Aurora Azul escrita por Dauntless


Capítulo 23
Capítulo 22 - Bicho de duas cabeças


Notas iniciais do capítulo

Uma aula de: Como arrombar um carro.
Com Danna Walker.
Escrevi esse capítulo pensando na lua, desculpe se tiver alguma coisa estranha, foi a pressa também, porque eu tenho que dormir cedo e, como já disse, só consigo escrever de noite.
Por favor, necessito das férias de Julho, assim a minha outra metade volta e viro o EU de novo. Estou escrevendo até o inglês errado :(



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Dirigi por cerca de quarenta minutos, até ao bairro de classe média de Phoenix, onde ficava o nosso esconderijo. Will estava pressionando as mãos contra a coxa, envolvida por um pedaço de tecido de roupa, totalmente ensanguentada. Parei o carro defronte á casa e abri a porta dando um pulo para fora, levando comigo, toneladas de poeira e grama verde na sola. Puxei o braço de Will, enquanto Hayden saia da outra porta e corria para me ajudar.

Levamos Will até ao deque e tirei as chaves de debaixo do tapete, um modo tradicional e conhecido de guardar uma chave. Girando a maçaneta e empurrando a porta, senti um velho cheiro de mofo, junto com podridão. Levantei o alçapão e descemos para a sala escondida. O interruptor ficava bem ao lado, depois do último lance de escadas, e como sempre, estava incrivelmente frio ali embaixo. Will começava a grunhir algumas vezes por causa da dor, mas disfarçava para manter a pose.

–Coloque-o naquele canto - apontei com o dedo indicador, a pequena bancada no fundo da sala, onde os artefatos de luta estavam guardados. - Vou pegar o kit de socorro.

O ambiente de treinamento, ecoava a cada passo que eu dava, e esse era o único som que se podia ouvir naquele momento. Por instinto, puxei o celular do cinto e chequei as horas. Já eram quase sete da noite, um horário em que o sol ainda se encontrava no céu. Porém, o que me chamou a atenção, foi o aviso de ligação perdida, e eu sabia exatamente de quem era. Não poderia esquecer e não acreditava que tinha esquecido sobre isso. Tudo aconteceu tão rápido e tão estranhamente que Peter ficou para o segundo plano. Eu poderia lhe retornar depois, depois que eu cuidasse de Will. O kit de emergência, estava debaixo da mesa dos computadores, que agora, já estavam todos restaurados, trocados por modelos mais poderosos e com acesso á coisas ilimitadas.

Olhei de soslaio para Will e Hayden, que estavam mais calados que o normal e Will estava com a madíbula rígida, sentado no banco, ainda pressionando a coxa. Andei até ele com a caixa e me ajoelhei na sua frente para examiná-lo.

–Deixe que eu... - puxei o tecido e enruguei a testa ao ver os três cortes. Estavam quase infectados, se eu não o ajudasse a tempo, a perna dele não estaria nada bem. Fizera uma aula de primeiros socorros enquanto estive ''fora'', para casos como esse. Era algo bem prático e fácil, tínhamos que ter bastante paciência. Os cortes estavam bem profundos, precisaria limpar o local antes de fazer uma costura. Após todo o procedimento, com a agulha especializada para tecido humano e a ''linha'', costurei-o sentindo a dor toda em mim. Will não dera nenhum pio, apenas sugava a saliva para dentro e apertava o banco com bastante força. Estava tentando controlar a minha mão, que ameaçava tremer por causa do nervosismo, e pela dor toda que eu sentia e ele não. - Pronto - disse quando perfurei o último tecido e dava um nó. - Você está bem?

–Estou bem, mas... - ele se levantou em um pulo e caminhou em direção á Hayden, que estava encostado na parede de metal, com os braços cruzados e olhando para o chão. Quando Will se aproximou, ele arregalou os olhos, pronto para o golpe que iria levar. E o acertou bem em cheio, o golpe certeiro para quebrar os ossos do nariz e o deixar doloroso por um tempo. - Agora sim, bem melhor.

Will afastou alguns passos para trás e Hayden o fuzilou com os olhos, furiosamente, com linhas de sangue, escorrendo por todo o seu queixo.

–Mano, você ficou maluco? - disse apertando o nariz para que o sangue parasse de escorrer, o que foi inútil.

–Eu tenho toda a razão de fazer isso, aliás, você merece muito mais.

