Amor À Toda Prova escrita por Mereço Um Castelo


Capítulo 39
Capítulo 39 - A Saga


Notas iniciais do capítulo

E a saga maior sou eu no serviço postando, eheheh. Mereço comentários depois dessa, né? Pelo menos serei uma desempregada feliz se algo der errado :D



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Alice havia tomado o café e recusou terminantemente a carona, alegando que Bella aproveitaria para fugir e trabalhar, mesmo afastada. Sendo assim, optou por chamar um táxi e logo já estava à frente da casa de Jasper.

Ela respirava fundo, pronta para dar seu melhor sorriso e bater na porta, quando esta foi aberta com seu punho a poucos centímetros de tocá-la. Ela teve de refrear a própria mão para não bater em quem a abria naquele instante.

Era justamente Jasper que abria a porta naquele instante, e por estar olhando a irmã que o seguia, quase trombou com Alice.

- Ah, oi – ele disse sem graça, quando viu que quase a atropelou.

- Oi, lembra de mim? Eu sou a... – mas ela não terminou, por Lucy que empurrou Jasper e gritou feliz.

- Alice! Entre, meu Deus, que alívio você aqui! – ela puxou-a porta adentro, esquecendo do irmão em segundos.

Jasper ainda ficou olhando-as seguir para a sala de jantar e só depois que sumiram de vista é que lembrou que precisava ir trabalhar.

Ele havia acabado de entrar no carro, estava colocando o cinto quando o telefone começou a tocar e ele bufou frustrado. “Mas será que já conseguiram espantar a moça?”, pensou consigo e franziu a testa ao ver que era Edward quem ligava.

- Edward? O que houve?

- Oi, Jasper! Bom dia para você também, meu amigo.

- Ah... Bom dia – ele se corrigiu sem graça, percebendo que provavelmente não era nada grave como supunha.

- Eu só precisava te avisar que vou demorar um pouco hoje... – Edward respondeu diminuindo cada vez mais o tom da voz, demonstrando o quanto ele estava incerto.

- Bem, sem problemas. Aconteceu alguma coisa?

- Na verdade, não. Não ainda. Mas, eu gostaria de saber uma coisa de você. Preciso de uma sugestão.

- Uma sugestão? Sobre? – ele estava realmente curioso com as esquivadas de Edward e seu papo estranho.

- Bem, é que... Sabe a Isabella?

- Sei, a garota viciada em trabalho que eu ainda preciso tirar a prova se existe ou não. O que tem ela?

- Bem... é que... – ele dizia sem graça.

- Fale logo, Edward. O que tem a garota? Ela não morreu não, né?

- Não! Bate na madeira e vira essa boca pra lá! Ela está bem, eu acho... Ok, você me deixou preocupado agora. O que você ganha com isso, hein?

- Nada – ele deu de ombros, – mas ela estava no hospital, né? E Você disse que ela não vai trabalhar hoje, então... Logo conclui que era grave... – Jasper deu de ombros, mesmo que soubesse que Edward não poderia ver sua reação do outro lado da linha.

- Certo, certo, já entendi. Mas ela está perfeitamente viva, creio eu... Isso se ela não esteve perto de mais nenhum monte de sacos de lixo assassinos após eu deixá-la em casa... – essa parte ele parecia falar pra si mesmo, e Jasper estava tão pasmo que não pode perguntar nada antes que ele prosseguisse. – Então, o fato é que te liguei porque preciso de uma sugestão sua. Eu estava pensando em dar flores a Isabella, sabe?

- Flores?

- Sim, Jasper. Afinal, acho que mulheres gostam de flores, não?

- É, sim...

- Porque minha mãe é louca por flores até hoje. Eu me lembro dos quase um milhão de vasos que ela me fazia molhar a cada dois, dias quando ela saía para viajar a trabalho. Cara, aquilo era um martírio!

- Imagino... Mas, o que eu entendo de flores?

- Você já deu flores a uma mulher, com certeza, né?

- Já, sim... Para sua prima, para minha mãe...

- Ou seja, você entende de flores! – ele completou diminuindo a voz, como se falasse consigo novamente. – Mais do que eu que tenho trauma delas, pelo menos... – e logo voltou a falar animado. – Então, o que eu devo dar a Bella?

- Bela?

- Sim, é o apelido de Isabella, oras...

