Aurora Azul escrita por Dauntless


Capítulo 22
Capítulo 21 - Resgate


Notas iniciais do capítulo

Hello, hi, hello!
Que saudade de vocês!
Eu estava ouvindo uma música muito maneira para escrever, mas ela não tem NADA haver com o capítulo ou com a fic. É apenas uma música da minha cantora favorita : Starlight
Eu comecei a ouvir e as idéias vieram.



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Estava quente.

O calor que os raios solares emitiam, penetravam e se espalhavam por todo o corpo, assim como o sangue fluía. Eu sentia que minhas costas, estavam anestesiadas, na verdade, não as sentia e algo duro estava abaixo de mim, que com certeza, não era uma cama. Aos poucos, meus pensamentos e, minhas memórias, começaram a se formar nítidamente no meu consciente. Mas estava quente. Todo o meu corpo, queimava de uma forma que o suor não era o bastante para refrescar quaisquer parte. O ar, que estava úmido, fazia com que eu tivesse uma ânsia por uma tosse, mas isso não chegou a acontecer. Cada músculo do meu corpo parecia estar em repouso e nem mesmo os meus olhos, fizeram questão de se abrirem e olhar, onde eu realmente estava, e com quem estava.

Tudo o que entrava na minha mente, eram os barulhos torturantes de estrondos. Bombas para ser mais específica. O depósito havia sido usado como isca, não sabia realmente o que estava acontecendo, e se pensasse, talvez ficaria mais alguns dias no blecaute. Will foi a última pessoa que havia visto antes de tudo acontecer. Como ele sabia onde estávamos? E como sabia sobre a bomba? Procurei não pensar no pior, assim, voltando para o ínicio, para o vídeo, que apontava uma suposta aliança entre pai e filho. Mas aquilo não podia ser verdade, eu queria acreditar que não era verdade, eu queria acreditar nele e queria poder confiar nele. Esse sentimento estava voltando aos poucos, mas no momento, não sabia em que rumo devia tomar.

O som que chegava aos meus ouvidos, era o da minha respiração, que era tão alta, porém ao mesmo tempo, tão baixa que se eu estivesse perto de uma área urbana, mal daria para ouvir. Nenhum barulho de carro. Nenhum barulho de nada. Minha mão se conectou novamente á mim e, seguiu a ordem de se mexer. Meus dedos sentiam algo seco, pequeno, algo parecido com grama ou algum tipo de planta. Talvez estava no mesmo lugar, talvez não havia me movido desdo impacto, mas porque ninguém estava aqui? Onde estava Will? Será que também estava apagado? E Hayden? Os pensamentos começaram a me torturar e a curiosidade de saber, o que estava acontecendo? Hayden estava vivo? Mais suor saiu das vias do meu corpo, e me esforcei para mexer o meu braço.

–Danna. - disse alguém - Cuidado, você está bastante ferida. - O dono da voz estava bem ao meu lado e o barulho de folhas secas e galhos sendo quebradas, abafou o som da minha respiração. Uma mão prendeu os meus braços no chão, e abri os meus olhos, com raiva. - Não...

Abri os meus olhos num flash, mas a claridade me obrigou a fechar as pálpebras novamente. Porém, tudo o que eu queria ver, eu consegui. Hayden estava vivo. Tentei projetar a minha voz para fora, mas tudo o que saiu foi o ar, seguido por uma tosse. A minha coluna doía por causa da pedra, mas a dor estava acobertada por outra coisa.

–Você bateu em um cacto, e as suas costas não estão nada... - ele fez uma pausa e parecia estar procurando as palavras certas - á propósito, consegui tirar alguns espinhos, mas está bastante inchado.

Cadê o Will?

Meu braço se levantou para cobrir os meus olhos e meus músculos reclamaram, fazendo com que eu gemesse de dor. Meus olhos novamente se abriram, e dessa vez com sucesso.

Eu estava debaixo de uma árvore de um tronco grosso, e com galhos altos. Suas folhas não faziam movimentos, mas era o suficiente para fazer uma pequena sombra. Virei a minha cabeça para o lado e Hayden estava me encarando com o rosto cansado, e sujo. Suas roupas eram as mesmas, exceto pelo fato de que, estavam cobertas por uma massa de poeira e em certos pontos, haviam pequenos furos. Cadê o Will? Queria lhe perguntar.

