Aurora Azul escrita por Dauntless


Capítulo 12
Capítulo 11 - Casamentos e filhos


Notas iniciais do capítulo

Oláá.
Esse cap é divertido kkkkkk E também o mais grande que já escrevi.
Só pelo nome do capítulo já revela tudo.
E também tem uma cena meio romântica entre o Peter e a Danna.



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Enquanto caminhava em direção as mesas, em baixo de um sol extremamente bravo, me lembrei do modo como meus pais foram mortos. Talvez assim, minha ira viria e não me deixaria ceder tão fácil.

Meu pai, assassinado por poder, por inocência. Robert me mostrou... me mostrou videos do momento do assassinato. As fortes imagens ainda pairavam na minha cabeça, me assombrando todas as noites. Morto a sangue frio, sem misericórdia nem mesmo de dizer suas últimas palavras. Depois veio o video do sofrimento da minha mãe. O que fez meu coração se partir de pedacinhos para cacos. Naquela época, eu ainda não entendia. Mas lembro de perguntar toda manhã para Dora aonde estava o papai. Ela me olhava com dor e beijava a minha testa falando que o papai estava em uma missão para salvar o mundo. Tempos depois quando já entendia as dores da vida, ela me contara que sua missão havia falhado e que não voltaria mais.

As lágrimas rolaram em meu rosto como uma enchente.

Mais tarde, eu via a minha mãe se estressando no telefone o dia inteiro. O telefone não parava de tocar e ela ás vezes não dormia. Era os fortes querendo tirar completamente o poder do meu pai na agência. Meu avô me explicara que minha mãe havia cedido e por isso havia se mudado para uma das áreas mais pobres de Nova Iorque. Mas por que isso? A principal razão era eu. Me esconder era a prioridade da minha mãe dali pra frente. Acabou até se casando com... lixo para não correr riscos.

Minha ira estava começando a subir.

Havia perguntado para Robert a razão para isso tudo, mas ele apenas se fechava ou mudava de assunto. Ele, um homem que sabia todas as respostas, não me respondia isso.

A questão da minha mãe não ter aguentado, me frustrava mais ainda. Por que Dora? Por que você me deixou?.

É por causa dessa e de mais questões que estava em busca de vingança. Eu sabia exatamente os responsáveis e em breve pagarão. Por tudo o que...

–Gata! - exclamou alguém atrás de mim. Me virei para ver quem era o idiota.

Um garoto ruivo com sardas no rosto sorria para mim.

–Estou com pressa - falei rapidamente me lembrando que tinha que comer.

–Espere, deixa eu me apresentar. Phillip, mais famoso aqui como irmão do cantorzinho chamado Peter. - inclinou-se para frente se apresentando.

Oh, então esse é o meio-irmão do Peter que ele tanto odeia.

–Eu acho que você já sabe quem eu sou, então se me der licença... - me virei

–Ele fala muito de você - disse um pouco mais alto para chamar a minha atenção.

Me virei, cruzei meus braços e ergui uma sombrancelha pra ele. Se queria a minha atenção, conseguiu.

–Diga logo o que tem a dizer porque preciso mesmo ir.

–Deixe para mais tarde então, vejo que não está interessada.

Ele estava me desafiando. Seu olhar era de suspense e curiosidade.

–Diga. - falei friamente. Eu não estava com paciência para um menino irritante.

–Se você insiste - sorriu sem mostrar os dentes - Bem... só avisando que meu irmãozinho fala muito a noite, e dormir com ele não pode ser tão agradável assim... - Phillip estava me irritando

–Se está tentando me fazer ter uma impressão errada do Peter, você não vai conseguir,

–E eu acho que você tem uma impressão errada de mim Dianna - me interrompeu - estou sendo amigável contigo, Peter é um mulherengo daqueles e come quem ele vê pela frente , ele deseja você desesperadamente nua em sua cama... e ele em cima de você...

–Já chega! Se não tem respeito com ele, tenha comigo! - Acredito que já estava vermelha de raiva e ele soltava risinhos de satisfação.

Me virei e andei em passos largos deixando-o.

–//-

–Isso é estranho - falei franzindo o cenho enquanto segurava um bebê de mentira.

