Amor À Toda Prova escrita por Mereço Um Castelo


Capítulo 54
Capítulo 54 - Traidores


Notas iniciais do capítulo

Peço que por favor leiam o rodapé



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Jasper estava sentando na sala, olhando o jornal sem ler exatamente nada do que estava escrito ali. Ele estava entediado e tentava achar um bom motivo para voltar atrás com o pedido de Nettie. Mas, infelizmente, nada que lhe vinha em mente parecia bom o bastante. Sem contar que ele não queria que vissem o ato como um desrespeito a memória de sua amada esposa. Era como estar em uma situação sem saída, mas totalmente desconfortante.




Já era amanhã de sábado, mas ele não estava nenhum pouco inclinado a trabalhar naquele dia, então ligou a sua secretária e disse que não iria. Mesmo que por um momento ele tivesse pensado em usar a desculpa do trabalho, e de eventuais horas extras, como uma desculpa para fugir do evento, desistiu em alguns minutos por prever que não iria funcionar. Afinal, pensando bem, quando tentou fugir de Nettie da última vez, ela o havia pego em cheio e a empresa seria o primeiro lugar onde ela o caçaria.




Fazendo um longo panorama mental, ele percebia que os últimos dias vinham transcorrendo bem mais calmos. Alice estava ajudando Alec com a tarefa, o fazendo estudar mais alguns pontos onde estava com dificuldade, e Jane, por outro lado, com seu computador restituído, não havia aprontado nada contra a babá.




Mas, por outro lado, a paz não reinava plenamente e Lucy já fazia uns bons dias que não dava as caras por ali. Jasper pensou em ligar para a irmã e tentar conversar, mostrar o como ela estava errada e ele era inocente. Mas Edward havia dito que era melhor esperar o tempo de Lucy, e Jasper sabia que ele tinha razão ao dizer isso. Afinal, se Lucy não chegasse a conclusão de que estava errada por si só, nada a faria voltar atrás.



“Tempo” era essa a chave principal das coisas quando se tratava de Lucy, mas Jasper já estava ficando sem ele. Naquela altura dos acontecimentos, em pleno sábado, ele sabia que se não fizesse nada, a irmã o odiaria eternamente por ele ir ao tal evento com Nettie. E, por outro lado, o odiaria eternamente também se ele não fosse, alegando que ele estava ignorando a memória de Maria. De qualquer forma ele estava perdido.




Jasper bufou de frustração, desistindo o jornal e o dobrando de qualquer jeito para deixá-lo em cima do sofá. Quando iria levantar dali, seu celular tocou. Sem vontade alguma, ele pegou o aparelho, esperando que fosse Nettie, Edward ou na mais remota das hipóteses, Lucy. Porém ele ficou surpreso ao ver que não era nenhum dos três e sim seu amigo Royce.




– Nossa, lembrou meu número, né? – ele atendeu brincalhão.




– Sabe, o meu também continua sendo o mesmo – ele respondeu no mesmo tom de brincadeira.




– Ponto pra você! – eles riram após essa. – Mas, então, e aí? – ele não sabia exatamente o que perguntar, na verdade não fazia ideia de o porque o amigo estava ligando, mas se ele o convidasse para qualquer coisa naquela noite ele iria sem pensar duas vezes.




– Bem, na verdade, você por um acaso está ocupado agora Jasper? – Royce perguntou sem graça, não sabendo como exatamente chegar ao ponto em que precisava




– Ocupado? Não, por quê?




– É que eu precisava conversar um assunto sério com você, Jasper. Mas é algo que não dá para se fazer ao telefone...




– Sério o tipo “você matou alguém e quer uma casa para se esconder”? – ele brincou, se corrigindo em seguida. – Ah não, você é polícia, não corre esse risco, não é?




E embora Jasper estivesse soando brincalhão, ele percebeu que Royce permanecia sério do outro lado da linha. Logo ele concluiu que isso era realmente um assunto delicado e se chutou mentalmente pela piada.




– Desculpe...acho que... Bem, eu estou um pouco nervoso e falando muita besteira, me desculpe mesmo.




– Sem problemas, Jasper. Mas... eu posso ir até onde você está para conversarmos?




– Pode sim, eu estou em casa.




– Certo, eu estou indo para aí, ok? Chego em alguns minutos.




– Ok, estarei a sua espera e... não corra porque isso da multa e... desculpe, de novo.




