconder, que ninguém possa achar. – e repetiu aquele mantra em sua mente de maneira ansiosa.

Logo, pode ouvir algo materializar-se a sua frente e olhou para os lados e para trás comprovando se não havia ninguém ali: sorriu maliciosa para a porta a sua frente e abriu adentrando rapidamente.

Ela entrou numa sala cheia de objetos alguns ela não tinha nem mesmo certeza de como haviam conseguido entrar no colégio mas isso não importava, ela procurava algo ou melhor, alguém e gargalhou cruelmente ao ver a pessoa mais a frente presa a correntes em um luxuoso armário olhando para si com ódio.

Riu novamente e mordeu o lábio inferior, divertida com a situação. Tirou a varinha de suas vestes e brincou com ela por entre os dedos, estava divertindo-se demasiado com aquela situação e certamente aquilo não era bom mas... Quem se importava.

– Tire-me daqui sua puta! – bradou o homem forçando a corrente em seus pulsos e impulsionando-se para frente chocando suas costas, em seguida, com o armário Sumidouro.

– Nossa, que linguinha afiada você tem, por Merlin! – disse a menina falsamente horrorizada com o modo rude com que ele a tratara. – Com os outros você é tão gentil e afável! Esse tratamento especial – ironizou fortemente a última palavra - é só comigo, Jason? – riu a loura marotamente.

– Quando eu me livrar destas correntes você desejará nunca ter nascido, Tonks! – bradou o moreno estreitando os olhos claros enquanto se debatia. Jason não levava a capa do uniforme e parte de sua camisa estava aberta. – Mas me surpreende que você seja mais uma das putinhas que Malfoy come, não esperava isso de você. Sempre parecendo tão ingênua e santa... Mas pelo que posso ver me equivoquei, nenhuma garota de Slytherin merece esse título – disse sarcástico.

– Pense o que quiser de mim Jason – disse sorrindo – me importa o mínimo a sua opinião. – disse com frieza.

E então, o vislumbre de algo prateado, logo a sua direita em cima de uma antiga mesa de madeira chamou sua atenção. Ali jazia uma antiga adaga de prata.

Pegou-a em mãos, analisando seu fio e passou em sua própria mão de leve. Um fino fio de sangue saiu e ela logo sentiu a ardência tomando conta do local, sorriu com isso e olhou para o outro rindo sadicamente e rodou a adaga em mãos vendo os olhos dele seguindo-a insistentemente.

Era... Medo o que via neles?

– O que foi? – debochou e pulou na classe a frente dele sentando-se e cruzando as pernas. Viu o olhar do moreno acompanhando o movimento e sorrindo levantou o queixo do rapaz forçadamente com a mão. – Não se distraia agora, não será bom para você, perderá toda... A diversão – e ela gargalhou.

Jason sentiu um arrepio em sua espinha e engoliu em seco, sim, estava com medo.

Novamente a adaga brilhou e Galatea a levantou posicionando-se em meio a seu peito. Jason fechou os olhos temendo o que viria a seguir, mas apenas a risada dela se fez presente e ele abriu os olhos, confuso.

– Não sou idiota de cortar você ao meio – disse a mulher como se aquilo fosse um absurdo e rir da face raivosa do Ravenclaw. – se bem que seria muito divertido... Ver você sangrar... Até... A... Morte – e, enquanto dizia tais palavras a lâmina perpassando do começo de seu peito até o começo de sua cintura numa linha fina, assim como a que fizera em sua mão.

Jason grunhiu olhando-a com ódio. Se pudesse ela tinha certeza: ele arrancaria aquelas correntes de seus pulsos e quebraria um por um seus ossos ao estilo trouxa.

Riu da transparência de suas intenções refletidas em seus olhos.

E então, ela fez um giro com sua varinha e um pequeno saquinho transparente apareceu em sua mão. Um sorriso malandro desenhou-se em seus lábios novamente, levantando só as pontinhas e ela deu uma risadinha inocente, completamente ciente do sangue que saia do corte do peito do homem.