–Totalmente - concordou Peter do meu lado.

Estávamos no laboratório de biologia, em frente á mesa do sr. Hutman. O barrigudo segurava uma ficha e anotava algumas informações. O bebê que cuidaríamos era um menino. Suas feições eram bastante reais, como se fosse um bebê de verdade, sua pele, macia como se fosse pele de verdade, mas você podia ver que era látex. Os cabelos eram loiros com fiozinhos espetados para cima.

–Bem, esse será o bebê de vocês - disse sem olhar para nós, ainda com os olhos fixos na ficha - Qual o nome que vocês darão para o loirinho? - perguntou ajeitando seus óculos, empurrando-o com o dedo indicador para cima.

Me virei para encarar o Peter e ele fez o mesmo.

–Nós não tivemos tempos de pensar em um nome - disse ele coçando a cabeça.

Assenti para o sr. Hutman e ele nos encarou, revezando o olhar um para o outro.

–Pois parem de me encarar e pensem em um nome pessoal, preciso disso para hoje!

–An... e se juntássemos os nosso nomes? - sugeriu Peter.

–Penna, Dinner... Pedinner? Não combina. - franzi a testa - Que tal os nosso sobrenomes?

–Master, Baner, Benyer? - olhou-me como se estivesse com medo da minha reação.

–Hum... eu gosto de Master. - olhei para o boneco no meu colo.

–Como... Master Master de Master o Grande - sorriu pra mim.

–Sim - retribui o sorriso.

–Então... Master? - perguntou Hutman impaciente.

Concordamos com a cabeça e ele voltou para a sua ficha.

–Tem piores. - falou com a voz divertida.

–Como... - que tipo de nome iriam colocar em um bebê?

–Como Barbie... Heavy... - balançou a cabeça de um lado pro outro.

–Barbie? - soltei um riso - esse é totalmente um nome de boneca.

–Heavy também é estranho, quero dizer, quem iria colocar o nome do próprio filho de Heavy? - Peter parecia se divertir também

–Pois é, os pais colocaram o nome do filho de Heavy e o sobrenome de Metal.

Nós três começamos a rir e Hutman largou a ficha na em sua mesa.

–Me dê o Master agora, preciso ativá-lo. - entreguei-o a ele e descolando a parte de trás da roupinha, mecheu em alguns botões. - pronto. - disse e derrepente o bebê começou a mecher as mãozinhas. Ele virou-o de barriga pra cima e vi que seus olhos piscavam. Eram castanhos.

Parecia um bebê de verdade. Hutman o entregou ao Peter e ele o pegou sem jeito. Peter começou a piscar os olhos arregalados para o bebê e um risinho saiu do auto-falante - da barriga - .

–Bem, - o professor se virou para me encarar - creio eu que a senhorita ficará com Master, já que a maioria das mulheres tem mais responsabilidades. Aqui está o manual - ele me entregou uma folha ofício. Bebês vem com manuais? – algumas dicas e prevenções, aqui está tudo o que você precisa saber para criá-lo. Ah, mais uma coisa - agora ele olhava para nós dois - nada de banho, nem mesmo o encoste na água, para o bem dos circuitos.

–Enten...dido - falei olhando para a folha. Eu não conseguia ler, meus olhos estavam nela, mas minha mente estava imaginando o que aconteceria nessa semana.

–Parabéns pelo casamento pessoal e pelo lindo filhinho de vocês, podem se retirar.

Certo, estou casada.

Caminhamos fora da sala e Peter ainda olhava para o ''nosso filho'' com os olhos arregalados.

–Ele tem seus olhos - tentei quebrar o silêncio enquanto caminhávamos para as escadas.

–E tem a beleza da mãe - sorriu.

Esse sorriso foi diferente, havia uma alegria de verdade nele.

–Deixa que eu carregue ele - falei estendendo os braços.

–Não, está tudo bem - sorriu mais uma vez mostrando seus dentes - gostei dessa sensação. Pense que estamos saindo da maternidade agora e que você está sem forças para carregar.

–Hum... tudo bem amor. - disse sarcásticamente - Vamos pra casa.

Descemos para o pátio e para a nossa alegria, não éramos os únicos com um bebê no colo. Muitos dos alunos da classe de biologia estavam rindo e zoando com os bonecos, jogando os no alto e atacando como se fossem bolas.

