Amor À Toda Prova escrita por Mereço Um Castelo


Capítulo 44
Capítulo 44 - No Pulo do Gato


Notas iniciais do capítulo

Capítulo novinho hoje.
Para quem estava decepcionado por Jasper não ter dado faniquito no capítulo anterior ao descobrir que Jane (provavelmente) aprontou. Eis aqui o motivo!

Aliás, quero ver todos lendo o rodapé pois tenho uma notícia ok?



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Jasper chegou em casa algum tempo após sair da empresa. Ele ouvia os gritos dos filhos, mas estranhamente não pareciam estar brigando entre si, algo um tanto quanto estranho.

Seguindo o som das crianças, se deparou com uma cena um tanto quanto curiosa. Ambos estavam no jardim, totalmente absortos, olhando para cima e rindo ao se cutucarem. Jasper não aguentou a curiosidade e olhou para o céu também, foi naquele instante que entendeu tudo.  O que estava prendendo a atenção de suas crianças eram duas pipas coloridas tremulantes.

Jasper não conseguiu segurar um sorriso ao ver o como seus filhos pareciam felizes com algo tão simples. Chegou até a cogitar a possibilidade de deixar a travessura da filha para lá, mas quando ia virar as costas e seguir, respirou fundo e repensou a decisão. “Se não consertar seus pensamentos e atitudes agora, amanhã posso estar indo visitá-la na cadeia. Coragem!”

Mesmo que não fosse o que queria fazer, ele caminhou lentamente até os filhos, mas foi parado por Alice antes que os chamasse.

- Boa tarde, senhor Whitlock! – ele a olhou, estranhando que uma babá de seus filhos estivesse de bom humor à uma hora dessas.

- Ah, oi... – foi tudo o que ele conseguiu responder.

Alice sorria tão graciosamente de seu feito que ele acabou acompanhando o caminho de seu olhar.

- Eles parecem felizes, não?

- É, parecem sim... – ele respondeu, mas se voltando ao olhar para os filhos, pois algo o fazia ficar olhando justamente para ela.

- Acho que poderia ir lá com eles, sabe? Tipo, eu gostava muito quando meu pai estava por perto e eu acho que na virada é só isso que eles querem. – ela deu de ombros. – Afinal, para mim parecem bons garotos e eu me pergunto por que me contrataram? – e nesse ponto ela acabou olhando para ele e ficou desconcertada por ele estar justamente olhando para ela.

- Porque eles não são bonzinhos, não... Na verdade achei que iria pedir a conta antes do final do dia, como todas as outras. – ele respondeu sincero.

- Hein? – ela ficou confusa. – Vocês ficam falando que eles fazem isso ou aquilo, para mim, são só crianças que querem um pouco de atenção.

- Jura que nunca cuidou de crianças? – ele lembrou dessa informação dada por Lucy dias atrás. – Me parece que realmente consegue fazer algo para que eles não saiam te repelindo... Quase que como uma bruxaria... – ele disse a última parte estreitando os olhos para os filhos e Alice riu de sua atitude.

- Cuidava de minha irmã, e Cynthia sim era uma peste! Mas fora ela, seus filhos são meus primeiros, profissionalmente falando. – ela brincou com a última parte.

- Deveria fazer psicologia infantil, viu? Ia ficar milionária. – ele comenta rindo também.

- Será? Puxa, escolhi o curso errado então. Agora já é um pouco tarde para voltar atrás.

- Vamos ver se eu adivinho... – Jasper a olhou e depois olhou para a pipa. – Deve ter feito pedagogia, não?

- Eu? Não! Acredite em mim, dar aulas não é comigo. Imagina se toda essa minha altura iria impor alguma moral numa sala de aula? Creio que não! – ela riu no final.

Alice não sabia explicar exatamente, mas Jasper era divertido e ela realmente havia gostado das crianças até então. Algo em si perguntava se não era Lucy que aumentava as coisas, ou se ela apenas havia ficado tocada por ela ser uma desastrada na agência de empregos.

Jasper, por outro lado, estava tão absorto nas atitudes e no jeito da garota – nada parecido com uma babá – que não lembrava nem ao menos o que estava fazendo mesmo ali. Até que a informação lhe voltou à mente e ele fechou a cara.

- Bem, desculpe, mas tenho que falar com Jane.

Alice não entendeu a súbita mudança de humor dele, mas achou que não seria bom contrariar o chefe logo no primeiro dia. Embora achasse que não custava nada ele deixá-la brincar mais um pouquinho.

