Amor À Toda Prova escrita por Mereço Um Castelo


Capítulo 17
Capítulo 17 - Se Casar Onde?


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, acabei de voltar de viagem, vou postar o capítulo agora e respondo tudo mais tarde. ok?



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Carlisle levou Esme em uma pizzaria que não ficava tão longe da exposição. Logo que passaram pela porta, eram visíveis os olhares que se voltavam ao casal, que mais pareciam modelos de revista do que pessoas da vida real.

Esme riu ao ver que dois garçons estavam se debatendo para ver quem os atenderia, enquanto Carlisle olhava para o outro lado, em busca de uma mesa para eles.

- O que acha da varanda?

- Ótima ideia, vai ser perfeito, termos uma visão das estrelas – ela respondeu com um sorriso.

Ele segurou sua mão e seguiram para a mesa escolhida. Enquanto ele puxava a cadeira para Esme, um dos garçons “ganhou a briga” e chegou com o cardápio em mãos.

- Boa noite, senhor, senhora – ele os cumprimentou com acenos de cabeça. – Sejam bem vindos à nossa pizzaria, aqui está o menu.

- Qual prefere, meu amor? – Carlisle perguntou, ainda olhando para as opções do cardápio.

O sorriso de Esme se iluminou, e o próprio garçom se encantou com seu jeitinho ao ver o quanto ela estava caidinha pelo namorado.

- Bem, eu não sei... Gosto de queijo – foi tudo o que seu cérebro conseguiu processar para que respondesse a perguntar.

- Queijo? Ok, pode ser de quatro queijos?

- Sim, pode sim – ela respondeu sem pensar.

- Ok, queremos uma pizza quatro queijos e...

Esme o cortou, antes que ele continuasse seu pedido.

- E eu quero refrigerante, nada de suco... Sim, eu sou rebelde mesmo – ela sorriu.

- Ok, e refrigerante para nós dois. Algo mais, minha linda?

- Não, não. Obrigada.

- Ok, é só isso – ele disse ao entregar o cardápio ao garçom, que logo sumiu dali.

Esme estava olhando para os lados, pensando em como começar uma conversa, já que queria tanto conhecer mais sobre ele, porém não tinha ideias de como começar.

Logo, ela foi tirada de seus devaneios, quando Carlisle tocou sua mão.

- Esme – ele chamou seu nome.

Ela o olhou, começando a corar ao ver que estavam ali sozinhos e ela não tinha a mínima ideia de como começar uma conversa.

- Gostaria de saber um pouco mais de você, linda. A única coisa que sei é que é irmã do Rafael e que não sei mais como viver sem você.

Ela suspirou e se preparou para responder qualquer coisa, já que olhar para aqueles olhos azuis a deixava tão perdida.

- Bem, eu sou a mais nova, obviamente – ela sorriu sem humor, – também sou a mais bonita.

- Concordo plenamente nesse apontamento. Você estuda ainda?

- Sim, na verdade faço Arquitetura. Estou no último ano.

- Sério? Então gosta de planejar casas?

- Casas, jardins, lojas e tudo mais o que tiver paredes e mobílias... Se bem que, até sem paredes eu me viro, afinal, jardim pode não ter paredes, certo? – ela sorriu nervosa.

- Tem razão – ele coçou a cabeça.

E ela não lhe deu chance para perguntar mais nada, pois agora era ela quem queria saber dele.

- Mas, e você? Tem irmãos? Nenhum arquiteto, não?

- Na verdade, eu tenho uma irmã, ela se chama Carmen – ele sorriu, – e ela não é arquiteta. Ela é empresária.

- Empresária? De quê?

- Ela tem uma academia.

- Uau! Minha futura cunhada tem poder, hein? – ele riu do jeitinho dela.

A pizza não demorou para chegar e durante todo o tempo eles continuaram conversando sobre si, suas famílias e o que gostavam de fazer. A cada instante, um se apaixonava um pouco mais pelo outro, se é que aquilo era possível de acontecer, já que estavam certos de que não poderiam viver mais um sem o outro.

* * * * *

Após jantarem, Alice e Rafael decidiram ficar um pouco na sala sentados, aproveitando a companhia um do outro. Ela imaginava que Esme não teria a cara de pau necessária para vir com Carlisle até a casa dos pais, então estava mais tranquila.

O casal estava sentado no sofá, falando de assuntos diversos para passar um tempo juntos. Na verdade, Rafael queria saber se Alice estava boa o suficiente para ser deixada em casa sem sustos, só não queria alertá-la, pois claramente ela havia sofrido apenas uma queda de pressão e ele sabia como ela costumava “esquecer de comer” quando estava eufórica com algo.

- Sabe, amor, precisávamos falar de uma coisa – ele beijou sua mão. – Eu precisava saber como você quer se casar.

Alice franziu a testa.

- Desculpe, não entendi – ela riu, – era para soar como um pedido de casamento isso?