–Meu telefone foi destruído, assim como nossas escutas, - Hayden estava sentado com as duas pernas dobradas para cima e penteou seus cabelos loiros com os dedos. - não há mais nada, tudo está destruído. Andei de volta ao carro para pedir ajuda, Austin está no caminho, vindo para cá.

Engoli um seco, para tentar falar.

–Wi... - mais uma tosse surgiu.

–Seu queridinho está insconsciente. Vai demorar um pouco até que ele esteja ativo, sem o chip...

–Como você... - falei, momentos depois de me recuperar da tosse.

–Eu te disse que conseguia lidar com isso. No momento em que não vi ninguém dentro do depósito, sai correndo que nem um maluco para as árvores e depois... bum.

Virei o meu rosto para o outro lado, consegui vê-lo. Will estava deitado na mesma posição em que eu estava, ao nosso redor, estavam os destroços de madeira e algumas coisas queimadas, que eu não conseguira identificar. Os traços de seu rosto estavam marcados por poeira e seus cabelos para trás. Ele estava fantasiado, assim como eu estava. Will estava no halloween, mas eu não o tinha visto. Eu queria estar apta e boa para cuidar dele, estava tão frágil naquele momento, e eu nunca o tinha visto assim. Will era uma pessoa frágil também, ele se machucava, ficava inconsciente, assim como eu estava, todavia ele não tinha um chip super-poderoso.

–Eu estou exausto - Hayden murmurou e virei a minha cabeça lentamente para encará-lo - Se eu não estivesse, eu teria levado vocês até o carro, e teria tirado a gente daqui, mas não consigo - ele desabou para trás, relaxando o corpo - estive esperando você acordar, eu não estava conseguindo dormir, com medo que alguém viesse.

–Está tudo bem - disse, me surpreendendo pela forma de como a minha voz tinha saído, perfeitamente bem - Uma armadilha? A questão é, como ele sabia que estávamos aqui?

–Talvez ele queria isso, que pensássemos que ele estava aqui. Lembra da frequência? As ondas foram hackeadas. Ele sabia que você estava indo atrás dele. - O cansaço de Hayden era visível, aos poucos, o sol surgiu ao leste, subindo mais e mais para o topo.

–Ainda tenho uma vantagem, ele não sabe que estou viva. Mas se as coisas começaram assim, não manterei a minha identidade oculta por muito tempo. Aliás, pretendo fazer isso logo.

–Está querendo dizer que vai se revelar? - falou com o mesmo tom, só que um pouco surpreso.

–Olhe ao seu redor. As coisas tendem a ficar pior, e não quero mais cair em armadilhas, ele está brincando com a gente, se talvez ele soubesse sobre mim, talvez George pararia de brincar e levaria isso á sério. Seria uma luta madura. - Meu cabelo começou a picar a minha pele e o afastei, separando para o lado.

–E Robert? Qual é o papel dele nesse tabuleiro? - sua voz estava caindo.

–Não posso dizer o papel dele, quando não sei o que ele realmente é, ou o que quer. Eu acho que terei que começar a segui-lo. Assim como você, eu quero uma vida normal, eu quero, a minha vida de volta. Eu sei que não vai ser a mesma, nunca será, mas eu quero estar perto das pessoas sem ter medo de machucá-las depois.

–Você ainda tem esperanças?

–Talvez tenha me esquecido dela, mas eu nunca a perdi. - virei o meu rosto novamente para encarar Will, eu estava no meio de dois corpos cansados, era estranho ver uma pessoa em seu profundo sono. Era mais estranho ainda, ver uma pessoa que sempre se demonstrou peculiar, estar tão indefeso. No segundo em que estava prestes a virar para o outro lado outra vez, uma caminhonete apareceu entre as árvores, seguido por vans, várias delas. Todas elas seguiam entre as ávores com dificuldade, e os galhos pareciam braços vivos que impediam a chegada deles. Um pingo de felicidade surgiu de dentro de mim e os observei parar, quando era impossível passar.

