Aurora Azul escrita por Dauntless


Capítulo 13
Capítulo 12 - Deixados para trás


Notas iniciais do capítulo

Olááá, desculpe pela demora, como essa foi a última semana de aula, houve muito alvoroço se eu iria passar ou não e passei =D
Estou de férias O/
Por isso, acho que terá mais capítulos por semana, mas não coloquem muita esperança, eu também tenho que descançar.
E quem shippa a Danna com o Peter, vai querer me matar. Foi um indireta isso kkkkkkkkk
Música: Blinding - Florence + The Machine
Gente essa música realmente me deixou inspirada e vocês vão perceber isso. Escutem, ela é muito boa e combina com o segundo momento da história.



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00:24

Um barulho de choro junto com gritos começou a me encomodar, mas decidi ignorar por causa do terrível sono que estava sentindo. O dia havia sido intenso. Mas passando-se cinco, sete, oito, dez minutos, o choro continuou. Acabei me lembrando do bebê. Master. Que droga de trabalho, no início pode ser até atraente, mas essa parte do choro no meio da madrugada era um saco.

–Que barulho todo é esse Peter? É o bebê? - a voz da minha mãe soava do corredor, ecoando até o meu quarto.

O barulho do interruptor me despertou por completo junto com a luz.

Virei minha cabeça para o lado esquerdo abrindo um olho para espiar o meu patinho.

–Que merda, são meia noite e meia - murmurei bocejando e com as mãos nos olhos bloqueando os raios.

–Acredite em mim, você era pior - falou encostando na porta. Miranda vestia um roupão grande azul de seda e seus olhos estavam quase se fechando. - cuide do seu filho, não vou cuidar de mais nenhuma criança.

–Mas o que há com ele? - perguntei me sentando - É fome?

–Pode ser cólica, bebês tem muito isso. É seu dever descobrir o que houve, você é o pai. - bocejou - vou voltar pra cama, se certifique que ele não chore mais.

Legal, minha mãe não iria me ajudar, muito bom. Ela saiu da porta e ouvi seus passos se afastando pelo corredor. Me virei para o lado e observei aquele bebê loirinho que ainda chorava. Como uma máquina dessa pode fazer essas coisas? Peguei-o no colo e fiquei virando o para ver se havia algo de errado. Eu certamente tinha que trocar a fralda, mas a fralda ainda estava seca. Como vou saber quando um bebê tem cólica? Eu nunca iria saber, pois nunca me imaginei com um bebê. Levantei sonolentamente para a cadeira em frente á mesa do computador e o liguei para pesquisei no Google. Não havia me ajudado, já que eu mal podia enxergar nesse sono todo. Ah que se dane, estou com sono.

Deixei o computador hibernando e voltei a me sentar com Master na cama. Havia deixado uma mamadeira do lado da cama, uma mamadeira que ja foi minha. Não era grande, tinha o tamanho do meu dedo e era transparente, antes de dormir, fui até a geladeira e coloquei leite de vaca dentro. Enfiei o bico da mamadeira na boca do Master que estava aberta. O leite começou a escorrer para dentro e ele parou de chorar. Graças a Deus! Lágrimas saiam de seus olhos e isso realmente me assustou. Era idêntico á um bebê de verdade. Enquanto bebia o leite todo, minha cabeça deslizava para o lado de sono. Larguei o Master na caixa e apaguei.


02:11

Os gritos irritantes do bebê começaram a soar novamente. Agora mais alto, parecia que estava chorando há um bom tempo. A luz continuava acesa, girei pro lado direito e me apoiei no cotovelo para vê-lo. Seu macacão azul todo estava molhado na parte da frente.

–Porra! - chinguei e peguei-o no colo. Era leite.

Comecei a ficar com raiva, olhei para o relógio e marcavam duas da madrugada. Ninguém nunca me acordou á essa hora, pois se tentassem, levariam uma bela de uma surra. Eu queria bater no bebê, pela raiva, pelo sono e pra ver se iria calá-lo mas isso valia a minha nota bimestral. Peguei o boneco e coloquei-o em cima da minha cama, tirei o conjunto de cima e taquei no chão, tanto faz aonde foi parar, o sono estava me puxando e tinha que limpá-lo. Peguei um pano e o enrolei nele. Do jeito que o sol tem aparecido, a roupa estaria seca de manhã. Eu realmente queria que Dianna estivesse aqui para me ajudar. Não sabia se iria aguentar outra noite.