Alec foi o primeiro a ver o pai chegando com cara de poucos amigos, logo, ele achou que estava na hora da tão anunciada bronca sobre suas notas e não conseguiu segurar o alívio quando o viu indo até Jane. Porém, logo ele lembrou o motivo de seu pai estar zangado com a irmã e gelou interiormente de novo. “Estou ferrado de qualquer jeito!”

- Jane, filha, nós precisamos conversar.

- Ah pai... – ela estava com a sua normal falta de vontade de obedecer adultos – Não pode ser depois, não? Estou um pouquinho ocupada no momento. – ela disse com desdém.

- Não Jane, não pode ser depois. E você pode escolher, só nós dois ou com plateia, mas o que tenho a te falar não é nada bom e já vou avisando já! – ela o olhou com cara de quem não leva a sério o que ele diz e Jasper fez sua última ameaça por sua atenção – A propósito, estou confiscando telefones, tablets, notebooks e qualquer outro aparelho eletrônico dos dois, até que fale comigo.

Jane se assustou no ato, afinal, como ela viveria sem seu telefone? Com o espanto, ela acabou soltando a linha de sua pipa e virando bruscamente para o pai. Alec ainda tentou correr e agarrar o carretel, mas era tarde demais. Lá ia embora a pipa da irmã, sem destino certo para parar.

- Bem, agora que tenho sua atenção, vamos lá para dentro mocinha, agora! – Jasper disse satisfeito com o resultado de sua ameaça.

Alec viu ambos entrarem e achou melhor recolher sua pipa também. Era exatamente o que ele estava fazendo quando uma Alice pasma chegou ao seu lado.

- Sabe o que houve? – ela perguntou a ele, mas sem tirar os olhos da casa.

- Infelizmente, acho que sei sim. E não é nada bom...

* * * * *

Outra pessoa que não havia feito relativamente nada em seu horário de trabalho era a irmã de Jasper. Lucy havia andado de um lado para o outro o dia inteiro, sempre tentando criar coragem para falar com a amiga, mas nunca a conseguindo de fato. Quando deu por si, já se passava da hora de ir embora e só percebeu isso porque sua secretária a avisou que iria embora, caso ela não precisasse de mais nada. Lucy apenas sorriu, dizendo que iria terminar algumas coisas e já iria também.

A verdade é que ela não havia feito exatamente nada o dia todo e não sairia tão cedo dali. Ela estava tomada de uma sensação ruim que não conseguia explicar direito e só não iria embora naquele momento com a secretária para que ela não tivesse chance de questionar aquele seu comportamento pouco usual.

Mas se Lucy estava ainda no trabalho, cheia de dúvidas, mal podia imaginar aonde Nettie estava indo. A garota tinha planos de levar um certo alguém como acompanhante, já que não iria aparecer sozinha de modo algum. Tudo o que pensou em fazer era chegar à casa dele e esperá-lo. Afinal, ela só queria ajudar, certo? E pensar assim a fazia ter certeza de que não era nada demais e que a amiga entenderia.

Ela estava pronta para ser atendida por Gertrudes quando a porta se abrisse e levou um certo susto quando Alice a atendeu. A babá estava passando por ali, seguindo atrás de Alec, que havia deixado o jardim pouco tempo após o pai e a irmã e corrido para dentro.

- Olá, boa tarde, no que posso ajudá-la? – Alice pergunta, incerta se deveria deixar a moça entrar ou não.

- Nossa, não pediu a conta ainda? – ela disse espantada – Isso significa que as crianças estão cooperando, não?

Alice queria rolar os olhos e cruzar os braços, ela não via aqueles dois como as pestes que a humanidade queria pintá-los, mas decidiu fazer uma cara de paisagem e não dizer nada. Nettie foi para dar um passo, mas viu que Alice não a deu passagem.

- Ah, certo, que cabeça a minha, não? Sou Nicole, advogada da Eurisko. O senhor Whitlock está? – Alice até ficou impressionada com o cargo, mas não sabia se aquela era realmente uma boa hora.

- Na verdade, ele está um pouco ocupado.

- Não tem problema, eu posso esperá-lo! – ela disse entrando mesmo assim.

- Tudo bem, então... – foi tudo o que Alice pode dizer. – Avisarei sobre a senhora assim que ele estiver disponível.

- Ok, eu estarei ali na sala. À propósito, e as crianças, onde estão? Não as ouço derrubar a casa, nem nada.

