3ª Temp.: 7º ano – Capítulo 1 – O Aviso do Chapéu Seletor

– KATHERINE - berrou Joyce, correndo pela plataforma – A CORUJA.

– DÁ AQUI – berrou Kath da janela, estendendo os braços. Joyce apresou um pouco o passo e logo a gaiola estava nas mãos de Katherine – TCHAU!

Joyce sorriu totalmente ofegante e Eduardo e Josh acenavam de trás e a locomotiva foi se distanciando, até fazer a curva e a plataforma sumir por completo. Katherine colocou o corpo todo pra dentro da cabine e trouxe a gaiola junto. Suspirou e deu o dedo para Rustie,, que mordeu carinhosamente. – Hei amiga. Quase que você não vem, hein? – deu uma risadinha enquanto Sirius passava os braços por seus ombros.

Estavam oficialmente namorando! Fora um choque e tanto para todos quando resolveram contar a grande novidade para a família...

Eles entraram na casa dos Stevens molhados e abraçados um ao outro. As marcas das lágrimas de Katherine já não eram mais vistas, pois se misturaram as gotas grossas da chuva que caia incessantemente. Joyce, atraída pelo som da porta batendo, colocou a cabeça na porta e tomou uma expressão preocupada.

– Onde estavam? Não estavam na casa do Sirius? Vão adoecer desse jeito! – ela apontou a varinha para a roupa dos dois e vapor começou a sair das mesmas – Vem, vou preparar um chocolate quente para vocês.

Ela não havia reparado no braço de Sirius pelos ombros de Katherine, e a mesma enlaçava sua cintura.

No caminho á cozinha, Katherine sentiu Sirius meio tenso.

– O que foi? – perguntou risonha.

– Seu pai está em casa? – perguntou com uma voz rouca e tremula. Katherine soltou uma risadinha nasalada.

– Com medo do que? Não somos nada. – fez uma insinuação bem direta. Ele a olhou por alguns minutos e não disse nada, só continuou seguindo pelo corredor. Foi à vez de Katherine ficar tensa.

Quando estavam quase na cozinha, ela olhou pela fresta da porta. Seu pai estava lá, mas não só ele. Estava todo mundo. Lílian, James, Dorcas, Remo, Pedro, Eduardo, Josh, Joyce, Sarah Potter e a Sarah de Hogwarts com seu namorado, Amos Diggory.

Ela tentou se soltar de Sirius, mas o mesmo a segurou nos braços.

– Vamos oficializar, você não tava querendo isso? – murmurou em seu ouvido sorrindo marotamente. Katherine sentiu um arrepio e um sorriso bobo surgiu em seu rosto ao mesmo tempo que ficava completamente tensa e sua boca ficava seca.

Entraram na cozinha e todos os olhares foram parar nos dois, mas precisamente nos braços de Sirius em sua cintura possessivamente. Um silêncio recaiu sobre o recinto e Kath já estava roxa de tanto corar.

– Então... Hum...Como foi lá? – disse Lílian dando um passo na conversa.

– Você sabe... A mãe do Sirius não é uma pessoa que se considere animada e amigável, então, foi basicamente discutir e ser chutada de lá – Katherine disse tentando manter uma voz neutra pra não mostrar mais do que precisava. Todos riram e Katherine ficou um pouco mais aliviada por ninguém perguntar sobre os dois.

– Kath – disse Josh, sorrindo inocentemente. E desse sorriso Katherine sabia que não viria boa coisa – Quando você ia contar que ta namorando com o Sirius?

Katherine sentiu vontade de matar o seu irmão. Todos olharam para eles como se tivessem nascendo cabeças em seus ombros.

– Ainda não estamos namorando – disse Sirius calmamente, mas algo em Katherine sabia que ele não estava se sentindo assim no momento – Eu ia pedir oficialmente daqui a pouco.

Os queixos de todos caíram. Sirius Black, namorando? Até para Katherine parecia meio ilógico.

– O QUÊ? – gritaram Eduardo, Josh e James ao mesmo tempo. – Sirius, me acompanhe até meu escritório – continuou Eduardo e Sirius se soltou de Kath, seguindo o patriarca juntamente com James e Josh, e Amos, que só seguiu por não saber o que fazer.

– Pelas Barbas de Merlin – exclamou Katherine exasperada – eles vão matar o Sirius! MEU PAI NÃO TEM NEM ESCRITÓRIO!

As meninas riram de Katherine e se aproximaram.

– Desde quando?

– Por que você não me contou?

– Ele é romântico ou te trata como as outras?