– Que merda é essa? – murmurou ele.

– Isso? – apontou para o saco – Aah não se preocupe, isso não é nada demais – abanou a mão rapidamente como se dissesse para ignorar aquilo que estava na mão da menina. Impossível. – Não é nada demais eu garanto.

E então, num movimento rápido a adaga cortou o plástico e o conteúdo branco começou a cair no chão. Galatea ficou séria e, logo em seguida, jogou o sal no ferimento.

Jason gritou o som fazendo suspirar maravilhada.

– Oh, está doendo? – perguntou irônica. Aproximou-se dele, colocando as duas mãos no meio de suas pernas já que ainda mantinha-se sentada e se içou para frente seus lábios pequenos alcançando o ouvido esquerdo dele. – Não se preocupe Jason isto não é nem o começo da nossa diversão. – beijou o vão entre a orelha e o pescoço e mordiscou o nódulo dando uma risadinha rouca, sexy e cruel.

– Por que está fazendo isso comigo? – perguntou ofegante. Aquela fora uma das piores sensações que sentira em sua vida. Ardia como o próprio inferno.

– Por que... Estou cansada de você e desta sua fachada de bom moço para com tudo e todos – disse indiferente, balançando as pernas compridas e pálidas, escondidas sobre as meias do uniforme. – e também por que Hermione precisava ver que você não é quem diz ser – disse autossuficiente.

Naquele instante Galatea parecia mais velha do que realmente era. As sobrancelhas incrivelmente claras levantadas, a boca crispada em repugnância e desgosto, a pose arrogante que somente Slytherin’s e famílias nobres possuíam...

Não era tão difícil ver por que muitos garotos de diferentes casas morriam de amores por ela.

– E bom, eu quero saber suas reais intenções com tudo isso – deu de ombros.

– Reais intenções? – fingiu não entender do que a garota falava.

– Uhum – concordou balançando positivamente a cabeça.

– Não faço ideia do que você está falando – mentiu ele.

Então uma última vez a menina sorriu e desceu da mesa, aproximando seu corpo totalmente do dele. Desconfiado o rapaz ficou tenso e deixou de respirar por um segundo.

Galatea acariciou seu peito, tocando com a ponta dos dedos o sangue e levando aos lábios provando-o de maneira provocante. Olhou para ele por baixo dos longos cílios cheios de rímel – Gostoso – sussurrou – seu sangue é muito bom. – ele engoliu em seco e ouviu a risada dela.

Baixa, feminina, sepulcral.

Rasgou a manga da camisa no braço direito e ele soltou toda a respiração que havia presa em seu peito. – Não...! – rugiu.

– Oh, então era isso que estava tentando esconder de mim? – meditou revirando os olhos.

A caveira sombria estava ali, desenhada de maneira marcante na pele clara de seu braço: a serpente remexia-se furiosamente instigada pela ponta dos dedos da loura.

– Eu já desconfiava que você era mais um deles, na verdade, Draco me pediu para conferir se você era mesmo ou não, embora eu tenha certeza que ele já sabe da verdade. – disse fria sem quaisquer expressão aparente. – Patético se me permite dizer.

– Hum, e o que... Você vai fazer agora? Contar a Dumbledore? – debochou, mesmo em seu atual estado não demonstraria a ela que estava sentindo medo e em total desvantagem.

– Não. É claro que não. Por enquanto... – murmurou e pegou novamente a adaga.

Desta vez, mirou seu rosto e fez uma linha um pouco mais profunda do final da marcação dos olhos até o queixo. Pegou a varinha e se afastou um pouco, apontando para ele.

– Sabe... Quando eu estava no meu terceiro, quarto ano, eu gostava de você... Inteligente, bonito, carismático, Ravenclaw... Eu tinha certeza de que, se conseguisse conquistar você e lhe apresentar para minha família... Eles te adorariam.