- Já estamos chamando a garota imaginária pelo apelido e querendo presenteá-la com flores, né? – Jasper provocou.

- Ela não é imaginária, ela existe – ele disse levemente zangado, o que era notável por seu tom de voz.

- Ok, ok, eu estava brincando. Eu acredito em você. Mas – Jasper coçou a cabeça, – dar flores não é tão simples, cara.

- Como assim “não é tão simples”? Tem que ter autorização? Receita? Se cadastrar em algum órgão de proteção a natureza? Eu corro atrás disso já, se for isso! Aliás, tem de ter algum certificado ambiental para pessoa física? Porque se for acho que vou comprar em nome da empresa, mais fácil...

- Meu Deus, tão inteligente e tão burro ao mesmo tempo. Socorro! – Jasper provocou. – Não precisa de nada disso e juro que quero acreditar que você não falou essa baboseira sério e que foi só para tirar com a minha cara, viu? Mas, enfim, o complicado da coisa é se saber dois fatores: que flores ela gosta e se, sei lá, como ela está doente, se ela não tem alergia de alguma, eu acho...

- Alergia? Jura? Cara, to quase desistindo já... – ele respondeu tristonho. – Como vou descobrir isso dela?

- Fácil.

- Ha, e como faço isso gênio?

- Te dou duas ideias, uma é descobrir o ip do PC dela... – mas Edward o cortou.

- Sem hackeá-la, por favor.

- Ok, a outra é apenas perguntar para uma amiga dela. Você conhece alguma? Senão vou ter que hackear o e-mail dela pelo menos... Você sabe o e-mail dela, né?

- Não! E que fixação por hackear a vida alheia! E, cortando o seu barato, eu conheço uma amiga dela! Conheço até um amigo dela e a privacidade dela não precisa ser invadida assim...

- Xi, amigo... Gay? Ela anda com caras gays?

- Não! Na verdade, acho que não. Ele namora a melhor amiga dela.

- Hmm... Se ele não for gay, não vai saber se ela tem alergia ou gosta de flores, vai por mim.

- Talvez ele saiba se ela tem alergia, e a garota saiba as flores.

- Talvez ele não saiba.

- Vai por mim, talvez saiba sim.

- Então ele deve ser gay...

- Ô, Jasper! Pode parar, meu filho? Você está muito engraçadinho hoje, viu? Eu aqui com um assunto sério e você só sacaneando. Assim não dá, né cara?

- Desculpe. Mas, a propósito, eu posso ir trabalhar agora? Ou vou ter de esperar na linha você falar com os amigos da sua pretendente?

- Não, não. Pode ir lá. Mais tarde eu vou. Antes, vou resolver isso.

- Bem, boa sorte então.

- Tá, tá, sei... Até mais – e Edward desligou após dizer isso, não dando chance alguma para Jasper se manifestar.

Ele, por fim, deu de ombros e decidiu sair logo para trabalhar, antes que mais alguém ligasse ou um dos filhos aprontasse alguma das suas e ele não pudesse partir.

* * * * *

Lucy levou Alice até a sala de jantar, onde as crianças terminavam seu café da manhã. Ela podia sentir cada músculo de seu corpo tremendo em espasmos involuntários, só pelo medo que já sentia de antemão. Alice, por outro lado, estava igualmente nervosa, mas temendo não ser considerada a pessoa certa para estar ali.

- Bem, crianças, esta é Alice, a babá de vocês – Lucy começou as apresentações.

- Se ela pensa assim – Jane sussurrou, mas Lucy ignorou e prosseguiu.

- E, Alice, esses são Alec e Jane – Alice sorriu, mas as crianças apenas a ignoraram. Lucy percebeu o clima e interviu rapidamente. – Mas vamos até a cozinha para que eu te apresente a Gertrudes. Tudo que precisar e eu não estiver aqui, pode falar com ela, viu?

Ela disse aquilo para Alice, mas com um tom explícito de ameaça às crianças que ignoraram o comentário da tia. Depois ela seguiu com Alice até a cozinha onde encontraram Gertrudes, que cantarolava animada enquanto lavava a louça na pia.

- Ger... – Lucy a chamou, mas ela continuava cantando e dançando praticamente na cozinha toda com os pés e o grande bumbum remexendo. – Gertrudes! – Lucy subiu a voz e a empregada se virou vermelha de vergonha.

- Oh! Senhorita Whitlock, há quanto tempo está aí?

