Malditos Marotos. escrita por Bell
Notas iniciais do capítulo
Ficou uma porra, desculpa.
Eu estava na cabine do trem, voltando pra “casa” pela última vez. Eu, Bianca, Sirius, James e Remus estávamos na cabine, já que eles estavam me considerando uma “marota” por saber do mapa, e acabaram tendo que contar a Bia também, ou eu não teria com quem desabafar!
Mas, segundo meu cabeludinho, eu era a primeira marota.
-Fogueta, nada de sumir.
-Como se eu pudesse mandar cartas... – eu lhe falei.
-Como dói ficar sem a TPM da minha ruivinha por três meses! – ele falou alto, na verdade gritou. Acho que outras cabines escutaram também, mas eu só consegui rir e lhe dar uns tapas.
Severo passou no corredor nesse momento. Ele me olhou com desprezo, mas com tristeza também. Ele não tinha gostado de saber que eu era uma marota, e que estivera por trás da maioria das encrencas dos meninos nas últimas duas semanas.
Mas doeu ele ter me olhado assim. Eu, instintivamente, baixei a minha cabeça e senti algumas lágrimas saírem dos meus olhos. Droga!
-Lil... – Bia me abraçou de lado.
-Uma marota chorando por um comensal da morte. Linda história de amor, Lílian – James debochou.
-Você não sabe nada sobre amor, Potter. Não tem moral nenhuma comigo – eu disse encarando-o, sentindo as lágrimas escorrerem. O rosto dele mudou. Parecia... esconder algo.
-Você ama um comensal da morte.
Ele se levantou, balançando a cabeça negativamente e saindo da cabine.
-James, se você for fumar, eu... – Remus começou a falar, mas ele o interrompeu.
-Eu não vou fumar, cara – ele olhou pra mim – Não por isso.
Eu odeio você, James Potter. E odeio você fazer com que eu me sinta um lixo.
-Remus... – ele se virou pra mim – Você é muito bom com feitiços. Sabe fazer bem um Obliviate?
-Por que, Lilly?
-Eu pensei que... Eu podia esquecer o último mês. O Severo e a marca, o mapa, ser uma de vocês... – Droga, por que eu chorava tanto?
Sirius me olhava boquiaberto.
-Lilly, para...
-Eu tenho um amigo comensal agora, será que alguém pode me lançar um avada...
-PARA, LÍLIAN. – Sirius falou alto. Eu o encarei. – Você não vai ficar sozinha nesse verão. Eu não posso correr esse risco.
-Vou pra onde, Black? – eu não gostava de chamá-lo pelo sobrenome porque ele não gostava, mas era assim toda vez que brigávamos.
-Não é pra onde. É com quem. E a resposta é comigo.
O trem chegou na plataforma.
Desci com as minhas malas sem olhar pro Sirius. Ele estava louco provavelmente.
Atravessei a parede e fui encontrar os trouxas. Sim, minha família. Eu não gosto deles.
-Bom dia. – falei fria
-Lílian, meu bebê! – minha mãe me deu um abraço e eu não conseguia retribuir, eu não queria.
-Senhores – SIRIUS?? – Se me permitir, eu gostaria que a Lílian passasse as férias comigo e minha família. Somos influentes no mundo bruxo e quero começar a ajudá-la com seu futuro após Hogwarts. – ele falava bonito, imponente, como um agente.
-E não a veremos por três meses? Ótimo. – Petúnia insuportável.
Ele conteu a raiva (eu pude perceber) e continuou.
-Suas notas nos NOM’s foram excedentes às expectativas, e ela apresenta uma grande aptidão para certos cargos de importância no Ministério – ele convenceu meus pais – Portanto, gostaria que encarassem como uma preparação ao que seria o vestibular dos senhores, pra que ela tenha uma carreira promissora e bem-sucedida.
Meus pais estavam boquiabertos.
Eles fizeram algumas perguntas a Sirius, como formalidade, e ele mentiu em todas. Disse que era do Ministério, mostrou a carteira falsa, deu endereço que não existe e etc. Acabei por sair dali com meu cabeludinho ao meu lado.
-E pra onde nós vamos, Sirius? – eu lhe perguntei enquanto subia na minha vassoura, segurando o malão e a minha coruja. Okay, ia ser um malabarismo.