Algo em Alice fazia não gostar do jeito daquela mulher, mesmo que ela parecesse simpática e preocupada com os outros. Ela reprimiu uma resposta grosseira e tentou sorrir sem dar detalhes. Na verdade, não sabia se era sensato mentir para uma advogada, mas não achou prudente dizer que Jane estava levando uma bronca por algo que ela nem sabia o que era.

- Bem, tarefa... Sabe como é, não? – ela sorriu dando de ombros.

- Ah, sim, e, bem, pelo menos nisso eles não dão trabalho, são mesmo bem aplicados. – ela disse mais para si mesma do que para Alice – E Gertrudes?

- Na cozinha, creio eu.

- Ah, bem eu irei para a sala então, avise Jasper quando ele puder falar comigo, ok?

- Sim senhora, com licença.

- Toda. – ela respondeu sorrindo e seguiu para a sala.

Alice não sabia se falava com Gertrudes, Alec ou Jasper primeiro. Como era mais fácil passar pela cozinha antes, ela decidiu falar com a governanta da casa e depois seguir atrás de Alec.

- Mas já pararam de brincar? Que pena. Eles pareciam tão felizes... – ela diz sem tirar os olhos de um livro de receitas.

- Bem, e estavam... Mas o senhor Whitlock precisou falar com Jane sobre algo sério. – e naquele instante ela teve toda a atenção da senhora à sua frente, que levantou o olhar e retirou os óculos com cara de preocupação.

- O que ela fez?

- Não sei dizer. Ela parecia tão feliz. E o problema é que Alec não me conta, só disse que não era algo bom.

- Hmm... Se ele diz isso é porque está no meio também, logo ele é o próximo, espere só para ver.

- É uma pena, pois eles me parecem boas crianças, só um pouco perdidos...

- Sabe, fico comovida com seus bons olhos, minha querida. Mas não se deixe levar, ok? Isso pode fazê-la ficar triste com o tombo.

- Ok. – ela disse devagar, cansada demais para discordar. – Ah, Gertrudes, há uma advogada na sala, ela quer falar com o senhor Whitlock, mas não tenho coragem de interrompê-lo... Não agora.

- Advogada? Seria Nettie? Cabelos encaracolados, olhos escuros e jeito suspeito? – Alice riu sutilmente da descrição.

- Essa mesma.

- O que ela quer?

- Não sei ao certo.

- Bem, eu aviso Jasper. Vou levar um café para ela... Melhor você ficar de olho no Alec, só por precaução.

- Ok, vou encontrá-lo. Obrigada pela ajuda.

- Disponha, meu anjo. Agora, vá.

* * * * *

Jane sentou na cadeira à frente da mesa no escritório do pai, ela queria matar Alec internamente, mas tinha de tentar mostrar arrependimento ali. Jasper não deu a volta para sentar do outro lado; na verdade, ele puxou a cadeira ao lado dela e a virou para ficar à sua frente. E, naquele instante, Jane achou que ele realmente estava possesso, mas ao olhar para ele viu que não parecia tão bravo assim.

- Hoje de manhã eu fui impedido de entrar na minha própria empresa. Fiquei preocupado quando percebi que meus funcionários, aqueles que eu contratei, também não conseguiam acesso. – Jane começou a se encolher, embora estivesse bem feliz por dentro, ela havia causado incômodo e esse era o plano – E imagina minha surpresa quando descobri de onde veio a invasão? Hein? Justamente do celular da minha filha...

- Papai, é que... – mas ele fez sinal com a mão para que ela parasse.

- Sabe, Jane... – ele se aproximou dela. – Eu deveria te deixar de castigo, mas como me fez um favor em mostrar uma falha na segurança e me deixou orgulhoso ao ver que minha filha é tão inteligente assim, vou lhe dar uma chance de escapar impune. O que acha?

- Hmm... É bem tentador. – ela disse sorrindo – Mas, eu teria de fazer o quê exatamente? Você viu o que fiz, não é só arrumar?

Naquele instante, e com aquela resposta simples, Jasper já tinha sua resposta de que não havia sido realmente ela quem havia entrado no sistema. Mas achou que ainda era uma boa chance de fazê-la aprender com seus erros, então sorriu e seguiu com o plano.

- Então, sim, mas papai precisa ver por onde você entrou. Aliás, seu celular está onde?

O sorriso de Jane sumiu naquele instante. Ela não queria que o pai visse suas mensagens particulares e muito menos seus contatos. “Isso é invasão de privacidade! Eu diria... Mas aí ele vai falar que a empresa é mais importante que meu celular. Droga! Pense em uma desculpa Jane, não fique só aí de boca aberta!”.