–Acredito que se fossem de verdade, eles não fariam isso. - agarrei o braço dele com minhas mãos e apertei com as cenas de tentativa de homicídio.

Peter era só alguns centímetros mais alto do que eu, ele virou sua cara de lado para me encarar e se aproximou mais de mim a ponto de conseguir sentir o seu cheiro. E ele cheirava muito bem.

–Então... para onde iremos? - perguntou e virei meu olhar para frente.

–Você disse que gostou do bebê... então vamos revezar, nos três primeiros dias na sua casa e depois na minha.

E essa sou eu me aproveitando da situação. Eu não podia ficar com o bebê hoje, nem amanhã, eu tinha planos á noite.

–Fechado. Mas você irá...é... dormir na minha casa... agora que... somos... casado?.

Soltei um riso e disse:

–Essa não é uma boa idéia... Mas eu poderia ficar depois do colégio para cuidar um pouco dele, até chegar a minha vez.

–Certo - disse desapontado - Mas pode ficar lá se quiser, minha mãe é legal. - a esperança tinha voltado a sua voz - podemos ir pra minha agora já que você mencionou, assim lhe apresento a sua sogra.

Rimos novamente juntos e concordei.

–Então vá preparar o nossa bebê no carro que te seguirei. Só vou pegar alguma coisa pra beber. - apontei pra trás em direção ás maquinas.

–Não se preocupe, ele vai estar salvo.

Andei até uma das máquinas de refrigerante e coloquei a nota de um dólar dentro. Ao apertar o botão da pepsi, senti alguém na minha frente, fazendo uma sombra contra o sol quente.

Will, deduzi.

–Qual é o seu caso com aquele garoto? - apontou em direção ao Peter.

–Bem, somos casados e temos um filho, então nem ouse mexer com uma mulher casada.

Me agachei para pegar a latinha e a abri em um clic.

–Oh, eu também sou um homem casado com uma filha - isso soou estranho. Eu nunca imaginaria que essa fala dele me faria sentir isso. - e você sabe qual é o nome dela?

–Barbara? - olhei-o do canto do olho

–As duas mulheres da minha vida se chamam Barbara - disse. Eu sei o que ele tava fazendo, e o pior de tudo, era que ele estava conseguindo.

Não deixe ele te afetar assim, lembre-se que aqui você é Dianna Banister.

–Meu Deus, isso me interessa muito! - iria usar meu lado sarcástico com ele.

–Na verdade, o nome da minha filha não é exatamente Barbara. - continuei olhando para ele com a cara da pessoa que mais queria saber sobre o nome da filha dele - É Barbie.

Cuspi todo o refrigerante da minha boca e comecei a gargalhar. Esse rápido movimento também fez com que eu começasse a tossir. Mas eu não parava de rir, e minha barriga começou a se contrariar. Apertei-a com meu braços e tentei me acalmar.

–Bar...Barbie - comecei a rir de novo

–Estou feliz que ainda a faço rir. - um chamado para eu parar, mas eu não conseguia.

–Isso é ridículo, da onde você tirou isso? - perguntei bebendo um pouco de refrigerante para tentar acalmar a tosse - mesmo sabendo que pioraria - .

–Minha esposa, tipo assim: '' Ah, eu quero que minha filha seja a mais de bonita de todas, quero que ela tenha o nome mais perfeito de todos, Barbara ahaahahahahahahahaha'' - Will começou a imitar uma voz feminina bem fina e o riso. Não me contive outra vez - '' Mas a mãe é perfeita com Barbara, então será Barbie, a perfeitinha ahahahahahahahahahahahah''

–Pare! - pedi gargalhando - Minha barriga está doendo.

Respirei fundo e voltei ao normal.

–Por que não está mais rindo? Você se parece tão com você... tão normal. Linda, com as bochechas coradas.

–Oh pare de confundir a minha mente William Palmer - pensei em voz alta. MERDA! MERDA MERDA MERDA MERDA!

–Eu te confundo? - perguntou sorrindo e com brilho nos olhos - Bom saber.

–Boa sorte com o bebê. - falei e sai imediatamente dali á passos mais que largos.