Virei meu rosto para ver Hayden, mas ele estava com as pálpebras fechadas, parecia tão indefeso quanto Will. Essa seria a última vez, prometera a mim mesma, que estaria em uma situação dessas. Fragilidade, estar frágil era a pior coisa que se podia esperar de alguém durão. Mas as ondas de emoções que se misturavam, faziam tudo piorar. O momento seria o último, em que estaria no meio de duas pessoas que se puseram em risco por mim. Eu seria mais forte daqui para frente. Eu seria mais forte, eu seria mais forte, eu serei mais forte.

Enquanto a equipe chegava, fechei os meus olhos.

–//-

Já estava acostumada em acordar dessa maneira. Quantas vezes já havia ficado desacordada? Porém dessa vez, sabia que estava em um local seguro, o cheiro de ar gelado fez o meu pulmão relaxar, também sabia que estava deitada em algo macio. Minhas costas já não ardiam mais, e os sentidos estavam todos sob o meu domínio. Abri os meus olhos, não querendo mais ficar fora, não querendo mais descansar. O choque que se alastrou pelo meu corpo, me pegou de surpresa, ao me levantar, todos os meus músculos pareciam relaxados e alguma coisa dentro de mim, no local do abdômen, doía.

A forte luz do quarto era branca, tão branca que fazia tudo parecer mais vivo. A cama em que estava deitada, era forrada por lençóis brancos e ficava no canto direito, paralelo á porta. Respirei e inspirei diversas vezes para manter a minha mente firme, e só depois de alguns minutos, me levantei arrastando os meus pés até a porta e me pûs para fora. Estava com fome.

Logo na porta, um soldado com uma vestimenta preta, estava armado com um fuzil em suas mãos. Pelo capacete, olhou para mim e voltou para a sua posição sem dar nem um pio.

–Onde está o Austin? - perguntei, porém ele não respondeu. - Me responda, onde está o Austin? - me irritei, mas ele não me respondeu.

O corredor estava vazio, além de nós dois. Era um corredor familiar, qualquer som que você fizesse, se extendia ecooando até o final, para ambos dos lados. Isso também me fez perceber que estava com as mesmas roupas. Eu com certeza podia demitir esse cara.

Voltei para o quarto e tranquei a porta. Olhei para mim, sem saber o que fazer no lugar que tinha poder e que me pertencia. Na parede em frente a cama, havia uma porta que provavelmente era o banheiro. Abri-a e a tranquei. O banheiro era o mesmo, com azulejos brancos, um vaso branco, uma pia branca e a ducha branca. Tirei tudo o que eu vestia sem pensar duas vezes e apertei o botão vermelho da água quente. Com um controle, digitei a temperatura da água que queria e pulei para debaixo do jato de água, esfregando as partes sujas da minha pele. Deslizei o pedaço de ferro na minha frente para o lado e peguei tudo o que tinha dentro para me lavar.

Um banho com certeza podia fazer milagres, tudo o que eu sentia depois da ducha de água quente foi alívio. Toda a tensão que eu tinha no corpo, tanto externamente ou internamente, foram levados pela água. Me vesti com um roupão branco e saí para fora, dentro do quarto, tinha uma pequeno armário de aço, mesmo não sendo um quarto grande. Não haviam janelas, nem aqui, nem no banheiro. Peguei a blusa branca e a calça legue de dentro e as vesti, depois pondo o roupão por cima. Estava vestida, mas ainda faltavam as peças debaixo.

Sai para o corredor, ignorando o soldado antipático e andei para o lado que eu acreditava ser a saída, ou melhor, a que me levava para Austin. Um ano e eu ainda não fazia idéia de como esse lugar era. Atravessando as portas duplas de aço, o movimento já estava um pouco maior. As pessoas vestidas com seus devidos uniformes, nem sequer olharam para mim ou pelo curioso fato de que eu estava descalça. O ambiente continuava frio e andei mais alguns corredores até chegar ao elevador. A partir dele, eu sabia como e, para onde estava indo, Austin ficava no oitavo andar, e eu estava no terceiro. A cabine se encontrava vazia, e dei Graças á Deus por isso. Quando o barulho que anunciava que o elevador havia chegado, guardas estavam posicionados em frente ás portas e quando me viram, abriram caminho.

