Amor À Toda Prova escrita por Mereço Um Castelo


Capítulo 22
Capítulo 22 - Sonífero


Notas iniciais do capítulo

Capítulo novinho para vocês fofas!
Espero que gostem pois estou colocando ele online no serviço, olha o perigo! :D



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Havia roupas espalhadas por todo o quarto, eram blazers, terninhos, saias e uma infinidade de camisetas e camisetes de todas as cores. A claridade havia acordado Jasper e ele podia jurar que aquilo não era o sol e sim alguém que estava tentando acordá-lo a força.




Logo, uma Maria desesperada saia com mais um terninho do closet, desta vez na cor areia e foi imediatamente a frente do espelho testar o blazer.




– Amor, te acordei? – ela disse ao ver que Jasper a olhava.




– Hmm... Sim...




– Me desculpe, meu anjo – ela foi até ele e beijou sua testa. – Mas é que eu tenho uma emergência aqui!




Ele se sentou na cama e tentou olhá-la com mais força, mesmo que a claridade fizesse seus olhos fecharem a todo momento.




– Alguém preso de última hora, creio eu...




– Não, nada disso. Eu tenho uma audiência às 10, às 10! Acredita? E eu ainda não tenho a roupa certa! Isso é um caos, é um pandemônio! E olha o estado do meu cabelo – ela disse se olhando no espelho, – isso parecem antenas de barata na minha cabeça. Que juiz vai me ouvir com antenas de barata na cabeça? E – ela olhou para suas mãos enquanto jogava o blazer areia em uma poltrona, – e minhas unhas! Deus, olha essa cor de esmalte! É um caos, é um caos!




– Espera, deixa eu me situar... 10? 10 horas? Agora é tipo madrugada, não?




– Sim, e é tarde, é tarde! Deus, como é tarde!




– Daqui a pouco começará a chamar por Mariana, como naquele desenho que a Jane me fez assistir umas mil vezes com o coelho branco – Jasper comentou.




– Alice, meu amor, Alice no País das Maravilhas! E sim, eu concordo com o coelho branco, porque olha como é tarde!




Jasper levantou da cama e andou até Maria, que sentou na cama do outro lado já entregue a frustração.




– Ok, quer ajuda para escolher?




Logo um sorriso preencheu seu rosto e ela saltou para abraçá-lo.




– Faria isso por mim?




– Claro, por que não?




– Ahhhh! Obrigada!!!




Ela correu e pegou alguns ternos que estavam jogados pelo quarto.




– Qual deles amor?




– O primeiro.




– Qual? O preto? Não acha que...




– Você fica linda de preto... Bem, também fica linda dessa cor suja aí...




Maria riu divertida.




– É “areia”, amor, e não é “suja”.




– Enfim, você fica linda nela também, mas, desculpe amor, realmente parece suja...




– Ok, vou de preto! – ela respondeu alegre.




– Solucionado o problema?




– Sim, agora o cabelo e o esmalte e...




– Amor – ela o olhou, – se o juiz for homem, ele não vai notar seu esmalte, acredite em mim. Eu nem sei a cor que você está de esmalte e olha que durmo com você todas as noites.




– É que estamos sempre mais ocupados – ela brincou.




– Ele também vai estar, lendo papéis e, para mim, seu cabelo está lindo – ele a abraçou, – como sempre.




– É porque você é um fofo que me elogia sempre – ela respondeu.




– Agora, minha linda, realmente é cedo e a senhorita vai pra cama.




– Ah, não vou não! – ela tentou se soltar.




– Ah vai! – ele disse a pegando no colo e levando para a cama, mesmo que ela protestasse e desse gritinhos e risinhos no caminho.




– Isso é trapaça!




– Amo trapacear, se eu tiver mais alguns minutos com você ao fazer isso – ele disse a beijando.




– Hmm... Ok, posso esperar um pouco mais, né? – ela retribuiu ao beijo. – Mas, vai dormir mesmo?




– Tem ideia melhor? – ele a questionou.




– Sim, vou fazer chapinha! – ela disse se desvencilhando dele e correndo para o banheiro.




Jasper ficou pasmo da atitude dela. Maria era realmente teimosa quando queria, mas ainda era o amor de sua vida. Ele se virou e, como não havia outra alternativa, se forçou a dormir novamente.




Não demorou para que ele acordasse de novo e olhasse ao redor, tudo estava impecável, como antes de dormir. Cada coisa em seu devido lugar e, nesse momento, ele suspirou pesadamente.




– Era um sonho... – ele refletiu consigo, sentando-se na cama.




