Amor À Toda Prova escrita por Mereço Um Castelo


Capítulo 15
Capítulo 15 - Você Aqui?!


Notas iniciais do capítulo

E aí minha gente fofa? Tudo bom?
Então, preparados para o novo capítulo?
Será que é agora a hora tão esperada?? Ai ai ai... Vamos lá!



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Jasper ouviu a porta se abrir, mas continuou debruçado na mesa. Em sua mente, ele só imaginava ser sua governanta novamente querendo fazê-lo comer algo. Mas ele não estava com fome, embora tivesse lhe prometido que comeria depois... Mesmo que, no fundo, não intencionasse cumprir com essa promessa tão cedo, Jasper repetiria isso para não preocupá-la.

Ele ouviu passos ressoarem pelo piso, vindo cada vez mais para perto dele, seguido de um barulho sutil de algo a ser colocado em sua mesa. Mesmo a contra gosto, ele olhou para a bandeja que havia sido colocada ali e depois subiu o olhar, dando de cara com Edward.

- Deveria dormir na cama, sabe. Não por nada, mas isso pode lhe dar dor nas costas.

Edward tentou soar brincalhão, mesmo que soubesse que o amigo estava mal. Levar as coisas a ferro e a fogo para começar uma briga não ajudaria, e ainda não faria com que conseguisse obter algum sucesso em fazê-lo comer. E Edward sabia bem isso.

Jasper puxou os braços da mesa e tomou ar para dizer.

- Agradeço pela preocupação, mas não estou com fome.

- Eu sei – ele deu de ombros, – as crianças e eu também não estávamos, mas Lucy nos fez comer e agora eu farei o mesmo com você – ele sorriu.

- Fico feliz que ela tenha conseguido... – Jasper respondeu apenas a primeira parte do comentário. – Achei que eles seriam mais teimosos.

- Teimosos? Um pouco... Mas as crianças não foram nada perto do pai delas. Gertrudes estava aos prantos na cozinha, sabia? E isso não se faz para uma senhora como ela.

Jasper suspirou pesaroso, antes de desculpar-se. Ele sabia que estava sendo um pouco teimoso também, mas não conseguia sentir nenhuma outra necessidade que não fosse a de ficar sozinho naquele momento.

- Me desculpe, Edward. Também pedirei isso para ela mais uma vez... Embora eu tenha dito que comeria qualquer coisa depois. Ela não precisa se preocupar comigo.

- Não precisa? Você a conhece, e, aliás, ela te conhece tão bem que sabe que era mentira que comeria. Então, já sabe, ela lhe fez até o que comer, olha só.

Contra aquele argumento, não havia o que dizer. Jasper simplesmente preferiu permanecer em silêncio. Edward puxou a cadeira na frente de sua mesa e se sentou.

- Faça uma senhora feliz, coma um pouco.

- Você não poderia comer e dizer que fui eu? – ele perguntou.

- Jasper! – Edward se fez de ultrajado. – Temos quanto? Dez anos? Não creio que me pediu isso!

Jasper deu de ombros e um breve sorriso.

- Bem, eu tentei.

- É, tentou, mas, vai, come logo. Antes que esfrie de vez.

Edward lhe empurrou a bandeja com a tigela de sopa.

- Aproveite que ainda está quente, porque sopa fria é praticamente impossível de descer. Eu, particularmente, não vejo graça em sopa. Mas já que você gosta, né? E, aliás, mesmo que não gostasse, o simples fato de aquela senhora, tão bondosa, ter vindo diretamente do hospital para lhe fazer isso, com tanto carinho e preocupação, já se torna obrigatório que coma.

- Sabe – Jasper pegou a colher, – já foi o suficiente até o “já que você gosta”, não precisava de tanto drama assim.

Edward sorriu.

- É bom saber, mas eu não podia dar brechas para você escapar.

Jasper comeu uma colherada, quase vazia, é verdade. E voltou a se pronunciar.

- Acho que você seria um bom pai.

- Sério? Meu sonho é mandar alguém para o castigo, então fica esperto moleque! – ele disse em tom de zombaria. – Vou ficar de olho se você come ou joga para o cachorro.

- Mas eu não tenho cachorro...

- Não me desobedeça, rapazinho.

- Mas eu não desobedeci!

- Respondeu! Menino respondão. Onde você estava com a cabeça quando te eduquei?

- Edward...

- Ok, ok. Ficarei de olho mesmo assim.

Jasper deu de ombros e continuou a comer.

Edward realmente sabia como mudar os ares quando queria. Ele sabia soar de forma convincente, pegando no ponto fraco de quem o ouvia.

Mesmo que nunca tivesse visto a pessoa na vida, ele era bom em palpites e sempre sabia o que fazer. Era como “se tornar o melhor amigo da pessoa instantaneamente”, sabendo todas as suas necessidades momentâneas e o que era preciso para convencê-la a cooperar. Habilidade esta que ele e sua prima, Maria, sabiam usar muito bem para melhorar os ares de onde estavam. Mesmo nas piores situações.

