Amor À Toda Prova escrita por Mereço Um Castelo


Capítulo 20
Capítulo 20 - Válvula de Escape


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoas, hoje eu vim atualizar aqui para vocês o capítulo e espero muito que gostem. Ando sentindo falta de alguns comentários e há pessoas que marcarama fic como "favorita" e nunca comentaram, então, se a fic é a favorita de vocês creio que tenham algo a dizer, não?
Juro que, se tiver mais que oito comentários eu posto um novo capítulo até domingo :)
Capítulo novinho para vocês :)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/232465/chapter/20

Bella já estava pronta para voltar ao quarto quando ouviu uma chave ser colocada na porta. Temendo pegar Alice e Rafael aos beijos, ela tentou correr para o quarto o quanto antes. Mas, no caminho, esbarrou em uma mesinha decorativa no corredor de entrada dos quartos.

Nesse momento, ela se sentia uma idiota por não ter acendido as luzes e contar apenas com a claridade da lua. Para não gritar, ela tapou a própria boca e rolou os olhos em seguida, segurando a dor momentânea da pancada do dedinho no pé da mesinha. Depois, só de pirraça, deu um tapa de leve no móvel e voltou a olhar para a porta de entrada, que ainda estava fechada.

Sem perder mais tempo ali, ela desviou da mesinha e correu para o quarto, fechando a porta em suas costas e encostando-se a ela em seguida.

- Ufa, foi por pouco – ela sussurrou, enquanto recuperava seu ar. – Vou arrancar a porcaria daquela mesinha dali amanhã – ela disse ao andar mancando para a cama e se jogar nos lençóis.

* * * * *

Alice havia destrancado a porta, mas não estava pronta para se despedir do namorado ainda. Ela estava triste e se sentia tremendamente culpada com o que havia acontecido, mesmo que, de fato, não fosse algo no qual ela pudesse evitar.

Após a discussão com Esme, o caminho até sua casa havia sido feito no mais puro silêncio. Mesmo que Rafael tenha aberto a porta para ela entrar e sair do carro, ele não havia dito nada o caminho todo e aquilo lhe preocupava.

Em mais de uma ocasião, durante o percurso, ela pensou em dizer algo. Porém nada parecia bom o suficiente para tentar remediar a situação. Alice observava as luzes da cidade e em alguns momentos até havia olhado para ele, tentando pensar em algo bom para confortá-lo, mas não pode pensar em nada.

Sem contar que ela também tinha um motivo para temer uma conversa, pois tremia internamente só de pensar que ele poderia lhe perguntar se ela sabia de algo sobre Esme antes. Alice estava entre a cruz e a espada, se contasse que sabia o chatearia, se dissesse que não, corria o risco de Esme jogar na cara do irmão que contou com sua ajuda.

Tudo o que ela não queria era desapontar ainda mais Rafael, mesmo que não houvesse tido chance de negar auxílio à cunhada. Agora, pensava mil e uma formas de se casar dignamente mesmo com o vestido rasgado ou com graxa jogada por todo o seu corpo. Afinal, ver a cara de tristeza do namorado era cortante demais para ela, e a fazia se sentir ainda mais culpada.

Durante todo o caminho, Rafael pensou sobre as atitudes do amigo. Em nenhum momento ele pode identificar qualquer traço ou suspeita de que ele estaria saindo com sua irmã. Rafael esperava esse tipo de coisa de muitos de seus colegas de trabalho, isso era verdade, mas não esperava de Carlisle, já que o considerava como um bom amigo, quase um irmão.

Ele estava decepcionado, chateado e cogitando a infeliz hipótese da irmã ter-lhe armado aquilo apenas por pirraça. Afinal, nunca se sabe quando a ira de Esme foi cutucada, mesmo que sem querer.

Rafael até chegou a cogitar a possibilidade de Esme, na verdade, ter algo contra Alice e querer que eles acabassem brigando por algo. Afinal, agora, começava a suspeitar que a irmã havia feito tudo aquilo para que ele fosse mandado embora e isso certamente abalaria sua vida, e poderia fazê-lo acabar descontando suas frustrações em quem não tinha culpa, ou seja, ele poderia acabar brigando com Alice, mesmo ela sendo inocente.

Embora amasse a irmã, ele sabia que a garota era capaz de aprontar grandes coisas para conseguir o que desejava, sem medir consequências. Afinal, anos atrás, ela já havia aprontado algo parecido para que sua antiga namorada o deixasse. Mesmo que depois ele tenha se sentido feliz e livre de um romance que não estava dando certo, ele sentia que corria um grande risco de isso se repetir com Alice. E, desta vez, ele não estava disposto a perder, pois sentia que ela era a garota certa para ele, e Esme poderia arruinar seus planos, antes mesmo que ele pudesse reverter a situação toda.

Mesmo em silêncio, ele a acompanhou até a porta de seu apartamento. Alice destrancou a fechadura e criou um último fio de coragem antes de abrir a porta e se virou para ele, mas foi surpreendida por um beijo, antes mesmo que pudesse dizer qualquer coisa.

