Amor À Toda Prova escrita por Mereço Um Castelo


Capítulo 26
Capítulo 26 - Barrada Na Porta


Notas iniciais do capítulo

Gente estamos em 2013!!! E bem, o nosso presente a vocês é esse novo capítulo e eu gostaria de dizer que retomamos a postagem de "Família Cullen" também, ok?
Para quem sentia falta do Edward ele está de volta e tem planos, eheheh :D Agora, corram ler!



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Esme e Carlisle já estavam voltando do passeio quando ela decidiu tocar naquele assunto em particular, aquele que a estava fazendo roer as unhas de curiosidade há dias e mais dias.

- E então – ela começou casualmente, enquanto olhava suas unhas sem demonstrar interesse, mas na verdade avaliava o estrago de tanto roê-las, – vocês dois conversaram? Quero dizer, meu irmão e você já se falaram sobre...? – mas ela nem terminou a frase, só deixou no ar.

- Ah, bem – ele começou, – na verdade, eu ando evitando-o.

- Como é? – ela pareceu um pouco mais espantada do que deveria.

- É, ele tem me ligado algumas vezes, mas eu não o atendi até agora. Na verdade, acho que é melhor esperar ele voltar a trabalhar e conversamos... Sabe, né? – mas ela não fez cara de quem sabia, pois torceu a boca descontente.

- Não gosto disso... Faz dias já que começamos e eu até agora não posso convidá-lo para entrar na minha própria casa por temer a quarta guerra mundial.

- Não seria a terceira, amor? – ele tentou corrigi-la docemente.

- Não, a terceira foi entre eu e ele. Na verdade, estava mais para guerra fria, mas tudo bem... Enfim, o ponto não é esse, o ponto é que eu não gosto dessa situação.

- Eu também não, meu amor, mas vai melhorar, ok? Eu falarei com ele no dia que ele voltar, ok? Antes mesmo de liberá-lo para o plantão.

Mas Esme cruzou os braços pensativa.

- Mas eu acho que assuntos de trabalho devem ser tratados no trabalho e assuntos de fora dele, devem ser... Ah, você entendeu a dinâmica do negócio, vai.

- Bem, é que na verdade eu tenho uma estratégia.

- E qual é?

- A de que mesmo que ele fique bravo, não terá coragem de bater no chefe – e Esme fez cara de abismada com aquilo e lhe deu um tapinha.

- Mas eu posso! – e os dois sorriram daquilo. – Então, cuidado, hein?

- Vocês dois são uma máfia de dupla, isso sim! – ele comentou brincalhão.

- Ah e meus pais concordam nisso, pode ter certeza!

Carlisle a levou para casa, lhe deu um selinho ainda dentro do carro e depois saiu para abrir a porta para ela. Afinal, Esme havia avisado como dona Sarah não queria beijos na rua, então a ideia de Esme era que dentro do carro não era na rua, simples, prático, básico e uma amostra do jeito Esme de ser.

* * * * *

Na segunda, Alice acordou cedo, ganhando até mesmo de Bella. Ela foi com a amiga até o ponto de ônibus, e pelo caminho, até a lanchonete ficaram papeando com Luiza sobre as peripécias da cunhada e como tudo estava agora praticamente apaziguado. Embora a própria Alice assumisse que não havia questionado mais o namorado sobre o assunto.

As três desceram no mesmo ponto, aproveitando que a Eurisko ficava basicamente a duas quadras da lanchonete, e se despediram em seguida. Alice tentou não surtar até a empresa e manter seu ar de competente a todo custo, embora tremesse feito gelatina internamente.

* * * * *

Lucy andava de um lado para o outro, ela já havia levado as crianças para a escola e acreditava que tudo estava na mais perfeita ordem para partir. Porém, estava atrasada, o que não lhe alegrava, já que sempre foi muito pontual em seus compromissos.

Antes de ligar o carro, ela telefonou para Edward, pedindo que ele recebesse a candidata e não a deixasse sair com uma má impressão deles; afinal, se perdessem mais essa, não saberiam onde achar alguém para cuidar dos sobrinhos.

Ele que naquele momento tinha outros planos, teve que adiá-los pra mais tarde. Afinal, no dia em que viu a garota de seus sonhos na lanchonete, ele esqueceu até mesmo como se falava cada vez que ela estava perto.