– Oh que bonitinho, então você era apaixonada por mim? – disse Jason em tom manso, terno quase... Sedutor a seus ouvidos. Mas ela não era apaixonada por ele. Não mais.

Seu rosto se virou e o estalar do tapa foi ouvido em toda a sala. Galatea pegou novamente o rosto dele com uma das mãos, apertando a mandíbula.

– Não zombe de mim e nem dos meus sentimentos. Mesmo que eu não sinta mais nada por você eles fizeram parte de mim, de quem eu sou. – disse ela raivosa. – Ainda bem que, com o tempo, eu consegui finalmente enxergar quem você realmente é... Um crápula que segue as convicções de um mestiço imundo... Um sangue-puro seguindo os ideais errados, os ideias de um mestiço de alguém que tem o sangue tocado pela sujeira... Como eu disse, você é patético.

A varinha em sua mão apontou para ele com firmeza, convicção.

– Eu sempre... Desejei testar um cruciatus em alguém – murmurou olhando para a varinha que girava em suas mãos – eu gostaria de saber... Se ele é tão forte... Quanto o de Bellatrix Lestrange.

– Você irá para Azkaban – disse, a voz tremendo. – Além de ser menor de idade, irá usar uma das imperdoáveis e...

– Acha que não sei feitiços das Trevas suficientes para burlar as regras do ministério? – disse com voz pastosa, os olhos azuis sombrios.

Um segundo e a parte mais sombrio de Galatea Tonks veio a tona.

– Crúcio.

Um grito cortou a sala. A sala que ninguém sabia da existência.

A risada de Galatea ecoou mais uma vez pelo espaçoso aposento e ele abriu seus olhos, levemente ofegante e sentindo o ar faltar-lhe os pulmões.

– Você-é-louca – sussurrou furioso sem voz e com dor em partes que nem ao menos julgava possível.

– Pode até ser – deu de ombros. – mas que isso foi uma das coisas mais satisfatórias que eu á fiz em minha vida... Foi – e mais uma vez gargalhou. – e... Agora que sua mente está um pouco mais frágil... – disse sugestivamente apontando a varinha para o homem – Legilimens!

– Em breve o Lord das Trevas o marcará.

– Eu não me importo com isso – disse um rapaz alto e de expressões fortes olhando para a lareira onde o fogo crepitava. O homem em pé a suas costas apenas o observou sem expressão. – Eu não quero isso para mim. – anunciou virando-se para o mais velho.

Se não fosse por sua expressão cansada, algumas rugas e poucos cabelos brancos poderia jurar que eram irmãos.

Mas ela conhecia bem aquele homem.

– Não me interessa o que você quer – disse o moreno mais velho com frieza. – Não cabe a você decidir isso.

– Eu não quero e não vou fazer isso. – continuou firme o jovem.

– Então encare as consequências de seus atos – disse o outro, os olhos iguais aos do filho, gélidos. – e veja sua mãe e irmãs... Padecerem diante de seus olhos.

O rapaz arregalou os olhos por um momento perplexo. No segundo seguinte fechou-os, resignado e vencido.

– Tudo bem. – suspirou derrotado. – Farei o que deseja... Papai.

:::

– Você não precisa fazer isso! – chiou a menina, levantando-se indignada de onde estava sentada. Os olhos castanhos transbordavam fúria e medo. – Você não pode fazer isso! – gemeu ela contrariada. – Papai não pode obrigar você a se juntar aos comensais, Jason! – rugiu.

– É uma decisão minha, Daphne.

– Você é meu irmão, não deixarei que faça algo que arruinará por completo sua vida! – disse gritando-lhe a plenos pulmões.

– A decisão já está tomada irmã. Nem você nem ninguém me fará mudar de ideia.

Então ele pode escutar o vidro da janela do quarto onde estava rompendo-se em mil pedaços. A magia de sua irmã gêmea transbordando pelo quarto.