- Não muito. É que vim lhe apresentar a nova babá – ela se explicou sem tentar sorrir.

Alice tirou a mão da boca, que estava ali só para tentar esconder a gargalhada que teimava em escapar com a cena, e decidiu cumprimentá-la.

- Olá senhora Gertrudes, eu sou Alice.

- Olá, querida – ela disse secando as mãos para cumprimentá-la. – Eu sou Gertrudes, mas pode me chamar de Ger, ok? E, bem, por favor, vamos fingir que não me viu dançando na cozinha... Oh, Deus, que vergonha – Alice entregou algo do riso e lhe deu a mão.

- Dançando? Eu não vi nada, você viu alguém dançando aqui? – ela se fez de desentendida e Gertrudes sorriu.

- Esse é o espírito da coisa, meu bem!

- Desculpe cortá-la – Lucy voltou a falar após olhar o relógio na parede da cozinha, – mas eu tenho que ir... Ger, você poderia mostrar a casa à Alice? Por favorzinho?

- Sim, senhorita, eu posso sim.

- E, bem, daqui a pouco o ônibus já está passando pegar os dois... Então, eu tenho que ir e... Alice. Qualquer coisa, me ligue antes de tomar medidas drásticas, ok? – ela disse tudo de uma vez conferindo o horário em seu relógio de pulso e se colocando a correr feito o coelho branco de Alice no País das Maravilhas. – Agora eu tenho que correr!

- Então, sente-se e tome café aqui comigo enquanto as crianças terminam o deles. É melhor eu lhe mostrar a casa enquanto estiverem na escola, não? – Gertrudes a convidou.

Lucy passou apressada pela sala de jantar, mas ainda parou para conversar com os dois.

- Por tudo que há de mais sagrado nesse mundo: comportem-se, ok?

Os dois apenas concordaram com a cabeça, sem dar muita importância às palavras da tia, já que conversavam entre si. Por estar com pressa, Lucy não pode parar para ser mais enérgica e simplesmente teria que acreditar que realmente a iriam ouvir.

Jane era pura estratégia no momento; tudo o que ela pensava era no que faria para livrarem-se da babá na volta da escola. Já Alec estava entediado demais com tudo aquilo e apenas a ouvia falar.

- Sabe – ele disse pausadamente, – às vezes acho que não há algo de tão ruim em se aceitar alguém ajudando a Ger... – mas a irmã o fuzilava com o olhar e ele parou.

- Alec, seu panaca – ela disse com um sorriso diabólico depois. – Quem pensa aqui sou eu, você só executa, ok? Afinal, você não vai querer seus pequenos segredinhos sujos espalhados por aí, vai?

Ele engoliu em seco e tentou dizer algo em sua defesa, mas ela não permitiu.

- Pois eu acho que papai amaria saber tudo sobre o verdadeiro filhinho dele. Não acha? Aliás, ok, vou contar hoje mesmo para ele! – Ela puxou o celular do bolso, mas Alec segurou a mão dela.

- Ok, você venceu. Eu só disse que acho que cansou, não quis dizer que não ia te ajudar.

- Cansado ou não, irmãozinho, você vai fazer exatamente o que eu mandar. E ouça bem, isso só acaba quando eu decidir que acaba. Sua opinião não importa em nada aqui – e após isso, suas feições se mudaram para um sorriso e ela levantou. – Agora, melhor corrermos ou perdemos o ônibus, não é mesmo maninho?

Ela o deixou na mesa ainda e subiu contente buscar sua bolsa. Alec ainda encarou sua tigela de sucrilhos antes de se levantar. Ele sabia que uma hora teria que ter um basta naquelas ameaças, mas entendia que não era a hora de atormentar o pai. Mesmo sem entusiasmo nenhum, ele subiu pegar seu material.

Gertrudes e Alice conversaram amenidades durante o café, mas a empregada evitou a todo momento tocar em assuntos relativos as crianças, dizendo apenas que ela deveria ter paciência e entender que embora parecesse que elas queriam fazer mau, não era bem isso. Alice sorriu nervosamente e tentou entender o que ela queria dizer, mas ela apenas levantou da mesa e a convidou para conhecer a casa em mais uma saída evasiva do assunto.

