Amor À Toda Prova escrita por Mereço Um Castelo


Capítulo 47
Capítulo 47 - Mau Entendido


Notas iniciais do capítulo

Demorou mais chegou!
E nada de enrolação, porque nos vemos no rodapé, né?



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Que Edward tinha que trabalhar ele sabia plenamente. Que sua vida parecia que estava desabando a cada novo dia, isso ele também estava plenamente ciente. Porém, ele não podia deixar passar a única oportunidade de normalidade que ele tinha em mãos. Ele sabia que Jasper não o mataria se atrasasse alguns minutos, ou até uma hora...quem sabe? Mas uma coisa era certa, se ele mandaria flores para a garota, queria estar por perto para ver sua reação.

Então, sua primeira parada foi a floricultura, onde ele pediu para que a entrega fosse feita a Isabella Swan na lanchonete ao lado nos minutos seguintes. A senhorinha, floriculturista, que incrivelmente leva o sobrenome de Flowers, se apressou em chamar seu sobrinho para a entrega.

Tudo planejado, e lá estava indo Edward para seu local de espectador, em uma das

banquetinhas do balcão, com a vista mais que privilegiada da garçonete desastrada, que estava incrivelmente encantadora naquela manhã. Edward se sentiu extremamente feliz quando ela o reconheceu ao balcão e sorriu para ele, pegando um dos cardápios para se aproximar e atendê-lo.

- Bom dia, herói de garçonetes em perigo – ela disse sorridente.

- Bom dia, garçonete não mais em perigo – ele lhe respondeu na mesma forma brincalhona que ela. – E como está hoje?

- Estou muito bem, obrigada.

- Espero que não tenha desobedecido o médico ontem, hein?

- Ah, não... Bem que eu tentei, mas não me deixaram sair de casa – ela disse com cara de pesar e ele sorriu.

- Bom saber.

Ela até iria lhe entregar o cardápio, mas ele disse que não havia necessidade, pois só queria café e uma porção de mini pães de queijo. Ela estava terminando de anotar quando o sobrinho da floriculturista entrou na lanchonete. O rapaz teve a infelicidade de topar com Aro, Edward pensou em intervir, afinal vai que o chefe de sua amada colocasse o rapaz para correr, não? Mas incrivelmente ele sorriu ao rapaz e apontou para a garçonete, que estava de costas no balcão naquele instante, falando com Toddy, o cozinheiro.

- Senhorita Swan? – ele a chamou.

- Sim? – Bella respondeu, se virando e congelando no lugar.

- Tenho uma encomenda para a senhora.

- Oh! Que lindo! – ela ouviu Luiza exclamar ao seu lado, mas estranhamente não respondeu nada.

O rapaz estendeu o buquê para Bella, que o pegou semi paralisada.

- Tem um cartão aí, você viu? – Luiza apontou.

Mas, diferente do que todos que viam a cena esperavam, Bella pegou o buquê e levou ao lixo. O entregador ficou sem reação, Luiza estava totalmente pasma, Aro não conseguia acreditar em seus olhos, e muito menos os clientes que ali estavam. Afinal, ela havia acabado de jogar ao lixo um buquê impressionantemente lindo e enorme.

Luiza imediatamente voltou seu olhar para Edward, que estava estático olhando a cena, como se não acreditasse no que seus próprios olhos viam acontecer.

- Bella! – Luiza foi a primeira a chamar. – Porque diabos você fez isso? – e sim, aquela pergunta era geral, pois todos ali dentro pareceram esperar por aquela resposta.

- Desculpe, – ela disse tirando seu avental – mas eu não posso ficar!

- Como assim? – foi o que Luiza conseguiu perguntar, antes de ver a amiga sair correndo.

E enquanto a garota corria porta afora, era seguida pelo olhar de todos os presentes naquele local. Luiza se sentiu tremendamente mal por aquilo, e uma pergunta corria em sua mente “será que aquelas não eram as flores que ela gostava?”. Totalmente sem graça, ela andou até Edward, já se desculpando.

- Me perdoe, eu não sei o que houve...

- Não... – ele disse rapidamente – não se preocupe.

- Ainda quer seu café?

- Não, eu estou indo, obrigado... – e ele deixou o dinheiro no balcão, não se preocupando em esperar o troco, apenas decidido a deixar o lugar.

Fora da lanchonete, Edward notou Aro e Bella conversando, ela tinha lágrimas nos olhos e após ele tocar no ombro dela, ele voltou até a lanchonete, cumprimentando Edward no caminho.