Pare de aparecer Danna Walker! Eu não preciso de você e de seus sentimentos agora!

Mas eu não estava mentindo, ele realmente ainda mechia comigo. O que eu faço para me livrar dele?


~Peter~


Dirijimos cerca de quinze minutos até chegarmos em casa. Parei o carro bem em frente á caixa de correios e olhei para o banco ao lado, para Master. Se me contassem sobre isso ontem, eu nunca iria acreditar. Eu, Peter Mayer, cuidando de um bebê, com Dianna Banister. Alarguei meu sorriso ao pensar que estava casado com ela agora... Cara! Somos marido e mulher! Eu e a loira que me fisgou desdo primeiro dia! Mas será que isso me trará benefícios? Eu poderia abraçá-la a qualquer hora ou beijá-la?

Certamente não, o pensamente de que o nosso casamento é falso me fez voltar para a realidade. Olhei pelo retrovisor e ela já estava saindo do carro. Peguei meu filho e sai rapidamente chegando ao encontro com ela em frente a porta.

–Você acha que isso é uma boa idéia? - perguntou ela.

–Claro! Confie em mim... a menos que você não queira... Dianna, por favor, não pense que estou te pressionando.

–Não! Muito pelo contrário, é que na última vez que fui conhecer a mãe de algum garoto, não saiu como eu esperava. - colocou as mãos na cintura.

–Relaxa, minha mãe é liberal. - sorri passando-lhe confiança e abri a porta com a chave. Aliás, Master não era pesado.

Entrei para dentro da casa e Dianna me seguiu. As luzes da sala e da cozinha estavam acesas então quer dizer que minha mãe estava em casa.

–Mãe? Cheguei! Estou com um bebê. - Ah, eu preciso pensar antes de falar alguma coisa, isso soou estranho.

Miranda apareceu na porta da cozinha vestida com um avental e segurando uma faca. Seus olhos estavam assustados - apavorados - e redondos como bolas de ping-pong.

–PETER, VOCÊ ENGRAVIDOU UMA MENINA? - Gritou histérica e largou a faca no chão ainda apavorada.

Oh Merda, pelo menos sabia que minha mãe não iria me matar com uma faca.

–Não não não mãe, esse não é um...um...um bebê de verdade, - gaguejei nervoso - é para o...o trabalho de biologia, procriação humana. Calma mãe, calma. - falei suavemente.

Olhei para Dianna que estava do meu lado. Ela parecia se divertir.

–Sra. Mayer, sou Dianna Banister, parceira do trabalho, prazer em conhecê-la - ela se aproximou de minha mãe e apertou sua mão. - Pode ficar tranquila, isso é só um trabalho. - sorriu.

Minha mãe se acalmou um pouco e colocou a mão no coração olhando pra cima.

–Obrigado por não deixar esse garoto fazer alguma besteira. - suspirou e olhou pra mim - o que vocês tem que fazer nesse... trabalho?

–Ficar com esse moleque por uma semana - falei começando a me aproximar, ficando em frente á ela, como Dianna.

–Iremos revezar, ele ficará com ele por três dias e eu os outros três.

–Hum... gostei desse trabalho. Vai mostrar pra esse menino - ela apontou pra mim - o quão responsável tem que ser para criar um filho.

Apertei meus olhos para ela mas ignorou-me.

–Vocês são os pais certo?

–Sim - respondemos juntos

–Tecnicamente falando, somos casados - não perdi a oportunidade de expor a nossa relação.

–Então... nora, vai ficar pro jantar? - e lá vai a minha mãe...

–Na verdade eu não posso ficar muito tempo, tenho algumas coisas pra fazer á noite.

–Talvez em um outro dia? - perguntou

–Talvez amanhã? - E isso sou eu e minha mãe atacando pra cima da garota que estou afim.

–An.... quarta? Sinto muito, eu tenho que ajudar meu avô com seu projeto...

–Que tipo de projeto? - perguntou Miranda

Lancei-lhe mais um olhar de ''Não comece com um questionário''

–Benificiente - falou rapidamente - para ajudar algumas pessoas que não tiveram sorte no passado e estamos criando um futuro melhor para eles.

–Deve ser um grande projeto...