Master parou de chorar e o joguei de lado para me deitar, assim apagando de novo.

04:58

O bebê ria. Não chorava mas ria. Alguns ''Dádá'' saiam do som e relaxei um pouco, meu corpo estava totalmente relaxado, mas minha mente processava. Dei um grande suspiro e senti um odor... Ah não... ah não... comecei a choramingar por dentro.

Ah não... cocô não... estou cansado... com sono... cocô em plena 5 da manhã não...

Mas o mal cheiro continuou e fui forçado pela minha consciência a me levantar. Meu quarto estava realmente fedido agora... Abri meus olhos pra valer mesma na claridade da luz ligada e encarei o bebê. Peguei-o com nojo e levei-o até o banheiro. Tirei o pano branco que estava em sua volta e encarei a fralda querendo realmente desistir. Mas o que Dianna pensaria de mim se eu desistisse? Que eu sou um covarde? Que não sou um homem bom o bastante para cuidar de um bebê?

–Vamos lá Peter, por uma chance com a garota dos seus sonhos.

Garota dos sonhos... eu disse isso. Com sono, digo coisas sem pensar. Antes eu não tinha uma garota dos sonhos. Eu saia com qualquer uma que achava bonitinha ou que servisse para impressionar. Mas algo me diz que ela é a garota pra mim. Porém tem esse tal de Mitchell Palmer. Ele parecia problema... Dianna o conhece, e o jeito em que se olhavam... quatro órbitas furiosas e necessitadas se encarando. Isso me incomodava. Eu não sabia nada sobre sua vida, e Mitchell parecia saber. Ela me disse para ignorá-lo, mas era impossível. Se isso fosse um jogo de amor, eu estaria perdendo. Eu precisava tirar chances desse trabalho. Mas eu também precisava confiar nela, alguém me dissera alguma vez que confiança era algo forte para que uma relação durasse.

Ao mesmo tempo, eu não sabia mais quem eu era. Eu me obcequei por uma garota, estava com medo de estar me apaixonando por ela. O engraçado, eu mal a conhecia. Seu charme me fascinava e algo nela parecia perigoso o que me dava um ar de excitação. Uma mulher loira, que tem um carro legal poderia ser perigo? Eu a vi brigando com Lauren... definitivamente praticava algum tipo de luta. Kung Fu por exemplo? Eu tinha que saber. E sabia um modo de fazer para que se abrisse comigo.

Perdido nos pensamentos, voltei para a vida real sentindo o fedor.

Com uma mão peguei um pano e cobri meu nariz e minha boca. Com a outra, abri as abas da fralda e comecei a limpeza com nojo e quase desmaiando.


~Danna~


Era meia-noite, as ruas Phoenix estavam quietas, apenas dois ou três vagabundos vadiando na calçada á procura de alguém pra roubar ou são apenas bêbados depois de serem expulsos de um bar.

A rua 23 estava deserta, o que me ajudaria a me infiltrar na outra base da empresa de Zachary. Era secreta - obviamente - mas nem mesmo Xavier ou outro sabia da existência. Não era grande, era apenas o subsolo da estrada , cerca de 100 mil metros². Eu o espionava desde quando cheguei na capital, meu avô sabia sobre todas, mesmos as secretas como essa, não havia como esconder, de um jeito ou de outro, ele descobria. Eu sempre o pergunto como, mas parecia que eu apenas desperdiçava minhas salivas e minha voz.

Precisava desativar tudo, destruir todo o lugar, como na base, com o tempo isso se tornou um trabalho fácil, e uma vingança justa. Ainda trabalhava nisso. A roupa que usava tinha um tecido especial de cor preta, não permitia perfurações ou arranhões, era bem elástica, mas não contia uma bala de fogo. Conseguia me desviar delas rapidamente, graças ao meu reflexo aguçado pelo tempo. Meu cabelo estava preso em um rabo de cabelo, pretegido por uma película transparente , também com uma tecnologia avançada. Tudo isso, era inventado pelo pequeno gênio. Austin, a peça de ouro da A.A.S.S. Ele possuia apenas doze anos e era um gênio da tecnologia. Também era o garoto de doze anos mais protegido que existia. Ninguém do outro lado da empresa podia saber de sua existência ou sua vida podia estar em perigo. Mas do que eu estava falando? A vida de todos os envolvidos nisso está em perigo.