Me perguntava o porque de toda essa segurança. Austin estava sentado atrás de sua mesa enorme e retangular, cheia de computadores e ao me ver, não fez a cara que eu queria que fizesse.

–O que foi? O que está acontecendo? - perguntei, parando na sua frente.

–Primeiro, - disse soltando um ar - estou feliz que tenha ido bem na cirurgia.

–Passei por uma cirurgia?

–Sim, suas costas estavam cheias de espinhos e a coisa ficou feia - ele fez careta, mas depois voltou ao normal - suas costas estavam vermelhas e inchadas.

–Eu já esperava. - disse cruzando os braços, mas por instinto do que qualquer coisa.

–Mas tem uma coisa que você não esperava - ele olhou para a tela de seu computador e eu sabia exatamente o que aquilo significava. Andei rapidamente, para ficar ao seu lado e Austin abriu uma tela de uma câmera de segurança.

Will. Ele estava preso em uma cela. Eu sabia onde ele estava e aquele lugar não era o melhor para se passar a noite. Will estava acordado, encostado em um canto da cela branca, a iluminação estava o intimidando, mas não tanto quanto a pessoa que o estava interrogando.

–Ai meu Deus, isso não está acontecendo. - meu corpo todo ficou rígido e a minha respiração estava acelerando. - O que ele está fazendo? O que é isso? - Eu conhecia Robert, e sabia das coisas que ele era capaz de fazer.

–Danna, você esperava que ele acolhesse o bundão? Eles são inimigos e aquela coisa toda de Walker e Palmer e blá blá blá. - Will estavava sentado com as pernas esticadas no chão, e seu rosto estava pálido, porém não demonstrava nenhuma fraqueza ou recaída. Sua linha labial estava fazendo uma curva, um sorriso de deboche e de ''Eu não ligo, você que é o idiota aqui'', mas ele estava sob o poder do cara mais bizarro do mundo. - A sorte dele, foi que ele não ficou tão ferido quanto você e teve tempo o suficiente para descansar. No mínimo está com sede, fome... - isso me lembrou de que eu também estava.

–Em que sala eles estão? - Geralmente as imagens indicavam, mas essa não.

–Você não pode ir lá, é muito perigoso.- alertou.

–Não, eu tenho que ir lá, o meu avô é maluco, não quero começar a pensar nas coisas que ele planeja fazer! - Senti a raiva que peguei do soldado do meu quarto subir - Cadê o Hayden?

–Ele está no quarto ao lado. Danna, me escuta, eu conheço esse lugar, eu controlo parte dele, eu sei que sou muito novo para entender essas coisas, mas não, eu não sou, minha mente é nove vezes mais avançada e pelo tempo que estou aqui, sugiro que não vá, estou falando sério!

–Eu também. Eu não posso deixar ele aqui, ele... tudo isso é minha culpa!

–Você não pode sozinha, eles já estão nessa coisa faz duas horas, e tudo o que o seu avô está fazendo é encará-lo. - Robert andava de um lado para o outro com as mãos atrás, o estudando com os olhos.

–Então me ajude. Austin, por favor, você sabe o que acontecerá se isso chegar nos ouvidos de George, ele fará uma terceira guerra mundial para poder recuperar o filho. - Danna estava falando, dentro de mim, não Dianna. Danna queria resgatar Will. Dianna o deixaria com Robert. De repente, o velho tirou um estilete de dentro da calça e o enfiou na coxa de Will. Ele gritou, mas seu grito era de raiva. Robert tirou a faca de sua coxa e vi que os pulsos de Will estavam presos em alguma coisa no chão, estava indefeso. Eu precisava tirá-lo o mais rápido possível do lugar. Robert deu outro golpe na outra coxa e gritei, tapando minha boca com as palmas das minhas mãos. - Austin, por favor.

