Amor À Toda Prova escrita por Mereço Um Castelo


Capítulo 24
Capítulo 24 - Desesperada


Notas iniciais do capítulo

Antes de mais nada gostaria de agradecer imensamente a Lua Lima pela bela recomendação que nos fez em "Saltitante" esses dias. Como a fic acabou faz tempo eu agradeço ela aqui, ok? Porque, menina é linda!! Ameeeiiiii!
Agora, quanto ao capítulo de Amor de hoje: será que Alice vai conseguir alguma coisa na agência?? Vamos ver!! :D



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Na segunda-feira, Alice era todo sorrisos ao chegar na agência de empregos, embora tentasse esconder seu nervosismo com isso. Ela havia passado o domingo todo procurando a roupa ideal para a ocasião, já que queria deixar uma boa impressão a quem lhe indicaria aos prováveis contratantes.

Na agência, ela foi atendida por Diana, que seria a responsável por fazer seu cadastro no banco de dados e encaminhar seu currículo às empresas.

“Ela até poderia ser mais simpática” pensou Alice consigo, “bastava tirar esse óculos, colocar umas lentes que evidenciassem seus olhos azuis e não ficar com essa carranca”.

A moça liberou Alice alguns minutos depois e disse que no momento não havia nenhuma vaga que se encaixava em seu perfil, mas que avisaria caso algo surgisse. Sem esperanças, Alice levantou e lhe deu a mão em agradecimento. Ela estava saindo cabisbaixa, mas após alguns passos retornou.

- Sabe, Diana – ela lembrou de dizer o nome da mulher corretamente, como o da antiga princesa inglesa, – mesmo que não seja na minha área, se aparecer uma oportunidade, por favor, me ligue. Eu preciso muito de algo.

- Está bem, eu ligarei – ela sorriu forçadamente e Alice pensou que todas as pessoas provavelmente a diziam isso todos os dias.

Ela estava saindo desanimada da sala quando trombou com uma moça loira e deixou vários papéis dela caírem ao chão.

- Oh, Deus, em desculpe – Alice pediu, enquanto abaixava para pegar juntamente com a mulher.

- Não se preocupe, são apenas papéis – ela sorriu.

- Mas, mesmo assim, me perdoe... Eu estava um pouco distraída.

- Calma, isso acontece mesmo – ela sorriu. – Aliás, meu nome é Lucy e o seu?

- Alice.

Lucy estendeu a mão a Alice e perguntou casualmente.

- Procurando um emprego ou empregado?

- Um emprego.

- Oh, bem, eu espero que consiga Alice e que não tenha que mexer com papéis, não? – Lucy brincou e Alice sorriu com o comentário após vê-la piscar em sinal de brincadeira.

- É, espero mesmo! Mas, bem, eu tenho que ir, boa sorte para você também Lucy.

- Obrigada – ela agradeceu verdadeiramente.

Alice decidiu que se a agência não havia lhe inspirado confiança, estava na hora de colocar seu plano B em prática. Sendo assim, ela decidiu entregar seus currículos em algumas empresas grandes, afinal, se já estava toda preparada para uma entrevista, não custava tentar a sorte, não?

Ela passou por várias das grandes empresas da cidade que poderiam precisar de serviços de marketing, publicidade e propaganda, sempre deixando seu currículo super elaborado e tentado deixar também o seu melhor sorriso de “pessoa confiável, encantadora e que deveria sim ser chamada para uma entrevista”.

Na hora do almoço, ela podia dizer seguramente que estava um caco. Como já estava andando, ela decidiu passar até a lanchonete com Bella, assim poderiam tentar almoçar juntas.

* * * * *

Santiago revirou os olhos. “Mas como tem gente sem noção nesse mundo, meu Deus”. Uma garota havia sido a única estúpida o bastante para deixar um currículo na empresa em pleno luto dos homens no qual ela queria que fossem “seus chefes”.

Inconformado, o único destino que ele poderia dar ao papel era a lixeira e foi exatamente para lá que o jogou, sem muita reflexão de sua parte. Afinal, só a equipe de segurança estava trabalhando desde a morte da senhora Whitlock e ele, como o chefe da equipe, era o responsável pela portaria no momento em que a menina foi até lá. Ele recebeu o papel com a cara fechada e uma indignação crescente, que ele esperava que tivessem sido visíveis à pequena garota.