Bella, por sua vez, ao vê-lo conversando com Rafael, só faltou enfartar. Ela queria muito que Edward tivesse dito algo, por mais idiota que fosse ou apenas um pedido de café, ela não se importava. O que ela queria mesmo é ouvir sua voz para tirar a prova de se era tão bonita como ela pensava ser. Afinal, quando ela havia sido vista por ele no primeiro dia, apenas Lucy havia pedido por todos e ele permaneceu mudo.

Mas naquele dia, enquanto ele estava com seu amigo ali na mesa da lanchonete, uma palavrinha que fosse saída de sua boca iria torná-la tão feliz. Ela acreditou até o último minuto que ele pudesse chamá-la após Rafael sair e pediria por algo, nem que fosse a conta. Mas Aro a mandou até o estoque pegar canudos e quando ela voltou não o viu mais.

Segundo Luiza, o rapaz simplesmente foi até Aro no caixa, pagou seu café e saiu. “Nem ao menos uma gorjetinha ele te deixou, que sovino!” ela brincou com ar de seriedade, mas Bella não conseguiu dizer nada, tamanha a tristeza de não vê-lo mais ali.

Porém se ela estava triste pela atitude dele, não podia nem supor o quanto ele estava aterrorizado por não saber o que fazer naquele instante. Por mais que quisesse dizer algo, Edward perdia sua voz cada vez que mergulhava nos belos olhos castanhos da garçonete.

Quando ela desapareceu de sua vista, ele voltou a entender o que era respirar e se lembrou que realmente precisava ir à empresa. Sendo assim, levantou, seguiu ao caixa, pagou e saiu. Não sem antes voltar a procurá-la com o olhar, mas em vão.

Agora, nessa segunda feira tão quente, mesmo tão cedo, Edward não conseguia tirá-la da cabeça novamente. Ele sabia que teria que enfrentar seus medos uma hora ou outra e que suas atitudes beiravam a de um adolescente estúpido e... Bem, ele não era adolescente há tempos e queria acreditar que também não era tão estúpido de perder uma linda mulher como Isabella.

Edward tinha seu plano de voltar até a lanchonete e encontrá-la antes que começasse a trabalhar. O plano parecia bom e ele o colocaria em prática, mas infelizmente teve que recuar naquele momento. Afinal, voltando à vida real e complicada, Lucy havia pedido para que ele estivesse na empresa cedo para receber a candidata a masoquista... Digo, a babá de Jane e Alec.

Mesmo que Edward quisesse recusar, ele sabia que Lucy faria a pior parte em levá-los à escola, ouvir a ladainha de seus professores e ainda entrevistaria a moça. Então, não lhe parecia justo reclamar. Mesmo assim, já fazia até um plano mirabolante de almoçar na lanchonete, só para ver Bella novamente e, quem sabe, não parecer tão estúpido desta vez.

Ele chegou na empresa, estacionou seu carro e deu de cara com o chefe de segurança, Santiago.

- Bom dia, senhor.

- Bom dia – ele respondeu ao cumprimento. – Jasper já chegou?

- Sim, senhor, ele chegou sim.

- Bom, e... Bem, alguma novidade por aqui nos últimos dias?

- Não senhor, nada digno de crédito.

- Ok, só espero que estejam cumprindo certo as escalas de trabalho, hein? Não quero saber de ninguém quase caindo de tanto sono.

- Não se preocupe, senhor. Está tudo sob controle.

- Ok, bem. Eu vou subindo.

- Sim, senhor.

Edward se dirigiu ao elevador rapidamente. Era sempre assim, toda vez que via Santiago ele se perguntava de quem havia mesmo sido a ideia de contratar um cara que dava medo só de estar perto. “Ah sim... Maria”, ele lembrou.

Aliás, a cena da contratação dele foi realmente marcante. Já que havia suspeitas de uma pessoa infiltrada na Eurisko e Maria contratou Santiago, que até então era segurança em uma boate, para fazer a pessoa confessar. A simples presença de Santiago fez o rapaz confessar que era contratado da senhora McCarty para descobrir sobre um novo software.

Maria e Santiago se olharam por alguns segundos e ele pegou o rapaz pela gola da camisa e levantou no ar, enquanto Maria tomava a palavra.