- Não, o pedido oficial vai ser bem mais elaborado, é claro – ele piscou pra ela. – Além, é claro de ser uma surpresa e eu ter que pensar em algo marcante. Mas é que, bem, você é católica, certo?

- Sim, como dizia minha vózinha, que Deus a tenha, “católica apostólica romana” – ela riu, se lembrando de como a avó, que era praticamente uma beata de igreja, se referia a si quando dizia que Alice e a irmã deveriam ir à missa sempre, coisa que quase não acontecia com frequência.

- Muda em algo? – ele perguntou perdido.

- Ah, não – ela riu. – Não muda, é só brincadeirinha.

- Ufa, achei que fosse querer correr atrás de mim com tochas ou algo do tipo.

Alice riu da interpretação dele.

- Não, bobinho. Se eu correr atrás de você, pode ter certeza de que não será com tochas... Só se o senhor me der motivos... – ela brincou.

- Pode ficar tranquila, pois não darei nenhum. Costumo me manter longe de incêndios e crematórios, fique fria.

- Ah bom... Mas o que estava dizendo mesmo, amor?  Acho que eu te cortei um pouquinho...

Ele sorriu do jeitinho dela.

- É, só um pouquinho de nada... Mas, bem, o ponto é que você é católica, com todos esses atributos aí, e eu sou judeu...

Do nada, a brincadeirinha de tochas que ela fez minutos antes a doeu, não era uma piadinha inteligente a se fazer.

- Oh, amor, é mesmo... Me perdoa, eu sou mesmo uma desmiolada fazendo esse tipo de piada infame, eu... – ele a beijou.

- Você é uma linda garota que não fez nada demais, meu anjo. Juro para você que isso não me afeta em nada.

Ela sorriu amarelo, pois se sentia muito mal.

- Mesmo? Ou está apenas sendo simpático comigo?

- Mesmo, minha linda. Não me afeta – ele beijou sua mão. – Mas, o ponto disso tudo é que eu imagino que você tem um sonho de como seria o seu casamento, não é mesmo? Então, acho que o certo era decidirmos que tipo de cerimônia será com certa antecedência...

- Oh, sim. Mas – ela pareceu confusa, – vocês não se casam?

- Casamos sim, mas digamos que eu não sei nada de como vocês se casam e acredito que você também não saiba o modo no qual os judeus se casam, não é?

Alice parou para pensar e ficou boquiaberta, era exatamente a verdade, ela não fazia a mínima ideia de como era uma celebração judaica de casamento, mesmo que eles já namorassem há alguns anos.

- Bem, é verdade, eu não sei – ela admitiu, mas imaginava que como ela, ele deveria ter um sonho de como queria se casar. – Mas não seria justo eu te obrigar a casar do jeito que eu quero também... O que faremos?

- Acho que só entrando em um consenso, e eu tenho uma sugestão.

- E qual seria? – ela ficou eufórica.

- Nós dois teremos que aprender tudo sobre isso na religião do outro. Assim, podemos decidir juntos como será. O que acha?

- Acho uma ótima ideia – ela sorriu. – O que me faz pensar que Cynthia, minha irmã, se casa daqui cinco meses. E, bem, acho que você pode aprender tudo por lá, não?

- Cynthia? Jura? Faz bastante tempo que não a vemos...

- Sim, faz. Ela me ligou há alguns dias contando as boas novas e... Nossa, eu havia esquecido de lhe avisar.

- Oh, pretendia ir com outro, né mocinha? – ele brincou.

Ela passou os braços por seu pescoço e o beijou.

- E que outro seria tão perfeito como você? Eu sinto muito é pela Cynthia não ter achado você... Aliás, sinto nada, eu achei primeiro e te amo. Azar o dela.

- Mas, bem, temos o meu lado também, não?

Alice concordou afirmativamente.

- Então, minha prima Charlotte irá se casar no ano que vem, em uma cerimônia tradicional judaica. Se você aceitar esperar... – ele disse incerto.

- Bem, é claro que aceito. Você é sempre tão disposto a entender o meu lado e seria insensível demais se eu não entendesse o seu, não? Esperarei com todo prazer – ela sorriu. – Mas, tem um porém.

- E seria qual? – ele sorriu, mesmo tenso com o “porém” da namorada.

- Eu não posso ir nessa festa de casamento sem saber o que vestir, então eu convocarei Esme e sua mãe. Porque eu não sou de acreditar em tudo o que a Esme fala e, bem, sua mãe pode exagerar um pouquinho também, né? Afinal ela é mãe da sua irmã – ela riu.

- Claro, eu tenho certeza que elas irão com você com todo gosto. E, para tirar uma dúvida no final, pode me perguntar, ok? Acho que sou mais certo que essas duas.

Alice começou a rir e logo Rafael a seguiu. Sarah realmente tinha muito de Esme em sua personalidade e era sempre bom confirmar as coisas antes de correr riscos.

