Amor À Toda Prova escrita por Mereço Um Castelo


Capítulo 43
Capítulo 43 - Descobertas


Notas iniciais do capítulo

Primeiramente eu queria agradecer as duas novas recomendações que tivemos essa semana (ehhhhhhhhh chegamos a 6!! U-hu!) um mega obrigada para Pereguina Annye Cullen e Lady Forbes pelas palavras mais que lindas.
Agora, preparem-se para momento de tensão no ar...
OOOOO....



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Edward havia chego à empresa sem muito humor. Com muita sorte, ele conseguiu chegar ao elevador sem que ninguém quisesse trocar mais que palavras de “boa tarde” com ele, ou simplesmente acenos de cabeça. Ele estava tão cansado e triste por constatar que toda a sua pesquisa ainda não havia dado em nada, que encostou a cabeça no elevador e ficou esperando os números piscarem.

- Talvez hoje não fosse mesmo meu dia de sorte... – ele sussurrou para si, aproveitando do fato de estar sozinho.

No andar anterior ao que ele precisava descer, tentou se recompor e respirou fundo, a tempo da porta se abrir em seu andar. Ele já avistava as secretárias quando foi parado por quatro funcionários eufóricos.

- Senhor, senhor Masen, precisamos falar com o senhor. É urgente!

Edward logo reconheceu Marty Fox, do suporte técnico, e os outros rapazes do mesmo setor vindo em sua direção. E tudo o que ele conseguiu pensar foi “essa não...”, mas tentou sorrir para não chateá-los.

- Comigo? – e se sentiu ridículo com aquela pergunta, então logo emendou outra. – Aconteceu algo? Tipo, algo que fizesse vocês me esperarem na frente do elevador?

Eles cutucavam um ao outro vendo qual deles iria falar, pareciam um bando de adolescentes temerosos e Edward já estava quase a ponto de sair dali quando um deles decidiu falar.

- Aconteceu sim, senhor – Thomas Langly, o chefe do setor técnico, tomou a palavra. – Soube sobre a quebra de segurança de hoje cedo, não?

- Quebra de segurança? – ele franziu o cenho imaginando que talvez fosse daquilo que Jasper queria conversar com ele por telefone tempos atrás...

- Sim - Matt Joy respondeu, – uma pessoa invadiu o sistema da empresa e bloqueou o senhor Whitlock e todos os funcionários que foram contratados por ele. Inclusive sua secretária.

- Sério? – os olhos de Edward se arregalaram e ele desistiu de fugir dali, realmente estava interessado no que diziam e começando a ficar bem preocupado também. – E como fizeram isso? Usaram algum programa ponte para o acesso ou algo do tipo?

- Na verdade... – Marty, que era o mais novo entre eles, tomou a palavra. Ele não era mais que um estudante, tal como Edward quando começou, mas era o mais esperto entre eles e realmente estava ali por méritos próprios. – O que mais nos preocupa, senhor Masen, fora o fato de que a pessoa tinha a senha do senhor Whitlock e não a errou nenhuma vez, é exatamente quem fez isso.

- E quem foi? – Edward perguntou tenso.

- É melhor que o senhor leia por si só, o acesso foi feito de um celular... cadastrado... – Matt entregou o papel para Edward.

- Cadastrado? Pessoa burrinha, hein? – ele tentou brincar com a situação, mas ninguém riu, então ele voltou a perguntar sério – E conseguimos o nome já ou devo pedir por liminar?

- Quando dizemos "cadastrado", bem, é cadastrado na nossa agenda da empresa até... Nem precisamos pedir para a operadora – Jonh Forhike, o único que não havia dito nada até então, respondeu sem jeito, ao ver que nenhum dos outros o faria.

- Foi interno? – Edward se espantou e abriu o papel.

- Na verdade, não senhor... Pior que interno – Thomas comentou e Edward o encarou após ler.

- Porcaria... – e mentalmente ele pensava “isso vai feder, oh se vai”. Ele fechou o relatório rapidamente, olhando para os quatro. – Realmente é melhor eu mesmo falar com Jasper, fizeram bem em me esperar... Obrigado por isso – ele mostrou o papel. - Agora, podem deixar comigo daqui para frente...

- Mas, o que acha que vai acontecer? – Marty perguntou, temeroso pelo culpado.

- Bem, a vocês nada. A pessoa entrou com a senha e tudo mais, não usou programa ponte e não a errou nenhuma vez. Isso quer dizer que a culpa é do Jasper, ele que mude a senha e pronto! – ele deu de ombros.

- Na verdade, não se referia a nós, senhor... – ele encarou o chão.

- Bem, eu cuidarei disso Marty. Obrigado a todos.