- Está no quarto. Por que? – ela disse pausadamente, temendo a resposta.

- Faça assim, pegue ele e me mostre como fez, ok? Eu não vou pegar ele de você, só preciso saber como fez. Pode fazer isso, não?

- Si-sim... Claro que posso! – ela tentou mostrar confiança, após o primeiro sinal de deslize. Ainda assim, torcia para que o pai não tivesse percebido e ao vê-lo sorrir, achou que estava salva.

- Obrigado, pegue lá para mim então, ok?

- Ok, mas, pai, eu só preciso passar no banheiro antes de descer, ok? Tudo bem? – ela tentou adocicar sua voz ao levantar e a pose de menininha boazinha segurando as próprias mãos a fazia mesmo parecer inofensiva.

- Claro, leve o tempo que for. – ele respondeu seguro de que a pegaria na mentira em minutos – Vou esperá-la aqui, ok?

- Ok! – ela disse contente e saiu correndo alegremente da sala.

“Preciso urgentemente do Alec!”, ela gritava em sua mente. “Onde será que ele está?”.

* * * * *

Alice bateu à porta de Alec; ele estava fazendo tarefa e ela ficou alguns instantes com ele, vendo-o como parecia realmente um menino estudioso, tal qual como a advogada havia descrito.

Gertrudes, por outro lado, levou um café para Nettie e sumiu da sala em segundos, bem a tempo de ver Jane saindo do escritório de Jasper. Aliás, ele estava de pé já quando ela pediu licença.

- Senhor, Nettie está aqui. Posso mandá-la entrar?

- Sério? – ele disse sem ânimo, e a governanta concordou com a cabeça. – Deixe-a esperando mais um pouquinho, eu preciso ver uma coisinha antes. Diga que estou em alguma ligação importante, não sei...

- Ok, pode deixar comigo.

- Você é um anjo, Ger.

- É, eu sei, mas me mantenha informada depois sobre o que nossa pequena “não anja” andou fazendo.

- É exatamente isso que vou fazer.

Jasper deixou o escritório, subindo as escadas sorrateiramente, torcendo para não ser pego por Nettie.

Jane havia chego em seu quarto e jogado tudo que havia em sua bolsa sobre a cama, tudo em um desespero sem fim para achar seu celular. Logo que pegou-o em mãos, ela correu para o quarto do irmão e deu de cara com Alice.

- Não tem tarefa também, Jane?

- Ah não, – ela se esquivou com um sorriso – eu já fiz. A propósito, poderia nos dar licença?

Alice não queria acreditar naquilo, mas achou que a menina precisava conversar mesmo com o irmão, talvez desabafar sobre a bronca que levou, então saiu sem pestanejar. No corredor, após fechar a porta atrás de si, ela deparou-se com Jasper.

Antes que ela pudesse dizer qualquer coisa, ele fez sinal para que ela ficasse quieta.

- O que houve? – ela sussurrou ao lado dele.

- Viu aonde Jane foi? – ele também sussurrou, perguntando-a sem responder.

- Está no quarto de Alec, por quê? – ela diz confusa.

- Sabia! Vem, vamos ouvir o que ela vai dizer! – ele a pegou pelo pulso e a puxou de leve. Alice nem teve como contestar, pois sem querer estava pasma demais para responder por si naquele instante.


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Notas finais do capítulo

Tipo a "Amor A Toda Prova" tem 72 leitores, parece bastante gente né? Mas no máximo uns 6 comentam. Se pelo menos a metade de vocês comentarem eu juro que posto um capítulo extra ainda essa semana. E, tem mais! Temos uma one shot da Maria, contando como ela entrou na escola, reencontrou Edward e conheceu Jasper e, bem, eu posso até postá-la aqui, depende de vocês.
Então, meus amores, coloquem os dedinhos nervosos para trabalhar e nos digam o que acharam, ok?

Ps: para s Beward: estamos escrevendo o capítulo 47 hoje e vocês vão simplesmente gostar de saber que ele é 100% (do começo a última linha!) Beward. Que coisa, não?

PS2: por favor nade de escrever só "gosta mais" ou "gostei" isso me mata de raiva, ehehehe. Aposto que na cabecinha de vocês há uma enorme gama de palavras louquinhas para sair dai e nos agraciar, ok?

E, lembrem-se mais comentários fazem a gente postar mais rápido.

Beijinhos!