* * * * *

Edward havia levado a bandeja de Jasper para a cozinha, enquanto o amigo subia para seu quarto. Ele nem ao menos havia tomado banho após chegar do velório, mas conversar com Edward o havia animado o mínimo necessário para que o fizesse.

Não demorou muito para que todos na casa estivessem em seus respectivos quartos. Porém dormir era algo extremamente difícil para todos naquela casa, ainda mais aquela noite. Rolar na cama sem sono parecia algo inevitável e Jane desistiu de se obrigar a dormir após duas horas de tentativa, como constatava ao olhar o relógio na cabeceira de sua cama.

Ela ligou o abajur de seu quarto e olhou ao redor, tentando adaptar seus olhos a meia luz. Depois, ela se descobriu e desceu de sua cama, tempo o suficiente para pegar seu netbook, que sempre guardava escondido embaixo da cama para a mãe não ver.

Ela sorriu levemente por nunca ter sido pega, mas no instante seguinte suspirou pesadamente.

- Preferia ser pega... Agora ela nunca mais vai me pegar fazendo isso...

Seus olhos se encheram de lágrimas instantaneamente e ela teve que conter-se por alguns minutos para não cair no choro de novo. Tudo o que ela não queria é que a ouvissem chorar novamente e viessem vê-la. Ela não queria preocupar o pai e ninguém mais, pois sabia que todos estavam sofrendo tanto quanto ela.

A garota levantou-se, seguiu até o banheiro, lavou seu rosto e voltou ao quarto, se sentando novamente em sua cama.

Jane olhou para os lados após ligar seu netbook, logo visualizou o que precisava e foi pegá-la, voltando para a cama. Ela colocou seu computador vermelho sobre a mesinha própria do equipamento para que pudesse usá-lo na cama. Porque, para ela, mesinhas para se tomar o café da manhã na cama só serviam mesmo para esse fim: o de usar o computador ali sem queimá-lo.

Afinal, café da manhã no quarto nunca teve graça, já que ela só o tomava assim quando estava doente e isso não lhe trazia boas lembranças.

Fazia alguns meses que Jane havia feito um blog de acesso restrito. Ele funcionava basicamente como seu diário, mas com uma frequência de atualização maior. Ela costumava pensar que seu blog possuía seus sentimentos no decorrer do dia, enquanto seu diário em papel era um resumo dos acontecimentos. Já que em mais de uma oportunidade ela fez a atualização de seu conteúdo através de seu celular em plena a aula.

Como era restrito, Jane não se preocupava com o que escrevia lá, uma vez que ele era apenas acessível para ela mesma. Sendo assim, começou a colocar para fora todos os seus temores futuros, agora que não tinha mais sua mãe por perto. Ela havia começado a descrever isso em seu diário antes da tia chegar, mas agora Jane não queria ser pega escrevendo no papel. Afinal “e se alguém lesse?”, ela pensou.

Logo, Jane decidiu que seu diário de papel não conteria mais tantos sentimentos, e ela iria preferir usar seu próprio blog para isso dali para frente.

Ela escreveu mais de dez páginas naquela noite, todas com lágrimas nos olhos e que demoravam a sair devido ao embaçamento de sua vista em alguns minutos. Mas, após colocar tudo para fora, ela sentia que poderia dormir um pouco, já que se sentia exausta fisicamente e mentalmente.

Mas, antes disso, Jane se levantou, pegou seu diário de papel e abriu o seu closet com a missão de escondê-lo bem. Como sabia que Gertrudes não mexeria nas estantes superiores, ela puxou uma caixa de chapéu e escondeu embaixo da peça. Que, aliás, ela nunca havia usado em sua vida, embora fosse bem bonitinho, como ela mesma pode constatar.

Após cumprir sua missão, ela voltou ao quarto, desligou o computador, colocando-o novamente embaixo na cama, e entregou-se ao sono. Agora mais aliviada e decidida a não demonstrar o quanto estava sofrendo.

“Não quero que ninguém sofra por me ver chorar. Papai não merece isso, nem o chato do Alec...”, ela pensou de olhos fechados.

Mas, no minuto seguinte, ela se lembrou que ainda não era hora de dormir exatamente e decidiu fazer uma prece a Deus, para que aceitasse de bom grado sua mãezinha no céu, onde ela certamente merecia estar agora.

“Eu sempre vou te amar mamãe, e ninguém vai te substituir, eu prometo”, foram as últimas palavras de Jane, antes que se entregasse de vez ao inconsciente de seu sono.


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam??
Quem gostou (ou não) comentem, ok?
Aliás, o capítuloq ue vem já está escritinho, se tiver pelo menos uns 8 comentários eu posto outro ainda essa semana, hein? :)
E para os fãs de Beward, quero avisar que logo logo vamos começara focar neles, ok? Vamos colocar um casal nos trilhos por vez, eheheh
beijos povo!!