* * * * *

Por mais que Rafael tenha tentado falar com Carlisle sem pisar no hospital durante a semana toda, o chefe não atendia suas ligações, nem mesmo no celular. Isso o levou a tomar uma decisão, iria procurar um outro hospital para trabalhar, mesmo sem conseguir falar com Carlisle antes.

Para não chatear Esme, ele decidiu que faria seu próprio currículo e o levaria como se tivesse apenas cumprido seu estágio no hospital de Carlisle e nada mais. Como se nunca tivesse feito parte do corpo médico de fato, para que não tivesse que dar explicações sobre sua saída a ninguém.

Como Alice estava preocupada nos últimos dias, ele decidiu não comentar nada a ela também. Afinal, sua namorada já estava bastante chateada por não ter conseguido nenhum emprego na área, nem mesmo pela agência, e, mesmo seguindo a ideia de Bella em aceitar qualquer coisa, ela ainda não havia sido bem sucedida.

Para elas e até mesmo sua mãe, ele decidiu falar que apenas estava cumprindo suas folgas acumuladas e que o hospital pagaria suas horas extras em descanso. Aquilo era o melhor para se fazer e não as preocuparia.

* * * * *

Já, Lucy, tinha grandes motivos para ficar preocupada com o que acontecia. Desde que havia ido à agência em busca de uma babá para os sobrinhos há cinco dias, dezoito candidatas já haviam passado pela casa, a maioria não havia aturado um único período, quem diria um dia. Seis delas até não haviam aguentado uma hora cheia com Jane e Alec, que estavam decididos a aprontar com as pobres mulheres.

De tudo já havia sido feito, como jogar as coitadas na piscina, jogar animais peçonhentos a seus pés e até colocar os cachorros da propriedade atrás delas.

Lucy estava louca da vida, mas Jasper não ajudava em nada. Ela nunca conseguia nem ao menos que ele conhecesse as babás, que o diga que repreendesse os filhos em algo. Até mesmo Edward já havia conhecido mais babás que o próprio pai das crianças e dado broncas mais severas em Alec e Jane, mas sem surtir efeito.

O fato foi que na terça feira, Jasper havia voltado à empresa. Ele se trancou em sua sala até poder sair sem ter que dizer uma única palavra a nenhum funcionário. Até mesmo sua secretária tinha dificuldade em arrancar-lhe algumas palavras.

Para Edward, as coisas definitivamente iam de mal a pior com Jasper. Mas ele precisava mesmo achar um modo de reverter a situação, sem causar um alarde maior. Arrastar Jasper para um psicólogo não parecia uma opção tão fácil no momento, e enquanto seus filhos não aceitassem logo uma pessoa que pudesse cooperar com que Gertrudes os mantivessem vivos e bem alimentados.

Edward não tinha como contar com o apoio de Lucy para tentar mudar o comportamento fechado do amigo, se ela não conseguisse antes tirar os problemas da casa dele de foco.

Outro grande problema na vida dela havia sido voltar a trabalhar. Nettie havia assumido a maior parte dos casos de Maria para que a amiga pudesse ajudar o irmão, mas ela se sentia uma aproveitadora por permitir isso.

Nettie não havia ido ao velório, no momento em que Maria morreu, ela estava em reunião e ao saber do ocorrido, teve de cuidar de tudo na empresa para que Lucy não tivesse com o que se preocupar. Ela havia tentado ligar para Jasper depois, para expressar seu pesar, mas ele não havia a atendido e Gertrudes lhe explicou que estava sendo assim ultimamente.

Pesarosa, Nettie havia decidido que não era apenas na empresa que Lucy parecia precisar de ajuda, mas com a família também. Aliás, ela estava presente com a amiga na casa quando a última babá havia entrado banhada em óleo aos berros, dizendo que as crianças eram enviadas dos infernos, empalidecendo Lucy instantaneamente.

- Bem, são só crianças... – Nettie tentou argumentar com a mulher histérica na sala.

- Só crianças? Você é o quê? Louca? Aquilo são enviados do inferno, isso sim! – ela gritava a plenos pulmões.