“Você vai fazer exatamente o que eu te mandar, certo? Ou meu amiguinho aqui vai lhe dar uma boa surra por isso. Você vai até lá e dirá que o software é um fracasso. Eu vou te pagar muito bem para sumir do mapa depois, mas esteja certo de que se outra coisa for dita a coisa será diferente, porque eu sim tenho um informante lá, e não serei piedosa, ok? Estamos entendidos?” E é claro que o rapaz concordou, e só assim ela deixou que Santiago o soltasse. “Pode colocá-lo no chão”.

Ele arrumou a roupa tremendo e aceitou as condições no ato, quase chegando a se ajoelhar nos pé dela. Mas Maria não estava de todo convencida, já que havia blefado feito o informante apenas para deixar uma pulga atrás da orelha de Rosalie, caso ele abrisse a boca sobre o ocorrido.

Como todo cuidado era pouco, Maria e Santiago o esperaram no aeroporto e o viram sumir naquela noite. Claro que o software foi lançado sem problemas e os McCarty perderam uma boa quantia de dinheiro com isso. E nem ao menos tinham a quem culpar pelo fracasso da informação recebida.

Aquelas lembranças eram assustadoras, de fato. Mas o que impressionava Edward era a capacidade da prima ser uma boa “atriz” e aspirante a “vilã” quando estava em sua pele de advogada. Ele realmente achava que ela encarnava um personagem e embora, sorrissem depois do que aconteceu, até mesmo ele chegou a temer pela vida do rapaz, pois para ele, aquela cena era bem mais real do que uma simples encenação.

Edward cumprimentou Kelly, a secretária de Jasper, e em seguida Ellen, mas quando estava para entrar em sua sala, ele parou e voltou até as duas.

- Bem, vocês sabem onde...? – mas ele não precisou completar.

- Jasper está na sala dele... – Ellen respondeu tristonha.

- Ok. Vou lá – ele disse pausadamente e as duas apenas concordaram com a cabeça.

Edward deu um toquinho na porta e não obteve resposta alguma. Após bufar em frustração, ele abriu a porta com cuidado.

- Jasper? Está por aí?

Ele entrou na sala e olhou ao redor, mas não havia sinal de Jasper por lá.

- Está no banheiro? – Edward gritou, sem obter resposta. – Ok, acho que elas se enganaram.

Ele estava pronto para sair da sala quando deu de cara com o amigo abrindo a porta.

- Errou de sala? – Jasper perguntou brincalhão, mas logo voltando a fechar a cara.

- Ah, não, na verdade, vim te procurar...

- Para?

Edward tentou pensar o mais rápido possível em qualquer que fosse uma ideia de desculpa perfeita. Afinal, Jasper já estava incomodado com toda a preocupação do amigo e em mais de uma ocasião já o havia dito que não iria cometer uma besteira, e que era totalmente ciente que tinha dois filhos para criar.

- É que a nova candidata a babá de seus filhos vai vir fazer uma entrevista daqui... – ele olhou no relógio. – Em alguns minutos... Eu pensei que talvez quisesse falar com a moça, eu não sei.

Jasper deu de ombros e seguiu até sua mesa.

- Lucy vai falar com ela, já está bom para mim. Aliás, eu duvido que ela vá ficar tempo suficiente para ser realmente chamada de babá deles – dizendo isso, ele seguiu para sua mesa.

Edward suspirou e seguiu até uma das cadeiras na frente de Jasper.

- Você precisa falar com eles, explicar a situação atual. Embora eles tenham treze anos, por dentro são crianças, Jasper. Eles não entendem que Gertrudes não pode cuidar deles e da casa sozinha.

- Eu falarei – Jasper começou a remexer em alguns papéis de sua mesa e diminuiu o tom – alguma hora...

- Jasper, cara, de verdade, eu acho que você realmente deveria procurar alguém para se tratar.

Jasper deixou os papéis em sua mesa e levantou furioso com Edward.

- Eu não sou louco! Se é isso que anda insinuando, ok? Experimente perder a mulher da sua vida e me diga como se sente depois! – Depois, ele parou e disse irônico para o amigo atônito. – Ah, mas como poderia entender, não é Edward? Você não tem ninguém nesse patamar! Ninguém te aguenta!

Edward engoliu em seco e permaneceu sentando, tentando se controlar para não falar besteira.