Ela, que se sentia tremendamente culpada até então, esqueceu de tudo e decidiu aproveitar o beijo, antes que fosse descoberta e ele se zangasse. Mas, minutos depois, ela se sentia uma aproveitadora novamente e ao final do beijo tinha que dizer algo.

- Amor, eu...

- Me desculpe – ele a cortou, e ela fez cara de perdida. – Eu não deveria ter discutido com Esme na sua frente, ela não tinha o direito de te provocar.

- Oh, não... Não se preocupe, amor. Eu não ligo para o que ela disse. O que me preocupa é você, e o que disse...

Rafael suspirou pesaroso, ele realmente havia pegado pesado com o chefe também, e tinha que admitir isso a si mesmo. De certa forma, Esme até poderia ter ajudado fazendo com que ele fosse empurrado para a lista dos futuros desempregados, mas ele também tinha culpa nisso.

- Bem, eu falarei com Carlisle amanhã... Se ele quiser me mandar embora, não há nada que eu possa fazer.

- Não queria que acontecesse isso... Eu me sinto culpada por... – mas ele tocou os lábios dela para que se calasse.

- Você não fez nada meu amor, ninguém escolhe passar mal e se Carlisle intencionasse contar, ele o faria antes mesmo de vê-la. Agora, esqueça isso, ok? – ele sorriu para ela, para tentar acalmá-la, mas ela sabia que tinha como evitar sim, só lhe faltava coragem para dizer.

Alice tentou ganhar tempo naquela conversa, para ver se um fio de coragem daria as caras por ali novamente.

- Bem... Não vai brigar com a Esme hoje, não é? Afinal, já é tão tarde...

Ele olhou para o relógio de pulso e a corrigiu docemente.

- Na verdade, já é cedo... Por incrível que pareça já é domingo, então podemos dizer que o sábado foi perfeito, o domingo que foi horrível...

- Mas, não... Você deveria deixar ela em paz, esqueça a Esme por hoje, apenas durma e coloque a cabeça no lugar. Discutir não adianta.

- Amor, eu tenho certeza de que Esme está na sala me esperando para o round dois, não há muita escolha – ele sorriu.

- Há sim! Durma aqui essa noite – Alice disse decidida.

Mesmo que namorassem há um bom tempo, Alice nunca havia feito tal convite e ele se viu surpreso.

- Na verdade, amor – ele tentava recusar de uma forma a não magoá-la, – Bella não vai gostar de...

- Bella não dirá nada! Eu explico para ela amanhã, e se for o caso, você dorme no quarto de hóspedes! O que eu não quero é você e a Esme brigando de novo...

- Eu não sei, Alice...

- Deixe disso, eu não vou picar você em pedacinhos e servir ao cachorrinho da vizinha! – ela tentou soar divertida, o que o fez rir.

- Tudo bem, você ganhou... Mas – ele fez uma pausa dramática e o sorriso dela sumiu, – eu trancarei a gaveta de facas, só por precaução... – ele brincou.

Alice riu baixinho e o puxou para mais um beijo antes de arrastá-lo para dentro.

* * * * *

Alec acordou, era quatro da manhã, a hora que ele costumava levantar de domingo para testar algumas técnicas de hackerismo. A hora era perfeita, sem pais pegando no pé ou a irmã para dedar seus feitos.

Embora não tivesse motivos para sair da cama, ele precisava de algo que o mantivesse distraído por um tempo e aquilo lhe pareceu uma boa coisa.

Alec saiu devagar da cama, tentando ao máximo não fazer barulho algum, depois, abriu a porta de seu quarto para ver se a barra estava limpa. Não notando nenhum movimento, ele começou a andar lenta e cautelosamente pelo corredor, descendo a escada e entrando na sala de estudos no piso inferior da casa.

Ele agradecia imensamente que a mãe tivesse lhes criado o espaço, afinal, em mais de uma oportunidade Alec quase havia sido pego pelo pai fazendo isso em seu quarto. Mas na sala de estudos ele tinha acesso às imagens das câmeras de segurança e podia respirar mais aliviado.

Além de que, nessa sala, ele tinha o álibi de dizer que estava estudando, já que deixava o micro de mesa ligado em sua matéria, enquanto fazia seus trabalhos escusos no notebook – facilmente escondido se alguém surgisse.

* * * * *

Bella acordou naquela manhã com a maior preguiça do mundo. Tudo o que ela queria eram mais alguns minutos de cama, mas seu despertador parecia transformar a função soneca de 10 minutos em um segundo.

- Droga... Que sono... – ela resmungou ainda de olhos fechados, mas criando coragem para levantar.

Após se espreguiçar na cama, ela se sentou, coçou os olhos e finalmente os abriu, focalizando a porta do banheiro e criando uma enorme coragem para se dirigir ao banho.

Um tempo depois, já mais acordada, Bella enrolou os cabelos com uma toalha e se trocou, pronta para procurar algo para seu café da manhã.

Ela passou pela porta de entrada, pegou o jornal e seguiu para a cozinha. Lá ela colocou o café para passar na cafeteria elétrica, enquanto enchia uma tigela de cereais com leite e colocava no microondas para esquentar.