* * * * *

Edward chegou ao hospital e deparou-se com a ilha de enfermeiras, ele gostava muito delas porque sempre eram fofoqueiras e poderiam dedar se os médicos estavam ou não pelos corredores desocupados. Ele sorriu e se aproximou de uma, que acabava de falar com uma médica de cabelos castanhos, que apenas o cumprimentou com um “bom dia” e saiu.

A enfermeira olhou Edward com curiosidade e ele viu seu nome em seu crachá, antes de perguntar.

- Bom dia senhora... Lewisky? Isso?

- Me chame de Laura – ela sorriu. – No que posso ajudá-lo, senhor? Afinal – ela franziu a testa, – me parece perfeitamente saudável para vir a um hospital.

“Boa observadora”, ele pensou e sorriu.

- É, eu estou bem mesmo, é que na verdade procuro uma pessoa que trabalha aqui. Preciso muito falar com ele, mas é sobre um assunto particular, nada relativo a doenças não – ele tentou deixar claro aquilo, para que ela não dissesse somente que Rafael não estava ali.

- Hmm, certo. E quem procura? Talvez eu possa ajudá-lo – e era exatamente isso que ele queria, que ela oferecesse ajuda, pois pessoas que se oferecem a ajudar são mais dispostas a dar respostas corretas do que quando as pede algo, e isso ele havia aprendido no setor de RH da empresa e dava mesmo certo.

- Procuro pelo doutor Holdford. Aliás, Rafael. Onde eu o acho? – mas ela empalideceu e olhou para alguns papéis na própria mesa e Edward estranhou.

- Oh, Teresa, meu bem – ela se virou para a outra enfermeira que estava perto, – pode levar essa papelada para a doutora Melinda? Ela esqueceu comigo.

- Ah sim, claro – a outra enfermeira pegou os papéis, cumprimentou Edward sutilmente e saiu.

Edward ia perguntar de novo, já achando que a enfermeira que havia escolhido para perguntar era louca, “ou, quem sabe, bipolar?” ele se perguntava mentalmente. Mas a mulher abaixou o tom da voz e chegou mais perto para falar.

- Não vai achá-lo aqui, senhor.

- Hoje é folga dele? – ele perguntou no mesmo tom baixo, não entendendo exatamente o porquê do segredo naquele assunto.

- Achamos que ele foi mandado embora, faz quase uma semana que não o vemos – ela completou tristemente. – Mas se precisa de alguma coisa, eu posso falar com a doutora Melinda, talvez ela te possa ajudar.

- Bem, eu não estou doente, de verdade. Mas, o que ele fez para ser mandado embora? – ele estava surpreso demais com aquilo, acreditando que Jasper poderia ter culpa naquele assunto.

- Aconteceu que a irmã dele começou a namorar o chefe geral... Isso aconteceu – ela disse sem graça, dando de ombros e comentando com pesar, como se falasse consigo mesma. – Pobre doutor Holdford, um médico tão competente como o pai, mas um com um karma tão grande que é aquela irmã...

- Que merda... – Edward acabou falando, não apenas pensando, mas ela concordou com a cabeça.

- Sim, daquelas bem cremosas e fedidas. Dizem que ele vai voltar na segunda, mas eu particularmente duvido. Pois parece que ele os pegou aos beijos e acabou brigando feio com o chefe...

- Ixi... Mas, desculpe, eu sei que é confidencial, você não teria o telefone dele ou o endereço? É que realmente eu preciso falar com ele, e não pode ser com outra pessoa, precisa ser com ele mesmo.

- Bem – ela se sentou em frente ao computador e começou a digitar, depois pegou um papel, uma caneta e virou a tela para Edward com a ficha cadastral de Rafael, – infelizmente eu não posso lhe passar esse tipo de informação.

Logo Edward percebeu que outra enfermeira estava chegando e copiou o endereço rapidamente no papel, antes de falar para que a outra moça ouvisse também.

- Entendo, mas tudo bem. A propósito, obrigado por me mostrar como chego ao Memorial. Passar bem senhora – ele respondeu a primeira coisa que lhe veio em mente, realmente agradecido pela ajuda.

- O senhor também – ela sorriu e se despediu.

Edward saiu do hospital, tentando transparecer normalidade, mas queria pular de alegria por saber onde achar o cara que iria solucionar suas dúvidas sobre Bella. Que ele esperava que o fizesse pelo menos...

Bem, mas o passo inicial era achá-lo e ele estava terminantemente decidido a encontrá-lo o quanto antes; e não pisaria na empresa antes de descobrir pelo menos uma coisinha que fosse de Bella.


