Aurora Azul escrita por Dauntless


Capítulo 2
Capítulo 1 - A garota nova


Notas iniciais do capítulo

Hey, tudo bem??
Postagem surpresa!
A partir desse capítulo quem narra é o Peter e algumas partes outros personagens!
Música: Raise Your Glass - P!nk



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Mais um ano.

Mais um ano e eu estarei livre.

Livre da escola, livre dos livros, livre de provas, livre da minha mãe.

Eu não sou lá um garoto estudioso, para falar a verdade, eu odeio estudar. E como eu estou no último ano? Com uma pequena -grande- ajuda dos geeks. Pelo menos para isso eles prestam.

No verão passado, eu fiz uma besteira. Mas bem que não foi uma merda daquelas grandes. Eu e minha banda ''The Rockers'' viajamos para Londres tentar sucesso, sem a permissão dos nossos pais. É, falhamos, mas não desistimos ainda.

Quando chegamos em Londres, dividimos um apartamento de um quarto para quatro. Era uma triliche e o outro dormia no chão, mas revezávamos. Duck, o nosso guitarrista era o que mais sofria, de vez em quando - todos os dias- pregávamos preças nele. Percorríamos todos as cidades e estados da Inglaterra pelas gravadoras entregando nossos demos e depois de de alguns meses, conseguimos com uma. Não foi fácil mas conseguimos!

Entretanto, tinha um problema. Eles só iriam assinar contrato com o nosso colegial terminado. Eu não entendi o por que disso, mas tudo bem, eles nos asseguraram que o contrato já era nosso mas que precisávamos terminar os estudos. Isso me tranquilizou, o dono da gravadora também dissera que somos muito talentosos e que não somos iguais a essas bandas que existem hoje em dia.

Hoje seria meu primeiro dia naquele inferno que chamam de escola. Esse ano, não seria diferente, a única coisa diferente seria que nossos antigos amigos estariam em outro lugar, mas menos os que repetiram. Eu acho que isso seria difícil já que eles não reprovavam jogadores do time de futebol americano nem as líderes de torcida. Para mim, eles são apenas babacas. Eu e minha banda fazíamos mais sucesso e poderíamos ter qualquer um em nossas mãos.

–Vamos lá Peter! Não quer perder o último ano de novo né? - falou minha mãe do andar de baixo da casa, provavelmente da cozinha.

Minha mãe era um anjo. Mas quando queria. Quando voltei para casa há um mês atráz, ela queria me colocar de castigo como fazia comigo quando eu tinha dez anos. Isso é ridiculo, eu já tenho dezoito anos. Porém a tempestade passou em uma semana, Miranda realmente me colocou de castigo tirando meu carro de mim.

Bem, de volta para os velhos tempos em que eu ia de skate.

Moramos em Phoenix, não haviam muitas escolas por aqui e o nosso bairro era preenchido várias casas uma do lado da outra. Arcadia High School ficava há dez quateirões daqui.

Desliguei o notebook e entrei no banheiro para tomar uma ducha. Deixei a água fluir pelo meu corpo, até que minha mãe bateu na porta.

–Peter? Saia do banho agora e se arrume ou irei com você de mãos dadas para a escola - avisou ela com voz de durona.

–Mãe, não exagera tá legal? Já estou saindo, só me dê mais cinco minutos.

–Eu lhe darei um minuto, vamos lá, saia dai e não duvide de mim quando digo que irei fazer alguma coisa.

Fechei o choveiro revirando os olhos e me cobri com uma toalha. O banheiro ficava no mesmo corredor em que ficava meu quarto, era um curte e pequeno corredor.

Abri a porta do banheiro e dei de cara com uma criatura de mais ou menos 1.60 de altura com as mãos na cintura e batendo os pés.

Mirando ainda era jovem, minha mãe me teve cedo, quando tinha apenas dezoito anos. Meu pai e ela se divorciaram quando eu tinha apenas sete anos, ele, que hoje mora em L.A.

Cheguei mais perto dela e lhe dei um beijo na testa.

–Mãe, eu prometo que não me atrasarei esse ano, mas pode por favor me dar um pouco de espaço? - pedi a encarando.

–Filho, eu te dei espaço, mas olha o que você fez com o espaço. Viajou para Londres, e sem a minha permissão - disse fazendo movimentos com as mãos. Eu achava isso engraçado.