–Danna, eu... você sabe que minha mãe ainda está viva, e que ainda tenho uma família. - seu olhar era de sinceridade. Danna, você não podia envolver mais pessoas, elas sempre sairão machucadas. Austin era apenas um garoto.

–Certo. Preciso de um plano... rápido, ou ele vai matá-lo.

Robert tinha milhões de razões para fazer isso, sem misericódia, se alimentando da dor e do desprezo. Olho por olho. George tinha tirado a vida de nossos familiares, mas não tinhamos que pagar por todos os atos.

–Eu posso te ajudar a pensar, mas só isso. - Austin disse. - sua roupa badass está debaixo da cama do quarto em que estava. Chame aquele preguiçoso, ele é o único em que podemos confiar agora, todos os empregados são leais ao poderoso chefão.

Fiz que sim com a cabeça e corri em direção ao elevador. Percorri todo o caminho, de volta para o corredor, de volta a aquele soldado. Alguns cacos machucavam os meus pés, mas os ignorei. Entrei no quarto, passado por ele e a tranquei. Me despi e levantei o colchão para pegar a roupa adequada. Depois de vestida e depois de prender a cabeleira loira em um coque, saí e bati na porta ao lado. O senhor antipático se virou para mim e pela primeira vez, deu um passo em minha direção, e depois outro, até erguer a arma e a apontar para mim. Oh merda. Esse desgraçado devia ter recebido uma ordem, para que eu não fizesse contato com Hayden, pois eu não sabia exatamente onde ele estava, e com certeza alguém havia dito para mim. Robert não era bobo e odiava quem o fazia de um.

O primeiro disparo foi feito, mas me joguei contra a parede fria do corredor, a bala passou raspando pelo meu braço, porém a minha roupa não permitiu que me ferisse. Pensando mais rápido, corri agachada até ele e o joguei contra o chão. O soldado também tinhas táticas, e o capacete o evitou de rachar o crânio. Ainda em cima dele, tirei a faca de seu colete e afundei sua ponta no se estômago, onde o colete deixava um espaço. Ele gemeu de dor mas não desistiu e me empurrou para longe. Seu fuzil, estava no meio, entre nossos corpos e corri para pegá-la antes dele. Com a mão no estômago, o soldado fazia força para não tropeçar, e acabei pegando a arma, mirei o seu capacete e puxei o gatilho. O impacto fez ele se jogar para trás, caindo de uma vez, contra piso, agora morto.

–O quê está... O QUE ESTÁ ACONTECENDO? - Hayden apareceu na porta, vestido com outras roupas e com cara de espanto.

–Ele tentou me matar - suspirei, abaixando o fuzil. Eu tinha certeza que, o eco dos barulhos, não iria ficar apenas nesse corredor.

–Por quê? Como assim?

–Robert está mantendo Will como prisioneiro e está tortutando-o. Precisamos tirar ele daqui antes que ele o mate.

–Ah cara... isso não vai ser legal... - ele coçou sua nuca e encarou o soldado morto no chão. Eu tinha que ter feito aquilo.

–Você vai me ajudar ou não? - perguntei o apressando.

–Por quê não pode só falar com ele? Nós somos dois.

–E desde quando isso te impediu? Esse lugar é inteiramente leal á uma pessoa, e ela não sou eu. Temos uma chance, vamos.

Ele assentiu e pegamos tudo o que o soldado tinha no corpo. Depois corremos para fora. Hayden estava vestido com uma blusa branca e casaco de couro preto, uma calça jeans branca, e uma bota preta também faziam parte de seu visual. Quando saímos pela porta, agimos naturalmente, andando como pessoas normais entre os outros. Talvez elas não soubessem de nada. Errado.

Elas sabiam. E a tranquilidade do ambiente se transformou em todos levantando armas para atirar. Era uma pena, eu estava matando pessoas da minha própria compania, mas não tinha tanta pena como antes. Ergui o fuzil para atirar em todos que estavam na nossa frente e eles caíram. Homens e mulheres perderam suas vidas, todas elas por uma vida. Era o que fazíamos, matávamos muitas vidas para conseguir uma. Mas nenhuma delas valia a alma de Will.