– Está cheio de graça mesmo, não? – ele riu sutilmente dessa vez. – Mas eu respeitarei os limites de velocidade de qualquer forma. Te vejo em uns minutos, até mais.




* * * * *




E aquela semana parecia estar se arrastando para Nettie, que tinha tantos planos como a maquiagem, o cabelo, a roupa e tudo mais que ela e Lucy iriam usar. Mas, é claro, a amiga a estava evitando ferrenhamente, já que para ela a semana parecia voar sem controle. Ela não acreditava de forma alguma que o que a amiga de Jane havia falado iria se concretizar.




Tudo bem que quando ela se pegava pensando em Heide a achava uma coisinha tão fofa que até pensava na possibilidade de ser mãe algum dia, mas ao lembrar da própria sobrinha – algo mais fácil de se acontecer, pois era da família – ela apagava toda a ideia insana de outrora. Sem contar que havia outro problema ali: ela não tinha um namorado sério desde a faculdade, quando havia terminado com Riley por simplesmente achar que ele não era o cara certo.




Quando ela se pegou pensando naquela lembrança do ex, logo os atributos dele vieram em mente “bem, Riley era fofo, tinha uma carreira promissora, mas porque terminamos mesmo?”, ela se pegou pensativa e no segundo seguinte já estava com os pés na própria mesa e a cadeira encostada na parede. Sua mãe odiava a mania que ela tinha de fazer isso, aliás, mania não só dela, pois o irmão era igualzinho... Ela até dizia que um dia teria uma sala só para fazer isso sem ser repreendida.




Alguns minutos depois uma luz de lembrança atingiram-na em cheio e ela se lembrou que havia sido ela mesma quem tinha dispensado o pobre Riley Byers. “Ah...certo, ele planejava me pedir em casamento e queria que eu me mudasse com ele para Washington porque ia trabalhar para o presidente... Sabe, eu fui uma vaquinha, hein?”, ela se auto repreendia em pensamentos.




Há tempos sabia que não teve muitas atitudes consideradas louváveis ao decorrer de sua vida. Maria sempre sabia apontá-las sutilmente, tentando fazê-la melhorar suas decisões e não magoar as pessoas, sempre em busca da melhor solução – isso quando era ela por perto. Mas, ela lembrava perfeitamente, havia sido Nettie quem havia dito que Riley não valia o esforço e isso fez com que ela o deixasse ir de vez.




Estava tão absorta em seus pensamentos que no momento em que a porta de sua sala se abriu ela levou um grande susto, culminando em um pulo que quase a levou a cair no chão instantaneamente. Isso a fez olhar com ódio mortal a figura parada a porta, e não houve nenhum tipo de remorso ao constatar quem era ali.




– Isso aí vai acabar com suas costas, sabia? – era Nettie sorridente, mas Lucy revirou os olhos. – E não faça isso, vai virar zarolha.




– Tirou o dia para me corrigir é?




– Na verdade não, só vim aqui para chamá-la as compras! – ela disse após juntar as mãozinhas e dar dois pulinhos, e, bem, aquilo entediou Lucy.




– Dispenso.




– Pare com essa, nós temos uma festa HOJE! – ela sorriu ao frisar o dia. – Você não vai querer aparecer com qualquer roupa, vai?




– A roupa que eu me visto não é da conta de ninguém.




– Saia da defensiva Lucy. Não sei por que tem me tratado assim a semana toda, viu? – ela disse ao se aproximar e encarar a amiga o outro lado da mesa.




Lucy levantou furiosa, só para ficar cara a cara com Nettie e colocar os pintos nos “is”. Estava com a paciência esgotada de trilhar aquela Guerra Fria, que parecia não levar a nada, deveria mesmo partir para o ataque e falar tudo o que estava entalado em sua garganta.




– Quer sabe? – ela disse com desdém, como se não se importasse. – Tem razão, minha paciência com você está por um fio – e na medida em que ela dizia aquilo a feição e Nettie mudou de felicidade por ‘conseguir fazê-la falar’ para ‘preocupação’. – Está mesmo na hora de eu falar que você é uma vadia inescrupulosa!




– Mas, hein? – Nettie parecia perdida e riu nervosa. – Isso é uma brincadeira, certo?




– Não, isso não é uma brincadeira – ela apontou para Nettie nervosa e a acusou. – Você! Sua sem vergonha, descarada de uma figa, você está dando em cima do meu irmão!