E enquanto os quatro se retiravam, Edward se virou para as secretárias e puxou a cadeira na frente de Ellen e sentou, colocando a testa na mesa.

- Algo errado? – Kelly perguntou, já que Ellen olhava para Edward sem graça.

- Jasper está de mau humor? – ele perguntou ainda de olhos fechados.

- Bem, não... – Kelly respondeu. – Mas o que houve com o senhor?

- Menos mau. Mas, não é nada – ele disse, levantando a cabeça e virando para Kelly devagar, – é que o mundo está desabando hoje e eu acho que era melhor ter ficado na cama.

- Já soube da invasão? – Ellen perguntou sobressaltada e ele se voltou para ela de novo.

- Pior, eu já soube quem a fez... E isso não vai ser nada bom para o Jasper.

Ellen olhou para Kelly e depois voltou a olhar para Edward, mas ele suspirou e levantou.

- Melhor eu falar logo com ele.

Jasper estava tão concentrado na tela de seu computador que, quando a porta fez barulho ao ser fechada, ele fechou o notebook correndo de susto. Edward estranhou a atitude dele e a cara de espanto, então decidiu que era melhor tentar apaziguar as coisas antes de soltar a bomba.

- Estava fazendo coisa errada, hein? Seu safado... Em horário de expediente? – ele falou ao se sentar na cadeira à frente da mesa de Jasper, mas não colocou o relatório na mesa, ficou segurando-o para ter certeza que o amigo não o pegaria.

- Eu não estava! – ele disse esbaforido. – Só estava vendo umas...coisas...

- Sei, coisas... – Edward estreitou os olhos. – Posso ver seus logs de acesso sem ter que pedir, hein? É super fácil.

- Eu só estava vendo o relatório de finanças! – ele tentou se defender e voltou a abrir o computador.

- Sei, finanças... E fechou por quê? – ele se fez de desconfiado. – Por acaso você está me roubando? É isso?

- Olha a palhaçada, Edward! – Jasper o repreendeu e Edward riu.

- Relaxa, foi só piada.

- Agora estou ofendido, por acaso você quer ver as finanças? Se quiser vemos agora!

- Não, só achei bem suspeito sua atitude... De qualquer forma, vou tirar a prova depois – Edward deu de ombros encarando o relatório, mas Jasper se defendeu, antes que ele pudesse mudar de assunto.

- Ok, você ganhou! Eu estava vendo o sistema de câmeras da minha casa. Invadiram o sistema aqui e, bem precisamos falar disso também, mas o fato é que o da minha casa é igual e achei por bem averiguar.

- Sistema de câmeras? Hmm... Confessa que você estava de olho na nova babá. Não por nada, mas ela até é bonitinha. Baixinha, mas até bonitinha... – Edward comentou como se fosse sério, e Jasper o ficou encarando.

- Eu não estava olhando ela... Mas, bem, já que comentou, ela estava aprontando algo com papel colorido na sala. Me pergunto o que era aquilo...

- Papel colorido? Ixi, ela vai redecorar sua casa, hein? Cuidado.

- Com papel? Acho que não... Bem, pelo menos eu espero que não – Jasper disse ao dar de ombros. – Mas, enfim, vamos esquecer de papel colorido agora e falar do que realmente importa.

- Sim, vamos, eu... – mas Jasper cortou Edward.

- Nós sofremos uma invasão hoje cedo e – ele olhou para o relógio, – acho que teremos que contratar uma nova equipe técnica porque até agora não recebi nenhum relatório.

- Na verdade, o relatório está aqui! – ele mostrou a pasta. – Eles me entregaram quando cheguei.

- Bem, menos mau... Ou você teria que mandá-los embora, porque eu acabaria voltando atrás.

- Jasper, seu molenga! – Edward disse aos risos, mas parou de rir assim que o amigo tirou a pasta da mão dele. – A propósito, acho que era melhor conversarmos antes de você ler.

- Conversar o quê? – ele disse abrindo a pasta e impedindo Edward, que havia levantado, de pegá-la. – Quero saber qual foi o programa ponte.

- Nenhum... E Jasper, me dá isso! O acesso foi de um celular.

Mas antes que Edward conseguisse pegar o papel de volta, ele percebeu que Jasper já havia lido o conteúdo da página, pelo menos a parte mais relevante... A que ele tanto temia.

- Foi a Jane? – ele se fez de incrédulo. – A minha Jane fez isso?

- Jasper, sinto muito, mas... Olha, vamos conversar antes que você tome medidas drásticas, ok? – ele disse cauteloso. – Não pode querer castigá-la por... – mas Jasper o cortou, incrivelmente rindo.