–É? Então venha machão, venha pro papai - Hayden tirou a mão do nariz e se posicionou para receber um golpe de Will, que o fez cair no chão. Logo, Hayden empurrou o seu corpo para cima com os pés, fazendo Will voar. Aquilo foi tempo o suficiente para Hayden se equilibrar sobre o chão e desviar um golpe na cara, mas levou outro de surpresa no estômago.

–Parem! - tentei afastar os dois para longe, mas era impossível quando eles estavam cravados e encaixados juntos. Will tinha a cabeça de Hayden preso nos seus braços e o jogou para a parede. Me meti entre os dois novamente e empurrei Will para longe. - Para por favor, isso não vale a pena! Você sabe disso.

–Agora você vai defender ele? É isso? Ah, isso vale muito a pena - sorriu com o canto da boca, tentando avançar, mas o impedi quando lhe dei um forte empurrão.

–Temos coisas muito mais importantes para tratar, parem, pelo amor de Deus!

–Primeiro, você me trai e depois, dorme com a minha garota? Você é um imbecil, um filho da mãe que vive ás custas dos outros, porque você continua aqui? - Percebi que Will me ignorava - O que ele ainda faz aqui? - disse irritado, me encarando agora.

–Ele está do nosso lado, ele está ajudando! - soltei-o e coloquei a mão na cabeça, penteando o cabelo, não acreditando no que estava acontecendo.

–Bom, agora não faço mais questão de ficar aqui, estou indo embora. - Hayden caminhou em direção ás escadas, estancando o nariz com um pano, e corri para impedi-lo.

–Você está sendo infantil!

–Infantil? Se acha que eu vou ficar aqui, para virar um saco de pancadas e uma amostra grátis... - riu irônicamente.

–Ah me poupe. - Will revirou os olhos - Deixe ele ir. Eu não preciso dele, nós, não, precisamos dele.

–Nós precisamos dele - corrigi-o - Hayden por favor - olhei no fundo de seus olhos, para aquelas órbitas azuis, o implorando para que ficasse. - É uma questão de vida ou morte agora.

Hayden desistiu e voltou para onde estava, apenas mantendo uma distância de Will, que o olhava cerrando os punhos.

–Will, pode ligar para George? Seu celular tem algum tipo rastreador? - perguntei. Todos os celulares de fábricas, tinham um localizador desconhecido, escondido na placa mãe.

–Sim. Mas eu posso falsificar um lugar - disse colocando a mão nos bolsos da calça marrom. Parte da fantasia. - Pegaram ele. Não está comigo.

–Você pode usar o meu - disse Hayden com uma voz rouca, ele pegou o aparelho de dentro do bolso e o jogou para Will. Ele apenas havia pego o celular por instinto, ainda pensava em alguma coisa, se deveria ou não aceitar, ou dar outro fora em Hayden. Mas foi pelo caminho mais inteligente.

Depois de mexer em alguma coisa dentro do aparelho, Will discou os números e o colocou no ouvido. Depois de alguns toques, ele ficou tenso e clareou a voz antes de falar alguma coisa.

–Eu estou bem, não precisa se preocupar. - Will parou e ouviu sem interesse o que a outra linha estava lhe dizendo - Estou fazendo as minhas coisas, eu sei que você me deu um prazo e eu sei que, - tirou o telefone do ouvido e clicou no viva-voz - você já está em Phoenix.

''Não vou tolerar essa indisciplina de você, meu filho. O que estava fazendo dentro de uma zona inimiga? E mais uma vez, onde você está?'' Aquela voz, fria e grossa, que assombrou por um tempo, os meus pensamentos. Aquela voz me dava cala frios e afaguei o braço para abaixar os pelos arrepiados.

–Você fez o ataque, como descobriu onde eu estava? - George tossiu, e nada mais saiu do alto falante, por alguns segundos. - Responda George!

''Continua com essa ambição de me chamar de George? Eu sou o seu pai! É tão difícil assim pronunciar três letras?''

–Não mude de assunto, já passamos por essa. - E a pessoa na outra linha tossiu mais uma vez.

''Você tem um rastreador.'' Soltou rapidamente.

–Um rastreador? Meu telefone tem o localizador bloqueado...

''Dentro de você'' Dessa vez, a sua voz estava calma e firme. Nós três nos entreolhamos com os olhos arregalados. ''Agora, saia da casa.'' Disse autoritário e frio. Soltei dois palavrões sem emitir um som. ''Eu sei que você não está sozinho.''

–Você está certo, estou com Hayden. - disse olhando para mim e apontando para cima, depois para si. Ele iria subir.

''Além dele.''

Will apertou o modo mudo e disse rapidamente sem hesitar.

