Amor À Toda Prova escrita por Mereço Um Castelo


Capítulo 23
Capítulo 23 - Sem Duplos Sentidos


Notas iniciais do capítulo

Capítulo novinho para vocês! Primeiro vamos dar as boas vindas a Luanny Lima que começou a ler esses dias e está comentando em tudo, o que está nos deixando super felizes!!
E para as Bewards de plantão, olha só o que esse capítulo lindo revelará a vocês! Aliás, ignorem-me e corram ler!



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Logo, a porta foi aberta mais uma vez, desta vez era Edward que entrava na lanchonete. Não demorou para que ele avistasse Rafael e fosse ao seu encontro.

- Olá, doutor – ele lhe estendeu a mão.

- Oi... – Rafael retribui, mas tentou se lembrar de onde conhecia o rapaz à sua frente. – Me desculpe, mas você é quem mesmo?

- Posso me sentar?

- Sim, claro.

- Sou Edward Masen, o senhor cuidou de minha prima, Maria Whitlock, que faleceu em um acidente de carro há alguns dias.

- Ah, meus pêsames novamente – Rafael se lembrou de Edward.

- Obrigado.

- Mas... Por acaso, pretende me processar? É por isso que veio aqui? – Rafael pensou que se fosse isso não lhe faltava mais nada para adicionar à tragédia que sua vida estava se tornando.

- Não, na verdade vi o senhor e... Bem, só decidi cumprimentar, não sabia que vinha aqui também.

- Bem, na verdade, só estava de passagem e dei uma carona para duas amigas, só isso.

E aquilo foi música para os ouvidos de Edward; era bom saber que a mulher dos seus sonhos não estava amarrada a ninguém; não àquele médico, pelo menos.

- Sei, certeza que nenhuma é a sua namorada? Tipo, porque ela pode se zangar se ouvir o que me disse – Edward brincou, mas realmente queria aquela certeza.

- Nem brinque, minha namorada é a melhor amiga delas e eu a amo. Mas, e como tem passado depois – ele tomou ar antes de completar, meio sem graça ao perguntar, – do ocorrido? Bem, como está o seu amigo? – ele se lembrava de como Jasper havia reagido e realmente achava que poderia ser o caso de indicar um psicólogo para Edward levá-lo.

- Jasper está... Bem... Eu acho.

- Bem, sem querer ser inconveniente, senhor Masen...

- Pode me chamar de Edward, doutor... Ok, não lembro seu nome.

- Holdford, Rafael Holdford. E, bem, pode me chamar de Rafael também. Mas, o que eu dizia é que talvez seja interessante levar seu amigo até algum tipo de ajuda especializada, como um psicólogo. Não me leve a mal... – Mesmo que aquilo não fosse o tipo de informação que procurava, ele realmente ficou atento ao que o médico dizia.

- Bem, eu acho que o senhor tenha razão. Jasper não é bom com perdas... Mas meu maior temor é por seus filhos – Edward respondeu pensativo, cogitando agora essa possibilidade.

- Sim, provavelmente o bebê vá se acostumar a ausência da mãe antes, mas...

- Na verdade, não é um bebê não, já são crianças, duas, e bem grandinhas...

- “Grandinhas” quanto? – ele se impressionou, pois Maria parecia bem nova e não aparentava ter tido uma gestação recente, quanto mais duas.

- Eles têm treze anos, são gêmeos.

- Tudo isso?! – ele quase desacreditava nas palavras de Edward.

- É, digamos que... Eles aprontaram cedo! Muito cedo...

- Bem, de fato... – ele concordou sem graça.

Nesse momento, Bella chegou com o café de Rafael.

- Aqui está... – e não pode deixar de notar Edward com ele, mas tentou se segurar e não entregar que o café só tinha ficado pronto voando por causa da companhia. – E o senhor deseja algo também?

É claro que no minuto seguinte à pergunta, Bella mesma entendeu a conotação de duplo sentido que sua pergunta transpareceu e quase ficou rubra. Mas Edward estava ocupado demais tentando recuperar sua voz ao vê-la ali tão perto para notar naquele instante.

Ela ainda tentou incentivá-lo com a mão.

- Quer um cardápio? Ou quem sabe um café?