A cena o deixou intrigado, tanto que ele precisava saber o porquê de ela estar chorando, mais do que precisava saber o porquê de ela ter jogado suas flores fora sem nem ao menos ver seu cartão. Ele caminhou até ela e a chamou pelo primeiro nome, ela se virou e a primeira coisa que fez foi pedir desculpas...mas pelo café e não pelas flores. Ela ainda disse entre soluços que pediria para Luiza pegar o pedido dele, mas ele disse que estava tudo bem.

- Sem problemas, mas... seu chefe não vai te mandar embora por isso, não?

- Ah, não... ele não. Aro ficou preocupado... Ele pode ser ranzinza, mas realmente ficou preocupado comigo e veio me dizer que eu podia ir para casa por hoje...

- Nossa, mas tudo isso por causa de umas flores? – ele disse meio doído, não conseguindo segurar sua indignação por ela estar chorando.

Bella andou em círculos e se sentou em um degrau da porta lateral da lanchonete, suspirando fundo antes de encarar o chão e dizer o porquê daquilo tudo.

- Sabe, não são as flores... O problema é quem as mandou... – péssima resposta para o pobre menino, ele já estava quase acreditando que ela havia visto o cartão e seguindo em frente, quando ela continuou. – Há um cara me perseguindo faz anos, e ele, bem...nós namoramos, eu achei que namorávamos pelo menos... mas ele era casado e só estava se aproveitando de mim – ela disse chorando de novo e Edward não resistiu a sentar-se ao seu lado e dar um meio abraço para confortá-la.

- Mas o que lhe faz pensar que foi ele? Aliás, quem é esse cretino? Me avise que eu dou um jeito – ele tentou dizer zangado, mãe ela deu um sutil sorriso em resposta.

- Creia em mim, não vale a pena mexer com ele... E, bem, – ela suspirou – ele me mandou flores no dia que você me deixou em casa, junto com um bilhete me ameaçando...

- Ele o que? – e naquele instante Edward entendeu tudo, que o problema não era ele, ou aquelas flores, o problema era o significado por trás daquele gesto. – Você tem que denunciá-lo e agora!

- Eu já fiz isso – ela respondeu sem se mover. – Tenho até um mandato de restrição judicial contra ele... Não só eu, na verdade. A ex esposa dele e os filhos dela também tem. E, bem, ele costuma voltar para atormentar cada um de nós de tempos em tempos.

- Você fala com ela? – Sim, Edward não conseguiu esconder o espanto, afinal, sua doce Bella era “a outra” de alguém e era estranho a antiga “atual” e ela se falarem.

- Quando eu soube que ele era casado eu me afastei, juro... Eu apenas vi ele no parque com sua família perfeita e tomei ciência de que aquilo não era para mim. Mas, alguns dias depois, quando estava com uma amiga na faculdade, eu vi ele batendo na própria mulher no estacionamento. Eu não podia deixar ele machucá-la... E assim... eu fui até lá com minha amiga e o namorado dela. Impedimos que ele continuasse a agredi-la e alguns dias depois eu confessei a ela. Foi horrível... Mas era necessário que ela soubesse e criasse coragem de se afastar dele como eu fiz...

- E, bem... E ela aceitou assim de boa? – ele perguntou impressionado.

- Não... Ela me insultou muito e eu apenas ouvi. Era verdade de qualquer forma – ela disse olhando para o céu, para tentar conter suas lágrimas. – E, bem, dois dias depois ela me procurou em casa aos prantos e contou o que ele fazia a ela. Foi aí que entramos juntas contra ele. O cachorro não teve chance de alegar nada, porque ela estava toda roxa, os filhos também. Você pode imaginar? – Bella se virou para Edward indignada. – Que tipo de monstro espanca a própria mulher e seus filhos? Eram só crianças, meu Deus!

- Você quer que eu a leve para casa?  - Edward perguntou, mas ela fez que não com a cabeça.

- Eu vou ficar... Já não vim ontem e...bem, não vai adiantar eu ficar em casa.

- Tudo bem, pelo menos, me prometa que vai ligar se precisar de ajuda, ok?

- Olha, não precisa mesmo se preocupar...

- Não é essa a questão, eu só vou após essa promessa.

Bella sorriu com o ato dele, e embora Edward procurasse um cartão por toda parte e não encontrasse, ele pegou sua caneta no bolso da camisa e depois a palma da mão dela.

- Vamos improvisar, porque estou sem papel, ok? Então, esse é meu celular e esse é o número de onde eu trabalho.

- Eu não ligaria para o seu trabalho...

- Se for urgente, ligue. Não há problema, acredite.

- Mas e seu chefe? Ele não ficaria bravo se eu acabar ligando e... interromper... não sei... – ela disse incerta, mas Edward sorriu.

- Acredite em mim, meu chefe é um cara muito legal. Um pouco perdido, mas bem legal! – e em pensamentos “e isso é verdade, eu sou mesmo... pelo menos eu acho”.