- Castigá-la? Edward, eu não sei se fico orgulhoso por minha filha ter invadido algo ou se fico preocupado por ela ter justamente me hackeado.

- Não está bravo? – ele perguntou confuso.

- Ok, confesso, estou um pouco. Afinal, é a minha empresa, certo? Mas isso eu esperaria do Alec, não da minha princesinha adoradora de esmaltes.

- Acho que ela faz mais do que escolher esmaltes, não? – Edward deu de ombros.

- Quer saber? – Jasper disse sério. – Não foi ela.

- Jasper, negar não vai adiantar em nada. Veio do aparelho dela, ok? Ela nem ao menos usou um filtro de proteção, o que mostra que é descuidada ou amadora.

- Ou que estava com pressa. Edward, desculpe, mas minha filha não tem toda essa capacidade.

- Está chamando-a de burrinha? Tipo, só por ser loira? – Edward riu do próprio comentário.

- Não, minha princesa é inteligente, mas não pra isso. E, eu também sou loiro, lembra? Mas - ele levantou de sua mesa pronto para sair, – vou provar isso.

- Hei, hei! Como? – Edward tentou impedi-lo, em vão.

- Espere e verá! – ele disse já fora da sala.

- Não compre briga com a Nettie! – Edward só teve tempo de berrar isso ao chegar na porta da sala, sem saber se o amigo havia ouvido ou não.

As duas secretárias o olhavam preocupadas e logo Ellen o questionou.

- Alec?

- Não, Jane... – Edward respondeu, deixando as duas sem palavras.

* * * * *

As crianças estavam no jardim, e Gertrudes ficou tão impressionada com essa atitude delas que não resistiu a acompanhar Alice até ali.

- Não sei o que você fez – ela sussurrou, – mas para mim é um bom começo.

Alice sorriu em retorno e decidiu ir até as crianças, deixando que a senhora apenas os observasse ao longe.

- Certo, agora, que tal colocarmos isso no ar, hein? – mas os dois ficaram olhando para ela com cara de paisagem. – Não sabem como fazer isso? – e ambos olharam para os pés.

Alice teve que segurar o riso e também a brincadeirinha que veio em mente. “Ah, esses pais nerds não ensinam os filhos brincar, não?”, porque lhe pareceu um pouco ofensiva para duas crianças que eram órfãs de mãe há tão pouco tempo.

- Ok, certo, não é tão difícil assim. Na verdade, é bem mais fácil fazer que falar toda a teoria, ok? E vocês sabem a teoria, então tiram isso de letra. Ah, Jane, segure sua pipa assim – Alice pegou da mão dela e indicou a ponta de baixo da pipa. – Eu vou tomar uma distância e quando eu disser "pronto", você solta, ok?

- Tudo isso?

- Sim, tudo isso.

- Não me parece assim tão divertido. – ela deu de ombros. – Mas eu posso fazer só para provar que não é mesmo...

Alice tomou distância, e graças ao vento, não demorou para a pipa já estar no ar. Jane estava tão encantada com o objeto rosa voando após soltá-lo que não conseguia parar de encará-lo no céu. “Mas não é que isso voa mesmo?”.

- Isso... ainda não me parece divertido – ela cruzou os braços, embora os olhos brilhassem ao olhar para o céu.

Logo, a babá estava pertinho dela e lhe deu o carretel.

- Ah, então por que não tenta por si só?

- Não, não, não... E se cair? – ela tentou recusar.

- Se for cair é só puxar! – e ela lhe mostrou. – Viu? Ela pega impulso e voa.

- Mas deveria cair afinal, você puxou...

- Ignore, ela não entende muito de física – Alec disse após observar a conversa e aquilo deixou Jane furiosa.

- Ah, é!? Aposto que a minha voa mais do que a sua! – ela disse zangada, pegando o carretel da mão da babá.

- Hei, hei, menos, ok? – Alice tentou contê-los, e Jane só deixou estar porque estava mesmo entretida com o movimento da linha. – Agora, deixa eu te ajudar, ok? – ela se virou para Alec.

- Se bem que eu preciso ler um... – mas ao olhar parar Gertrudes, que o encarava séria. ele decidiu não se esquivar... – Mas posso fazer isso depois, não?

- É, pode sim.

Gertrudes nem precisou continuar ali fora, pois não demorou para ver seus dois pestinhas entretidos pelos papéis coloridos voando pelo ar. Ela se perguntava como algo tão simples conseguiu entreter aqueles dois que eram tão viciados em tecnologia.