Soltei um riso sem querer.

–Vou me arrumar - falei.

–Rápido - disse ela e desceu as escadas.

Entrei no meu quarto e peguei a primeira peça de roupa que vi no closet. Uma calça preta jeans e um camiseta vermelha. Arrumei algumas coisas e coloquei na minha mochila, não iria levar nada da escola, tudo o que era de lá ficava no armário e não sairia de lá. Peguei meu iPhone e o coloquei no bolso. Calçei um par de all-star preto e coloquei a minha mochila nas costas. Andei até o canto do quarto e peguei o violão, que estava com uma capa por fora, coloquei-o no ombro e desci voando pelas escadas.

–Tchau mãe! - falei abrindo a porta da frente.

–Mas... - não dei tempo para ela falar e fechei a porta.

Potato o nosso bateirista iria me dar uma carona.

Andei até o segundo quarteirão depois da minha casa e me encostei no poste de luz, aguardando por ele. Potato tinha uma linhagem de família rica e tinha uma BMW azul. Aparecer naquele estacionamento com uma BMW é a melhor forma de começar o ano.

Depois de cinco minutos, avistei seu carro e sua careca. Sim, ele tinha a cabeça raspada estilo militar, por isso o chamamos de Potato o que o deixava muito irritado, mas ele sabe que é brincadeira.

O mané careca parou com o carro na minha frente e desceu a janela.

–Entra aí playboy - falou fazendo um movimento com a careca para que eu entrasse.

Mandei o dedo do meio para ele e abri a porta de tráz, guardei o violão e minha mochila. Depois abri a porta do carona da frente e me joguei para dentro.

–Está preparado para um ano perdido? - perguntei.

–Idiota, eu nasci preparado - falou ele e deu partida no carro - Eu quero uma mina esse ano.

–Você sabe que consegue - falei colocando o cotovelo na janela.

–Não qualquer mina - murmurou - quero uma mina certa sabe? pela primeira vez pelo menos, uma mina que não fique comigo por causa de dinheiro.

–Confesso que sinto falta daquelas gostosas rondando os corredores - falei enquanto o vento passageiro de verão batia no meu rosto.

–Também sinto falta daquelas minas que fazem de tudo para chamar a nossa atenção.

–Sinta o poder meu irmão, sinta o nosso poder! - sorri e Potato sorriu junto.

Lembranças do penúltimo ano voltava para a minha mente como vultos. O ano em que tudo começou a correr certo, e o ano em que tinha perdido a minha virgindade. Mas haviam memórias que eu não queria lembrar, algumas eram obscuras demais.

Comecei a analisar o carro.

Olhei para o rádio e liguei-o.

–Dizem as más línguas que ela ainda está lá - falou. Eu sabia exatamente de quem ele estava se referindo.

Lauren. A garota com quem perdi a virgindade. As más linguas diziam que ela havia decidido ficar por causa de mim. Eu não acredito nisso, para mim isso é só a ânsia de ter o poder nas mãos. Acho que se essa loira oxigenada saisse do Arcadia, seria mais uma nada da vida.

–Deixe essa vadia fazer o que quiser, eu não ligo mais para ela. Está tudo acabado.

–Nós moramos em Phoenix baby, o calor corre por nossas veias.

–Você se drogou antes de vir pra cá? - perguntei - por que se você se drogou, me diz que eu me atiro do carro agora, não quero morrer queimado.

–Vai pro inferno - riu - se quer mesmo se atirar eu não vou ligar, seria até engraçado porque já estamos aqui.

Olhei por fora da janela. Todos que estavam ao redor olhávam para nós, e quando eu digo todos, são todos.

–Aqui estamos nós de novo amigão - falei observando cada face das pessoas que nos observava.

–Você está nervoso?

–O quê? Nervoso? - bati no braço dele - você realmente não está bem

Quando o carro parou na primeira ala dos estacionamentos, coloquei meus óculos de sol e sai do carro para pegar minhas coisas no banco de tráz. Quando minha mochila e o violão estavam nas minhas costas, andei para dentro do prédio passando por todos os olhares.

Enquanto caminhava até a secretaria eu ouvia uns ''Eles voltaram'', ''São mesmo os manés?'', ''Nossa, esse moreno aqui faz meus hormônios saltitarem'' escutei uma menina magra com os cabelos preto falando para outra que estava do seu lado. E mais e mais pessoas fofocavam sobre a nossa volta. Seríamos o assunto por uma semana.

