Lembranças De Um Amor escrita por Jacih, estherly


Capítulo 2
Todo Mundo Sabe a Hora de Desistir...


Notas iniciais do capítulo

N/A: Segundo capítulo, só há mais um capítulo e o epílogo! Beijinhos!



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Eu voltei para a ala hospitalar. Muitos encararam isso como uma falta de confiança perante a família dela, mas...Depois de tudo o que houve, eu simplesmente tinha de ir...Já era noite, não chegava a ser madrugada, quando consegui entrar.

Passei entre as camas quando a vi. Deitada calmamente. Perfeita, igual quando ela dormia nos meus braços. Meu coração se apertou, eu mal respirava. E pensar que ela se esqueceu de tudo...Por quê?

Aproximei-me dela. Passei minha mão em seu rosto. Tão...Única. A respiração dela ficou mais acelerada. Ela estava acordando, ou estava acordada este tempo todo. Engoli em seco. E se o Potter tivesse falado sério? Será que ela se esqueceria de mim? De tudo o que passamos? Sentei na cama e passei a mão no rosto dela. Vi que ela começou a se remexer. Finalmente ela abriu os olhos e me encarou assustada.

- Malfoy? – perguntou ela nervosa e confusa. Aparentemente, o que um Malfoy como eu estaria fazendo ali?            

- Você está bem? – perguntei preocupado. – Foi uma batida feia.

- Batida? – perguntou ela confusa. Em seguida começou a olhar em volta. Analisou cada parte da ala hospitalar. Cada parte de mim. – Que diabos está fazendo aqui? Que diabos eu estou fazendo aqui? – perguntou ela confusa. Suspirei.

- Você não se lembra de nada, não é? – perguntei temendo pela resposta que eu sabia que viria.

- Lembrar do quê? – perguntou ela começando a ficar nervosa

- Você caiu no jogo de quadribol hoje, Sonserina contra Grifinória, lembra? – eu suspirei pesadamente, quem sabe se eu contasse, ela não fosse lembrando aos poucos – Levou um balaço na cabeça.

- Eu não me lembro de ter voltado à escola. – ela olhou a volta como se tudo fosse um sonho

- Faz quase um ano que voltou a escola. – eu sorri calmamente – Hoje era a final da taça de Quadribol.

- Eu não me lembro... – ela estava muito confusa – Mas por que está aqui? Justo você?

- Conversamos bastante ao longo desse ano, não consegue se lembrar mesmo? – eu me levantei e segurei sua mão, mas ela afastou-se rapidamente – Somos namorados Rose!

- Eu jamais namoraria você! – ela disse rápido demais, certa de cada palavra que saíra de sua boca

Era assim que o amor da minha vida pensava agora. Ela jamais ficaria comigo. Que sina a minha. Eu senti meu peito se estilhaçar naquele instante, minha cabeça doeu horrivelmente só de pensar que ela não se lembrava de nada, de nenhum momento. Rose Weasley, não era mais a minha Rose.

~*~*~*~*~*~*~*~*~

Os dias passaram e nada. Eu tinha jurado para mim mesmo que ia fazer ela se lembrar de mim, mas eu nada conseguira. E então eu mudei meu juramento e jurei que iria fazer ela se apaixonar por mim, novamente. E quantas vezes fossem necessárias.

A aula já ia começar, transfiguração era a primeira aula do dia. Sem pensar duas vezes, eu coloquei algumas flores na mesa dela com um bilhete dizendo que era meu. Ela sentou-se à mesa, ficou vermelha com o buquê. Primeiro de vergonha, depois de...Aparentemente raiva. A única coisa que eu sei é que ela deixou o buquê na mesa quando a aula terminou e apenas levou o cartão.

Outra vez eu tentei algo mais pessoal e direto. Estava esperando ela passar pelo corredor com seus primos. Quando ela passou por mim eu estendi uma rosa na sua frente e fiz a frase clichê.

- Uma rosa para uma rosa. – eu disse galanteador.

- Obrigada Malfoy. – ela disse simplesmente.

Rose pegou a flor e continuou caminhando, como se não tivesse acontecido nada. Suspirei e joguei minha testa contra a parede. Ela sempre adorou isso, sempre sorria singelamente e me beijava de forma carinhosa. Eu tentei de tudo, poemas, sorrisos, flores...Eu não sabia mais o que fazer...Mas de uma coisa eu sabia: eu não podia desistir.

O tempo foi passando e as minhas idéias foram diminuindo. Com o tempo as flores passaram para bilhetinhos, que muitas vezes eram ignorados, alguns de amor. Mas os bilhetes de amor foram passando para bilhetes de desespero. E os bilhetes de desespero foram passando para sorrisos no corredor.

Com o tempo, eu simplesmente a procurava com o olhar e tentava sustentar a ligação que mantínhamos por vários segundos. Outras vezes eu a procurava e via que ela já me olhava. Uma vez eu pude jurar que vi um olhar dizendo “Tá legal...Vai desistir?”. Eu não sabia o que fazer. Tudo o que eu mandava era rejeitado por ela.

Sobrou-me uma única opção...Falar diretamente.