–Já chega mãe - olhei-a tentando fazer com que ela entenda - Vamos subir para arrumar um lugar pro Master?

–Master? Que tipo de nome é esse? Posso vê-lo? - Eu tinha que ter muita paciência com a minha mãe agora, principalmente na frente de Dianna. - Eu nunca imaginei o meu filho segurando um bebê.

Tirei o cobertor do corpo de Master e mostrei-o para ela.

–É a combinação de nossos sobrenomes. Mayer com Banister. - oh, ela sabia ser charmosa.

–Tem seus cabelos. Agora vão, não quero bancar a velha chata - sorriu

Graças a Deus a minha mãe entendeu.

–Vamos - apontei a cabeça para a escada. Ela fez que sim com a cabeça e subi para as escadas em direção ao meu quarto.

Se soubesse que ela viria, eu arrumaria ele... Apertei o interruptor e suspirei esperando alguma reação dela.

–Oh, um furacão passou por aqui? - sua voz estava divertida.

–Posso arrumá-lo agora, segure um pouco Master - eu praticamente o empurrei pra ela e corri pelo quarto pegando as coisas.

Primeiro peguei todas as roupas e cuecas colocando tudo dentro do closet, depois os objetos e coloquei os aleatóriamente nas estantes. Logo após estiquei os lençóis da cama fazedo com que parecessem menos amassados.

–A... entre - falei timidamente

–Peter, você acabou de me impressionar com o seu fast-clean. - ela entrou e olhou ao redor.

–Onde você acha que o bebê deve dormir?

–Bem... você tem alguma cesta ou alguma coisa oval? - perguntou.

–Não, mas eu tenho um caixote de papelão velho - caminhei até dentro do closet e tirei uma caixa retangular.

Quando voltei, parei no caminho olhando-a carregar o bebê. Tenho certeza que seria uma boa mãe. Uma linda mãe.

–Aqui - mostrei para ela - eu acho que cabe. - cocei a cabeça

–Cabe, agora é só pegar alguns panos ou cobertores para cobrir essa caixa.

Andei novamente para o closet e no armário de cima, revirei os lençóis. Aquilo estava realmente bem bagunçado. Avistei um pano azul e tirei-o do meio do tsunami. Era uma pequena manta quadriculada de mais ou menos um metro e meio, eu o usava quando era criança. Não iria para nenhum lugar sem ele.

Voltei para o quarto e fiz uma caminha dentro do caixote. Agora ele seria do meu filho, quem diria!

Dianna colocou Master no caixote e o coloquei em cima da cama, ao lado do meu travesseiro.

–Primeiro dever feito - murmurou - terá problemas para alimentá-lo? ou trocá-lo...?

–Sim, mas minha mãe pode me ajudar, ou posso me virar - disse olhando diretamente para os seus olhos.

Estávamos sozinhos... no meu quarto... sentados na minha cama...

Ela estava encarando o meu violão, que estava em pé em um canto.

–Já tocou? - perguntei para interromper meus pensamentos.

–Não... - virou para me olhar, mas não tinha percebido que meu rosto estava muito próximo do seu - me conte sobre a banda, como você soube que queria cantar? - Dianna recuou um pouco para o lado sem tirar os olhos de mim.

–Quando eu tinha oito anos, ganhei um violão em uma competição de refrigerante no parque - olhei para o chão me lembrando - e me apaixonei por ele no momento em que o toquei.

Sem pensar, me levantei para pegá-lo.

–Comprei esse pouco depois que aprendi a tocar - coloquei a alça sobre a minha cabeça e deslizei o dedo indicador nas seis cordas - quando estou com ele, eu sei que estou em paz. - esse era um momento íntimo, entre mim e o violão, que nunca tinha deixado ninguém ver e nunca tinha dito pra ninguém.

–Tem alguma música sua? - Dianna colocou os dois braços atrás e se apoiou neles relaxada.

–Eu e a banda compomos músicas, e fizemos um demo. - continuei a escorregar os dedos nas cordas.

–Mas e suas próprias? Você não tem alguma que compôs sozinho?

–Ah... tenho. Mas nunca cantei elas pra alguém.

–Isso me tornaria a primeira? Posso ouvir? - se fosse alguém conhecido, até mesmo pra banda, eu negaria. Mas era ela.