– Faça o que quiser então... Eu não me importo mais com você.

:::

– Se você tocar em um fio de cabelo sequer dela... Se arrependerá pelo resto de sua vida estúpida.. – murmurou uma voz suave a suas costas.

Jason virou-se, os olhos claros escurecendo a medida que via a figura de Theodore Nott aparecer das sombras do corredor em que se encontrava. Do lado de fora, a Lua Cheia escondia-se por entre as nuvens e ele fechou os olhos, respirando profundamente e tentando manter-se calmo.

– Não tenho medo de você Nott. – anunciou com voz firme. Aproximou-se um pouco do outro. – E não me ameace, posso não reagir tão bem assim.

Theodore se aproximou ficando apenas a alguns centímetros do outro e sorriu malicioso, seus olhos com um rasgo avermelhado incomum.

No instante seguinte, Jason estava suspenso no ar, uma das mãos de Theodore Nott em seu pescoço, apertando-o com força. O moreno sorriu, vendo a agonia nos olhos do Ravenclaw enquanto o mesmo tentava se safar do aperto férreo do Slytherin.

Jason estava sufocante e seu rosto pálido começava a ganhar uma coloração arroxeada.

Nott aproximou-se mais ainda dele, sussurrando em seu ouvido.

– Não tem medo de mim? Pois deveria. – riu sombriamente e bateu sua cabeça na parede fazendo com que um pequeno gemido saísse dos lábios do outro. – Jason Greengrass você está começando a me irritar com essa sua obsessão para com a Srta. Hermione Granger. Essa sua pose de bom moço não o levará a nenhum lugar e você sabe muito bem disso.

Jason arregalou os olhos, sentindo sua garganta seca e um calafrio subir por sua espinha, seus pelos se arrepiaram e os cabelos de sua nuca se eriçaram.

– Você... – engoliu em seco. -... Como sabe que eu...? – titubeou.

– Não importa – interrompeu-o bruscamente. Deixou-o cair no chão, afastando-se aos poucos e misturando-se as sombras do corredor. – Há muitas pessoas vigiando-te neste castelo Greengrass... É melhor tomar cuidado.

Chega! – gritou o rapaz e expulsou Galatea de sua mente, fazendo a mesma cair no chão, perplexa com o que acabara de ver.

A loira piscou seu rosto mais pálido que o normal indicando o assombro que sentia naquele momento. Jason... Aquele Ravenclaw bondoso e amável... Era um comensal da morte e Herdeiro dos Greengrass?

– Impossível... – murmurou para si mesma olhando-o.

Quais segredos mais escondia aquele rapaz a sua frente, que a olhava com ódio naquele momento?

.

– Harry Potter –

.

– Procurando alguém, Ginevra?

Ginny virou-se, desgostosa pelo fato de ouvir seu nome sendo pronunciado, internamente contente por ser justamente aquele Slytherin de sobrenome Zabinni a pronunciá-lo.

– Ninguém que seja de seu interesse Zabinni – alfinetou-o e sorriu de lado vendo como o negro fazia uma careta ao corte recebido.

Estava feliz por ver o homem negro ali a sua frente, falando com ela normalmente. Desde que soubera – por ele mesmo – o que acontecera com ele e Parkinson tivera certa empatia pelo rapaz além do que, ela descobriu ser extremamente agradável conversar com ele e estar em sua companhia.

– Ouch. – disse com um muxoxo – essa doeu – disse dramaticamente pondo a mão no coração.

– Vocês Slytherin’s são tão exagerados – disse revirando os olhos com descaso. – Estou procurando Hermione Zabinni, não a vejo desde a tarde – explicou rapidamente e o moreno surpreendeu-se que ela lhe falasse aquilo sem qualquer hostilidade. – Suponho que você não a viu não é mesmo? – perguntou arqueando uma sobrancelha.

– Não, – balbuciou. – Certamente que não.