Minha máscara era presa á minha cabeça como se fosse um capacete. A matéria do qual foi feita, evitava que algo atingisse meu olho como cacos de vidro ou até um cisco. A parte da idêntidade era muito importante para a minha sobrevivência. Ninguém podia saber que estava viva. Por isso que foi um erro aquele deslize com o Palmer. Matar não era uma política que eu adotava, mas fazia se for necessário. Minha arma era uma pistola calmante. Mas como nada do que uso é normal, a pistola também não era. Seus dardos eram cortantes, bastante afiados e faziam perfurações feias, logo que toca a pele humana, solta um líquido calmante, que apagava até um rinoceronte por vinte e quatro horas. Nada que provocasse mortes.

Analisei o pirímetro com cautela para que ninguém me seguisse. Todo cuidado era realmente pouco. Nenhum carro circulava e alguns estavam estacionados na calçada. Eu estava agachada em cima do terraço de um prédio baixo de três andares. Meu carro estava há duas quadras daqui, era um Audi Suv equipado pelo pequeno gênio, você nunca sabe o que pode acontecer quando se está entrando em uma coméia e você é uma mosca disfarçada.

O relógio apitou anunciando uma da manhã. Me levantei e pulei do prédio. Dei um pequeno sorriso. Minhas botas tinham amortecedores avançados nas solas. Caminhei com passos largos até o outro prédio baixo no outro lado da rua. De repente a cena de quando pulei do segundo andar da casa de Tereza veio em minha mente... Te... Tereza. Minha velha amiga. Ao me lembrar dela, meu espírito dentro se alegrava e minha boca se alargava para um sorriso. Eu estava morrendo de saudades de suas piadas, suas brincadeiras, das tiradas, das situações que me colocava... da sua ajuda. Se um dia, isso tudo acabar, espero poder me reencontrar com ela. Se Tereza ainda se lembrar de mim, talvez ela nem queira mais falar comigo, ou surte pensando que sou um fantasma que voltou para assombrá-la.

Minha mente estava brincando comigo hoje, chegando a um momento que tenho que recuar e me lembrar de outras pessoas também, como Eric. O irmão mais velho que nunca tive. Meu avô não me explicou sobre sua ligação com os Palmers, mas me dava sorrisos quando o mencionava. Eu sentia sua falta também. De suas brincadeiras e piadas. Mas quando os bisbilhotei na última vez no ano novo, os dois ainda estavam juntos, Tereza e ele. É, essa ruiva conseguiu um namorado duradouro, aquele em quem ela sempre sonhou, e quem diria que seria Eric. Pelos menos os dois tinham um ao outro.

E novamente, minha mente forçou a imagem de Zoey para mim como um vulto. A pequena irmã do cara que... eu não sei mais o que pensar dele, não sei mais em que acreditar. No fundo eu queria acreditar, mas meu instinto dizia o contrário. Lembrando das pessoas do passado, me fez perceber do que tive que deixar pra trás. Será que eu trocaria minha vida de agora para a antiga? Onde eu trabalhava em uma lanchonete chamada Cheese&Ham e vivia em um apartamento no Brooklyn?

Olhei para o céu, onde nenhuma nuvem ousava vagar, encarei a lua que parecia mais iluminada que nunca, porque esse momento de fraquezas agora? Quando estou prestes a entrar na caméia...

Cerca de oitenta homens estavam na base, eu precisava de foco, mas com a minha mente brincando de voltar ao passado não dava. Um desejo estranho veio atona derrepente. Eu queria estar nos braços do Will. Me afundando em seu peito, sentindo seu cheiro relaxada enquanto sussurrava coisas bonitas no meu ouvido. Como na última tarde em que passamos juntos. Tentei afastar esse pensamento pra longe mais parecia um elástico, quando eu puxava pra longe, voltava com mais força.