- Assim você me ofende Jasper, tudo que eu quero é lhe ajudar.

- Me ajuda muito se sumir daqui! – ele gritou.

- Ok, quando você estiver mais disposto a uma conversa, nós nos falamos. Até lá, pense que eu posso não ter ninguém, mas ela era minha prima. Entenda que você não é o único sofrendo Jasper, existem mais pessoas. E não afaste aqueles que querem te ajudar. Ficar sozinho não irá melhorar em nada – ele disse em tom normal, se levantando e seguindo até a porta.

Jasper percebeu a besteira que estava fazendo e tentou voltar atrás.

- Hei, Edward, desculpe, eu...

- Agora não, Jasper. Ok? Eu vou resolver os seus problemas com a babá agora. Quando você estiver com a cabeça no lugar, nós conversamos. Agora eu não vou ter sangue frio de ficar só escutando.

Edward fechou a porta e se deparou com Kelly, tão pálida como uma boneca de porcelana, olhando para ele de sua mesa.

- Ele não está melhorando, não é? – ela perguntou retoricamente.

- Infelizmente, não.

- Senhor, Ellen pediu para que eu avisasse que há uma garota na recepção que quer falar com Lucy Whitlock, mas Santiago a barrou. Ela desceu até lá para que ele não a tocasse daqui.

- Qual o problema daquele brutamontes? Esqueceram de colocar cérebro naquele corpo? – Edward perguntou zangado, e Kelly riu timidamente.

- Talvez, senhor, se me permite adicionar.

- Bem, eu vou até lá. Ou nossas chances de conseguir uma babá para aqueles dois vai por água a baixo de vez...

* * * * *

Edward não demorou para chegar na entrada do prédio, onde Ellen conversava com Santiago, enquanto uma moça apenas ouvia a tudo sem reação.

- Senhora, eu duvido que ela precise falar com alguém.

- Se alguém vem procurando por Lucy Whitlock é claro que veio para falar com alguém!

- Mas senhora, ela veio aqui outro dia e eu joguei o currículo dela porque...

- O que? – eu o cortei. – Como assim você jogou o currículo da moça? Você por acaso está na seção de RH agora e eu não sei? – Edward perguntou furioso, mas mudou de ideia assim que chegou do lado dele. – Porque, às vezes, né? Vai que houve um remanejamento que não sei... – ele sussurrou e Alice, que estava com os olhos marejados, não conseguiu esconder um sorriso.

- Agora volte ao trabalho, Santiago! – Ellen disse firme. – E sem “mas”. Vai!

Edward se virou para Alice e lhe estendeu a mão.

- Me desculpe pelo inconveniente, senhorita?

- Brandon... Alice Brandon – ela apertou sua mão timidamente.

- Certo, essa é Ellen, e eu sou Edward. Lucy está um pouco atrasada, mas você pode esperar por ela em outro lugar – e ele chegou mais perto dela para sussurrar. – De preferência longe do Santiago, ok?

- Sim, senhor – ela sorriu timidamente.

- Ellen, leve a senhorita Brandon até a sala de reuniões. Eu irei ligar para Lucy, ok?

- Sim, senhor. Acompanhe-me.

Alice e Ellen entraram no elevador e Edward olhou para o porteiro.

- Obrigado por avisar Ellen, acho que Santiago não entendeu ainda que nem todos são espiões.

- Não tem de quê, senhor. É que eu não queria que aquela senhorita ficasse ali esperando. Ela me parecia uma boa moça e não achei justo ele tocá-la. Tudo bem que a senhorita Whitlock quase não vem aqui, mas eu achei que poderia ser urgente.

- Fez bem em avisar, Amum. Muito bem. Obrigado mais uma vez – ele falou ao passar pelo porteiro.

- Disponha, senhor.

Edward pegou o elevador, pegou o celular para discar para Lucy avisando que a candidata já havia chego e que o plano de causar uma boa impressão a ela havia saído um pouco dos trilhos. “Vou ter que falar com aquele desmiolado”, ele bufou ao pensar sobre Santiago. “Ou, quem sabe, eu possa pedir para Ellen...”


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Notas finais do capítulo

Então, vamos trocar presentes e o nosso foi esse capítulo, agora o de vocês é um comentários sincero do que acharam, ok? Beijinhos fofos!