All That Drugs - Sugar Coma escrita por AbyssinWonderdead


Capítulo 9
CAPITULO 8: Sonhos Que Não Encontra


Notas iniciais do capítulo

--- mais um capitulo de lembranças, não esperem nada muito atual ----
--- espero que gostem ---



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ALL THAT DRUGS

CAPITULO 8: Sonhos Que Não Encontra

Her feeling she hides
Her dream she can't find
She's losing her mind
She's falling behind
She can't find her place
She's losing her faith
She's falling from grace
She's all over the place

– Nobody’s Home – Avril Lavigne


Tommen parecia terrivelmente alegre com a ida da família para Aberdeen, ele não ficava quieto nem por um minuto, fazendo inúmeras perguntas de como era Aberdeen, se á fazia muito sol, se demoraria muito para chegar, se lá era divertido... Era completamente irritante, ela e Bran eram os únicos que pareciam estar detestando aquela mudança de ares. Colocou os fones de ouvido e ficou ouvindo os discos: Nevermind, In Utero e Incesticide do Nirvana. Só aquilo a faria detestar menos a viagem, e a faria esquecer pelo menos por alguns segundos, Travis Moranttes, com seu jeito louco, doentio, roqueiro e desleixado de sempre.

Sua guitarra estava entre suas pernas, já que dissera para a mãe que iria danificar se ela ficasse junto das outras coisas da mudança, passou a mão pelo case de fibra e foi como se uma bomba de lembranças viessem a tona em sua cabeça, como um filme. Todos os momentos, bons e ruins que tocara com sua guitarra. O dia em que Travis a encontrara tocando em cima de uma árvore, o que fora bem engraçado.

Ela tinha acabado de brigar com os pais, uma de suas primeiras brigas, que era por causa de uma reclamação da escola, por ela ter chutado os “documentos” de um garoto, e ele não tinha gostado nada daquilo, era provável que ela tivesse castrado o garoto com aquele chute, mas também ele tinha merecido, ninguém tinha mandado ele tentar beijar ela.

“Vou ficar na árvore para sempre” ela tinha dito quanto Travis a perguntara por quanto tempo ela ficaria ali em cima.

“Você não é mais uma criancinha para ficar fazendo isso, garota” ser chamada de “garota” parecia ter irritado Frances.

“Meu nome é Frances!” resmungou começando a tocar uma música.

“O meu é Travis, moro no final dessa rua” ele sorriu para ela, de modo simpático e alegre, um sorriso amável “Bela guitarra”

“Valeu” ela disse, sem nem mesmo olhar para a cara do garoto, só depois se tocando de que era o mesmo cara que tinha se esbarrado na semana passada. “Espera... Você é aquele cara que eu derrubei o café!”

Travis pareceu realmente alegre em saber que ela se lembrava dele.

“E você admite que derrubou café em mim, agora?” Frances ficou terrivelmente vermelha. “Desce aqui, eu quero ver a sua guitarra”

“Não vou descer”

“Vou ter que puxá-la para baixo?”

“Vai!” respondeu automaticamente.

“Então tá”

Frances ficou surpresa quando viu o garoto de aparência desleixada, bem diferente da aparência que tinha visto naquela noite no café, subir a árvore até tocar o calcanhar dela.

“Vai me puxar pelo calcanhar?”

“Talvez” o garoto puxou primeiro de leve, quase sem tirar Frances do lugar, ela riu e o olhou com um sorriso zombeteiro, depois ele a puxou com força, o que fez os dois caírem da árvore de menos de dois metros e meio de altura. “disse que ia de puxar”

Frances saiu de cima dele, meio envergonhada, olhou para o lado, sua guitarra estava intacta, pelo menos a grama um pouco alta tinha amortecido a queda para que não ficasse arranhada, ou com algum dano. Tirou um pouco da grama que tinha grudado nas cordas, esperou que o garoto se sentasse na grama com ela, entregou a guitarra para o garoto que a tinha puxado para o chão, nomeado de Travis.

Ele sorriu para Frances, como um sorriso que alguém dava quando conseguia algo, ela sentia como se Travis estivesse lendo seus pensamentos, como se ele lê-se cada movimento, cada sensação, cada frase, cada olhar, cada sentimento... Parecia que ele podia ver através da alma dela, com seus olhos azuis-piscina brilhantes, como um mar que brilhava com o reflexo do sol.

Travis começou a tocar uma música, no começo ela não conseguia saber que música era aquela, mas aos poucos ela começou a entender, e quando ele começou a cantar, foi uma bomba.