Nettie deu um passo em falso para trás, branca feito papel após a acusação de Lucy. Ela estava nervosa demais até mesmo para sorrir e dizer que a amiga estava enganada. Sem perceber, logo sua mão estava ao peito e sua boca aberta e perplexidade. Mas Lucy não se abalou com a cena e tratou de se aproximar dela e prosseguir de uma vez com tudo o que estava preso em sua garganta.




– Eu não sei qual de vocês é o que presta menos...




Lucy tentou falar com um falso controle, lutando para não pular no pescoço da garota enquanto se aproximava perigosamente. Quase deixando-se levar até ela e descontando sua frustração de uma vez, em um ato violento. Mas, ela tentou voltar as palavras, tentou enumerar o motivo de sua revolta, dando ênfase nos pronomes para chocar ainda mais sua ouvinte.




– Não sei se lembram que a esposa “dele”; “nossa” amiga; mãe dos “meus” sobrinhos; “sua” grande companheira de trabalho. Ela morreu faz muito pouco tempo e... e vocês não tem a mínima decência de respeitar isso! – Lucy falhou em meio a última frase, tomada de emoção, cheia de ódio e revolta, segurando-se para não chorar de nervosismo.




Nettie ouvia tudo com cara de quem estava se segurando muito firmemente para não chorar de forma vergonhosa em frente a amiga. Ela estava muito emotiva e não fazia ideia de que a amiga estava vendo as coisas por essa ótica. Tudo o que ela queria, e pelo que ela acreditava estar tentando fazer acontecer naquele instante, era arrastar os dois Whitlock para a homenagem a Maria.




– Sabe – Nettie tentou começar e não vendo objeção da amiga seguiu, – eu estou realmente envergonhada que pense isso de mim, Lucy. Olha, eu sou sua amiga, sou amiga da Maria, e eu amo ela tanto quanto você!




E embora Nettie a olhasse, Lucy virou a cara e cruzou seus braços em sua pose defensiva. Não demorou para que ela começasse a bater um dos pés ritmadamente no chão e assoprasse seu cabelo para que ele parasse de cair em seus olhos.




Nettie ensaiou mais duas ou três vezes o que dizer, ela abria a boca e logo a fechava, com medo de chatear Lucy. Até que, em meio a esse turbilhão de indecisão, ela desistiu de tudo e estava a ponto de sair pela porta. Ela até seguiu alguns passos, tentando conter seu choro sob o olhar inquisidor da amiga, mas acabou cedendo e sentando em uma das poltronas ao centro da sala. Nettie estava com os olhos tomados de lágrimas, que teimavam em querer cair, embora ela lutasse contra. E no minuto seguinte, ela tapou seu rosto com suas mãos e não resistiu, logo estava soluçando e as lágrimas não mais se permitiram ficar presas.




Mesmo que Lucy quisesse manter a pose de menina firme, totalmente zangada com os fatos, ela não pode. Ela tentou olhar para o alto, tentou ignorar, deu meia volta com o corpo para o outro lado, mas logo cedeu: ela não aguentaria de forma alguma ver a amiga em lágrimas. Não assim. Naquele instante ela já estava com o coração pequenino e se sentindo uma grande estúpida.




Tudo o que Nettie sentiu alguns instantes depois foi os braços de Lucy a abraçando e sussurros de desculpas. Mas ela apenas conseguiu fazer que sim com a cabeça, sem se controlar de verdade e logo ambas estavam abraçadas, presas na mesma dor de perda. Elas que já foram como as três mosqueteiras, talvez nunca conseguissem de fato seguir sem sentirem que faltava algo ali, que faltava alguém e que ela nunca seria substituída por ninguém.




Aquele abraço entre amigas durou um tempo que não pode ser determinado, mas o necessário para que ambas conseguissem segurar suas lágrimas e pedissem desculpas uma a outra pelo mal entendido. Logo era Lucy quem tentava animar a amiga e pedia mil perdões a ela por ter entendido tudo tão errado. Mas Nettie não queria brigar, ela até disse que não iria se a amiga preferisse. Só que Lucy a queria lá sim e sabia que ambas seriam mais fortes juntas e...bem, de qualquer forma, o azar era todo do irmão que teria que aturá-las mesmo, não?