A noite mexia comigo. Como se eu fosse eu mesma em baixo do vasto lençól escuro. Levei minhas mãos aos meus olhos e enxuguei o que pareciam ser lágrimas. Respirei o ar pelo nariz e soltei tudo pela boca, dando um suspiro daqueles. No final de tudo, estava com raiva. Por ás vezes ser boba, por nunca saber fazer a coisa certa, por ser obscecada á encontrar respostas que nem me importo mais comigo mesma. Ou do que é importante pra mim, tudo o que tenho pensado nesse último ano foi jurar a justiça dos meus pais. Mas eles estão mortos, e eu estou viva.

Lentamente me encostei na lateral do prédio de uma das principais entradas para o túnel subterrâneo. Todos os blocos tinham um áspecto de tijolos alaranjados. Peguei um dos meus brinquedinhos na cinta, uma caneta alicate. Tirei a tampa e a pequena ferramenta estava lá. Encaixei-o nas correntes de ferro e apertei sem força para quebrar a corrente. Abri o portão de ferro lentamente evitando o barulho irritante de ferrugem. Liguei o modo visão noturna na minha máscara e abri outra porta na pequena sala vazia. Depois dela, havia uma escada subterrânea. Estava tudo escuro, e isso era muito assustador, mas aprendi a controlar meus medos e a não temê-los mais. A trilha era extensa e as laterias eram de pedra, como se fosse uma mina. Caminhando mais alguns metros, luzes já estavam a vista. Saquei a arma que tinha um bico comprido para atirar mais rapidamente e suportar mais dardos. Sua capacidade era de mil dardos.

Dois homens vieram em minha direção e levantei a arma para atirar nos dois, sem ao menos perceberem, já estavam no chão. Os tiros não eram barulhentos. Continuei a caminhar para frente, encontrei a primeira porta que dava acesso ao painel central. Abri a porta de ferro com as minhas mãos que estavam com uma luva de couro por cima. Mais de dez agentes estavam dentro e ao verem a porta se abrir, olharam em minha direção. Eles ficaram alertas e sacaram suas armas. Usei um dos meus brinquedos da cinta, as pílulas explosivas de cor vermelha. Também não eram letais, colocavam todos para dormir. Pelo pequeno espaço aberto da porta, joguei a pílula no ar, fazendo o barulho de um instalinho. Fechei a porta para que a fumaça não viesse até a mim. Outro erro meu, era esquecer a máscara que cobrisse o nariz. O sonífero apenas funcionava pelas vias nasais, depois de trinta segundos, seu gás já não tinha mais efeito. Empurrei a porta e avancei para dentro da sala. Todos apagaram, incrível a eficaz desse negócio. Quanto Austin devia receber por mês?

O grande computador estava enviando arquivos sobre... Mim. Imagens de segurança dos ataques anteriores. Entrei no sistema e deletei todas as informações sobre a minha pessoa. Vários homens entraram por uma porta autômatica e logo rapidamente peguei a arma de dardos para cedá-los. Mas parecia não ter fim a fila dos homens armados que entravam. Peguei uma bombinha de fumaça e joguei a no chão fazedo o lugar se encher de fumaça. Peguei a faca que continha sonífero e subi na cabeça do primeiro agente. Esfaqueei seu rosto e ele caiu, sem parar para respirar, subi no outro assim esfaqueando todos os agentes. Soltei outra bombinha de fumaça e me agachei cortando suas pernas. Um belo truque para quem estava com pressa, a adrenalina subiu em mim quando um agente derrepente se apoderou da minha garganta, tentando me enforcar. Agarrei sei braço e me inclinei pra frente jogando o como se fosse um saco de batata. Por ter me pego de surpresa, perfurei sua perna. Enfiando a faca dentro de seus músculos e dando um giro de de 180 graus dentro da carne. Oh isso realmente dói.