- É, isso – foi o máximo que ele conseguiu responder.

- Isso? O cardápio ou o café? – ela ficou confusa.

Rafael, que notou exatamente o que acontecia ali, tentou ajudar Edward.

- Bella, pode deixar o cardápio e traga um café para o Edward, enquanto ele decide se quer algo mais, ok?

Ela sorriu, realmente estava curiosa para saber quem ele era e a informação de Rafael havia lhe sido de uma ajuda enorme. Ele era bom em pegar as coisas no ar, Bella tinha que admitir isso.

Ela colocou o cardápio à frente de Edward, pediu licença e saiu atrás de seu café. Seu mantra era “Edward, Edward, mas que nome fofo”, ela suspirou ao chegar ao lado de Luiza.

Mas enquanto ela suspirava atrás do balcão, Edward teve que baixar o tom da voz para não surtar.

- “Bella”? Você disse “Bella”? – mas ele não deu espaço para o doutor responder. – Isso é “linda” em italiano, até onde lembro, e eu posso apostar que a sua tal namorada, grande amiga da garçonete ali não vai aprovar isso... – e mesmo sem querer, Edward estava de braços cruzados, na pose de menino emburrado que era típica de crianças contrariadas.

Rafael, que a princípio o olhava pasmo, sorriu com aquilo.

- Eu amo minha namorada, se quer me processar eu prefiro, ao invés de você ir falar mentiras para ela – ele riu, mas Edward continuava sério. – Além do mais, eu não sei nada de italiano, meu senhor, e Bella é diminutivo de Isabella, que é exatamente o nome dela. Nome que, aliás, você pode confirmar ao ver seu crachá quando ela voltar com seu café.

Edward desfez a birra e queria afundar sua cara no cardápio. Ele havia agido feito um idiota ali, mas não sabia como explicar a reação que teve ao ouvir outro chamar aquela garota de “bella”. Mas, se ele pensasse bem, não haveria um melhor apelido para defini-la.

Isabella, aliás, teve quase que travar uma batalha com Luiza para levar a xícara à mesa. A garota ficava dizendo que ela já havia levado, que era a vez dela. Coisa que Bella não entendia o motivo de estar acontecendo. Sem contar que ela não podia dar a Luiza a chance de contar a Edward que ela havia suspirado por ele.

Bella pegou a xícara e quase teve que correr balcão afora para levá-la. Eficiência essa que Aro notou, mas decidiu não comentar.

- Aqui está, senhor. Já escolheu se quer algo mais? – e naquele instante ela pensava como toda pergunta que ela fizesse saia sem querer da forma no qual não deveria.

Mas Edward apenas conseguia olhá-la e a coragem realmente lhe faltava para pedir qualquer outra coisa que fosse. Vendo sua falta de reação, Rafael decidiu responder por ele.

- Acho que ele não vai querer nada por hora, Isabella – ela o olhou interrogativa, pois ele sempre a chamava de “Bella”, como ela mesma havia pedido desde que se conheceram. Mas decidiu não dizer nada.

Ela pegou o cardápio e simplesmente voltou ao balcão, onde Luiza lustrava tanto a bancada que quase era possível ver através dela.

- Você está tão estranha hoje, Luiza.

- Eu? – ela se assustou, levando o pano ao peito. – Não estou não!

- Sei... Vou ficar de olho, hein?

Bella decidiu tentar se concentrar no serviço e esquecer o ruivo, “Edward, tão lindo e perfeito” que ela havia visto antes que Aro a colocasse para descascar batatas, literalmente.

* * * * *

Jasper e Jane também desceram para o café, mesmo relutantes. Lucy se perguntava como ela conseguiria lidar com tantas pessoas de personalidade difícil por tanto tempo. Já que para convencer Jasper ela levou uns bons minutos após deixar Alec à mesa, e enquanto tentava convencer Jane, Jasper havia se irritado e mandado a filha ir comer logo.

O primeiro passo para ela, quando Jane já estava longe, foi ficar brava com Jasper e mandá-lo agir de forma mais compreensiva com os filhos. Mas ela quase o fez dar meia volta e retornar ao seu próprio quarto com aquilo.