Não era a toa que Edward havia conseguido o primeiro emprego para ele e Jasper quando tinham apenas 14 anos, com um projeto de software projetado capengamente. Isso na idade em que a maioria dos garotos só pensava em ser um grande jogador no time de basquete da escola.

Neste período, aliás, Edward já era o presidente do clube de Xadrez do colégio, e Jasper do de Astronomia. Ambos ocupando os cargos mais altos do lugar com a menor idade até então.

Maria só mudaria de volta para os Estados Unidos com os pais dois anos depois, para se juntar a eles em suas aventuras. Não que ela fosse boa em hardwares ou softwares, mas ela passava horas vendo-os trabalhar, sempre fascinada e sem questionar.

Ela primeiramente se sentia sozinha e tinha como único amigo Edward. Mas tão logo quanto conheceu Jasper, já se deram bem, e o primo gostava muito dessa amizade, pois podiam sempre se salvar de encrencas, já que Maria estava por perto para colaborar com a desculpa.

Tanto os pais dela, quanto os de Edward, eram conselheiros das Nações Unidas e viviam em mudança. O que fez com que Maria vivesse mudando de país com seus pais a cada quatro anos, morando em boa parte do mundo antes mesmo de chegar à adolescência.

Edward só escapou de viver assim porque sua mãe havia se afastado do cargo após seu nascimento. Ela temia não estar em um país que pudesse lhe oferecer um ensino adequado. Mas seu marido, o pai de Edward, embora concordasse com o posicionamento da esposa, seguiu sua carreira e quase não parava em casa, por mais que tentasse.

No caso da prima, tanto a mãe quanto o pai não conseguiram abandonar as causas humanitárias, mesmo com uma bebê de colo. Foi assim que Gertrudes entrou em sua vida, quando Maria tinha apenas dois meses de vida.

Maria e a filha da babá se tornaram praticamente irmãs e parceiras de crime instantaneamente. Elas sempre viajavam com a família Garcia, já que o marido de Gertrudes falecera meses antes de ela conseguir o emprego de babá.

Quando Maria chegou aos dezesseis anos, a oportunidade de voltar para o país de origem de seus pais foi aceita na mesma hora por eles. Afinal, logo ela teria que cursar uma faculdade e não haveria como fazer isso em um país mulçumano, o último no qual moraram.

A vinda deles foi bem recebida pelos familiares. A garota se tornou o acontecimento na escola, mesmo que nunca tivesse frequentado uma, já que estudava em casa. E embora pudesse escolher os amigos que quisesse, ela preferia ficar com o primo e com Jasper.

Em apenas algumas semanas, Edward percebeu que segurava vela por ali, mas sempre esteve ao lado deles, mesmo quando a prima descobriu que estava grávida e eles decidiram se casar. Para o escândalo geral da escola, mas que contou com uma boa aceitação das duas famílias, já que eles visivelmente se amavam e eram responsáveis o suficiente para assumir tal responsabilidade, sem abandonar os estudos.

* * * * *

Carlisle queria um programa que não estragasse todo o clima, mas não podia pensar em nada bom o suficiente para levar aquela garota tão perfeita.

Foi parado em um semáforo que lhe veio à luz, afinal um grande outdoor estampava um programa que ela provavelmente poderia gostar de fazer.

Ele decidiu arriscar, e mesmo sem mencionar, decidiu seguir para lá.

* * * * *

Alice estava amando os quadros e as estátuas. A exposição realmente havia sido uma ótima ideia de programa a dois, e ela já pensava em repetir o passeio em outras ocasiões.

“Não é que fugir da Esme me deu uma boa ideia?”, ela sorriu com o pensamento.

Em frete a inúmeras obras, ela e Rafael conversaram sobre seus significados e o que elas transmitiam a quem as vissem. O passeio estava incrível, mas por mais perfeito que esteja, seu corpo sempre quer uma pausa para o banheiro.

- Amor, eu precisava dar um pulinho no toalete...

- Tudo bem – ele beijou sua mão, – vamos procurar onde fica.

Eles andaram por alguns corredores até chegar em uma placa. Como os dois banheiros eram próximos, Rafael decidiu ir também, já que provavelmente Alice levaria uma vida retocando a maquiagem, arrumando o cabelo e outras inúmeras mil coisas que mulheres fazem antes de deixar o local em uns cinquenta minutos – porque os cinco minutos que elas prometem demorar, ganham mais quarenta e cinco após uma olhada no espelho, por mais perfeita que elas estejam.

Ela ainda lhe deu um selinho antes de entrar.

O local, aliás, era uma obra de arte à parte, e Alice correu para um dos reservados que estavam vagos antes que se prendesse nos detalhes.

Na saída do reservado, ela se dirigiu à pia e olhou seu reflexo no espelho. Naquele instante, ela bateu os olhos na bolsa e decidiu pegar seu celular.

- Aí meu Deus, eu tenho que ligar pra Bella, preciso de notícias!