* * * * *

Ainda na Eurisko, Edward não havia feito relativamente nada pelo pouco tempo do dia que passou na empresa, fora pensar em Bella a cada novo instante. Após a saída de Jasper, as secretárias o pegaram em um papo estranho sobre ele ter Facebook ou não. Ele não entendeu direito onde queriam chegar com aquilo, mas para não parecer chato lhes respondeu a primeira coisa que veio em mente.

- Sabia que mais de 50% dos divórcios no país são por conta disso? Na França, o percentual chega a ultrapassar os 40%. O que me faz pensar o que diabos essa gente toda fica fazendo no Facebook para dar em divórcio?

As duas o encaravam sérias e então Edward percebeu que não era aquele tipo de comentário que elas esperavam. Mas agora já era tarde demais para voltar atrás.

- Ok, abra seu coraçãozinho chefe, o que foi? – Ellen perguntou sorridente.

- Não foi nada – e após uma curta pausa ele retomou a fala. – Bem, nada fora Jane, não? Que menina espertinha...

- Acha que Jasper vai finalmente dar uma boa bronca naquelas crianças? – Kelly perguntou curiosa.

- Hmm... Acho que não. Sei lá – Edward deu de ombros após pensar um pouco. – Mas ele é meio gênio do mal para pegar pessoas mentindo, então... Se ela quer enganá-lo, vai ter que ser duplamente esperta.

- E pensar que era tão fácil enganar meus pais... – Ellen diz em um suspiro e depois, ao perceber que ambos a encaravam incrédulos, tenta se redimir – Digo, “enganar” no sentido de ficar até tarde acordada assistindo filmes. Eu hein! Nunca iria fazer nada para prejudicar meus pais. Já esses dois...

- É, eles meio que passaram do limite, né? – Kelly concordou.

- Meio? – Edward se fez de ultrajado. – Passaram totalmente! Sorte deles é que foi o Jasper que ficou, se fosse a Maria, eles estariam é numa vida militar, teriam até hora certa para respirar depois de uma gracinha dessas.

As duas ficaram encarando-o por um tempo, pasmas demais para falar qualquer coisa. Ellen só voltou a si quando percebeu que seu telefone chamava insistentemente. Como ela teve que atendê-lo, foi Kelly quem colocou aquela pergunta para fora.

- Sério mesmo que ela era brava?

- Na verdade, só fazia o tipo. Ficaria com dó em menos de uma hora.

- Isso explica um pouco porque eles são assim, não? – ela comentou e Edward deu de ombros.

- Com licença – Ellen chamou, mantendo a mão no telefone. – é uma chamada para o senhor, quer que passe na sua sala?

- Quem é? – Edward perguntou, estranhando o horário da ligação.

- Royce King.

- Ah - Edward sorriu, - pode me dar o telefone aqui mesmo! – ele pegou o aparelho e logo cumprimentou o amigo – Olá, sumido. Ainda vivo?

- Sempre, claro! – ele responde rindo. – Aposto que está aí infernizando a pobre Ellen.

- É verdade, estou mesmo. Mas, a que devo a honra da ligação? Aposto que Jasper já andou fazendo fofocas sobre certo alguém... – Edward deixou no ar, não queria dizer o nome de Bella na frente das secretárias, pois ainda não se sentia totalmente seguro se ele conseguiria alguma chance com a garota.

- Jasper? Bem, na verdade – e sua voz tomou um tom mais sombrio, - eu não queria ligar para ele, mas precisava notificar alguém da família.

- Notificar? O que houve agora?

- Saiu a conclusão da perícia sobre o acidente da sua prima e... Bem, acho que pode não ter sido bem um acidente. Pelo menos é o que o relatório indica.

Edward perdeu o chão com aquilo, a possibilidade de imaginar que alguém pudesse ter planejado e executado Maria era demais para ele. Logo as duas secretárias estavam de pé, mas ele fez sinal com a mão e apenas se sentou.

- Tem certeza disso? – ele perguntou seriamente para o amigo.

- Infelizmente, sim. O freio foi cortado e não foi por conta do impacto. Sinto muito.

Edward desligou o telefone sem nem ao menos se despedir do amigo, ele estava transtornado demais, e quando deu por si, Ellen, que ele nem havia visto sair dali, voltava correndo com um copo de água, enquanto Kelly estava o seu lado.

- Senhor? Precisa de algo, quer que eu chame alguém?

- Não... eu só... Eu só vou voltar para minha sala, ok? Só isso...

As secretárias se encararam e mesmo que já fosse a hora de irem, Ellen disse que ficaria ali para caso Edward precisasse dela. Kelly se despediu após a amiga aceitar a condição de que a ligaria se precisasse.


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Notas finais do capítulo

Gente após esse capítulo eu aposto que alguém tem algo a dizer, não? Eu particularmente amei a tensão no ar. E vocês? O que acharam dele, hein?