Passamos entre os corpos e apertai o botão do elevador, porém de repente, toda a luz se apagou em um clique. O barulho dos motores se desligando, ecoou por todo o lugar.

–O que é isso?

–Vocês não pagaram a conta de luz? - zombou

–Não é hora para fazer piada, alguma coisa está errada - nesse momento, fiquei arrependida por não ter pegado alguma coisa para manter contato com Austin.

–Vamos pelas escadas - disse apontando o lado esquerdo do corredor com a cabeça. Peguei a pequena lanterna que estava presa no meu cinto e iluminei todo o caminho, até chegar ás escadas. - Vocês não tem geradores?

–Sim, esse é o problema, os geradores não estão funcionando. - descemos os degraus o mais cauteloso e rápido que podíamos, e ouvimos passos subindo na nossa direção. Mais soldados. Porém esses não atiraram, apenas passaram por nós, parecendo não nos notar. Troquei olhares confusos com Hayden e seguimos para baixo.

Empurrei a porta com os pés quando pisamos no último degrau e seguimos pelo corredor escuro. Havia apenas uma sala, aquela utilizada para torturas e outras coisas ruins. A porta de ferro com uma abertura, uma janela pequena de barras de ferro, estava aberta e corremos mais apressadamente até lá. Robert não estava mais no local, mas Will sim. Mirei a lanterna na sua cara e ele apertou os olhos para ver o que, ou melhor, quem estava lá.

–Rápido, as correntes! - corri em sua direção com a lanterna fina na boca e uma bombinha do tamanho de um comprimido do meu cinto, para fazer uma pequena explosão nas algemas. Cinco segundos depois, os pulsos de Will estavam livres e Hayden o ajudou a se levantar. - Você está bem?

–Um pouco na seca, mas vou ficar bem - sorriu sem mostrar os dentes.

Andamos até a porta e começamos a subir as escadas.

–Conheço uma saída. Sigam me - falei e segurei a lanterna na frente, iluminando para que eu conseguisse enxergar o andar certo. Eu procurava o andar y, era uma porta blindada que dava acesso á um túnel que levava até ao meio do nada, de volta para o mato. Mas era melhor do que estar na mira de milhares de pessoas. Todavia, isso ainda tinha algo estranho, os geradores, eram para estarem funcionando, alguém devia ter cortado os circuitos, mas do mesmo modo, apenas um profissional saberia fazer isso. Será que era o Austin? Tinha que ser, para nos ajudar, mas ele não iria se por em risco desse jeito, quando ele disse que tinha um plano, esse não era o plano. Não demorou para que eu avistasse a placa do Y pendurado na porta. Era uma das únicas pessoas quem sabiam a senha para abrir a porta, porém não tinha luz. Outro ponto positivo, era que o painel era movido á pilha. Das grandes. Apertei os seis dígitos e a porta deslizou para o lado, mostrando um labirinto de paredes de pedras, e uma corrente de ar fria fluiu entre os nossos corpos. - Rápido.- Ajudei a carregar o outro braço do Will e apertei o botão para ele se fechar novamente.

O extenso corredor, não emitia nenhum som. Era um lugar seguro e ninguém nos encontraria aqui, a não ser Robert.

–Eu acho que é melhor ficarmos aqui por um tempo, até sentirmos que podemos ir para fora. - disse.

–Invasão - Will tossiu - Robert estava prestes a iniciar uma sessão de tortura em um nível mais avançado - revirou os olhos -, mas o alarme começou a tocar e ele ficou pálido. Acho que esse lugar nunca foi invadido antes, depois as luzes se foram, junto com ele.

–Invasão? Mas quem... - aí pensei melhor. Claro, claro claro claro. Mas é claro que o pai vem procurar pelo filho. Mas como sabia? - George. - passei a mão na testa, limpando o suor. Will tossiu mais uma vez. - Está doendo muito? - mirei sua perna com a luz - Acho melhor seguirmos caminhando, Will está precisando de cuidados médicos.