Bella sorriu e agradeceu pela nova ajuda dele. Ele se levantou e depois lhe estendeu a mão para que fizesse o mesmo. Foi nesse momento que Luiza saiu pela porta da lanchonete e começou a olhar ao redor. Quando Edward a viu por perto, ele beijou a mão de Bella e se despediu. Ela estava tão corada que não conseguiu dizer nada mais fora “até mais”.

Luiza ia correr, mas ao ver a cena ela diminuiu o passo. E quando Edward já estava alguns passos à frente ela não resistiu:

- Mas que fofura vocês dois, hein? Ele tem um irmão por acaso? Me apresenta? – e Bella ficou ainda mais corada.

- Para com isso Luiza, ele só foi simpático comigo... Não quer dizer que ele queira algo comigo.

- Ah, não? Sei... E isso aqui é o que? – Luiza mostrou um cartão para Bella.

- Eu não vou ler... Acredite em mim, é trauma antigo e talvez um dia eu te conte...

Mas Luiza a ignorou e começou a ler em voz alta:

- "Os italianos tem certeza quando colocaram em seu vocabulário a palavra “bella” para definir a beleza, a perfeição e a personalidade de uma mulher. Mas, fora isso, eu tive mais sorte porque encontrei você, Bella, a personificação de tudo isso.” – e Bella ficou pasma com aquelas palavras.

- Está me zoando, né? – ela pegou o papel correndo e leu o rodapé – “Me dê uma chance. Edward Masen”. Edward? Edward? Aquele? – ela apontou para o caminho que ele havia partido.

- Sim, o único! – Luiza disse sorrindo. – Não é lindo?

- Deus, eu não acredito que... Ah ele é tão fofo, tão lindo... E eu sou uma idiota!

- Uma idiota sim, mas com o número de telefone dele, não? Porque não liga para o rapaz, hein?

- Eu não teria coragem...

- Corta essa Bella, você feriu os sentimentos do pobre coitado jogando um buquê, que deve custar mais que nosso salário do mês, no lixo. E, pra piorar, na frente dele! O mínimo que você deve é um pedido de desculpas ao pobre rapaz, não? – ela disse com as mãos na cintura.

Bella não teve como discordar, afinal, a amiga estava certíssima. Mas é claro que Luiza não resistiria a piadinha seguinte, aproveitando que a amiga estava pasma demais para responder algo.

- Ok, pobre não porque o buquê era caro... mas ainda assim, tenha dó dele! – depois disso ela colocou a mão no bolso e tirou algo, jogando para Bella em seguida. – Pega, seu celular, e não me pergunte, eu abri sua bolsa sim e a prova está aí. Trate de ligar pra ele que eu seguro o Aro lá dentro – ela piscou pra amiga e voltou sorridente para dentro.

Bella encarou o aparelho por alguns minutos, tentando criar alguma coragem de telefonar. Ela tentou não pensar em nada, discou o número e apertou discar. “Atenda, atenda...se bem que, oh não, não, não atenda...”

Edward já estava no carro quando viu a ligação e por alguns minutos se perguntou de quem seria o número. “Será o Royce ou alguém da polícia?”, vencido pela curiosidade, ele atendeu incerto.

- Alô?

- Edward!?

- Eu mesmo... – e logo ele estava sorrindo por reconhecer aquela voz, afinal, ele não esperava nem a menos que ela lhe retornasse um dia, mas já havia decorado seu número em instantes. Definitivamente era muito melhor ouvir a voz dela do que a de Royce, não que ele tivesse algo contra o amigo, claro.

- Olha, eu... – ela começou vacilante, mas tentou tomar um pouco de ar e dizer tudo de uma vez, antes que morresse de vergonha. – Me desculpe por tudo, olha, eu vi o cartão agora e estou me sentindo terrível. Eu não devia ter jogado, mas é que... desculpe... não há justificativa boa o bastante, eu sei. E, aliás, vou te entender se não falar mais comigo, mas... ah por favor diga algo! – e Edward riu do nervosismo dela.

- Ok, eu digo, só respire, ok? E, bem, quanto as flores, o erro foi meu, mesmo. Eu realmente pensei que era uma boa ideia e, pelo menos fico feliz em saber que você está bem, ok? – e ele parou um minuto e brincou. – Se bem que estava bem antes das flores, né? Juro que da próxima vez eu pergunto se você tem algum problema contra chocolates ou algo do tipo.

- Próxima vez? – ela disse sem ar. – Ainda vai falar comigo depois da minha gafe?

- E quem nunca... – ele começou incerto e terminou brincando – jogou um presente no lixo na frente da cara de quem o deu, né?

- Oh, me perdoe...