–A chaminé é a melhor saída, suba por lá e tente sair pelo telhado. Vou tentar distraí-lo. - Ele olhou para Hayden por um segundo e voltou ao telefone. - Ok, estou subindo, eu, Hayden e um fantasma.

''Dez segundos'' George parecia estar sorrindo maliciosamente. A tela do celular se apagou e corremos para as escadas, fazendo um barulho terrível com o metal dos degraus. Will estava resistindo á dor que sentia nos joelhos.

–A casa deve estar cercada por soldados. - disse Hayden. Abaixamos o alçapão e antes que nos dirigíssemos por direções opostas, Will pegou no meu braço, fazendo com que eu parasse de repente.

–Tenha cuidado.

–Vou ter - e ele me soltou, indo até a porta.

Corri para a outro cômoda da casa, uma espécie de sala e suspirei antes que me enfiasse dentro de uma chaminé. Coloquei a máscara para que me desse proteção nos olhos, além de ser um ótimo disfarce. Eu teria que ter um plano, e fugir sem machucar ou chamar a atenção. Sustentei o meu corpo, empurrando a parede paralela das minhas costas, com as minhas duas pernas e subi me equilibrando nos dois lados com as mãos. Para uma casa pequena, essa chaminé era grande. Após chegar ao topo, tive bastante cautela para não fazer barulho e ao por o meu corpo todo para fora, tive a maravilhosa vista de alguns - milhares - de soldados ao redor da casa.

Era praticamente um batalhão. Me deitei de costa e espiei a parte da frente da casa. George estava há frente de todos, esperando com as mãos cruzadas nas costas e falava alguma coisa para os dois, que eu não conseguia ouvir muito bem. Sua aparência, não tinha mudado o bastante para um ano. George, aquele homem que havia feito barbaridades, estava com o mesmo peso, magro, cabelos grisalhos e vestia um paletó marrom. Não era muito alto, era praticamente da minha altura e pelas suas expressões faciais, estava curioso.

Mas outra figura, também estava lá, piscando para chamar a minha atenção. Zachary Hill. O aliado fiel de George, suas aparências eram semelhantes, Zachary estava mais tenso e tinha uma cabeleira loira misturada com um branco acinzentado. Sua boca formava uma linha fina, estava bastante pensativo, parecendo saber que algo estava errado e depois de alguns segundos, encarou Will e Hayden, e logo relaxou. Enquanro Will os distraia com o interrogatório, me arrastei para ver os fundos da casa. Um soldado á cada três metros quadrados, todos carregando armas pesadas e pareciam atentos, quando percebi que um deles olhava para mim, me abaixei. Voltei a olhar depois de um tempo e comecei a pensar em alguma coisa para sair dali de cima.

Ao norte, haviam árvores, suas folhas estavam começando a ficar secas por causa do outono. Logo abaixo, um fio. Observei o fio passar por todo o extremo da grama mal cortada e logo a lâmpada se acendeu ao meu lado. Os soldados pareciam estátuas, nunca se mexiam, apenas moviam a cabeça para analisar o perímetro.

Tirei alguns artefatos do meu cinto, mais especificamente, bolinhas pequenas. Do meu lado, estavam algumas folhas velhas, mas que ainda podiam servir para alguma coisa. Enrolei a folha do tamanho de um rolo de papel higiênico, até o buraco ficar do tamanho da bolinhas. Coloquei-a no início do buraco da folha e tomei fôlego para soprá-la em direção dos fios. Tentei mais um vez e consegui, sem uma terceira tentativa, um barulho estrondoso se expandiu por todo o bairro, fazendo com que eu tapasse automaticamente os meus ouvidos. E o chão tremeu, junto com a casa. As bombas foram postas por eles como armadilhas. Os soldados ficaram no chão, inconscientes e essa foi a oportunidade que tive para deixar o telhado. Pulei de uma altura de dez metros e corri o mais rápido que podi para as árvores, que davam para uma outra rua.

Não durou muito, até que os tiros viessem em minha direção. Eram como balas de borrachas, minha pele ardia, e a dor era como uma anestesia, porém, já tinha me acostumado com a dor, com as piores delas. E caso me ferisse, iria curar.