I need an easy friend

I do... with an ear to lend

I do... think you fit this shoe

I do... but you have a clue

Ele sorria enquanto cantava, era como se os dois agora estivessem conectados por um elo de empatia, ela podia ver o que ele sentia, o que ele queria demonstrar, ela conseguia lê-lo por completo. E sorriu junto com ele.

I'll take advantage while

You hang me out to dry

But I can't see you every night

Free, I do...

I'm standing in your line

I do... hope you have the time

I do... pick a number too

I do... keep a date with you

Travis parou de tocar, seu sorriso sumiu por uma fração de segundos, ele coçou a garganta, e devolveu a guitarra para Frances.

– Quero vê-la tocar.

Frances sentiu seu rosto corar, pegou a guitarra nas mãos de Travis e a posicionou em seu colo, pensou em uma música que soubesse a letra e a cifra toda, decorada em sua cabeça só lhe veio uma música completa.

Começou a tocar, sem olhar para Travis, apenas olhando para o braço da guitarra, enquanto tocava os primeiros acordes.

I couldn't tell you

Why she felt that way

She felt it everyday

I couldn't help her

I just watched her make

The same mistakes again

Travis só a olhava, e naquele momento ela não conseguiu ler seu olhar, mas ele parecia ler seu olhar para a guitarra, podia ler o tom de sua voz enquanto ela cantava aquela música.

What's wrong, what's wrong now

Too many, too many problems

Don't know where she belongs

Where she belongs

She wants to go home, but nobody's home

That's where she lies, broken inside

With no place to go, no place to go

To dry her eyes, broken inside

Open your eyes

And look outside

Find the reason why

You've been rejected

And now you can't find

What you left behind

O garoto desleixado sorria alegremente para ela, enquanto acompanhava a melodia da guitarra com os dedos, ela queria se sentir feliz junto com ele, não sabia por que, mas queria parecer feliz na frente dele, queria... queria muito, mas não conseguia, aquela música só conseguia entristecê-la.

Be strong, be strong now

Too many too many problems

Don't know where she belongs

Where she belongs

Frances sentiu um aperto no coração e um nó na garganta, não conseguia cantar mais, não conseguia tocar mais, suas mãos e seu corpo inteiro não paravam de tremer, lágrimas incessaveis corriam por seu rosto, enquanto seu queixo tremia e ela tentava esconder as lágrimas de Travis com movimentos rápidos com as mãos tremulas para enxugar as lágrimas.

“Você não é tão durona quanto parecia naquele dia no café” em uma fração de segundos Travis estava ao seu lado, envolvendo Frances em seus braços, a cabeça de Frances estava recostada no ombro de Travis e ela soluçava e chorava alto, sem parar.

“Eles me odeiam!” ela disse, em meio a lágrimas. Seu rosto estava cheio de riscos cinzentos, e sua blusa de manga comprida estava subindo, e Travis viu com pesar a obra inicial de uma garota que talvez pudesse estar sem volta. “Eu odeio todos eles!”

“O que é isso?” Travis perguntou, enquanto puxava a manga da blusa de Frances gentilmente para cima.

Frances olhou espantada e afastou as mãos dele, enquanto puxava a manga de volta para baixo.

“Nada” murmurou, enxugando as lágrimas. ”É melhor eu voltar para casa...” disse se levantando, mas Travis a puxou para ele novamente.

Seus lábios se encontraram pela primeira vez, tinha sido, talvez a primeira vez em que se sentira realmente feliz, depois de anos...

De volta ao terrível mundo real, havia um irmão gritando o nome de Frances sem parar, ela adorava o irmão menor, mas naquele exato momento Frances teve vontade de matar o garoto, jogá-lo para fora do carro, bater a guitarra na cabeça dele, ou fazer qualquer coisa para que ele ficasse calado!

– Que foi, Tom? - perguntou olhando para a janela, com a cabeça apoiada na mão.

– Acha que Aberdeen é legal? Não foi lá que aquele louco que se matou nasceu? – Frances se virou para o irmão com um olhar assassino, odiava quando chamavam Kurt Cobain de louco que se matou, ou louco suicida, era ridículo, e só mostrava como as pessoas o julgavam sem nem mesmo conhecê-lo realmente.

– Não chame ele de louco que se matou, por favor Tommen – disse voltando a olhar para a janela e aumentando o volume do fone, até que não podia ouvir nem um ruído do lado de fora, se não fosse a sua música e as vozes de seus pensamentos.



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Notas finais do capítulo

--- espero que tenham gostado
--- não esqueçam das reviews, okay?
--- beijos!



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