Mas no instante seguinte a esse pensamento ela lembrou de Royce e um friozinho na barriga apareceu, junto com a pergunta que ela não teve coragem de expor. “será que ele vai mesmo comigo?”




* * * * *




Já haviam se passado alguns dias desde que Rafael voltou a trabalhar e, consequentemente, da discussão sem sentido por telefone. Alice havia se esquivado de dar respostas as perguntas de Isabella, enquanto ele dizia a Esme não saber exatamente o que se passava com a namorada – o que revoltou a irmã, claro.




A verdade era que quando ele foi vê-la, Alice não parecia mais tão triste e esquivou-se dizendo que estava cansada e que estava tudo bem. Era impossível não acreditar em suas palavras, ainda mais com ela o enchendo de beijos – o que beirava a chantagem. Sem saída, ele concluiu que realmente poderia ser apenas estresse do trabalho como babá. O que ele imaginava ser realmente ruim para os nervos, já que ela tratava de dois semi adolescentes, que para Rafael não deveriam ser nada parecidos com os “anjos” que ela alegava serem.




Embora a especialidade médica de Rafael o obrigasse a tratar de crianças e adolescentes com doenças graves, ele fazia uma leve ideia de que comportamento não era algo fácil na idade. Afinal, estava ciente de que sempre que elas passavam aos seus cuidados, o que acontecia em último caso, os pais já suspeitavam que uma cirurgia era inevitável e dificilmente ele precisava lhe dar com qualquer problema relacionado ao comportamento deles. Mesmo que vez ou outra alguns quisessem quebrar tudo e gritar que não queriam cirurgia alguma. Ele imaginava o quanto o trabalho de Alice não era nada fácil de qualquer forma.




Ela achava tão fofo da parte Rafael, afinal ele sempre a entendia tão bem que a deixava triste demais pensar que um dia teria que lhe contar o que lhe afligia, pois a possibilidade de chateá-lo era tão grande e ela decidia não pensar no assunto naquele instante. “Talvez mais tarde, não?”, ela dizia a si mesma, tentando fugir mais um pouco do inevitável. Sempre aproveitando os momentos felizes que tinham juntos, mesmo com o pouco tempo que podiam compartilhar agora.




Mas, em todo caso, se no amor a vida de Alice parecia voltar aos eixos pouco a pouco, no trabalho a coisa continuava bem turbulenta. Se por um lado Jane parecesse cada vez mais distante, quisesse evitá-la ao máximo e fazia pequenas travessuras para cima dela constantemente; por outro Alec parecia inclinado a cooperar.




Guardando muito bem o segredo do garoto, ela conseguiu convencer Jasper de que seria capaz de ensiná-lo e ajudar a subir com suas notas em pouco tempo. Mesmo que estivesse receoso a princípio, ele aceito bem a ideia dela estudar com Alec e o amiguinho, “para dar uma força e ele não se sentir sozinho” segundo as alegações dela. Jasper chegou a sugerir que ela o ensinasse sozinho ou contrataria uma professora particular, mas ela bateu o pé e o fez entender que o filho tinha vergonha de perguntar, e o amiguinho era menos retraído. “De certa forma ‘sem vergonha’, no bom sentido”, Jasper brincou.




O comentário, a princípio, confundiu Alice, já que havia achado Felix tão calminho. Mas ela decidiu ignorá-lo e voltar ao trabalho de qualquer forma, coisa que Jasper aprovou que ela fizesse. Pois ele tinha um grande desafio pela frente: livrar-se de Nettie antes da tal comemoração, mas torcia para que Royce o ajudasse a sair dessa encrenca de qualquer forma, era tudo questão de tempo até que o amigo chegasse.




Ele havia passado horas e mais horas pensando a respeito do grande problema que possuía em mãos. Uma possibilidade assustadora o consumia internamente e ele se perguntava se Lucy havia agido daquela forma com ele, quem poderia dizer que os outros não pensariam o mesmo? Para ele aparecer com Nettie além de estar fora de cogitação soava como totalmente ofensivo a memória da esposa e talvez fosse melhor não ir ao tal evento... Só precisava bolar a desculpa perfeita, e rápido, pois estava no exato dia do tal evento.