Peguei uma das pílulas e joguei em direção á porta. Tapei minha respiração nasal e conectei o pen drive no sistema. Qualquer quantidade de gás, se entrassse pelas narinas, tu apagava. O pequeno dispositivo iria fazer o trabalho em destruir tudo de dentro pra fora. Ao anunciar na grande tela 100% completo retirei o pen drive e sai correndo pelo mesmo lugar em que entrei. Mais agentes me seguiam, e esses eram rápidos. Oh, mandaram agentes profissionais para me matar. Joguei uma pílula pra trás mas eles usavam capacetes, não ia funcionar. Tiros de arma de fogo vieram em minha direção e comecei a me abaixar. Peguei meu brinquedo de dardo e atirei para trás sem ver para onde atirava ou se acertava o alvo.

Subindo a última escada, fechei a porta e tentei imperrá-la com um pedaço de madeira que estava ao lado da porta. Corri para o portão duplo de ferro e enrrolei as correntes. Oh merda, minha arma de dardo não estava me favorecendo. Com a mão esquerda, peguei a arma de fogo e comecei a atirar pra trás, correndo para um beco. Isso está sendo distrativo e bem divertido até agora. Encostei-me em uma parede no beco do outro prédio, aparecia ás vezes para lhes dar tiros. Mas eles eram muitos e atiravam como loucos em minha direção.

Eu podia ficar aqui até o amanhecer. Me virei novamente para dar tiros mas eles... eles apenas... sumiram! Olhei rapidamente e voltei a me recostar na parede, recuperando fôlego. Segundos depois, sai do beco para checar. Todos eles estavam caídos no chão... era um truque? Com as duas armas erguidas, andei para ver se estavam fingindo, parecia loucura, mas eu não os temia. Todos os agentes estavam mortos com tiros na cabeça... eu fiz isso?

–Foi eu - disse uma voz familiar atrás de mim respondendo a minha pergunta mental.

Dei meia volta ainda com as mãos erguidas.

–O que você está fazendo aqui? - perguntei com a voz falhando

–O que parece que estou fazedo? Eu retorno a pergunta pra você - caminhou em minha direção sem medo das duas armas. - O que pensa que estava fazendo? Não podia ir contra eles.

–Eu sei me defender sem a sua ajuda - falei em um tom alto.

–Deixa o orgulho de lado e olhe em sua volta - ele soava frio - cinquenta contra um, não tinha chances.

–Você se esquecei que enfiei uma faca na sua perna? - perguntei

–Foi inesperado, não sabia quem estava enfrentando - seus olhos estavam negros. Pareciam perigosos.

–E agora sabe? - joguei pra cima dele abaixando as armas.

–Sei mais do que sabia - respondeu parecendo mais relaxado.

Will estava me seguindo, ótimo.

–O que está enfrentando é muito perigoso Danna, e quero te ajudar. - Ele quer o quê? - Sem a minha ajuda, você não conseguirá o que está tentando fazer.

–Você não sabe de nada - apertei meus olhos pra ele.

–Não sei, mas você pode confiar em mim. - disse com um tom de sinceridade

Olhei o inquieta debaixo daquela máscara. Eu poderia confiar nele?

–Confie em mim - William parecia cansado, seu tom era apressado.

–Eu... eu não posso - falei incerta e me lembrando dos meus pensamentos antes de invadir o prédio. Eu queria me confortar em seus braços, eu lutava contra esse instinto agora mesmo.

Olhando pra ele... estava impecável como sempre, usava calça jeans preta, botas pesadas, vestia uma blusa verde escuro de manga e usava uma jaqueta preta. Em volta de sua cintura, havia uma arma. Seu cabelo estava rebelde, do jeito que eu gostava , seus olhos estavam me encarando.

–Então você quer? - soou esperançoso - e o que a impede?

Fechei meus olhos e abaixei a minha cabeça. Não deixe que ele mecha com você, não deixe... senti os passos perto de mim e derrepente seu corpo estava há um centímetro do meu.

–Você ainda sente algo por mim? - perguntou depois do silêncio. Ele está indo muito longe, eu não podia lhe dar uma resposta... ele estava mechendo comigo.

Levantei meu olhar pra ele e procurei um refúgio nos seus olhos.

–Se disser que não... eu lhe deixo ir, nunca me verá de novo, nunca mais cruzarei seu caminho e não a impedirei de seguir o que quer que esteja seguindo. Não contarei a ninguém sobre você... - Will parecia sofrido.