Sendo assim, após o conturbado café da manhã, que foi o mais silencioso da casa desde que Gertrudes podia se lembrar, Lucy estava decidida: arrumaria uma babá para cuidar das crianças, antes que o irmão colocasse tudo a perder e distanciasse seus próprios filhos de si sem querer.

* * * * *

Após deixar a lanchonete, Rafael decidiu enfrentar a ira da irmã, mas não sem antes passar e lhe comprar chocolates, como uma amostra de sua boa vontade em tentar uma trégua entre eles.

Quando chegou em casa, Esme estava deitada no sofá, ouvindo música no fone de ouvido e lendo algo. Sarah passava o aspirador de pó no chão. A cada instante, ela tinha que dar leves empurrões nós pés da filha, sempre que o tênis dela ia parar “sem querer” no braço do sofá branquinho.

Rafael cumprimentou a mãe e isso chamou a atenção de Esme, que jogou o livro na mesinha e levantou já com as mãozinhas na cintura.

- Chegando em casa agora, seu safado!?

Sarah riu da atitude da filha e respondeu divertida.

- Eu não preciso lhe dar uma bronca, tenho a Esme para fazer isso por mim. Mas, se comportem, e eu acho melhor irem para a cozinha, porque aí de vocês se eu pegar uma manchinha de chocolate que seja no meu sofá!

- Oh, chocolate?! – Esme disse já tirando os fones de ouvido e jogando no sofá, mas quando estava pronta para roubar a caixa do irmão, a mãe a parou.

- Esme, trate de pegar suas coisas menina, eu não sou emprega de ninguém aqui, hein?

Ela se encolheu, pegou seu livro, seu fone e logo a mãe os tocou para a cozinha de forma animada. A verdade é que Sarah queria que os dois se entendessem logo de uma vez, e na sala o marido poderia passar e querer entrar na conversa.

A caminho da cozinha, Esme roubou os chocolates e seguiu à frente, deixando suas coisas para o irmão carregar.

- Hmm... Eu adoro chocolate com castanha!

- Eu sei que gosta.

- Já está querendo me comprar, né? – ela disse ao colocar a caixinha na mesa de jantar. – Mas saiba que eu ainda estou muito zangada com o senhor, ouviu?

- Esme, me desculpe, de verdade. Mas é que realmente eu não quero nenhum marmanjão com outras intenções com a minha irmãzinha – e Esme riu com aquilo.

- Não sou mais uma menininha, sabia?

- Tenho fontes seguras de que ainda é sim.

Ela lhe mostrou a língua em uma pose nada adulta e ele usou isso como argumento, mas aos risos.

- Olha só a sua maturidade? E depois quer que eu acredite que você cresceu.

- Agora, maninho, sério. Eu gosto muito do seu amigo, eu não sei explicar exatamente, mas eu não estou disposta a deixá-lo para trás.

Rafael a ouviu falar e depois suspirou.

- Ok, então, eu fico feliz por você ter encontrado alguém que parece que ama... Mas, tome cuidado, o Charles também parecia o amor da sua vida e eu tive que dar umas boas surras nele quando descobri que ele relou em você.

Esme abraçou o irmão, como uma criança indefesa.

- E você sabe que eu te amo muito por sempre me defender, não é?

- Eu sei, e eu também te amo maninha, é por isso que não quero que mais um imbecil brinque com seus sentimentos. Você não merece passar por isso de novo.

- Mas, olhe – ela o soltou e o encarou dessa vez, e ele podia ver a cara de apaixonada dela naquele instante, – o Carl não faria nada disso. Eu tenho certeza, ok?

- Bem, eu não sei... Está certo que sempre achei ele uma boa pessoa e integro, mas eu não sei bem o que dizer. Digamos que ele já começou com o pé errado nisso quando decidiu não contar que a garota com quem estava saindo era você.

- Na verdade, a culpa foi minha – ela confessou cabisbaixa. – Fui eu quem pediu para que ele não contasse nada a você. Sabe, ele é seu amigo e tudo mais, eu queria achar uma melhor forma de fazer isso e olha a porcaria que deu...

- Bem, está tudo bem então... Estamos bem de novo? – ele estendeu os braços para ela.