Alice, aliás, teria que ficar naquele sábado ali e, para sua tristeza, até mais tarde... Por um lado ela conformava-se ao lembrar que o namorado também estaria trabalhando, então se ficasse em casa não poderia vê-lo. Por outro, ela sabia que perderia a chance de assistir um filme ruim na televisão, com os ótimos comentários infames de Bella, que sempre melhoravam consideravelmente a situação.




Ela suspirou mais uma vez enquanto concentrava-se em arrumar as almofadas da sala de modo que parecessem em degradê, Ela estava empenhada em sua grande tarefa quando Alec chegou a sala e parou ao seu lado, encarando as almofadas como ela mas sem entender nada. Ele iria dizer algo quando ela caminhou e inverteu duas almofadas de posição, voltando ao seu lado. Naquele ponto Alec se perguntava se poderia sentar ali ou se ela ficaria zangada, optando por permanecer onde estava, sem coragem de perguntar.




Jane, por outro lado, observou a cena ao longe por alguns minutos e logo algo lhe veio em mente. E não era algo propriamente gentil... Ela andou até o sofá e se atirou nele espalhando almofadas por todos os cantos da sala, transformando o local em uma grande bagunça novamente. Alec a olhava pasmo e virou em câmera lente para Alice, a tempo de vê-la suspirar triste. “Ufaaa.... sem assassinatos no tapete da sala”, ele pensou.




– Bem, eu vou pegar algo para vocês – Alice disse saindo dali.




Alec se aproximou da irmã uns minutinhos depois e não resistiu ao comentário.




– Qual é, Jane? Não desistiu ainda?




– Olha aqui – ela levantou e apontou o dedo para ele – se você quer ser o cachorrinho dela, por mim, beleza. Mas não quer dizer que eu seja também e...dane-se suas notas e que ela te ajuda. Nós não queremos ela aqui – ela disse cruzando o braço.




– ‘Nós’? E quem exatamente seria ‘nós’? - ele a perguntou seriamente.




– Não lhe interessa! – ela cantarolou, bagunçando ainda mais as almofadas e subindo para seu quarto em seguida.




Imediatamente após ela sumir escada a cima, Alec começou a recolher as almofadas e a encará-las de forma estranha.




– Tipo...seria igual ao arco-íris? Qual é mesmo o esqueminha? Vlaava..Vlava...Ah sim, Vlavaav. Vermelho, laranja, amarelo, verde, azul, anil e violeta, né? - E deu de ombros ao notar que ninguém o responderia.




Alice chegou alguns minutos depois com uma bandeja com pedaços de bolo e copos de sucos. Ela acabou sorrindo ao vê-lo tentando arrumar, no momento ele segurava uma almofada prateada em mãos e coçava a cabeça.




– Aonde entra o prateado nisso? Antes do violeta? Ou depois? Ou...ah...




– Oh, que fofo – Alice sussurrou, mas ele ouviu e se assustou.




– Ah, oi Alice! – ele tentou sorrir, totalmente desconcertado de ser pego ali, com almofada na mão e falando sozinho.




– Isso foi mesmo fofo, viu? – ela disse, segurando a bandeja com uma mão e mexendo no cabelo dele com a outra. – Não importa a ordem, ok? Está lindo assim – ela sorriu em incentivo.




Ela o ofereceu a bandeja e ele pegou um copo de suco, ainda sem graça e acreditando que com aquilo ficaria entretido.




– Enquanto você come aqui, eu levarei para sua irmã no quarto, ok?




– Tem certeza? – foi tudo o que ele conseguiu perguntar.




– Claro – ela sorriu, tentando transparecer confiança, mesmo que estivesse bem incerta.




Alice deixou um pratinho com bolo na mesinha de centro da sala, pertinho de Alec, mexeu no cabelo dele mais uma vez e lá estava ela subindo as escadas. Sem alternativa, ele deu de ombros e puxou seu livro para ler, se aconchegando no sofá e puxando a mesinha de centro para mais pertinho de onde estava.




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Notas finais do capítulo

Olá, tudo bom?
Então vocês devem estar se perguntando porque o capítulo demorou, certo? Foi desanimo mesmo... Temos 99 leitores, 31 marcaram como favorito mas apenas 4 comentaram o capítulo anterior e isso é tão triste. Então, por favor, pessoas linas, divas e encantadoras que nos leem: comentem. isso nos ajuda imensamente! E tenho certeza que a maioria aqui é autor também e sabe muito bem a importância de um comentário para quem escreve, é mágico, inspirador e alega nosso dia.