Eu lembrava de algumas caras, quase nada havia mudado.

Quando entrei na secretaria para pegar meus horários e minha chave do armário, me deparei com...

Deus, quem era ela?

Bem, eu não sabia o que aquela garota era, mas ela tinha os cabelos mais belos do que as da Amanda Seyfried. Fiquei a encarando, me esquecendo do mundo em que me rodiava.

Quando ela se virou, vi seus olhos. Era duas bolas de esmeralda brilhando. Me virei rapidamente para que ela não notasse a minha baba. Levei a mão até a boca e limpei o líquido.

Com certeza ela era nova. Nunca a tinha visto em lugar algum. Virei meu rosto novamente por impúlso e tive uma visão melhor de seu corpo. Ela era magra, mas não esquelética. Usava uma calça jeans azul que modelava suas pernas e seu bumbum. Nada de gorduras. Essa garota misteriosa estava falando com a recepcionista e sorria.

Foi ai que meu mundo parou de vez. O sorriso dela... Ai Meu Deus o que estava contecendo com você Peter? Pare com isso! Até parece que você nunca viu uma mulher dessas na vida.

Mas na verdade, nunca tinha. Ela usava um par de botas de couro e estava com uma regata branca. Quando ela se virou de novo para mim, virei a cabeça e comecei a assistir a televisão que estava pendurado na parede á minha frente.

–Bem-vinda senhorita Banister - falou a recepcionista cujo tinha esquecido o nome.

–Por favor, me chame de Dianna .

Me virei para encará-la novamente e a vi sorrindo. O sorriso que mostrava perfeitos dentes brancos. Será que ela não tinha nenhum defeito?

–Então o senhor resolveu voltar né? - a velhinha perguntou parando na minha frente.

–Infelizmente - dei um sorriso falso.

–Vai ficar com o mesmo armário e aqui está a lista das suas aulas - falou me entregando um papel.

Olhei para ele e vi que havia algo errado.

–Espere, por que tenho sete tempos de aula? Não são seis? - levantei a alça do meu violão que estava caindo.

–Era seis. Por culpa da sua falta no último ano, você terá essas aulas como reforço toda segunda, não que queríamos te dar aulas, mas isso foi a pedido de sua mãe.

Sério mãe? Você disse que me amava.

–Tudo bem - dei outro sorriso falso e sai da sala.

Estava intrigado. Queria descobrir imediatamente quem era aquela loira e ver qual era a dela.

Talvez eu esteje um pouco obcecado. Só um pouco.


~Dianna~


A cena na secretaria foi estranho, muito estranho. Aquele garoto me olhava como se quizesse me comer. E nem pense que eu não notei a baba. Não sei se iria me acostumar com esse colegial, não só porque eu havia mudado de estado, mas por não ser um lugar tumultuado como a cidade grande.

Quando a mulher de meia idade me entregou as chaves e o papel com meus horários, corri para a primeira aula. História. Não queria chamar atenção, mas acho que eu já era o assunto do dia. ''A NOVA LOIRA GAROTA DA ESCOLA''. Parece que eles nunca viram uma loira antes. Quando cheguei aqui com o meu Toyota, os olhares já vieram para mim como se eu tivesse um íma para os olhos deles.

Chegando em sala, percebi que quase todo mundo já estava lá, e que sobrara apenas três lugares. Uma cadeira bem na frente, a outra no final do canto do lado direito e o outro no meio. Resolvi sentar na última cadeira. Andei pelo carredor da fileira e me sentei. Olhei em volta e percebi os olhares. Por que todos estavam me olhando como se eu fosse uma aberração? Era as minhas roupas por acaso? Eu renovei meu guarda-roupa semana passada. Seria o meu cabelo? Estava bagunçado? Peguei o iPhone e espiei de estava tudo ok. Seria meu cheiro? Eu não estava usando Victoria's Secret, então não estava fedendo a cerveja.

Nada estava errado comigo, o problema era eles.

Eles que tinham problema, não eu. Então decidi agir normalmente e ignorá-los, pendurei minha bolsa na cadeira e voltei a minha posição.

O professor entrou em sala e o garoto da recepção também.



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Notas finais do capítulo

Uuuu, quem ela é hein? Com os capítulos vocês verão o que ela faz, bjs :* Reviews?



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