Não paramos um minuto e estávamos de volta, segui na frente guiando os com a lanterna, até ver uma porta dupla com uma pequena flecha de luz, uma linha no meio e uma embaixo. Já estivera aqui uma vez, em um treinamento, e essas portas, eu fui a responsável por escolher a senha. Os seis números estavam na ponta do meu dedo indicador direito e a caixinha logo emitiu um som, liberando as portas, nos permitindo sair.

Por quanto tempo estávamos lá embaixo? A luz do entardecer se escondia atrás do horizonte, junto com as cores quentes e primárias.

–Como iremos sair daqui? - perguntou Hayden, olhando para o ambiente com cara de nojo. A grama no chão era de um bege morto, a planta em si estava morta. O calor que fazia em Phoenix, matava qualquer plantinha que estivesse exposta ao sol. Ao redor, á pouco menos de um quilômetros, os cactos mantinham a sua forma, grande e espinhosa, nos dizia a localização exata.

–Tem um gipe, está camuflado - disse e olhei para Will, que continuava com a cabeça abaixa e com o corpo mole.

Girei cento e oitenta graus no calcanhar e afastei as plantas na nossa frente para chegar ao local onde o carro estava escondido. Era sempre bom ter algum automóvel a nossa disposição.

–Esperem aqui - ordenei. Corri cautelosamente em direção dos cactos, e o crepúsculo me encarava melancolicamente. Os dois cactos estavam protegendo o jipe. Era um pouco difícil localizá-lo, mas não estava invisível. Algo parecido com um degrau curvado estava coberto por terras e uma rede de plantas vivas. A grama verde, entregava o exato local em que ele estava. Afastei todas as coisas que estavam por cima e aos poucos, a cobertura do jipe foi ficando visível. Tudo o que eu tinha que fazer era... empurrar um dos cactos para o lado, apenas um. Peguei uma bombinha do tamanho de um comprimido e o coloquei na terra, ao lado do cacto. Corri pouco mais de cinco metros, para atrás de uma pedra, e o barulho de explosão foi o sinal para que eu voltasse.

O jipe era grande e o barulho da máquina trabalhando para levantá-la do chão, não era tão silencioso. Quando o automóvel estava completamente na superfície, empurrei a fechadura com o polegar e a porta se abriu. Entrei rapidamente para estar atrás do volante e em menos de um minuto, estava abrindo as portas para que Will e Hayden pudessem entrar. Ele tinha apenas duas portas e três bancos para passageiros.

–Para onde vamos? - perguntou Hayden.

–Lar, doce lar. - sorri, afastando a tensão.


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Notas finais do capítulo

Danna quer se revelar?! Oi?? kkkkkkkkkkkk
Sim, isso mesmo, está muito perto para isso acontecerrr, e eu mal posso esperar para compartilhar todas as minhas idéias e cenas que eu, penso demais antes de ir dormir e, as que eu penso na aula de matemática. MUITA coisa vai acontecer, vocês não fazem ideia, e eu estou tão perto de escrever!
Gente, as férias, elas estão chegando, e se eu não ficar de recuperação na droga da matemática, que a prof passa 150 questões para fazer como recuperação, eu vou escrever sem parar!
Olha, para vocês terem uma ideia, George já está em Phoenix, com mais alguém, e terá um grande, repito, GRANDE, evento que fará com que todos os personagens se juntem de novo. Tipo, estou falando muitos spoilers, mas é por aí. Essa festa, lembrem dela, só para vocês pensarem... e depois dela, alguém supostamente pode morrer, na verdade, eu fiz uma lista com o nome das pessoas que IRÃO morrer no Aurora Azul. A lista está... pode estar grande, ou pequena...
Espero que tenham gostado, como estou meio ocupada com trabalhos de escola e outras coisas mais, não pude escrever um daqueles capítulos de 13mil palavras.
E também não posso ficar madrugando muito, eu fui madrugar para escrever esse capítulo e fiquei doente, fiquei dois dias sem ir para o colégio, pois é...
Porém eu gosto de fazer isso, escrever e madrugar, pois então, me aguardem, ou melhor, aguardem o próximo capítulo, que vai ser... bom, espero que vocês me digam.
Até, e obrigado por estarem aqui comigo, ainda, comentando ou não comentando.



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