Soldados corriam atrás de mim e não estavam poupando munição. Me escondi na frente de uma árvore por um momento, tentando recuperar o fôlego. A imagem do homem que tanto ouvira falar, não saía da minha cabeça. O homem que também tinha a sua parte no assassinato do meu pai. Ele estava aqui, junto com George, em Phoenix. Meu avô não iria gostar nada disso, além do mais, teria que dar muitas explicações para ele quando o encontrasse novamente, aqueles pensamentos estavam me dando calafrios. Ao sair do conjunto de árvores, me deparei com uma outra vizinhança de casas. Corri para a rua e em frente á uma casa, estava um homem gordo, sem camisa, com os pelos do peito á mostra e um short de surfista. O homem de meia idade estava com uma mangueira na mão, lavando o capô da caminhonete. Corri em sua direção sem hesitar, e usei a minha pistola tranquilizante para que ele adormecesse.

Em poucos segundos, o homem já estava no chão. Abri a porta da caminhonete vermelha e a fechei com força. Os homens de George estavam atirando contra a caminhonete, que era alta, como a chave estava na ignição, pisei brutalmente na ré, virando o volante para sair da garagem, e acelerei. No início, o número da velocidade estava á cento e quarenta por hora, mas depois que saía do campo de visão dos soldados, fui diminuindo.

Segui para a estrada Black Lake até chegar á um bairro mais movimentado, dez minutos depois, a caminhonete começou a balançar, olhei para fora da janela e percebi que o pneu da frente estava furado. Encostei o automóvel, atrás de uma fileira de carros e saí, deixando o carro ainda ligado, com a chave. O bairro em que estava era comercial e quando entrei em uma loja de roupas femininas, tirei a máscara. Como sempre, a minha bota fazia um barulho que chamava a atenção de todos. A loja era grande e tinha dois andares de roupas e acessórios para mulheres.

Andei pelos corredores e escolhi um conjunto casual. Perto dos caixas, haviam cachecóis e óculos pendurados em pequenos ferros estendidos, em uma prateleira. Testei um par de óculos e peguei o cachecól que mais me atraia. Juntando toda a roupa no meu braço, fui em direção do balcão.

–Deu duzentos e trinte e sete dólares. - disse uma menina de aproximadamente dezesseis anos, que estava supostamente em um emprego temporário.

–Posso fazer uma transferência?

–Só com o gerente. - disse meio chateada.

A menina chamou o gerente e tive uma pequena conversa com ele, depois de um tempo, a transferência foi feita. Estava fazendo tudo aquilo de propósito, para ganhar tempo, e distrair os soldados de George, eles não me achariam tão cedo e aliás, estaria com um visual diferente.

–An... tem algum lugar que eu possa me trocar? É urgente - coloquei um sorriso simpático no meu rosto e o gerente deixou que eu usasse o banheiro de funcionários. O local não era muito diferente do meu antigo trabalho. A sala com os armários, cheirava á desodorante de limão e continham duas fileiras de um banco de madeira, em frente á fila dos armários. Tranquei a porta e me troquei. Joguei as minhas vestimentas na bolsa da loja e quando estava pronta, coloquei os óculos esculos e cobri os meus cabelos com o lenço.

Voltar para casa não era um problema afinal, armários de funcionários normalmente não eram preservados, por isso, andei pelas fileiras procurando por um objeto, e no final delas, estavam algumas ferramentas e pefaços de lata velha jogadas no chão. Um deles era perfeito para arrombar um carro. Joguei o ferro na bolsa e fui em direção da rua.

Um Honda cinza estava estacionado na esquina do quarteirão e me aproximei dele, tirando o ferro da sacola. Nas ruas, o movimento era constante, mas nenhum cidadão americano iria denunciar, ninguém nunca denunciava. Empurrei o ferro fino no espaço entre a porta e o vidro para destrancar a trava, uma ato que exigia técnica, depois do barulho de clique, abri a porta e me joguei para dentro, sentindo um alívio pelo carro não ter alarme. Pela primeira vez no dia, relaxei o corpo sentindo o conforto da poltrona de couro e olhei a maravilha que esse carro era por dentro. Havia um GPS em cima do painel, e a marcha era toda de prata com couro brilhante. O carro era mais do que aparentava ser e eu precisava sair dali, antes que o verdadeiro dono aparecesse, se ele tinha dinheiro para comprar esse carro, teria dinheiro para comprar outro, sem esse negócio de, trabalhar duro para conseguir um.

Quando fiz contato com os fios, o motor rangiu. Um barulho anormal soou atrás de mim e me virei para ver o que era. Dois carros pretos estavam parados em frente á loja de roupas, com um camburão cheio de soldados. Soltei o freio de mão e saí da vaga o mais rápido que pudi, mas não exagerando na velocidade para não chamar a atenção.

Eu precisava de um lugar para ir, mas não podia voltar para casa, não queria enfrentar o meu avô e precisava saber se Will e Hayden estavam bem. Era perigoso, mas eu tinha um objetivo, a casa de Peter era mais segura.