- Mas o que elas fizeram? – Nettie perguntou num tom um pouco maior que o de um sussurro.

- Aquela menina, ah aquela menina demoníaca! Ela tentou me jogar da escada, mas não conseguiu, não contente, ela soltou os cachorros em cima de mim e atirou um bife em mim! Está ouvindo? Um bife cheio e óleo! Crianças não fazem isso, capetas fazem!

A mulher terminou seus berros, pegou sua bolsa e saiu marchando porta a fora, não antes de fazer mais uma ameaça.

- Vou denunciá-los à agência sobre as formas desumanas que vocês tratam as pessoas aqui! E também farei uma queixa na delegacia!

Nettie tentou dizer algo, mas a porta já havia sido fechada com tamanha violência e tudo o que ela pode fazer foi piscar involuntariamente, como se algo a fosse atingir.

No momento seguinte, ela olhou para a amiga, pálida e estática no sofá.

- Lucy? – ela pegou sua mão, que estava fria como gelo. – Lucy, você me ouve? Lucy!

Lucy se virou para a amiga como se fosse em câmera lenta e, percebendo quem era, logo lágrimas surgiram em seu rosto.

- Oh Deus, eu tentei, eu tentei tanto...

- Oh, Lucy, não se abale. Essa mulher era louca, ela deve ter inventado tudo isso de Jane, só pode!

- Quisera eu que fosse... Mas essa foi a décima nona a dizer quase as mesmas coisas sobre aquela menina.

Agora era Nettie que se sentava atônita ao lado da amiga.

- Sério? – e ao receber uma resposta afirmativa de cabeça da amiga, ela prosseguiu em seu espanto. – E eu que achei que Jane fosse o menor dos problemas... Ela sempre me pareceu tão sensata... Mas – ela pareceu se lembrar de algo, e se virou a amiga interrogativamente, – e o que o Jasper fez a respeito disso? Tipo, ele é o pai dela, ele deveria dar uma boa bronca nela, não sei...

Lucy suspirou derrotada, como se tomasse um ar antes de dizer aquelas palavras.

- Ele não esta em condições de dizer nada...

- Como assim?

Lucy se levantou e pegou um porta retratos da mesa. Nettie já estava tensa, pensando que Jasper tivesse tentado cometer suicídio ou algo assim. Mas a amiga finalmente decidiu encerrar o drama.

- Ele parece estar entregando os pontos cada vez mais. Ele se irrita fácil e eu sei que deixá-lo saber o que a filha anda aprontando não vai ajudar em nada.

- Mas ele é pai dela, ele tem que saber o que a filha apronta.

- Ter ele tem, mas eu mal consigo fazer com que ele coma algo, quanto mais que haja como pai.

Nettie apoiou os cotovelos nas próprias pernas e meditou um pouco sobre aquilo.

- Acho que estamos com um grande problema aqui então...

- Estamos com muitos, isso sim! Onde quer que a Maria esteja, deve estar pensando o quanto eu sou uma incompetente!

- Oh, não... Ela não pensaria isso – Nettie tentou incentivar Lucy, levantando e indo ao seu lado. – Vamos, é só uma fase e vai passar, ok?

- Assim espero, porque já estou morrendo de vergonha de ligar na agência de novo.

- Deixa que eu ligo então. Qual era a agência de empregos?

- O número está na primeira página de minha agenda.

- Ok, deixe que eu ligo – Nettie sorriu para demonstrar confiança a amiga. – Agora, vá lavar o rosto e melhore esse ânimo. São só crianças e alguém há de conseguir dar um jeito neles, não?

- Tomara Deus que sim...

* * * * *

Esme já estava perfumada e com o cabelo impecável, mas as idas e vindas do guarda roupas ao espelho do quarto demonstravam o quanto sua dúvida ainda estava grande. Já era o milésimo vestido que ela colocava a frente do corpo e não aprovava.

- Droga – ela sussurrou irada, – vou acabar tendo que ligar desmarcando o jantar, não há nada que combine com a ocasião!

Alice, que estava sentada na cama da amiga, segurou um sorriso.

- Só você mesma Esme para achar que nada combina. Se eu tivesse essa sua cor de cabelo, viveria mais feliz.