– Como foi o pedido?

– Ele já te deu algum presente?

E assim as perguntas foram embaralhando a cabeça de Katherine, ao mesmo tempo em que ela respondia ocultando o máximo os fatos que aconteceram na casa dos Black naquele mesmo dia, a conversa ia ficando cada vez mais animada quando a porta da cozinha de abre em um estrondo e Eduardo, numa pose dramática e braços abertos, mãos aberta uma atrás e outra na frente gritou:

– MEU BEBE ESTA NAMORANDO. – berrou numa voz melancólica –DAQUI A POUCO ELA VAI TER FILHOS E EU VOU SER CONSIDERADO UM VELHO VOVOZINHO QUE TEM QUE PAGAR UM MEDI BRUXO PRA ME DAR SOPA.

Todos riram e conforme James, Amos e Josh iam saindo, Katherine ficava mais tensa. Eles teriam matado Sirius? Mas logo ele saiu, intacto, e lançando a Katherine um olhar maroto e um sorriso de tudo bem.

Katherine suspirou aliviada e pulando no pescoço do amado, ainda escutando seu pai reclamar sobre no futuro ela não criar os netos ingratos que não lhe dariam sopa e muito menos pagariam o medi bruxo.

Katherine saiu de suas lembranças ao sentir a bochecha que estava grudada na janela se arrastar fazendo aquele barulho irritante.

James riu.

– nossa, Bolinha, que cara de bocó – disse risonho enquanto Kath fechava a cara.

– Cala boca seu veado – disse Kath e foi a vez de Sirius gargalhar. Remo estava na cabine dos monitores, assim como Lílian e Pedro estava perseguindo a tia dos doces.

– Olha, o pulguento se acha no direito de rir – disse James, desdenhoso – passou shampoo pra pulgas, é?

– Pelo menos tem como eu me livrar das pulgas, os chifres você vai ter pra sempre – disse Sirius enquanto comia uma varinha de alcaçuz.

– Você podia dormir sem essa, Pontas – disse Katherine comendo seu sapo de chocolate – Olha, a Morgana! Eu tenho umas 20 dessas.

– Me falta Merlin e Dumbledore – disse Sirius, pesarosamente. Kath e James o encararam como se faltasse sua cabeça.

– Dumbledore? – disse James incrédulo – quem, Pelas barbas de mérlin, não tem Dumbledore?

– Eu comi o meu sem querer, tá legal? – Sirius se defendeu – Não foi minha culpa.

Kath e James explodiram em risadas enquanto Remo colocava a cabeça pra dentro da cabine e Lily passava atrás dele.

– Se vistam, já estamos chegando – ele sorriu e saiu.

Katherine expulsou James e Sirius da cabine e se trocou, colocando seu uniforme rapidamente. Esperou alguns minutos e logo eles estavam lá também, com seu uniforme relaxado de sempre. O maquinista disse a mesma frase de sempre e logo eles estavam desembarcando.

Rapidamente eles foram para as carruagens que eram puxadas magicamente, e se acomodaram.

– Eu ainda não acredito que é meu ultimo ano em Hogwarts – Katherine suspirou olhando para o magnífico castelo.

– E esse ano tem N.I.E.Ms – comentou Lily – eu vou surtar!

– Esse ano vai ser o ano das mudanças – disse James dando um breve olhar em Lily – Sirius namorando já é uma mudança e tanto, imagine o resto?

Eles riram.

– Eu só sei que quero me divertir – disse Kath dando um sorriso maroto que foi retribuído pelos 3 meninos . Lilian suspirou.

– Se até o Remo deu esse sorriso é por que vocês vão dar dor de cabeça – eles riram novamente.

Katherine não pode deixar de notar a proximidade de James e Lílian. Os braços deles estavam se roçando e o dedo mindinho da ruiva estava sobre os dedos do moreno, como se fossem dar as mãos a qualquer momento e nenhum dos dois pareceu perceber isso.

Ah sim, aquele ano seria de grandes mudanças.

~*~

A Profª McGonagall colocou o chapéu seletor em cima do banquinho como todo ano, e rasgos apareceram no mesmo, formando uma boca. Ninguém ficou totalmente atento por estarem acostumados, mas quando o mesmo começou a cantar, todos ficaram curiosos.

De tudo sei e de tudo posso saber,

Minha tarefa e simples e importante,

Os quatro fundadores me escolheram para a nobre tarefa

De separar os alunos de seus diferentes.

Mas nesses tempos de guerra que se aproximam,

Criem laços de amizade e companheirismo

Pois nada é mais forte que o amor e a amizade.