Ele está me dando um ultimato? Se eu disser não, ele irá me deixará... mas eu não quero isso... ou talvez seja o melhor para mim e para ele, assim, nenhum dos dois se machuca, tanto emocinalmente tanto fisicamente. Eu queria chorar, pela primeira vez em tanto tempo, eu queria cair em lágrimas, era esse efeito que ele tinha em mim. Minha boca se abriu em um O mas nada saiu. Minha voz não ia, eu não conseguia.

–Eu não posso - passei por ele e entrei dentro do beco para subir para o terraço e pegar o que tinha deixado lá.

Antes que eu tenha conseguido alcançar a escada, uma mão forte segurou meu braço firmemente e me puxou para trás. Me choquei contra seu corpo e seu rosto se abaixou para se aproximar do meu, assim, rapidamente, colocando os lábios contra os meus.

Seus lábios, eu os estava sentindo depois desse um ano... quando nossos lábios se chocaram, ele rapidamente enfiou a língua em minha boca, chupando meu beiço. Relaxei meu corpo e perdi na luta contra a vontade. Agarrei seu pescoço com meus braços e comecei as minhas habilidades com a língua. Senti um sorriso entre o beijo, mas eu o beijava urgentemente, sentindo o gosto suave da sua boca, explorando cada canto com a minha língua. Eu o puxava para mim, ele me puxava para ele, tão urgente quanto eu e com as duas mãos, subiu minha pernas para a sua cintura e me jogou contra os tijolos tão forte quanto esperava. Suguei sua língua e depois mordi seu lábio inferior. Will saiu da minha boca sem fôlego como eu. Eu senti falta disso.

–Agora vejo que suas habilidades realmente se aperfeiçoaram - disse beijando meu pescoço e a linha do meu queixo.

–Isso é errado - murmurei puxando seus cabelos e o pressionando mais forte contra mim

–Sim, e você está vendo o quanto estou me fodendo por isso. - ele encostou a sua testa contra a minha - Entrei no seu joguinho ontem de manhã, mas você é realmente provocante quando quer.

–Eu tenho que voltar pra casa

–Está sugerindo que devemos terminar isso na sua casa? Eu adoraria livrar essa coisa de você - sua mão percorria minha cintura e um de seus polegares afagavam meu rosto.

Oh, ele voltou.

–Não, eu... acho que é melhor esquecermos o que aconteceu aqui. Estávamos em um momento de adrenalina e ... - ele me olhava com insatisfação.

Mas logo voltou ao normal, sem tirar os olhos dos meus, enfiou a mão no bolso e tirou de lá um quadrado pequeno preto. Era um cartão de momória. Will abriu a palma da minha mão e o colocou dentro, depois o fechando com meus dedos.

–Como desejar. - disse e me mandou uma piscadela.

Me soltei dele e caminhei em direção á escada novamente.

Will andou para fora do beco, olhando para os dois lados e seguiu pela esquerda. Esse ''como desejar'' significava ''isso não acabou''. E ele provou que o lado gentil dele ainda existia, assim como o meu. Toquei nos meus lábios ainda o sentindo... não foi satisfatório, mas era errado. Isso nunca era pra ter acontecido e isso nunca aconteceu.

Não acontecerá de novo.



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Notas finais do capítulo

Já podem atacar as pedras, mesmo vocês gostando do Will com ela, estraguei o momento não foi? kkkkkk
Calma que no próximo cap tem mais.
A questão é, ela pode confiar nele?
E eu mencionei personagens antigos pq sei que estão com saudades deles, eu também estou. Logo eles irão aparecer, mas bem pelo meio mesmo quando a guerra realmente começar.
Mencionei também o Zachary, pra quem não lembra, ele é o pai da Crystal, e ele pode ser muito mais poderoso que o George, o pai do Will. Isso foi uma pista do que está por vir, e logo o avô da Danna voltará pra Phoenix. Mais uma pista do que está por vir, o vovô esconde muitos segredos e talvez a Danna não goste deles ao descobrir, podendo assim se aliar ao Will ou não.
Mandem um comentário, por favor, preciso saber de vocês.



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