~Will~

Eu abri a porta, e lá estava ele. O homem que me dera o seu DNA. Os velhos traços ainda continuavam em seu rosto, eu não o via a quanto tempo? Um mês? Era impossível olhar para aquele rosto e não pensar nas coisas ruins que já tinha feito. Porém o mais interessante, era que um antigo conhecido, que eu estava acostumado a ver todos os dias, estava logo atrás dele. Zachary Hill e sua saga de maldades.

–Will, filho. - Me comprimentou George. Ele estava vestido com roupas formais.

–Não é uma festa de boas-vindas. Quero saber sobre o rastreador que você colocou dentro de mim, sem o meu conhecimento- disse sentindo a raiva crescer - Isso é invasão de privacidade.

–E, - disse desviando o olhar de mim - Hayden - sorriu - Como vai?

–Está tudo ótimo - retribuiu um sorriso sarcástico.

–Tem certeza? O que houve com o seu nariz? Está vermelho e parece que sangrou a pouco tempo. - Era impressionante, o quanto ele estava sendo irritante. A minha pergunta ficou no ar, como uma bexiga de gás hélio.

–Claro! - disse em um tom alto demais. Hayden que estava do meu lado, me puxou com o seu braço no meu pescoço, para perto dele. Um gesto estilo camarada. - Eu e o meu parceiro aqui estávamos treinando. E você sabe como é, seu garoto me deu umas pancadas, como sempre - era impressionante também, como Hayden podia ser puxa saco. O ser humano estava literalmente se humilhando na frente de George.

–Ok, pode parar e ir direto ao jogo. Já deixei claro que não irei voltar para Nova Iorque.

–E você não precisa. - disse outra voz - Vamos lá George, o garoto já sabe de tudo, devemos ser honestos com ele. Aliás, Will é o seu herdeiro. E já está na hora dele enfrentar o inimigo. Ele é jovem, é sagaz!

–Oi, tio Zack. - tentei soar o mais familiar possível - Temo que o senhor esteja errado. Quando você cita a palavra ''herdar'', há vários complementos para esse verbo. E enfrentar o inimigo não é uma delas, não quando o meu inimigo é outro.

–Zachary, meu filho está insano. Desda morte daquela...

–Dizem que falar dos mortos trás azar. E por favor, não ouse falar o nome dela, você não tem o direito. Ah, e o fantasma, olha ele aqui! - Apresentei o vento para George, balançando a minha mão para cima e para baixo, ao meu lado.

Antes que eu terminasse a minha apresentação, houve uma explosão. Alguns pedaços de terra, voaram por cima da casa, sujando todos que estavam ali, inclusive George e Zachary, que se afastaram imediatamente da casa. Os soldados ficaram atentos, em posição de ataque. Me abaixei com os braços cobrindo a cabeça e Hayden fez o mesmo.

–O que foi isso? - perguntou Zachary com os olhos bem abertos.

–Ela sabe como sair com estilo. - murmurou ao meu lado o puxa saco, sorrindo. Eu ainda estava com vontade de lhe dar outra surra, agora no saco.

Um soldade correu para perto de George, mancando.

–É a mascarada, ela tentou invadir! - disse com a respiração acelerada.

–Ela está atrás de nós, vamos, - gritou na minha direção - entrem no carro! - George parecia estar com medo. Ele nunca tinha medo, sempre enfrentava, e se alguém quizesse invadir, ele o esperaria, ali, sentado em uma cadeira com uma metralhadora.

–Ela foi para o norte, senhor. Alguns já estão atrás dela. - falou, agora mais calmo. Zachary subiu no carro, depois fechara a porta com força.

–Filho, você não estava atrás dela? - George pediu espaço e começou a caminhar em minha direção. - Me diga!

–Ainda estou. - menti, estalando os ossos das minhas mãos e lentamente, fui me levantando. George apertou os olhos para me encarar e voltou com as mãos para atrás das costas.

–Ela não viverá muito tempo. Será castigada por todos os seus atos e por tentar matar um Palmer. Vamos Will, não seja teimoso, entre no carro, precisamos conversar.

George não me deixou terminar, mas concordei em ir pelo bem de Danna. Se ele descobrisse... se ele descobrisse que ela ainda estava viva... seria o inferna na Terra, usaria todo o seu poder como pessoa influênte para matá-la. Entrei na mesma caminhonete que ele e seguimos para o norte. Para onde Danna estava indo.



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Notas finais do capítulo

#ChangeBrazil



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