- Claro, sempre estamos! – ela respondeu e pulou nele para um abraço. – Só prometa que vai se desculpar com ele também, ok? – ela o intimou.

- Sim, pode deixar, eu falarei com ele ainda hoje. Mas, me prometa uma coisa.

- O que? – ela o olhou desconfiada.

- Que vai me manter a par das coisas, ele pode ser meu amigo, mas se chatear a minha irmã, ele comprou uma briga feia.

- Bobo – ela deu um tapinha nele e começou a rir. – Depois eu que sou a mais ciumenta!

Sarah entrou na cozinha nessa hora, toda contente.

- Acho bom que se acertaram, viu? Porque agora é a minha vez de falar algo a vocês dois, então tratem de sentar – e ela parecia tremendamente zangada.

O sorriso de Esme sumiu, assim como o de Rafael e eles se sentaram para ouvir a mãe. Nunca era bom contrariar a senhora Holdford e isso eles tinha certeza.

- Eu não disse nada antes, porque não queria criar mais confusões, mas tudo resolvido, chegou a hora do meu parecer. Porque queiram ou não, eu sou quem manda nessa bagunça de casa, ok? – eles apenas concordaram com a cabeça. – Não vou dizer que não fiquei brava com você, hein mocinha? Se quer namorar é da porta para dentro, se os vizinhos querem ver um casal apaixonado que vão ao cinema ou assistam a TV, minha filha não.

Esme apenas concordou com a cabeça, envergonhada o suficiente por levar aquela bronca da mãe. Ela já estava decidida a infernizar o irmão, mas viu que Sarah se virou para Rafael para falar com ele também, e se conteve, afinal, se dona Sarah estava brava, ele ia ouvir o suficiente.

- E você, lhe digo o mesmo! Que vergonha! A educação que eu dei para você não foi a que eu vi nessa madrugada. Estou decepcionada. Se tinha algo para falar com o moço, que o fizesse da porta para dentro! Mesmo que fosse contra em algo, eu mesma ia te obrigar a se desculpar depois do que fez. Eu não criei um troglodita, eu tenho certeza que te eduquei para ser um homem decente! – e tal como a irmã, Rafael apenas concordou com a cabeça.

No instante seguinte, a cara de brava de Sarah já não existia e ela estava toda sorridente, como se não tivesse acabado de dar a maior bronca da vida dos filhos e começou a falar sem parada, cheia de entusiasmo.

- Agora, me deem logo um abraço e me contem as novidades. Eu quero muito saber quando sai esse casamento com a Alice e quando vou conhecer de forma decente meu genro. Eu não quero que ele fique achando que nossa família só tem pessoas mal educadas, e também não acho justo você ficar enrolando a pobre moça por tanto tempo, viu?

Esme aproveitou para pegar chá para todos e eles aproveitaram para comer o chocolate enquanto trocavam as informações preciosas com a mãe, que estava tão empolgada com tudo que mais parecia uma criança quando ganha um brinquedo novo. Sarah era assim, tal como Esme, em um minuto era a mulher mais brava do mundo e no segundo seguinte uma romântica incurável que já fazia planos e mais planos para a felicidade dos filhos.

Naquela noite, Rafael recebeu uma ligação de uma das meninas dos pagamentos do hospital, ela dizia que ele estava com muitas folgas em haver e que não iria avisá-lo mais uma vez. Sendo assim, ela disse que não colocasse os pés no hospital antes de sábado da semana seguinte.

Ele tentou protelar, já que seriam doze dias sem trabalhar, ele até chegou a pedir para falar com Carlisle, mas ela disse que não era para ele contrariá-la, pois ela tinha ordens expressas para fazer aquela ligação. Embora tudo parecesse bem com a irmã, ele começava a achar que não voltaria mais para o hospital, não mais como funcionário... Realmente, ele percebia naquele instante que havia pego pesado demais, de fato e pagaria suas consequências em breve.


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Notas finais do capítulo

E aí amores? Deu para deixar um gostinho? Espero que sim! :D
E agora nós precisamos saber das senhoritas o que acharam da fic, viu? Afinal, estamos mega aciosas para saber o que acham :D
Beijinhos e até semana que vem!!