Ela respirava fundo, pronta para dar seu melhor sorriso e bater na porta, quando esta foi aberta com seu punho a poucos centímetros de tocá-la. Ela teve de refrear a própria mão para não bater em quem a abria naquele instante.

Era justamente Jasper que abria a porta naquele instante, e por estar olhando a irmã que o seguia, quase trombou com Alice.

– Ah, oi – ele disse sem graça, quando viu que quase a atropelou.

– Oi, lembra de mim? Eu sou a... – mas ela não terminou, por Lucy que empurrou Jasper e gritou feliz.

– Alice! Entre, meu Deus, que alívio você aqui! – ela puxou-a porta adentro, esquecendo do irmão em segundos.

Jasper ainda ficou olhando-as seguir para a sala de jantar e só depois que sumiram de vista é que lembrou que precisava ir trabalhar.

Ele havia acabado de entrar no carro, estava colocando o cinto quando o telefone começou a tocar e ele bufou frustrado. “Mas será que já conseguiram espantar a moça?”, pensou consigo e franziu a testa ao ver que era Edward quem ligava.

– Edward? O que houve?

– Oi, Jasper! Bom dia para você também, meu amigo.

– Ah... Bom dia – ele se corrigiu sem graça, percebendo que provavelmente não era nada grave como supunha.

– Eu só precisava te avisar que vou demorar um pouco hoje... – Edward respondeu diminuindo cada vez mais o tom da voz, demonstrando o quanto ele estava incerto.

– Bem, sem problemas. Aconteceu alguma coisa?

– Na verdade, não. Não ainda. Mas, eu gostaria de saber uma coisa de você. Preciso de uma sugestão.

– Uma sugestão? Sobre? – ele estava realmente curioso com as esquivadas de Edward e seu papo estranho.

– Bem, é que... Sabe a Isabella?

– Sei, a garota viciada em trabalho que eu ainda preciso tirar a prova se existe ou não. O que tem ela?

– Bem... é que... – ele dizia sem graça.

– Fale logo, Edward. O que tem a garota? Ela não morreu não, né?

– Não! Bate na madeira e vira essa boca pra lá! Ela está bem, eu acho... Ok, você me deixou preocupado agora. O que você ganha com isso, hein?

– Nada – ele deu de ombros, – mas ela estava no hospital, né? E Você disse que ela não vai trabalhar hoje, então... Logo conclui que era grave... – Jasper deu de ombros, mesmo que soubesse que Edward não poderia ver sua reação do outro lado da linha.

– Certo, certo, já entendi. Mas ela está perfeitamente viva, creio eu... Isso se ela não esteve perto de mais nenhum monte de sacos de lixo assassinos após eu deixá-la em casa... – essa parte ele parecia falar pra si mesmo, e Jasper estava tão pasmo que não pode perguntar nada antes que ele prosseguisse. – Então, o fato é que te liguei porque preciso de uma sugestão sua. Eu estava pensando em dar flores a Isabella, sabe?

– Flores?

– Sim, Jasper. Afinal, acho que mulheres gostam de flores, não?

– É, sim...

– Porque minha mãe é louca por flores até hoje. Eu me lembro dos quase um milhão de vasos que ela me fazia molhar a cada dois, dias quando ela saía para viajar a trabalho. Cara, aquilo era um martírio!

– Imagino... Mas, o que eu entendo de flores?

– Você já deu flores a uma mulher, com certeza, né?

– Já, sim... Para sua prima, para minha mãe...

– Ou seja, você entende de flores! – ele completou diminuindo a voz, como se falasse consigo novamente. – Mais do que eu que tenho trauma delas, pelo menos... – e logo voltou a falar animado. – Então, o que eu devo dar a Bella?

– Bela?

– Sim, é o apelido de Isabella, oras...

– Já estamos chamando a garota imaginária pelo apelido e querendo presenteá-la com flores, né? – Jasper provocou.

– Ela não é imaginária, ela existe – ele disse levemente zangado, o que era notável por seu tom de voz.

– Ok, ok, eu estava brincando. Eu acredito em você. Mas – Jasper coçou a cabeça, – dar flores não é tão simples, cara.