–Posso tentar. - alcancei o caderno de composições e folheei as páginas procurando uma música pronta. Minhas anotações eram confusas e bagunçadas, só eu poderia entender.

A música que estava compondo para ela ainda não estava pronta. Então escolhi uma sobre um possível final feliz. Comecei a fazer a introdução começando pelo ré maior e o fá menor.

Meu coração estava batendo rapidamente, mas eu não iria amarelar na frente dela. Eu queria conquistá-la, foi o que ela disse no primeiro dia.

''There was a couple
they meet each other
in the middle of the nowhere''

''And there was firework in their eyes
And they start to losing their minds''

''Everything happened so fast,
they just know that the destiny
was singing alone and happy
with an open heart''

Refrão.

''Everybody deserves a happy endinging
even if the future start to complicate,
everything will work if they still together
and fight for that moment
play with fire and putting the love in dangerous
is an obstacle to the end

Life is easy to live
you just has to live it fairly and right
cause everything will work if they still together
and fight for that moment
play with fire and putting the love in dangerous
is an obstacle to the end''

''It's hard to say which is the right way
but being one beside the other
the enemy loses strength.''

''Money and Power isn't worth a love game
they have no value and destroy what has''

[Refrão]

''They fought and didn't give up
they joined forces
They believe that one day they would be doing
festivals wedding
living in a garden full of flowers
and growing old together
Seeing your children grow and his grandchildren running''

''cause everything will work if they still together
and fight for that moment
play with fire and putting the love in dangerous
is an obstacle to the end''

A música era acústica mas continha tons fortes. Quando terminei olhei diretamente para Dianna esperando a reação. Mas ela estava pálida.

Minha música é tão ruim assim?

–Olha, eu sei que não é grande coisa mas...

–Eu gostei - interrompeu ainda com os olhos abertos olhando pra mim. - é maravilhosa.

O quê? Ela gostou?

–Você realmente gostou? - perguntei com dúvidas

–Sim, da onde tirou a inspiração? - piscou várias vezes.

–Minhas inspirações vem do nada, ás vezes quando estou pensando ou fazendo algo... Essa música expressa o quão difícil pode ser para ficar junto com uma pessoa,- como você comigo – mas estando juntas, a vida pode parecer menos injusta, tendo um final feliz... é isso.

–Qual o nome dessa música?

Obstacle to the end. - dei-lhe meio sorriso.

Dianna parecia pensativa.

–Por que todos implicam com você? O que houve nesse último ano? - ela era a última pessoa que eu esperasse ouvir isso. Mas não estava surpreso, quando alguém se aproxima de Peter Mayer, tem que saber dos podres que ele já fez.

–O que você quer dizer com implicar comigo? - passei a alça pela minha cabeça e segurei o violão em pé.

–Seu irmão, Phillip veio falar comigo hoje. Algo como ''Peter é um mulherengo daqueles e come quem ele vê pela frente , ele deseja você desesperadamente nua na cama dele e ele em cima de você...'' - Abafou a voz imitando uma voz de homem

Senti a fúria surgir em mim e apertei os punhos. Aquele filho da puta vai se ver comigo.

–Ele não é meu irmão, não temos o mesmo sangue, e eu não acredito que ele disse isso - falei fervendo - daqui a pouco vou dar uma passadinha na casa daquele desgraçado para termos uma festinha do pijama. Você acreditou nele? - tentei falar calmamente

–Primeiro, você não vai lá, tem um bebê pra cuidar e segundo, você acha que eu sou boba e estaria aqui se tivesse acreditado?

Seus olhos brilhavam na luz, eram como duas esmeraldas. Seus traços do rosto eram perfeitos, suas bochechas eram rosadas e seus lábios... eu queria beijá-la.

–Peter, você arrumou seu quarto? - E essa era a dona minha mãe interrompendo. - Isso é um milagre.

–Bem, já arrumamos uma cama para o bebê, então... te vejo amanhã? - a sensação de raiva estava vindo novamente e se não tivesse uma garota aqui, eu sinceramente bateria com a porta na cara da minha mãe.

–Claro - falei sem vontade.