-Essa parte do plano ainda não foi feita – ele riu e eu acabei por rir também, mas fomos interrompidos.
-Pra minha casa, claro! – me virei e vi James com os pais dele. Eu não podia xingá-lo na frente dos pais, mas ele se aproximou o bastante.
-Você é um bosta, James. Acha mesmo que eu vou pra sua casa? – eu falei baixo
-Ou vai ficar no Caldeirão Furado com os bêbados.
-Prefiro os bêbados a você.
-Quanto amor – ele sussurrou.
-Okay, eu vou. – sussurrei de volta, e depois falei bem perto do seu ouvido – Mas não quero te ver no meu quarto de novo, tá?
Eu acho que olhei meio dissimulada pra ele. EU ESTAVA FLERTANDO COM JAMES POTTER? INTERNEM-ME NO ST. MUNGUS.
-Acho bom dormir de roupa, Lílian. – ele sussurrou e se afastou, indo falar com seus pais enquanto eu e Sirius pegávamos as coisas.
-Sabe, Ruivinhha – ele começou a conversar comigo enquanto andávamos até os Potter – vocês combinam.
E colocou aquele sorriso maroto que todos eles sabiam fazer perfeitamente (e eu também!). Combinávamos?
Fui até eles meio envergonhada. Poxa, eu ia passar três meses na casa deles e nem sabia seus nomes. As apresentações foram feitas e logo estávamos na casa. Que era enorme. E perfeitamente linda.
James e Sirius foram pro quarto que dividiam e a Sra.Potter me mostrou um quarto de hóspedes, que ela disse que seria meu e podia decorá-lo. Que bom, porque era muito sem graça! Eu me larguei na cama e fiquei pensando no que estava acontecendo, mas meus pensamentos sempre voltavam pro James de cueca, pro Sirius dizendo que ele me vigiava e que nós combinávamos, o Sr.Potter dizendo que já tinha ouvido falar de mim... Acabei soltando um suspiro.
-James...
-Chamou? – ele estava parado no batente da porta com aquele sorriso de canto, me olhando.
-O que você estava fazendo aqui, Potter?
-Te respondendo. Ouvi meu nome!
-Finjo que acredito, tá? – ele já tinha se sentado na cama
-Ainda não me respondeu... Sonhando comigo, Evans?
Revirei os olhos e me levantei.
-Quero ajuda nesse quarto.
-Não me respondeu – ele falou baixo, pra ele mesmo – Ajuda com o que, menina?
-Sei lá. Sua mãe disse que eu podia decorá-lo!
-A gente podia fazer uma pintura... Sabe, eu sou um ótimo desenhista!
-Convencido? Nunca!
Ele me puxou pela cintura e nós ficamos a pouquíssimos centímetros de distância. Eu senti meus olhos arregalarem e a respiração dele, acompanhada daquele mesmo sorriso.
-Admite que gosta, Evans...
-Sabe, Potter. – eu dei o meu sorriso – Eu também sei brincar.
Ele mordeu o lábio. Sério, o que a gente tava fazendo?
-Te cuida. – eu sussurrei pra ele e saí em busca do meu cabeludinho.
Cheguei no quarto dos dois e era perfeito. Era grande, uma bagunça, cheio de fotos e quinquilharias. O típico quarto de moleque, nesse caso de dois, e que eu adorava.
-Ruivinha! – ele estava na cama dele, lendo um livro qualquer.
-Cabeludo! – eu me joguei ao seu lado
-Que se passa?
-Joguei um pouquinho com o insuportável e vim te pedir pra me ajudar com o meu quarto.
-O que tem?
-Ele é muito... uhn... Feminino. – ele riu
-Você é realmente nascida pra ser marota, Lílian Evans!
-Vamos? Quero arrumá-lo! – eu ria
-Vamos!
Nós ficamos o dia inteiro ali. Pintamos o teto com estrelas, fizemos um desenho de Hogwarts na parede, penduramos fotos antigas e tiramos novas pra colocar.
Na verdade, teve uma perfeita que eu coloquei especialmente no criado ao lado da minha cama: Eu estava colocando tinta azul no cabelo do Potter, e rindo enquanto ele tentava me puxar. Sirius tirou sem que eu visse.
Por algum motivo, eu gostei.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!