– Como assim “não é tão simples”? Tem que ter autorização? Receita? Se cadastrar em algum órgão de proteção a natureza? Eu corro atrás disso já, se for isso! Aliás, tem de ter algum certificado ambiental para pessoa física? Porque se for acho que vou comprar em nome da empresa, mais fácil...

– Meu Deus, tão inteligente e tão burro ao mesmo tempo. Socorro! – Jasper provocou. – Não precisa de nada disso e juro que quero acreditar que você não falou essa baboseira sério e que foi só para tirar com a minha cara, viu? Mas, enfim, o complicado da coisa é se saber dois fatores: que flores ela gosta e se, sei lá, como ela está doente, se ela não tem alergia de alguma, eu acho...

– Alergia? Jura? Cara, to quase desistindo já... – ele respondeu tristonho. – Como vou descobrir isso dela?

– Fácil.

– Ha, e como faço isso gênio?

– Te dou duas ideias, uma é descobrir o ip do PC dela... – mas Edward o cortou.

– Sem hackeá-la, por favor.

– Ok, a outra é apenas perguntar para uma amiga dela. Você conhece alguma? Senão vou ter que hackear o e-mail dela pelo menos... Você sabe o e-mail dela, né?

– Não! E que fixação por hackear a vida alheia! E, cortando o seu barato, eu conheço uma amiga dela! Conheço até um amigo dela e a privacidade dela não precisa ser invadida assim...

– Xi, amigo... Gay? Ela anda com caras gays?

– Não! Na verdade, acho que não. Ele namora a melhor amiga dela.

– Hmm... Se ele não for gay, não vai saber se ela tem alergia ou gosta de flores, vai por mim.

– Talvez ele saiba se ela tem alergia, e a garota saiba as flores.

– Talvez ele não saiba.

– Vai por mim, talvez saiba sim.

– Então ele deve ser gay...

– Ô, Jasper! Pode parar, meu filho? Você está muito engraçadinho hoje, viu? Eu aqui com um assunto sério e você só sacaneando. Assim não dá, né cara?

– Desculpe. Mas, a propósito, eu posso ir trabalhar agora? Ou vou ter de esperar na linha você falar com os amigos da sua pretendente?

– Não, não. Pode ir lá. Mais tarde eu vou. Antes, vou resolver isso.

– Bem, boa sorte então.

– Tá, tá, sei... Até mais – e Edward desligou após dizer isso, não dando chance alguma para Jasper se manifestar.

Ele, por fim, deu de ombros e decidiu sair logo para trabalhar, antes que mais alguém ligasse ou um dos filhos aprontasse alguma das suas e ele não pudesse partir.

* * * * *

Lucy levou Alice até a sala de jantar, onde as crianças terminavam seu café da manhã. Ela podia sentir cada músculo de seu corpo tremendo em espasmos involuntários, só pelo medo que já sentia de antemão. Alice, por outro lado, estava igualmente nervosa, mas temendo não ser considerada a pessoa certa para estar ali.

– Bem, crianças, esta é Alice, a babá de vocês – Lucy começou as apresentações.

– Se ela pensa assim – Jane sussurrou, mas Lucy ignorou e prosseguiu.

– E, Alice, esses são Alec e Jane – Alice sorriu, mas as crianças apenas a ignoraram. Lucy percebeu o clima e interviu rapidamente. – Mas vamos até a cozinha para que eu te apresente a Gertrudes. Tudo que precisar e eu não estiver aqui, pode falar com ela, viu?

Ela disse aquilo para Alice, mas com um tom explícito de ameaça às crianças que ignoraram o comentário da tia. Depois ela seguiu com Alice até a cozinha onde encontraram Gertrudes, que cantarolava animada enquanto lavava a louça na pia.

– Ger... – Lucy a chamou, mas ela continuava cantando e dançando praticamente na cozinha toda com os pés e o grande bumbum remexendo. – Gertrudes! – Lucy subiu a voz e a empregada se virou vermelha de vergonha.

– Oh! Senhorita Whitlock, há quanto tempo está aí?

– Não muito. É que vim lhe apresentar a nova babá – ela se explicou sem tentar sorrir.

Alice tirou a mão da boca, que estava ali só para tentar esconder a gargalhada que teimava em escapar com a cena, e decidiu cumprimentá-la.

– Olá senhora Gertrudes, eu sou Alice.