Acompanhei-a até a porta e antes de ir, minha mãe veio de novo interferir.

–Tchau querida, espero que venha mais vezes, parece que você é a única pessoa que consegue dar um jeito nele. - apontou para mim com o dedão.

–Foi bom conhecê-la sra. Mayer.

–Miranda por favor - sorriu.

Minha mãe dando intimidade para uma garota que eu levei pra casa. Nada bom.

Ela se retirou e ficamos sozinhos novamente.

–Obrigado por ter tocado a música.

–Eu gostei de tocá-la pra você. E por favor, ignore o Phillip, ele vem me torturando há muito tempo.

–Não fui com a cara dele mesmo. Tchau.

Dianna andou dois passos para a frente mas segurei em seu braço.

–Posso dar um abraço na minha esposa? - o cara aqui tem que tentar né?

–Como eu poderia negar algo tão carinhoso para o meu esposo? - ela veio a mim e colocou os dois braços em volta do meu pescoço. Envolvi a sua cintura e aproveitei o máximo desses cinco segundos.

Sentindo sua pele macia do rosto, o cheiro de seus cabelos, suas roupas e ela colada em mim. Quando se afastou, foi em direção ao carro.

–Tenha cuidado! - gritei

–Eu sempre tomo - e se foi.

Eu sabia que ela ia tomar. E também sabia que estava me apaixonando por ela.


~Will~


Passei a tarde inteira tolerando aquela líder de torcida insuportável. Ela tagalerava sem parar sobre o futuro que esperava de Barbie. Ela sabia que ficaríamos só uma semana com ele? E que era realmente um boneco?

Se não fosse pela Danna, eu sairia dessa na mesma hora.

A idéia era ficar mais perto dela e descobrir a verdade. Mantendo ela perto de mim, evitaria que ela fizesse mais algum mal. Na primeira destruição, o prejuízo foi de cerca dois bilhões de dólares, que caiu em minha conta. Demoraria anos para construir uma base nova, sendo que essa era a maior delas. Mas isso era a menor das minhas preocupações.

Queria saber sobre como aprendeu a fazer as coisas que ela fazia, as lutas... os golpes profissionais... alguém estava por trás, alguém que a conhecia talvez. Não era difícil achar seu ponto fraco, pois nem tudo havia mudado. Uma parte da antiga Danna ainda existia e era nessa parte que eu pretendia atingir.

Sabia onde ela morava, sabia o que fazia pela manhã, agora tinha que descobrir o que fazia á tarde e á noite. Uma câmera foi instalada em frente a sua casa, monitorando a saída e entrada de pessoas. Eu realmente estava a perseguindo.

Era noite, e estava sentado em uma espreguiçadeira de madeira em frente á piscina no terraço. Apenas as luzes da lateral estavam ligadas, fazendo com que a água refletisse. O celular tocou derrepente e apareceu na tela o nome de uma pessoa inesperada.

–Olá Will - disse

–O que você quer?

–Isso não são modos para tratar seu pai. Que tal um como vai?

–Diga.

Suspirou e senti que estava impaciente.

–Volte para Nova Iorque, eu não lhe dei permissão para deixar as coisas aqui e se meter em problemas.

–Você não manda em mim - ri sarcásticamente - e eu não vou voltar, você nem sabe o que estou fazendo aqui.

–Eu sei que há inimigos aí. Apenas pare de procurar por essa pobre menina que está morta e volte para cá imediatamente.

–Eu tenho pena de você. - cuspi no chão. Eu não tinha contado sobre Danna há ninguém - eles são seus inimigos, não meus. Agora se me dá licença, preciso desligar...

–Cuidado filho, você ainda tem meu sangue. É o seguinte: se você não voltar em um mês, eu irei pessoalmente te buscar, arruinando com todos os seus planos.

–Você não me intimida fazendo esse ultimato. - bebi mais um gole da cerveja.

–Meu último aviso. Você é valioso demais para morrer filho. - e desligou.

Isso não é uma coisa boa. Um mês?

Eu tinha que correr com o plano, e daqui há um mês será o hallowen, o meu dia favorito do ano.




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Notas finais do capítulo

Vixiiii, o que que o Will vai fazer?? E a Danna? Só nos próximos caps ;)



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