Jasper ainda ficou olhando ao redor, querendo acreditar fortemente que a cena anterior fosse de verdade e Maria voltasse a sair do closet em desespero por não saber que roupa usar. Mas nada aconteceu. Nada mais aconteceria nunca, pois Maria não iria voltar e doía para ele aceitar isso.




Jasper queria se jogar na cama de novo, mas olhou a hora no relógio do criado mudo e se espantou.




– Tudo isso? Mas... Eu nem estava com sono... – e imediatamente ele se lembrou da sopa. – Ah Gertrudes, eu realmente podia esperar algo assim de você...




Não era preciso pensar muito para chegar a conclusão que ele chegou; certamente sua empregada havia mesmo colocado algo na sopa para que ele dormisse. Mas ele não conseguia ficar bravo, pois se não fosse assim, certamente ele não haveria dormido nada a noite inteira.




* * * * *




Luiza olhava o relógio quase que de segundo em segundo, tomada de uma grande preocupação.




“Bella está atrasada, terrivelmente atrasada... Se ela não chegar, tipo, agora, ela vai perder o ônibus!”, ela pensava alarmada, enquanto olhava para os lados.




Mais alguns minutos se passaram e não havia sinal da amiga por perto. Luiza soltou o ar quando viu o ônibus apontar no final da rua e olhou para o relógio uma última vez.




“Droga, acho que nós duas vamos chegar atrasadas então. Não vou deixar ela tomar uma bronca do Aro sozinha, melhor pegar o ônibus seguinte e fingir que esse aqui quebrou”.




Ela cruzou os braços, zangada e virou-se para sentar novamente no ponto.




Logo, o ônibus chegou e as pessoas do ponto começaram a subir nele, mas Luiza permaneceu ali, quietinha, torcendo para que um milagre fizesse Bella aparecesse correndo na esquina e ela gritaria para o motorista esperar um minuto mais. Porém, a amiga não apareceu e o ônibus partiu alguns minutos depois.




Luiza já puxava os fones de ouvido da bolsa quando um carro parou à frente do ponto. Ela não iria ligar, mas começaram a abaixar o vidro e certamente era alguém que precisava de uma informações sobre como chegar em algum lugar muito perto ou que ela desconhecia. Como iria ter que esperar mesmo, não custava conversar para passar o tempo, e de quebra ajudar alguém, desde que não fosse um tarado, é claro.




Logo ela percebeu que a carinha sorridente no banco do passageiro era a de Bella e imediatamente ela desemburrou, até que lembrou que ela estava atrasada, mesmo assim.




– Lu, vem aqui!




– Bella, você está atrasada, sabia? Nosso ônibus já foi! – ela disse apontando para frente.




Bella deu de ombros, afinal não estava mesmo preocupada com o horário do ônibus, não hoje, pelo menos.




– Mas nós temos carona hoje, pegue suas coisas e entre aí atrás!




– Carona? – e só naquele instante ela pareceu se ligar que Bella ainda estava dentro do carro.




– Sim, o Rafa vai nos levar!




– Quem é Rafa?




Ela disse se abaixando para ver quem dirigia e quase caiu para trás, afinal, ele era lindo e ela torcia para que não fosse um caso de Bella, porque se fosse ela queria que ele tivesse um irmão e que a amiga o apresentasse para já.




– Sou eu, oi – ele disse simplesmente quando ela o viu.




Bella, porém, estava com pressa.




– Vamos, Lu! Vamos chegar atrasada se você não se mexer!




– Me mexer? – ela estava perdida – Ah, é!




Ela se virou para pegar suas coisas e logo percebeu que Rafael havia saído para ajudá-la, ele pegou uma sacola enorme dela, que levava seu uniforme dobradinho cuidadosamente dentro, e abriu a porta para ela.




Luiza percebeu o quanto ele era alto, e ainda mais perfeito de perto. Ela podia jurar que havia esquecido como se respirava com ele ali tão perto dela, mas se forçou a entrar no carro e não parecer uma retardada.




Ele fechou a porta para ela em seguida e deu a volta para entrar em seu lugar.




Bella escrevia incessantemente no celular quando ele sentou ao seu lado e ele a olhou.




– É Toddy, o cozinheiro, disse que entrou no ponto seguinte e nós não estávamos no ônibus, ele queria nos matar por ter que ficar nos esperando na porta – ela explicou para Rafael.




– Você todos moram perto, é? – ele brincou.




– Não, na verdade, só os mais legais! – Bella respondeu brincalhona, antes de bater na testa. – Ah, céus, que cabeça a minha, Rafael essa é Luiza, minha grande amiga e parceira de tortura; e Luiza, esse é o Rafael, o famoso namorado da minha amiga louca chamada Alice.