Eu esperei ela sair e ficar só. Não era muito difícil, era só esperar ela ir para a biblioteca. Vi ela olhar para mim e entrar. A ligação foi de apenas alguns milésimos de um segundo, mas para mim foi por horas. Como eu sentia falta daquele olhar. Focado em mim. Eu sabendo que toda a atenção dela estava para mim. Não era só do olhar que eu sentia falta. Respirei fundo. Era agora ou nunca.

Eu a segui até a prateleira que ela iria. Por sorte era aquelas no final da biblioteca. Era lá que se encontrava os livros mais avançados. E isso era um dos motivos para eu amar tanto ela.

- O que você quer Malfoy? – perguntou ela se virando e me encarando...Cansada. Meu coração se apertou novamente. Nunca havia visto aquilo nela. Aquilo me matava, mas eu tinha que continuar.

- Conversar. – respondi vendo-a cruzar os braços e erguer a sobrancelha esperando que eu continuasse.

- Fale. – disse ela impaciente.

- Eu te amo. – eu disse.

- E você quer que eu acredite nisso por quê...?

- Por favor, Rose! – eu exclamei cansado. – Eu amo cada parte de você. Não consegue ver isso? Eu amo o seu olhar que me derrete por dentro. O seu sorriso que alegra meu dia. Sua voz que é como melodia para mim. Seu toque que faz com que eu fique de pernas bambas. – eu dizia. Desabafo...Não sei se era certo eu falar aquilo. – Ei, passamos tantos momentos juntos...Você não se lembra? As nossas conversas na Floresta Probida...Os nossos beijos...As nossas artimanhas... – ela começava a ficar assustada.

- Por favor... – pediu ela querendo passagem para sair dali. Eu simplesmente segurei seus ombros e a prensei na prateleira.

- Eu te amo caramba! Eu quero você de volta...Eu quero matar seu primo pelo o que ele fez... – eu disse. Não eram as melhores palavras, eu sabia, mas era tarde demais. Eu apertava seus ombros. – Tivemos tantas coisas juntas...

- Me solte... – pediu ela baixinho.

- Não consegue ver tudo o que eu fiz para você? – perguntei. Meu rosto estava quente, aquilo não era legal.

- Está me machucando. – disse ela.

- Por que está fazendo isso? – eu perguntava com raiva. Será que ela não enxergava que eu a amava? – Isso é um tipo de...

- ME SOLTA! – gritou ela.

E só naquele grito que eu consegui voltar a realidade. Eu percebi que eu a forçava a me amar. Eu a machucava. Eu era um idiota. Afrouxei o aperto nos ombros dela e a olhei. Nos seus olhos, lágrimas, prestes a caírem. Ah Rose...

- Me perdoe... – eu pedi sincero. – Minha rosa. – eu disse antes de dar um beijo na sua testa e sair dali, sem a certeza se ela me amava ou não.

~*~*~*~*~*~*~*~*~

“Rose

Sabe, eu prometi a mim mesmo que não desistiria, fosse qual fosse meu propósito desde que ele envolvesse ter você de volta em meus braços. Sinto muito, mas eu não posso cumprir essa promessa, não agora, não mais.

O tempo me deixou desesperado e eu acabei machucando a única pessoa que eu amei em toda a minha vida. Ver seus olhos cheios de lágrimas por minha causa me deixou atormentado a noite inteira. Errei, minha Rosa. Desculpe-me.

Eu só queria que você entendesse que não importa o que lhe digam ou até mesmo o que você pense, o que vivemos foi real e teria sido real por muito mais tempo se você pudesse se lembrar. Dizem que eu deveria ter deixado você quieta para que conseguisse se lembrar por conta própria, afinal, sua perda de memória é temporária. O que eles não entendem é o quanto dói ver você e não poder te beijar, te dizer o quanto te amo e o quanto quero você ao meu lado.

Dói ver você conversando com outros garotos, por mais que sejam só amigos, agora eu já não sei a quem você dirige seu afeto, não é mais a mim. Nada mais que vem de você é dirigido a mim. Nem palavras duras em uma briga estúpida.

Lembra-se daquela vez em que dormiu em meus braços no nosso refúgio na Floresta Proibida? Olhávamos as estrelas e estávamos bem, mesmo tendo o mundo contra nós, mesmo tendo as pessoas que nos importavam contra nós. Pois naquele momento, tínhamos um ao outro e isso bastava. Naquele momento.

É incrível como um segundo pode mudar a vida de alguém. Mudou a minha. Aquele segundo em que você não conseguiu se desviar do balaço fez eu te perder para sempre. Sempre é um tempo longo demais, mas eu estou disposto a te esperar, mesmo sabendo que quando você se lembrar, talvez você já esteja feliz com outra pessoa.

Eu te amo tanto que apesar de tanta dor e sofrimento por ter te perdido de uma forma sem sentido, eu ainda tenho esperança. Dizem que a esperança do amor nunca morre. Eu só não quero te assustar mais, então quando você estiver pronta, quando se lembrar nem que seja um pouquinho de mim, eu estarei aqui, no meu cantinho, esperando você.

Eu te amo.

Scorpius Malfoy”


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Notas finais do capítulo

N/A: Comentem! XD