E o telefone nem ao menos chamava...

- Droga, aposto que a bateria dela acabou! – ela sussurrou para si, não queria parecer uma louca falando sozinha.

Sem muita alternativa, ela decidiu ligar logo para Esme mesmo. Se não tinha como Bella mediar, o jeito era ela ligar para a cunhada e tentar programar perguntas que pudessem ser respondidas com “sim ou não”.

O telefone tocou e ela podia jurar que havia um toque parecido soando naquele banheiro. Foi quando uma das portas de outro reservado se abriu e uma mocinha saiu de lá correndo com a bolsa até a pia, despejando quase tudo ali que Alice gelou.

- Esme? O que diabos você está fazendo aqui?!

Esme subiu o olhar de suas coisas sobre a pia e encarou o reflexo de Alice no banheiro, se virando para a própria em seguida.

- Alice?! Ai, meu Deus!!! Diga que está sozinha, pelo amor de Deus!!!

- Você sabe que não! Mas, como assim você veio justo aqui?

- Ele escolheu! Não achei que vocês tivessem gosto parecido, oras! Você vive falando que eu não sei escolher um primeiro local de encontro descente, por isso sou chutada. Eu não queria correr o risco! – ela disse nervosamente.

Mas não foi preciso dizer mais nada, pois as duas correram até a porta naquele instante, se elas estavam ali, a possibilidade de Rafael e o acompanhante de Esme se encontrarem no outro banheiro, ou fora dele, era assustadoramente possível.

Alice viu Rafael olhando para o outro lado, esperando no corredor, mas nenhum sinal de Carlisle. Ela suspirou em alívio.

- O plano é o seguinte, eu vou até lá e arrasto ele daqui, só depois de sumirmos de vista, você sai, ok? – Alice disse.

Esme concordou com a cabeça e a Alice saiu pela porta, seguindo com um sorriso até onde o namorado estava.

Porém, antes que ela chegasse a Rafael, ele avistou Carlisle saindo do banheiro masculino.

Alice empalideceu instantaneamente, ainda mais quando um foi cumprimentar o outro.

- Ai Deus... – ela sussurrou, enquanto forçava seus pés a andar até eles. – Força, Alice...

Os dois já conversavam sobre como era incrível se encontrarem justamente ali, quando Alice pegou a mão de Rafael.

- Linda, olha quem está aqui.

Alice tentou sorrir e estendeu a mão para ele.

- Olá, senhor Cullen.

- Não precisa ser tão formal, Alice. Somos amigos, não? – Carlisle respondeu.

- Ah, sim, mas é por educação... – ela disse nervosamente, enquanto voltava seus olhos para a porta de onde havia saído.

- Mas o que lhe trouxe aqui, Carlisle? – Rafael perguntou. – Não sabia que viria hoje. Poderíamos ter combinado de vir juntos.

- É que eu estou com uma garota; não sabia que viríamos aqui também – ele respondeu.

Alice arregalou seus olhos com as palavras de Carlisle e temeu que acabasse falando que “a garota” era justamente a irmã de Rafael.

- Bem, não sabia que estava namorado. Escondeu o jogo para as enfermeiras não ficarem com ciúmes, não? – Rafael brincou.

Alice suava frio, ela precisava arrastar Rafael dali. Mas, como? Ela colocou sua própria mão testa e massageou seus olhos, ela precisava de ideias. Já estava óbvio o quanto ela estava nervosa e não conseguia pensar como agir. Era tão visível, que até Carlisle percebeu que sua mão estava trêmula.

- Você parece meio pálida, Alice. Está tudo bem? – ele perguntou.

Rafael olhou para ela nesse instante e percebeu que Carlisle estava correto, a namorada dele não parecia nada bem.

- Alice? Amor?

Como se o mundo girasse, tomada de nervosismo, Alice não conseguia achar sua voz para responder que tudo estava bem. Seus reflexos estavam lentos e ela parou de ter noção de onde estava.

No minuto seguinte, ela já estava desmaiada, devido ao nervosismo, e Rafael e Carlisle a acudiam.

Esme que via tudo escondida, pela fresta da porta do banheiro, quase saiu correndo para acudir a amiga. Mas se segurou, aquilo poderia ser só encenação, não?

- Alice, você é uma atriz e tanto! – ela disse sozinha com um sorriso. – Ou será que não? Ai, meu Deus, o que eu faço?

Esme fechou a porta do banheiro e voltou para dentro nervosa, torcendo para que nada de ruim tivesse acontecido com a cunhada e que fosse apenas encenação. Também torcia para que Carlisle não desse com a língua nos dentes nesse meio tempo.

- Porcaria! Uma cidade tão grande e tivemos que vir justo ao mesmo lugar?


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Notas finais do capítulo

Gente se os comentários continuarem assim numerosos e fofos logo eu posto mais, ok? Mas na semana que vem eu terei que viajar na terça, então... me deixem cheia de alegria para postar antes, ok? Senão só quando eu voltar depois de uma semana...