3ª Temp.: 7º ano – Capítulo 3 – Ajudando o inimigo.

Katherine corria pelos corredores de Hogwarts com vontade de bater a própria cabeça na parede. Estava atrasada no primeiro dia de aula. Como conseguiu? Era aula de Transfiguração, McGonagall ia a comer viva de raiva.

Ela correu pelos corredores como um foguete. O corredor estava vazio e só podia ser ouvido o barulho de seus livros batendo e seus passos apressados. Quando parou a frente da sala, viu que ela não estava lá. Nem em forma humana nem como animaga.

Ela agradeceu a Merlin mil vezes mentalmente e foi se sentar ao lado de Sirius que a recebeu sorrindo. Todos a olhavam como se tivesse 5 cabeças. Ninguém tinha digerido a ideia de Sirius Black namorando.

– Por que se atrasou? – sussurrou quando viu McGonagall entrar, meio afobada pela porta da sala.

– Dormi demais – sussurrou de volta.

– Bem vindos alunos! – disse McGonagall com a expressão severa de sempre – Desculpem o atraso, eu tive de ir á sala d Dumbledore – se desculpo formalmente - Hoje é o começo da matéria de Transfiguração do 7º ano. Esse ano será severo, quero que se empenhem ao máximo. Como todos vocês sabem, esse ano tem N.I.E.Ms e não será fácil. Essa prova irá garantir seu futuro, e eu quero nota máxima na minha e em todas as matérias – passou os olhos pela sala – Abram o livro da página 343.

O barulho de páginas virando tomou a sala silenciosa. Katherine começou a prestar atenção na aula, mas sua atenção foi tomada por uma bolinha de pergaminho que caiu em sua mesa. Abriu e viu uma letra repuxada:

“Preciso falar com você. Me espere fora da sala de Feitiços no 3º horário.

Marlenne M.”

Katherine abriu um pouco a boca, meio incrédula. Ela tinha a cara de pau de querer ‘conversar’ com Kath depois de tudo?

Katherine ficou tensa. Ela estava namorando com Sirius, oficialmente. Ela tentaria algo? Ela estava namorando com Luis, e pelo que parece, não era mais a vadia da escola. Esses eram os boatos que Katherine tinha ouvido em seu dormitório com Sarah, Alice e Lílian.

As aulas seguintes se passaram tranquilamente até que a aula de Feitiços acabou. Kath deu um jeito de despistar os Marotos e esperou no corredor até ficar vazio.

Quando Marlenne apareceu Katherine teve a impressão de que nada mudou. Ela continuava com a saia apertada, a maquiagem meio pesada e o salto, a única diferença era, talvez, a blusa bem larga que quase cobria a saia.

– Stevens – cumprimentou ao se aproximar. Ela estava diferente, estava mesmo. Suas sobrancelhas estavam unidas de preocupação. Ela estava assim desde a aula em que Kath recebeu a bolinha de pergaminho.

– McKinnon – devolveu o cumprimento.

– Podemos ir até uma sala vazia? – perguntou séria e Katherine assentiu. As duas seguiram até a sala mais próxima.

– Então, sobre o que você quer conversar? – Katherine foi direta, colocando seus livros no chão.

McKinnon respirou fundo e assustou Katherine ao começar a chorar. Ela se jogou no chão, ajoelhada e soluçando fortemente. Katherine se agachou também e a abraçou, tentando a reconfortar.

Odiava ver pessoas chorando. Mesmo que fosse a McKinnon.

Depois de alguns minutos em que McKinnon chorou, ela secou as lágrimas com as costas das mãos e olhou para Katherine.

– Aconteceu quase no final das férias – disse numa voz fraquinha – Foi impensado. Não era pra ter acontecido, mas na hora eu nem percebi... Eu estou desesperada, Katherine. Eu não sei o que fazer. Sei que já fiz muitas coisas ruins com você, mas, por favor, me ajuda.

Katherine estava assustada. O que aconteceu de tão grave para a McKinnon pedir desculpas e ajudas, logo a ela?

– O que foi Marlenne? – ela disse seu nome sem nem perceber.

– Eu... – Marlenne recomeçou a chorar – Eu estou grávida, Katherine.

Katherine teria caído pra trás se já não estivesse no chão. McKinnon estava grávida? De quem? De Luis? Sua família sabia? Por que pedira ajuda para ela? Ela ajudaria ou seria uma ressentida pelo que ela fizera no passado? Eram tantas perguntas rondando sua cabeça.

– E-eu não planejei, eu e o L-Luis fizemos sem proteção. – Katherine não sabia se ficava aliviada de o pai ser o Luis ou preocupada com o futuro dele. Ela o considerava um irmão.

– Ele já sabe? – disse Kath tentando manter os pensamentos em ordem e ficar calma. Marlenne balançou a cabeça furiosamente fazendo lágrimas voarem pros lados.

– Ninguém sabe. E-eu não s-sei em quem confiar e só t-tive você de opção. – disse, ela se sentou e levantou a blusa larga mostrando seu ventre. Ele já estava meio inchado, bem pouco, mas se olhassem bem atentamente dava pra perceber que os lados estão mais inchados que o normal para sua barriga sarada. – E-eu estou com 1 mês e meio.

Katherine afagou a barriga dela, com os olhos brilhando. Seu sonho era ter um filho.

– Eu vou te ajudar, Marlenne. Pode contar comigo – sorriu para a outra morena e ela retribuiu, secando o resto das lágrimas.

Ela estava ajudando o inimigo, no final de contas. Mas era um motivo grande e que valia a pena.

~*~

Sirius olhava Katherine, boquiaberto.

– Ela está mesmo grá... – ele começou mas foi cortado por Katherine.

– Não vamos falar disso aqui, vai que alguém ouve? – disse quase em um sussurro – Mas sim, ela está. Não conta pra ninguém, nem mesmo pro Pontas.

– Você vai guardar um segredo dele? – perguntou Sirius, com a sobrancelha levantada.

– Não, vou segurar ao máximo. – suspirou com um sorrisinho – não consigo esconder nada daquele curioso.

Sirius riu. Ele aproximou o rosto e roçou seus lábios no dela, Kath sorriu sem mostrar os dentes e colocou suas mãos em seus ombros o trazendo pra frente. Antes que eles realmente se beijarem, ouviram um pigarro, que aos ouvidos de Katherine, era fresco.

– Então é verdade? – disse uma morena que usava um quilo de maquiagem – Vocês estão namorando?

– Sim – disse Katherine brutalmente, as bochechas coradas de raiva – Estamos namorando! Algum problema? Não? Ótimo. Agora sai por que eu vou beijar o meu namorado. – sorriu sarcástica.

A morena fez um “Humpft!” e lançou a Sirius um olhar malicioso, e ao ver que ele não correspondeu saiu indignada.

– Ciúmes? – disse no ouvido de Kath.

– Nunca! – respondeu, agora corando de vergonha – Você vai ter que dar um jeito nessas oferecidas.

Ele riu em seu ouvido.

– Claro que você não está com ciúmes – disse ironicamente e Kath deu um leve empurrão em sue ombro. – Vamos subir. James, Remo e Pedro estão no dormitório.

E juntos foram para o dormitório masculino, numa das comuns reunião dos Marotos, onde eles conversavam e esqueciam, por alguns minutos que acontecia uma guerra fora dos portões de Hogwarts.