– Olá, querida – ela disse secando as mãos para cumprimentá-la. – Eu sou Gertrudes, mas pode me chamar de Ger, ok? E, bem, por favor, vamos fingir que não me viu dançando na cozinha... Oh, Deus, que vergonha – Alice entregou algo do riso e lhe deu a mão.

– Dançando? Eu não vi nada, você viu alguém dançando aqui? – ela se fez de desentendida e Gertrudes sorriu.

– Esse é o espírito da coisa, meu bem!

– Desculpe cortá-la – Lucy voltou a falar após olhar o relógio na parede da cozinha, – mas eu tenho que ir... Ger, você poderia mostrar a casa à Alice? Por favorzinho?

– Sim, senhorita, eu posso sim.

– E, bem, daqui a pouco o ônibus já está passando pegar os dois... Então, eu tenho que ir e... Alice. Qualquer coisa, me ligue antes de tomar medidas drásticas, ok? – ela disse tudo de uma vez conferindo o horário em seu relógio de pulso e se colocando a correr feito o coelho branco de Alice no País das Maravilhas. – Agora eu tenho que correr!

– Então, sente-se e tome café aqui comigo enquanto as crianças terminam o deles. É melhor eu lhe mostrar a casa enquanto estiverem na escola, não? – Gertrudes a convidou.

Lucy passou apressada pela sala de jantar, mas ainda parou para conversar com os dois.

– Por tudo que há de mais sagrado nesse mundo: comportem-se, ok?

Os dois apenas concordaram com a cabeça, sem dar muita importância às palavras da tia, já que conversavam entre si. Por estar com pressa, Lucy não pode parar para ser mais enérgica e simplesmente teria que acreditar que realmente a iriam ouvir.

Jane era pura estratégia no momento; tudo o que ela pensava era no que faria para livrarem-se da babá na volta da escola. Já Alec estava entediado demais com tudo aquilo e apenas a ouvia falar.

– Sabe – ele disse pausadamente, – às vezes acho que não há algo de tão ruim em se aceitar alguém ajudando a Ger... – mas a irmã o fuzilava com o olhar e ele parou.

– Alec, seu panaca – ela disse com um sorriso diabólico depois. – Quem pensa aqui sou eu, você só executa, ok? Afinal, você não vai querer seus pequenos segredinhos sujos espalhados por aí, vai?

Ele engoliu em seco e tentou dizer algo em sua defesa, mas ela não permitiu.

– Pois eu acho que papai amaria saber tudo sobre o verdadeiro filhinho dele. Não acha? Aliás, ok, vou contar hoje mesmo para ele! – Ela puxou o celular do bolso, mas Alec segurou a mão dela.

– Ok, você venceu. Eu só disse que acho que cansou, não quis dizer que não ia te ajudar.

– Cansado ou não, irmãozinho, você vai fazer exatamente o que eu mandar. E ouça bem, isso só acaba quando eu decidir que acaba. Sua opinião não importa em nada aqui – e após isso, suas feições se mudaram para um sorriso e ela levantou. – Agora, melhor corrermos ou perdemos o ônibus, não é mesmo maninho?

Ela o deixou na mesa ainda e subiu contente buscar sua bolsa. Alec ainda encarou sua tigela de sucrilhos antes de se levantar. Ele sabia que uma hora teria que ter um basta naquelas ameaças, mas entendia que não era a hora de atormentar o pai. Mesmo sem entusiasmo nenhum, ele subiu pegar seu material.

Gertrudes e Alice conversaram amenidades durante o café, mas a empregada evitou a todo momento tocar em assuntos relativos as crianças, dizendo apenas que ela deveria ter paciência e entender que embora parecesse que elas queriam fazer mau, não era bem isso. Alice sorriu nervosamente e tentou entender o que ela queria dizer, mas ela apenas levantou da mesa e a convidou para conhecer a casa em mais uma saída evasiva do assunto.

* * * * *

Edward chegou ao hospital e deparou-se com a ilha de enfermeiras, ele gostava muito delas porque sempre eram fofoqueiras e poderiam dedar se os médicos estavam ou não pelos corredores desocupados. Ele sorriu e se aproximou de uma, que acabava de falar com uma médica de cabelos castanhos, que apenas o cumprimentou com um “bom dia” e saiu.

A enfermeira olhou Edward com curiosidade e ele viu seu nome em seu crachá, antes de perguntar.

– Bom dia senhora... Lewisky? Isso?