Ginny simplesmente sorriu e recomeçou a andar pelo corredor em direção ao Grande Salão. Blásio acompanhou-a, alguns metros atrás fazendo a ruiva sentir-se nervosa com sua aproximação.

Virou-se de supetão e colocou as mãos na cintura com uma careta brava.

– Por acaso está me seguindo, Zabinni? – perguntou cética de maneira rude.

– É claro que não. – disse como se fosse o mais óbvio do mundo. – Estou apenas indo para o mesmo lugar que você, que eu saiba não há outro caminho para o Salão Principal e, se tiver, mostre-me assim não irei lhe deixar tão desconfortável com minha presença. – disse ácido.

Ginny suspirou, ela devia admitir, merecia aquela resposta por ter sido tão rude com o rapaz.

– Desculpe – disse calmamente – estou nervosa e estou descontando em você não é justo.

– Tudo bem, já estou acostumado com isso – deu de ombros com um sorriso de canto.

– Ginny! – outra voz gritou por ela e a Gryffindor juntamente com o Slytherin olharam para trás, venda a loura Ravenclaw pulando em direção dos dois.

Os grandes olhos esbugalhados de Luna estavam sérios, sem o ar sonhador que tanto a caracterizava e isso fez com que algo dentro de Ginny se alarmara. Luna parou a frente dos dois, parecendo não estranhar o intercambio de miradas entre a ruiva e o negro nem a cumplicidade que pareciam ter naquele momento.

– Olá Blásio Zabinni. – falou com simplicidade como se cumprimentasse a um de seus amigos.

O Slytherin apenas fez um aceno educado com a cabeça, pouco confortável em dizer algumas poucas palavras.

– Luna! – disse a ruiva quase com alívio. – onde estava? Estivesse procurando por você quase que metade da tarde! – reclamou a Weasley fêmea. – Sabe me dizer onde diabos foi parar Hermione? Procurei-a por todo o castelo e não há sinal dela!

– Hermione está com Draco, não se preocupe, eles estão bem – disse com um pequeno sorriso, inocente, cheio de doçura. – muito bem por sinal. Ao que parece finalmente Hermione está se acertando com ele...

– O que? – murmurou Ginny espantada. – Como assim?

– Você saberá na hora certa Ginny. – anunciou a loura misteriosa. A menina de olhos azuis claríssimos virou-se para Zabinni, complemente séria e com algo de preocupação em seu rosto. – Blásio... Deveria procurar Theodore Nott... Creio que ele necessitará de sua ajuda.

Blásio ficou petrificado por um momento, olhando para a loura de maneira estranha, tentando entender o real significado de suas palavras. Estreitou os olhos, ignorando o olhar curioso de Ginevra sobre si e estranhamente, decidiu das ouvidos a Lovegood saindo com rapidez em direção as Masmorras.

Não se despediu de nenhuma das duas, sentindo a miradas das Gryffindorianas sobre si até virar o corredor, deixou-se respirar profundamente, preocupado e deveras temeroso.

Ele conhecia aquela expressão no rosto de Lunática. Aquela expressão sonhadora lhe era muito bem conhecida.

Luna Lovegood tinha o dom da premonição e isso fazia com que, de fato, a menina se tornasse estranha aos olhos dos outros e simplesmente fosse taxada como louca.

Assim como sua mãe e foi quando mais jovem... E decidiu esconder de toda a comunidade bruxa seu dom para não ser excluída.

Parou em frente as masmorras, entrando no Salão Comunal rápido e preciso olhando ao redor tentando encontrar algum sinal que Theodore estivesse ali. Respirou profundamente tentando se concentrar, encontrar algo que lhe desse alguma pista de onde o amigo estava.

.

– Harry Potter –

.

A mulher entrou no grande salão, sorrindo para si mesma enquanto colocava uma mão sobre o coração e agachava-se, ajoelhando-se brevemente ante seu mestre.

– Milorde – sussurrou Bellatrix com a voz aveludada.