- Na verdade, eu só perdoo com uma condição.

- Ok, diga então – ela disse incerta.

- A de que vamos esquecer isso, ok?

- Esquecer? – ela disse abalada.

- Sim, afinal, as flores já estavam fora do pé mesmo, você não matou ninguém... Na verdade, – ele sussurrou, como se confidenciasse algo – acho que a verdadeira assassina é a senhora da floricultura. E, o pior, ela me parece tão boazinha...

Bella riu daquilo, ele não poderia estar falando sério.

- Mas que feio, levantando falso testemunho sobre uma senhora, hein? Isso é calúnia... ou seria injúria? Ou difamação?

- Sabe, essa é uma boa pergunta. Temos que chegar a uma conclusão uma hora dessas.

- Ah sim, vamos pegar nossos livros de direito que não temos e consultar... – e ela parou um minuto, incerta. – Eu não tenho, pelo menos.

- Eu também não. Que medo... Mas, mesmo assim, temos algo não solucionado, o que acha de sairmos qualquer dia para tentar chegar em um acordo? – ele tentou parecer seguro de si, embora temesse um não.

- Sair? Oh... olha Edward, eu não quero parecer indelicada...bem, rude... egoísta? Enfim, não quero bancar a chata aqui, mas... É um pouco complicado confiar depois de... Desculpe... – ela disse cabisbaixa, chegando a conclusão interna de que temia que o que havia acontecido no passado voltasse a acontecer.

- Eu entendo... – ele disse meio triste, mas, como havia ouvido a confissão dela antes, não levou por mal e logo tinha uma saída. – Mas, isso não me proíbe de vê-la, não é?

- Não, claro que não – ela sorriu. – Aliás, lhe devo um café.

- Sim, e alguns pães de queijo também.

- Oh sim, não vamos esquecer dos pães de queijo! – ela disse brincando, mas ficando um pouco mais séria depois. – Aliás, me desculpe, ok? Não foi mesmo minha intenção.

- Não se preocupe. Aliás, vou ser sincero, e não me leve a mal, ok? – e ele ouviu um “u-hum” dela, o que o fez prosseguir mais sério. – Quando você me disse o que houve, o porquê de jogar o buquê e tudo mais, eu percebi uma coisa ali. Você não fez por mal, estava apenas com medo. Eu havia saído pronto para ir embora e confesso que não sabia mesmo o porquê estava parando ali... Mas, agora isso ficou mais claro. Na verdade, quem deve um pedido de desculpas sou eu, não?

- Oh, não, não! Você me ajudou antes, me levou no hospital, me aturou o tempo todo e ainda me levou para casa. A maioria das pessoas não ligaria, Edward. Quem lhe deve desculpas sou mesmo eu.

- Sabe, também temos que chegar a um acordo de quem deve desculpar quem. Está fazendo a lista aí? – mas Bella teve que ignorar aquele gracejo ao ver Aro à porta.

- Na verdade, - ela sussurrou – acho que tenho que ir... Chefe por perto... Acho que o meu não é tão legal como o seu. Aposto que me viu sorrindo e, bem, ou seja, boa para trabalhar.

- Hei, espera, sabe que se quiser ir para casa eu mesmo te levo.

- Você é muito fofo, mas não. Obrigada. Eu vou ficar... – ela disse feliz. – Mas, eu te vejo amanhã?

- Quer me ver, amanhã? – ele pergunta ainda mais feliz.

- Claro, eu pago minhas dívidas, sabia? – ela brincou.

- Ok, você me ganhou por conta dos pães de queijo, viu?

- Hum, bom saber!

- E, bem, chega de flores, certo?

- Exato, nada de flores.

- Então, até amanhã Bella!

- Até amanhã, Edward – ela respondeu sorridente, encerrando a ligação.

Aro realmente estava ali, e ficou aliviado que ela estivesse melhor, mas... não houve o que contestar. Ele estava ali somente para avisar a ela que hoje ela voltaria para casa mais cedo, de qualquer forma, e deveria descansar. Em dias normais ela ralharia, mas não conseguia tirar seu ruivinho da cabeça, então não se importou em ir para casa. Desde que não encontrasse Rafael de novo, claro.



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Notas finais do capítulo

Então, primeiro "oi gente".
E, vamos lá: demorou mas o momento Beward chegou, né?
O que vocês acharam??
Ah, vai uma coisa, essa fic vai ser dada de presente em formato livro (impresso com direito a capa até) para o pessoal que participar de uma promoção que está rolando lá no blog (nesse link aqui http://merecoumcastelo.blogspot.com.br/2013/05/promocao-eu-participo-do-m1c.html)
Então,a todos que quiserem participar são bem vindos, hein? :D
beijinhos!