Grifinória destaca-se pela coragem, protejam-se e ao seu próximo também,

Lufa-Lufa por seu coração bom, ajudai o próximo e dedicai-vos á todos,

Sonserina pela astúcia, a usai como arma para o bem e caminho para a segurança,

Corvinal pela inteligência, criai bons planos para o futuro e táticas para um mundo melhor.

Tempos de guerra se aproximam, devemos nos preparar,

Minha nobre tarefa de vos encaminhar não será completa

Se sua mente também não guiar.

Sou o chapéu seletor, e para sua casa de Hogwarts irei lhe trilhar.

O salão estava em silêncio completo até que explodiu em murmúrios excitados e assustados.

– O chapéu dá avisos? – perguntou Katherine a ninguém em especifico.

– Nunca tinha visto – disse Sirius.

– Eu já li sobre isso – disse Lílian – ele acha que é seu direito avisar e precaver os estudantes quando estamos em perigo. É algo dele desde que foi criado.

A seleção havia começado e de pouquinho em pouquinho, os alunos primeiranistas foram se dissipando para a mesa de sua nova morada.

– Fawcett, Helena – disse McGonagall e uma menina de cabelos loiros se sentou no banquinho. Nem precisava do chapéu, só sua postura ereta e nariz empinado já mostravam de que casa ela seria. – SONSERINA!

A mesa verde e prata aplaudiu cordialmente, sem mostrar animação nenhuma. Katherine se perguntava como eles conseguiam ser tão sem emoções. Dumbledore se levantou, causando silencio imediato. Ele abriu os braços como se pudesse abraçar a todos de uma vez.

– Bem vindo novos alunos e bom retorno aos antigos – sorriu grandiosamente. – Antes de nos deliciarmos nesse grandioso banquete, tenho de lhe passar um aviso – sua face ficou séria, muito séria – Todos nós sabemos que á um grande bruxo das trevas a solta. Muitos, agora, temem o nome dele, e sabemos que ele esta cada dia mais poderoso e mais maligno. – o silêncio no grande salão era intenso – Peço que, assim como o chapéu os instruiu, que façam a escolha certa. Ouçam seu coração e fiquem na luz, nada nas trevas lhe fará subir na vida ou lhe trará triunfo – deu uma longa olhada por todo o salão por trás de seus oclinhos meia-lua – Tempos de guerra se aproximam e essa é a hora de escolher que lado vocês estão. Sigam seu coração, a verdade e a bondade estão escondidas nele. – sorriu para todos – Devo lembrar aos antigos e novos alunos que a Floresta Negra é terminantemente proibida – seu olhar parou nos Marotos - O Sr. Filch pediu para avisar que é proibido fazer magia nos corredores e que qualquer produto de logros da Zonko’s será confiscado. Aproveitem desse delicioso banquete.

E quando se sentou a comida apareceu magicamente nos pratos em todas as mesas, a conversa aos poucos foi aumentando de volume ficando barulhenta como sempre foi.

– Se Dumbledore deu esse discurso, é que esse bruxo das trevas é realmente maligno – comentou Dorcas, ao lado de Remo.

– Você não lê o Profeta Diário? – disse Katherine, colocando arroz em seu prato – Trouxas sendo mortos por bruxos das trevas, Vilas sendo destruídas, nascidos-trouxas torturados. Está um caos o mundo bruxo! Esta cada dia mais perigoso andar por ai à noite – exclamou.

Todos ficaram quietos comendo calmamente, cada um com seus pensamentos.

– Vou virar auror – disse James, depois de um tempo – vou combater esses desgraçados.

– Eu também – concordaram Sirius, Kath, Lílian, Remo e Dorcas. Sorriram um para o outro.

Logo eles começaram a brincar e a dar risadas como todo ano.

Lílian sentiu um olhar queimar em sua nuca e olhou em volta e encontrou seu ex-melhor amigo, Severo Snape a olhando fixamente. Ele sustentou o olhar por alguns segundos e logo desviou. Ela virou e suspirou.

Ele havia seguido o caminho das trevas, os destinos de cada um estavam traçados. Qualquer laço que tinham um com o outro fora duramente quebrado e Lílian não sabia mais em quem confiar. Olhou para todos que estavam ali, rindo e brincando e seu olhar parou em um moreno de cabelos arrepiados, que tacava tortinhas de abóbora na cara de Sirius, sentindo seu estomago dar cambalhotas.

Talvez os novos tempos não sejam tão sombrios assim. Pensou com um sorrisinho discreto.