– Bellatrix. Preciso que faça algo para mim – disse com frieza.

– O que desejar meu senhor. – disse solene. – Peça-me e serás atendido o seu desejo.

– Preciso que fale com Thomas Nott e peça que chame seu filho para que venha a Malfoy Manor o mais rápido possível – disse o homem levantando-se e andando até uma das grandes janelas do salão. Voldemort olhou para o céu sorrindo sedutora para a Lua Cheia que brilhava entre as estrelas. Olhou por cima do ombro. – Preciso que o menino Nott faça algo para mim.

– Não seria melhor... Pedir a meu filho ou a meu sobrinho que fizesse o que o senhor deseja...? – perguntou confundida, tentando se expressar da melhor forma possível.

O homem revirou os olhos, irritado pelo palpite da mulher.

– Apenas faça o que lhe ordenei Bella.

– Como quiser – balbuciou saindo da sala agitando sua saia negra.

A porta fechou e novamente Voldemort viu-se sozinho com o silêncio.

A porta se abriu novamente, Tom nem ao mesmo virou-se para olhar a pessoa, já sabia quem era.

– Podia ter pedido para Draco Malfoy fazer este pequeno serviço para você – disse Cetus sentando-se em um dos muitos sofás de couro italiano da sala. – Seria mais simples não acha?

– Seria. – mas eu não confio no menino Malfoy sua mente lhe sussurrou e internamente, o Lord das Trevas concordava com aquele pensamento inesperado. – Mas prefiro não me arriscar, Draco Malfoy não é de todo confiável.

– Mas você já está correndo um risco. Colocará mesmo duas de suas Horcruxes em Hogwarts embaixo do nariz do velho? – perguntou cético referindo-se a Alvo Dumbledore. – creio que não é muito prudente além do mais, acho que ele notaria a entrada de um objeto estranho entrando nos terrenos do castelo principalmente se este estiver rodeado por magia negra. – completou seriamente.

– Darei um jeito para que Nott não estrague tudo, não se preocupe, sei o que faço. E quanto a Durmstrang? – perguntou o Lorde.

– Igor Kakaroff é um de seus partidários. Embora tenha sido covarde outrora em dizer-lhe o nome dos outros comensais, não é estúpido o suficiente para voltar-se contra você e traí-lo novamente. A escola está baixo seu poder quando e onde quiser – completou Cetus dando de ombros.

– Ótimo – disse Tom com um sorriso. – Agora eu gostaria de ficar sozinho Cetus – disse sugestivamente indicando ao moreno que saísse e o deixasse sozinho naquela sala.

Tom Riddle fechou os olhos, sentindo seus membros formigarem a medida que concentrava-se única e exclusivamente em Hermione Black.

Respirou fundo, movendo melhor até achar uma posição confortável sentado ao chão e começou a desligar-se de sua própria mente para uni-la a dela.

.

– Harry Potter –

.

– Allegra – disse Sírius aliviado, tomando seu rosto em mãos e cravando seus olhos azuis nos cor de mel. – Você está bem? O que lhe fizeram? – pergunto afoito.

A mulher riu, achando engraçada as reações do homem. Fez com que o Black soltasse seu rosto e virou-se para os outros integrantes da sala, saudando-os enquanto terminava de entrar no aposento e sentava-se junto aos demais.

– Estou bem, mas... Temos um problema.

.

.

.

Continua no próximo capítulo.



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Oiee.
Muito tempo sem postar né?
Mas bem, eu já tinha esse capítulo pronto há... Uma semana eu acho mas n tinha achado q tinha ficado bom, e tinha que terminar alguns detalhes.
Gente, estou P-O-D-R-E. E sem dinheiro (ou seja, que merda).
Well, espero que tenham gostado.
Não foi um dos melhores que já fiz mas enfim.
Quero reviews e sinto muito se ainda n respondi os anteriores, ando meio sem tempo.
Bjos, até, J.