Ela secou os cabelos e jogou a toalha na lavanderia, voltando a cozinha em seguida. Após o microondas apitar, se sentou na bancada, comendo seu cereal enquanto folheava o jornal despreocupadamente.

- Só tragédia... Aff... – ela bufou.

Logo, uma notícia lhe chamou a atenção, era a notícia sobre a morte da advogada Maria Amara Garcia Whitlock.

- Que pena... Ela foi a advogada da minha mãe na hora de aposentar... – ela pensou em voz alta, enquanto lia a matéria.

No minuto seguinte, uma foto do velório lhe chamou a atenção.

- Meu Deus! São eles! – na foto estavam Jane, Alec e Lucy, as exatas pessoas que ela havia visto na lanchonete.

 A legenda da foto dizia que as crianças eram filhas de Maria, enquanto Lucy era a cunhada da advogada.

- Cunhada? Quer dizer que ela deve ser a tia das crianças, mas ainda pode ser casada com “ele”... – ela refletiu. – Ou a namorada...

Logo, ela ouviu um barulho e se calou. Pensando o quanto era estúpida de ainda pensar no maravilhoso homem que viu na lanchonete e que certamente nem lembrava de sua existência numa altura dessas.

- Você bem que podia desligar a cafeteira, né? – Bella falou sem tirar os olhos do jornal.

- Tá bom... – mas aquela não era Alice respondendo e ela levantou lentamente o olhar.

- Rafael? Ou eu ainda estou dormindo.

- Acho que está acordada, creio eu... – ele respondeu ao desligar a cafeteira. – Quer café?

- Ah... Claro... As xícaras estão no armário em cima da pia – ela respondeu ainda pasma. Mas logo mudou a cara de boba enquanto ele a servia. – Mas, espere... O que você está fazendo aqui tão cedo?

- Problemas com Esme – ele disse.

- Sério? – ela congelou.

- Posso sentar? – ele pediu ao olhar para outro banquinho.

- Ah, claro, sente. Mas, me diga, o que sua irmã aprontou agora? – ela lhe perguntou, mesmo temerosa da resposta.

- Ela estava aos beijos com meu chefe na frente da minha casa.

Bela que bebia um gole de café engasgou no ato.

- O quê? – ela perguntou em meio a engasgos e ele teve que se levantar e puxar as mãos dela para cima.

- Isso mesmo... Mas, Bella, você está bem? – ela fez que sim, meio forçosamente com a cabeça e ele bufou. – Eu digo que um dia a Esme ainda matará alguém de tanto que apronta!

Ela recuperou o ar e tentou afastar o gosto ruim que fica na boca e a sensação estranha no nariz para responder.

- Estou bem, é que... Eu não esperava isso.

- E quem esperava? – ele disse voltando a se sentar.

Alice entrou na cozinha naquele instante e deu um beijo de bom dia em Rafael após cumprimentar os dois.

- Acho que nunca vou conseguir acordar antes nessa casa, brincadeira, hein? – ela disse brincalhona, tentando melhorar o ar, que ela apostava estar pesado por conta de Esme.

- Também, você dorme mais que a cama – Bella deu de ombros e Alice lhe deu a língua. – Muito madura sua namorada, viu Rafael? – Bella brincou e ganhou um pano de prato na cara. – Hei!

Alice começou a rir da cara de Bella.

- Te peguei!

- Sim, como eu disse, muito madura mesmo! – elas passaram a rir.

Rafael via o quanto as amigas se davam bem, até mais como irmãs do que amigas. Bem diferente de como ele podia ter certeza de que seria o clima em sua casa quando ele chegasse e encarasse a própria irmã.

- Bem, divirtam-se crianças, pois a Bellinha aqui vai voltar para a senzala... Digo, ao trabalho – ela brincou.

- Bem, quer uma carona? – Rafael ofereceu.

- Sério?

- Bem, eu posso te levar, se quiser.

- Acho uma ótima ideia você levá-la amor, a Bellinha anda demais, trabalha demais e vive de menos – Alice brincou.

- Alguém nessa casa tem que trabalhar fora, né? – ela deu de ombros em tom de zombaria.

- É, né? Para eu ter minha vida de madame! – Alice brincou.

- Bem, eu vou pegar minha bolsa então e já venho!

Bella saiu apresada da cozinha e Alice pegou uma xícara de café e sentou ao lado do namorado, na banquetinha onde a amiga estava antes.

- Amor – ela pegou na mão dele carinhosamente, – tente não brigar com sua irmã, ok?

Ele concordou com a cabeça, mas logo Bella já estava na cozinha novamente e Rafael apenas beijou a testa de Alice. Eles saíram em seguida.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Relembrando:
Oi pessoas, hoje eu vim atualizar aqui para vocês o capítulo e espero muito que gostem. Ando sentindo falta de alguns comentários e há pessoas que marcarama fic como "favorita" e nunca comentaram, então, se a fic é a favorita de vocês creio que tenham algo a dizer, não?
Juro que, se tiver mais que oito comentários eu posto um novo capítulo até domingo :)