Eles deram as mãos, antes que ele se preparasse para dirigir, mas não sem Rafael fazer um comentário sobre as apresentações.




– Famoso?




– É – Bella respondeu ainda digitando, – a Alice não tem lá muito assunto, ela só te elogia – ela deu de ombros.




– E tem como não elogiar? – Luiza sussurrou, mas ficou vermelha tomate no segundo seguinte com a gafe. Porém, Bella pareceu não notar, apenas Rafael que simplesmente se prendeu a dirigir, após vê-la no retrovisor.




– Toddy não crê que chegaremos no horário – ela disse após a terceira mensagem do amigo, – ele realmente não acredita em nós...




– Isso quer dizer que vocês são reincidentes em atrasos, hein?




– Fazer o que, né? A cama é mais legal do que a cara feia do Aro – Bella respondeu.




Embora o vidro estivesse aberto, Luiza ainda estava sem ar, ela não conseguia tirar os olhos do belo motorista e pensar nas apresentações a deixava louca.




“Maldita de uma sortuda que é essa Alice, hein?”, ela pensava consigo mesma e tentava não encará-lo, mesmo que jurasse que ele não podia vê-la. “Oh Deus, por favor, que a maluca da Esme tenha mais um irmão, por favor, por favor!”.




* * * * *




Não demorou para que Edward chegasse em frente à lanchonete onde a garota de seus sonhos provavelmente trabalhava. Ele ficou alguns minutos no carro, meditando sobre a loucura que iria fazer. Ele nunca foi um perseguidor e, na verdade, só havia namorado uma garota antes – e foi ela mesma quem tomou a iniciativa de pedi-lo em namoro e, também, de terminar com ele. Nada muito emocionante que merecesse crédito.




Tanya era linda e independente, mas na verdade só queria aumentar suas notas para poder concorrer a uma bolsa de estágio na HP. Edward lembrava o quanto havia sido fácil conseguir um emprego na empresa, tanto ele quanto Jasper passaram na primeira prova direto. Até hoje ele se perguntava como ela havia tido tanta dificuldade no processo seletivo, afinal, para ele, as perguntas eram tão básicas que chegava a dar tédio só de respondê-las.




Livre de Tanya, Edward não havia procurado nenhuma outra garota, nenhuma havia mexido com ele como aquela garçonete. E ele precisava ter certeza de que ela existia e que não era apenas uma peça de sua mente.




Ele estava pronto para sair do carro, quando viu outro veículo estacionar na frente da lanchonete. Curioso, decidiu ficar ali mais alguns minutos para observar o que aconteceria.




Logo, ela desceu do carro e ela era real, extremamente real. Edward teve que se segurar para não correr até lá. A garota sorria com outra moça que descia do carro naquele momento pela porta de trás, e do lado do motorista alguém que não pareceu estranho a Edward deixou o veículo.




Ele puxou da mente de onde conhecia o rapaz e logo um estalo lhe veio em mente.




– É o doutor! – logo um sorriso brotou em seus lábios. – Talvez não seja tão difícil conseguir informações!




Bella queria tirar sarro de Luiza, já que a amiga estava mais pálida que papel. Ela não conseguiu segurar um sorriso quando a amiga tropeçou ao sair do carro.




– Quem é a desastrada mesmo? – ela brincou.




Luiza mostrou a língua e começou a rir também.




– Isso é convivência contigo, minha cara!




– Capaz! – Bella concordou, voltando a rir.




Ela havia convidado Rafael para tomar um café por ali e havia pedido para que ficasse por alguns minutos, assim Esme poderia estar com um melhor humor quando ele chegasse, já que ela sabia que a garota acordava com um gênio ruim. Rafael concordou e havia descido do carro também para acompanhá-las.




Luiza tinha que lembrar como andar, pé após pé, para que a gafe da saída não se repetisse.




Os três entraram na lanchonete e cumprimentaram Aro. Depois, elas foram se trocar no banheiro enquanto Rafael sentava em uma das mesas.




Um moço uniformizado chegou em seguida, “provavelmente o tal do Toddy”, pensou Rafael. Ele correu para a cozinha, tendo a grande sorte de não esbarrar com o chefe.




Mais um dia de trabalho começava na lanchonete de Aro naquele instante.





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Notas finais do capítulo

Gente eu agradeço a todas, vocês são umas fofas e amei cada comentário lindo no capítulo anterior!
Eu só não vou poder responder agora porque estou saindo agora do escritório e vou para a apresentação de TCC da minha querida amiga Lari (a Bellinha do Castelo). Vamos todos desejar sorte pra ela, né?
Beijinhos e não se esqueçam de dizer o que acharam, hein?