- Ah, sei...

- Claro que sim! Agora, vem cá que eu escolho algo para você, isso para que veja que não há ressentimentos quanto a nós – ela levantou pulante da cama e correu ao closet.

- Sabe, – Esme disse enquanto esperava ainda em frente ao espelho, – porque você não vai lá vestir o Rafael, hein? Ou aproveita que ele tá no banho ainda... e...

- Achei! – Alice gritou do closet.

- Achou o quê? – Esme se assustou e só então percebeu que a cunhada não a havia ouvido em nada.

- Achei a roupa perfeita para você – ela disse saindo do closet de Esme com um belo vestido azul.

- Azul? Não gosto muito de azul... E, bem eu não quero esse vestido, o corte é meio... Ah, sei lá.

Alice revirou os olhos e estendeu a peça à amiga.

- Vista logo isso que eu arrumarei seu cabelo, e aí vamos achar o sapato ideal, que eu acho que será uma sandália e você poderá usar um colar mais ousado para fazer de conta que quer esconder o decote.

- Sabe, ele realmente não é de todo mau, eu até pareço sexy – Esme disse ao vesti-lo.

- Viu, e depois você fica com piadinhas em cima de mim.

- Mas é porque é muito divertido te atormentar, Alice! – ela disse eufórica.

- Ah sim, claro que é. Eu mesma pulo de alegria com isso, ha, ha...

Enquanto mexia no cabelo de Esme, o telefone de Alice começou a tocar sem parar.

- Será que é a Bella?

- Não importa quem seja, termine meu cabelo!

- Segura aqui, que estou curiosa.

Esme revirou os olhos enquanto Alice corria até a bolsa para pegar o telefone. Ela não reconheceu o número pelo visor, mas decidiu atender do mesmo modo.

- Alô?

- Olá, gostaria de falar com a senhorita Brandon.

- Sou eu mesma, quem gostaria?

- Aqui é Diana Sarks, da agência de empregos Walka.

- Ah, oi, Diana que bom ouvi-la! Então, tem algo para mim?

- Na verdade, Alice, isso não se enquadra em seu perfil – ela disse nervosamente, – mas você parecia um pouco desesperada no começo da semana e achei que talvez lhe interessasse.

- Mas é claro que me interessa!

- Bem, você terá que falar com a senhorita Lucy Whitlock. Pode marcar o endereço?

- Claro que sim! Deixe-me só pegar um papel, ok?

Alice revirou a bolsa e encontrou um caderninho de anotações e uma caneta, Esme tentava segurar o riso e o cabelo ao ver a situação da amiga.

- Pode me dizer.

- Bem, a senhora sabe onde fica a Eurisko Tecnology?

- Sim, eu sei sim!

- Bem, então você deve ir até lá amanhã às oito. Está bom pra você?

- Sim, claro que sim!

- Confirmarei com a senhorita Whitlock sua presença então e... Ah, Alice, se não der certo ainda te manteremos na lista, ok? – Alice estranhou o comentário, mas achou de bom tom concordar.

- Ok, Diana, mas vamos torcer para dar, né? Mesmo fora da área e tal... Aliás, muito obrigada mesmo!

- Disponha, bem, então, até mais.

- Até mais.

Alice desligou o telefone contente e Esme já queria saber tudo.

- Conte logo tudo!

- Fui chamada para uma entrevista amanhã às oito!

- Ahhhh! Que bom! – Esme começou a pular feliz, mas logo parou. – Bem, mas, pode terminar meu cabelo antes de correr no Rafa?

Alice riu, mas concordou.

- Claro que sim! Afinal, você não quer deixar seu amor esperando, né?

- Não mesmo! – ela concordou sorridente.



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Notas finais do capítulo

Nettie andava sumida, né? Mas voltou a história, ok?
Aliás, em breve, mais pessoas vão dar o ar da graça aqui, inclusive um certo casal e um certo ex dessa moça, ehehhehe.
Alguém arrisca tentar adivinhar?
Agora, para finaliza, o capítulo que vem já está pronto e depende só de vocês quando vou postá-lo, ok? Então, amaria comentários, recomendações e seja o que for, viu? Beijinhos!