– Me chame de Laura – ela sorriu. – No que posso ajudá-lo, senhor? Afinal – ela franziu a testa, – me parece perfeitamente saudável para vir a um hospital.

“Boa observadora”, ele pensou e sorriu.

– É, eu estou bem mesmo, é que na verdade procuro uma pessoa que trabalha aqui. Preciso muito falar com ele, mas é sobre um assunto particular, nada relativo a doenças não – ele tentou deixar claro aquilo, para que ela não dissesse somente que Rafael não estava ali.

– Hmm, certo. E quem procura? Talvez eu possa ajudá-lo – e era exatamente isso que ele queria, que ela oferecesse ajuda, pois pessoas que se oferecem a ajudar são mais dispostas a dar respostas corretas do que quando as pede algo, e isso ele havia aprendido no setor de RH da empresa e dava mesmo certo.

– Procuro pelo doutor Holdford. Aliás, Rafael. Onde eu o acho? – mas ela empalideceu e olhou para alguns papéis na própria mesa e Edward estranhou.

– Oh, Teresa, meu bem – ela se virou para a outra enfermeira que estava perto, – pode levar essa papelada para a doutora Melinda? Ela esqueceu comigo.

– Ah sim, claro – a outra enfermeira pegou os papéis, cumprimentou Edward sutilmente e saiu.

Edward ia perguntar de novo, já achando que a enfermeira que havia escolhido para perguntar era louca, “ou, quem sabe, bipolar?” ele se perguntava mentalmente. Mas a mulher abaixou o tom da voz e chegou mais perto para falar.

– Não vai achá-lo aqui, senhor.

– Hoje é folga dele? – ele perguntou no mesmo tom baixo, não entendendo exatamente o porquê do segredo naquele assunto.

– Achamos que ele foi mandado embora, faz quase uma semana que não o vemos – ela completou tristemente. – Mas se precisa de alguma coisa, eu posso falar com a doutora Melinda, talvez ela te possa ajudar.

– Bem, eu não estou doente, de verdade. Mas, o que ele fez para ser mandado embora? – ele estava surpreso demais com aquilo, acreditando que Jasper poderia ter culpa naquele assunto.

– Aconteceu que a irmã dele começou a namorar o chefe geral... Isso aconteceu – ela disse sem graça, dando de ombros e comentando com pesar, como se falasse consigo mesma. – Pobre doutor Holdford, um médico tão competente como o pai, mas um com um karma tão grande que é aquela irmã...

– Que merda... – Edward acabou falando, não apenas pensando, mas ela concordou com a cabeça.

– Sim, daquelas bem cremosas e fedidas. Dizem que ele vai voltar na segunda, mas eu particularmente duvido. Pois parece que ele os pegou aos beijos e acabou brigando feio com o chefe...

– Ixi... Mas, desculpe, eu sei que é confidencial, você não teria o telefone dele ou o endereço? É que realmente eu preciso falar com ele, e não pode ser com outra pessoa, precisa ser com ele mesmo.

– Bem – ela se sentou em frente ao computador e começou a digitar, depois pegou um papel, uma caneta e virou a tela para Edward com a ficha cadastral de Rafael, – infelizmente eu não posso lhe passar esse tipo de informação.

Logo Edward percebeu que outra enfermeira estava chegando e copiou o endereço rapidamente no papel, antes de falar para que a outra moça ouvisse também.

– Entendo, mas tudo bem. A propósito, obrigado por me mostrar como chego ao Memorial. Passar bem senhora – ele respondeu a primeira coisa que lhe veio em mente, realmente agradecido pela ajuda.

– O senhor também – ela sorriu e se despediu.

Edward saiu do hospital, tentando transparecer normalidade, mas queria pular de alegria por saber onde achar o cara que iria solucionar suas dúvidas sobre Bella. Que ele esperava que o fizesse pelo menos...

Bem, mas o passo inicial era achá-lo e ele estava terminantemente decidido a encontrá-lo o quanto antes; e não pisaria na empresa antes de descobrir pelo menos uma coisinha que fosse de Bella.


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Notas finais do capítulo

Lembrem-se o quanto eu em arrisquei aqui no serviço postando para vocês, ok?
Então, por favor! me faça uma pessoa feliz e me façam correr o risco de ser mandada embora toda semana só pra postar pra vocês aqui. :D
beijinhos


Ps: na pressa atualizei a fic errada, ahauahuahau



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